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título: casa na praia
data de publicação: 03/01/2023
quadro: férias na zona cinza
hashtag: #casanapraia
personagens: gláucio, márcio, dona neiva e seu ernesto

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Especial de Férias Não Inviabilize [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma história do nosso Especial de Férias. [risos] — Amo… — E hoje eu vou contar para vocês a história do Gláucio, do seu marido Márcio e dos pais do Gláucio, a Dona Neiva e o seu Ernesto. [risos]  Então vamos lá, vamos de história.


[trilha]

A Dona Neiva e o seu Ernesto o sonho deles sempre foi comprar uma casa na praia. Então, assim, a vida toda o Gláucio — que é filho único — ouviu ali os pais falando que queriam ter uma casa da praia porque futuramente eles queriam morar na casa da praia e deixar a casa da cidade para o Gláucio. Esse plano foi criado, mas nesse meio tempo o Gláucio conheceu o Márcio e eles se casaram, então eles foram morar numa cidade vizinha e a vida foi correndo… Até que um dia, ali no Natal, onde a família toda estava reunida, dona Neiva e seu Ernesto eles resolveram fazer ali um anúncio. — Qual era o anúncio? — Eles tinham comprado… Finalmente, eles tinham comprado uma casa na praia e eles estavam ali convidando agora a família toda para passar as férias de janeiro na casa. Só precisava organizar direitinho, ver quem ia ver, quem não ia e tal.


Mas de cara o seu Ernesto já chegou no Márcio ali, seu genro e falou: “Olha, Márcio, eu conto com você nessas férias. Você e o Gláucio tem que estar lá firme com a gente na casa da praia, hein?”. E o Márcio… — Quem me escreve aqui é o Gláucio e Márcio, né? O casal. — E o Márcio que não estava nem com férias programadas já correu ali no dia 26 conversar com o patrão dele pra falar: “Pelo amor de Deus, me dá pelo menos 15 dias de férias, meu sogro é maravilhoso comigo e tal e eu quero passar essas férias com ele e nã nã nã”. Enfim, Márcio conseguiu ali fazer um acordo com o patrão dele e pegar 15 dias de férias. Alguns parentes também deram o ok, né? Que iam… E ali o seu Ernesto parece que ia fazendo convites, assim, mais formais para algumas pessoas.


Então o próprio irmão de seu Ernesto, um sobrinho ali que era assim mais parrudo, enfim, ele foi chamando lhe umas pessoas específicas que ele falou: “Vocês têm que tá… Vocês, olha, eu faço questão de que vocês estejam ali na nossa casa da praia”. — E, gente, casa da praia na faixa? Todo mundo só combinando o que levar ali pra comer e nã nã nã? Poxa, tá ótimo, né? — E aí o que foi combinado? Logo no dia 2 dona Neiva e seu Ernesto eles iriam já direto ali pra casa praia e, no dia 4, já ia o Márcio e o Gláucio e depois, a partir do dia 7, o restante da família chegaria ali, né? — Porque cada um tinha suas coisas e tal, iam dividir carro, então fizeram um bem bolado. — Primeiro foi Dona Neiva e seu Ernesto, tudo certo… Chegou o dia de Gláucio e Márcio ali com o carro deles, né? Descerem para a praia.


E aí foi aquela viagem animada e nã nã nã, tudo certo, conversando, rindo… E eles tinham o endereço da casa e um detalhe: Eles não tinham visto foto da casa, assim… Dona Neiva e Seu Ernesto mais idosos não tiraram foto. E ainda o Gláucio falou: “Pô, quando eu chegar tiro uma foto, já mando pra parentada falando: “É “nóis” aqui e nã nã nã”. Seu Ernesto tinha falado que tinha no quintal um espaço pra fazer piscina, então o Gláucio e Márcio já iam ver, de repente, a possibilidade deles darem essa piscina de presente para os pais ali do Gláucio e tal e nã nã nã… E eles foram chegando na rua, era uma rua com as casas boas e tal e eles foram vendo o número procurando ali e falou: “Nossa, será que aquela casa ali, bonita?” e do lado eles viram que tinha um terreno, né? — Assim, parecia um terreno baldio. —


