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título: casquinha
data de publicação: 16/11/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #casquinha
personagens: vander e uma moça

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história do Vander. Essa história aconteceu um pouco antes da pandemia, mas é um alerta aí que acho que super vale pra agora também. Então vamos lá, vamos de história.


[trilha]


O Vander se cadastrou em alguns aplicativos de relacionamento e, num desses aplicativos, ele conheceu uma moça. E aí começou a conversar com essa moça… E a conversa foi ficando mais animada e nã nã nã e eles resolveram se encontrar. A moça queria que ele fosse busca-la aí num bairro que ele não conhecia. E Vander, muito esperto, falou: “Olha, eu não tenho como te buscar, mas a gente pode se encontrar no shopping”. — Que é, gente, uma dica que eu dou pra todo mundo… Se você não conhece a pessoa, marque num local de preferência fechado, como um shopping, que tenha seguranças e tal. É que você pode ficar mais à vontade ali pra conversar e que não corra perigo, né? Do que você buscar uma pessoa que você nunca viu na vida, num bairro que você nunca foi e, de repente, ser uma emboscada. Isso está acontecendo. Aqui em São Paulo tem uma quadrilha do pix fazendo isso. Então, as moças se cadastram, elas são tipo iscas nos aplicativos e os caras se empolgam, porque são moças bonitas e os papos ficam muito quentes e elas marcam em bairros, assim, em ruas ermas… Ermas que fala, né? Em ruas, assim, sem ninguém… Aquela que não sabe, né? [risos] É erma… Se tem erma, é erma… Acho, enfim… Enfim, essas moças marcam encontros em ruas desertas e em bairros que você não conhece, chega lá não tem moça nenhuma, você é sequestrado e é a quadrilha do pix que vai aí te roubar tudo e te prender em cativeiro. Está acontecendo muito em São Paulo. E acontece mais com homens, então todo cuidado é pouco. —


E aí o Vander foi esperto e marcou num shopping e a moça foi… Chegou lá ela parecia que não queria estar lá. Sabe assim? E aí o Vander falou: “Puts, o nosso papo era tão bom, né? O que será?”, mas, enfim, sentaram pra para conversar na praça de alimentação e ela queria tomar um sorvete, uma casquinha. E o Vander estava sem dinheiro nenhum, mas estava com cartão. E ele falou: “Eu vou pegar uma casquinha pra você”, ela falou: “Não, deixa que eu vou e escolho”. — Eles estavam na praça de alimentação e ela ia pegar a casquinha num lugar que o Vander conseguia vê-la. — O Vander fez uma coisa que a gente não deve fazer. — Mas, segundo o Vander, ele ficou o tempo todo olhando, porque o medo dele era que ela saísse correndo com o cartão. [risos] Ele ficou o tempo todo olhando, ela foi, comprou a casquinha, voltou e entregou o cartão pra ele. Eles tomaram a casquinha e ela sugeriu que eles fossem ao cinema. 


E aí, quando o Vander falou: “Bom, deixa eu ver que horas são”, ela falou; “Não, me dá aqui seu celular”. Botou o celular do Vander em modo avião e falou: “Nas próximas duas horas você é meu”. E o Vander ficou animado, ficou felizinho, “poxa, agora ela está de novo naquela vibe que a gente tava nas conversas online”, né? E aí eles foram assistir um filme, que a gente pode chamar de, sei lá, Pônei Aranha. [risos] Foram assistir um filme ali que o Vander gostava muito e assistiram ao filme… — Ela não deu um beijo nele, nada. — E depois que acabou o filme, assim que acabou o filme, ela religou o celular dela também e falou assim pro Vander: “Eu vou no banheiro, já venho” e ele ficou lá dentro da sala de cinema. Deu dez minutos, ela não voltava, ele pegou o celular dele pra tirar do modo avião. Conforme ele tirou do modo avião… — Gente… — Um monte de notificação de compra online e de transferência de dinheiro, assim… — Como é que eu vou dizer? — Tipo, de conta pra conta, assim. 