Quando eles passaram na frente do terreno, eles perceberam que lá no fundo do terreno tinham um cômodo… — Um cômodo…  — E estava ali, né? Naquele pedaço de murinho que tinha feito estava ali o número, o endereço que dona Neiva e seu Ernest tinham passado pra eles, né? E eles falaram: “Gente, não pode ser isso aqui. [risos] Não tem casa… Aqui não tem casa… Meu pai e minha mãe eles chamaram, sei lá, umas 20 pessoas… Não têm casa”. E aí eles estacionaram o carro ali, [efeito sonoro de porta de carro batendo] nem tiraram as mochilas e tal, as coisas, que eles tinham comprado bastante coisa pra comer também… Nem tiraram do carro e foram entrando naquele terreno, né? Que estava até com mato um pouco alto. E aí, lá no fundo, tinha um cômodo já feito que seria a cozinha e um pequeno cômodo do lado que seria um quarto e era isso… A casa de praia era essa. 


Só que na frente ali, conforme o Gláucio e o Márcio foram andando, eles perceberam que tinha um monte de material de construção e tinha um cara lá, que estava lá… E quando o cara viu os dois chegando, falou: “Opa, aí sim, hein, seu Ernesto? Esses aí tão fortão, tão parrudo”. — E aí, o que era a gente? — Dona Neiva e seu Ernesto eles convidaram a família toda para ir para a praia pra ajudar a construir a casa. [risos] Aí o Márcio e o Gláucio foram percebendo que mais para trás tinha umas paredes levantadas e tal, mas não tinha laje, não tinha, estava fazendo. E o seu Ernesto e a Dona Neiva tinha chamado a família ali pra bater a laje, subir as latas de concreto e tal [risos] pra fazer a laje. [risos] O Gláucio não acreditou no que ele estava vendo, [risos] que ele ia passar as férias inteiras ali como servente de pedreiro dos próprios pais. [risos] Gláucio ficou muito bravo, mas o Márcio falou: “A gente já está aqui, enfim, eles são idosos, a gente vai ajudar”. Aí o Gláucio já queria contar no grupo da família que era isso, né? O seu Ernesto não deixou, falou: “Deixa, que a hora que o pessoal chegar, tem um cômodo aqui, dá pra gente dormir, dá para curtir uma praia de manhã e vamos revezando aqui pra construir a casa”. [risos] 


E aí foram para o carro de novo, descarregaram as coisas… O Márcio ainda falou: “Puts, se a gente soubesse, tinha trazido umas roupinhas de ficar em casa, né?”. [risos] Pra poder usar na obra… [risos]. Não foram nem pra praia nesse dia, já começaram, o pedreiro estava ali, ajudaram o pedreiro nas coisas… [risos] E o Gláucio falou assim pra mim: “Déia, era aquela música total: [cantarolando] “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada…” [risos] O sistema de esgoto, o cano do vaso sanitário e o ralo do chuveiro já estava passado, mas a descarga ainda estava sem caixa, estava ligado direto na água da rua… [risos] Então, quando acabava a água da rua, acabava a água da casa. — Estava assim, estava tudo precário ainda, eles estavam construindo, mas era um sonho… Mas ele podia ter falado, né? Seu Ernesto poderia ter contado a verdade e não contou. — 