E aí ele ficou desesperado, porque até então ele não ligou os fatos, né? E falou: “Meu Deus, como conseguiram clonar meu cartão e tal”. E aí tentou já mandar a mensagem pra essa moça e a fotinho dela já não aparecia no WhatsApp. E aí ele percebeu que ele tinha caído num golpe… Então, imagina se ele tivesse ido esperar essa moça em algum lugar que ele não conhecia? Com certeza seria uma emboscada, né? — Era uma época que nem tinha pix ainda, mas já dava pra você fazer compras e transferências online aí, né? — E aí o Vander ficou desesperado, tentando ligar nos bancos, nas coisas pra cancelar daquele cartão, que era tudo daquele cartão. E ele não sabe em que momento ela conseguiu copiar os dados. Se ela tirou uma foto com o celular dela… — Eu acho que provavelmente foi isso, né? — Disfarçando ali na fila, ela tirou uma foto da frente e verso do cartão e mandou pra alguém. E aí esse alguém foi lá e fez a festa, né? E aí Vander precisou fazer boletim de ocorrência, rolou uma investigação e era uma quadrilha. — Eu não vou dar mais detalhes aqui. — A maioria das compras online ele conseguiu cancelar e, o dinheiro, pra ele reaver foi um perrengue, mas conseguiu ali resolver razoavelmente a situação dele.


Então, Vander escreveu pra gente mais como um alerta. Porque, assim, ele conversou muito com a moça, ele ficou apaixonado do jeito que ela falava com ele e tal. E ela insistiu pra que ele fosse busca-la na casa dela, que provavelmente não era a casa dela, devia ser uma rua aleatória, enfim… O Vander chegou a ver no mapa ali a casa e tal e, assim, falou: “Puxa, não conheço esse bairro, não vou”. Foi a sorte dele de marcar num shopping. E ainda assim ela conseguiu dar uma volta nele e conseguiu aí o cartão. Enfim, né? Por causa de uma casquinha ali de sorvete. Ele não tinha grana, ela falou: “Ah, mas você não está com o seu cartão aí? Eu compro ali rapidinho. Eu vim sem nada e nã nã nã”. — E ele devia ter falado que não também, né? — E ele ainda pagou o cinema com aquele cartão, mas o celular dele já estava no modo avião, né? Então, se tinha notificação antes do cinema, enfim, foi todo aquele bolo ali, a hora que ele abriu o celular depois do filme é que ele foi ver. 


Eu fiquei muito apavorada com essa história, porque eu acompanho na TV os casos que acontecem e muito, muito, muito cara tá caindo nessa.


[trilha]


Assinante 1: Olá, Não Inviabilizers, meu nome é Vitor e eu falo de São Paulo, capital. Uma dica que eu dou pra todo mundo é: Bloquear o cartão físico para compras online. Existe hoje a opção na maioria dos bancos de cartão digital, então os dados são diferentes e o código de segurança sempre altera. Então, essa é uma vantagem que faz com que a gente consiga fazer compras online de forma muito mais segura e a pessoa vai precisar de um código de segurança que só você vai ter acesso por meio do aplicativo. Então, essa é uma dica que eu dou e é isso… Um beijo pra todo mundo. Beijo, Déia, adoro suas histórias, até mais. 

Assinante 2: Oi, gente, aqui é a Gabi de Belo Horizonte, Minas Gerais e estou chocada. Até nisso a gente tem que ficar preocupado hoje em dia, né? Recentemente, minha mãe teve o cartão dela bloqueado, ela foi no banco pra ver o que tinha acontecido e o gerente disse que precisaram bloquear o cartão dela para uma compra indevida que alguém tinha feito. E ele deu uma dica: primeiro, esse tipo de golpe está cada vez mais comum e falou que o ideal seria colocar um papelzinho branco ou qualquer cor que seja atrás do cartão naqueles três números atrás, que são código de segurança, que aí evita esse tipo de golpe. É isso, gente, é só para ficar essa dica mesmo. Um beijo. 

[trilha]


Déia Freitas: Gente, toda alerta é pouco. Obrigada, Vander, por compartilhar a sua história com a gente e dar esse alerta. Ainda bem que não aconteceu nada grave, você está aí são e salvo. E comentem lá no nosso grupo do Telegram. Se você ainda não tá no nosso grupo, é só jogar na busca “Não Inviabilize” que o grupo aparece. Um beijo e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.