E aí, eis que ali no dia 7 chegou o restante da família e todo mundo em choque, [risos] aí deu uns brigueiro, uns que xingam, uns que ameaçam ir embora…. — Mas já foi até lá, né? Você já estava lá na praia… — E aí começaram a se revezar… Até as mulheres ali misturando massa… [risos] O pedreiro… [risos] A gente pode chamar aqui de seu João… Seu João muito paciente ensinando ali toda a família. E, detalhe: A ideia de levar a família toda pra lá pra fazer esse mutirão da casa foi Seu João, o pedreiro. Ele falou: “E aí, você tem familiares? Tão fortinho? Manda pra cá, vamos trabalhar na obra”. [risos] As paredes já estavam subidas, né? Era mais a laje ali e depois um acabamento ou outro [risos] que precisava fazer. E aí o pessoal ficava cansado, todo dia chegava ali oito e meia, nove horas da noite todo mundo dormia profundamente apertado naquele quartinho, porque tinha trampo no dia seguinte. [risos] — Obra cansa, né? — Tinha obra e tinha de ir um pouco pra praia, voltava era obra, obra… [risos] Tinha até criança carregando tijolo. [risos] — Mutirão, né, gente? Mutirão é isso aí mesmo, família toda reunida ali num único propósito. [risos] —

O Gláucio falou que mais ali para o final dos dias conseguira encher a laje lá e deu tudo certo. [risos] E até que foi divertido, mas o Gláucio diz que achou que realmente foi aí uma desonestidade dos pais. Eles podiam ter falado: “Olha, a gente precisa de uma força. Quem é que quer ir para ajudar a gente lá na obra e pode curtir a praia…”, enfim, né? O Gláucio e o Márcio eles iam de qualquer jeito sabendo a verdade. E aí o Gláucio foi o que que ficou mais bravo, que é o filho do casal, que achou que realmente os pais ali foram um pouco sacanas de esconder a realidade do convite. [risos] Isso já tem muitos anos. Hoje a casa já está totalmente feita, inclusive já tem a piscina, a piscina foi um presente do Gláucio e do Márcio mesmo. Eles já têm uma menininha que eles adotaram, então ela também ama ir para a casa lá dos avós, de praia.


E no final deu tudo certo… Mas poxa, a questão do Gláucio aqui foi a seguinte: Meus pais foram sacanas? Ou, [risos] segundo o marido do Gláucio, o Márcio, ou apenas omitiram aí umas informações para um bem maior? [risos] — Eu amo que o Márcio fica do lado do sogro, sabe? [risos] — Eu acho que no final aí valeu a pena, né? Eu acho que eu ia ficar um pouco brava se eu chegasse no lugar que eu fui convidada para passar as férias e eu tivesse que fazer uma obra. [risos] — Ainda mais eu que tenho trauma de obra daqui de casa. — Mas acho que valeu, né, gente? Vamos passar pano aí para dona Neiva e seu Ernesto? O que vocês me dizem? [risos] 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, meu nome é Simone, eu falo do Rio de Janeiro. Eu acho que o seu Ernesto foi ótimo. Por que vocês acham que se ele fala que é pra ir pra casa de praia pra bater uma laje, alguém ia aparecer? Ia ouvir 1000 desculpas para poder não aparecer e ajudar e colaborar para um bem maior, como a Déia falou, que todo mundo ia desfrutar. Então, assim, certíssimo… Tem situações em que a gente pode fazer algumas missões pra que no final das contas todo mundo fique feliz, né? Deu certo, todo mundo foi lá, todo mundo ajudou, todo mundo botou a mão na massa e agora tá todo mundo conseguindo desfrutar da casa de praia, maravilhoso, seu Ernesto, super apoio. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilize, eu me chamo Laila, moro aqui em São Paulo. [risos] Eu dei muita risada com essa história da casa de praia. Mas que coisa, hein, dona Neiva e seu Ernesto? Vocês enganaram a família inteira pra ajudar a bater a laje e os dois ainda estavam querendo pagar a piscina e dar de presente, veja… O Márcio é um fofo, né? Um abraço. 

[trilha]

Déia Freitas: Então é isso, gente, um beijo e eu volto amanhã com mais uma história do nosso Especial de Férias. 

[vinheta] Especial de Férias é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.