título: chulé
data de publicação: 05/10/2020
quadro: picolé de limão
hashtag: #chule
personagens: juliana e robson
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Hoje é a história da Juliana e do Robson. Eu estou um pouco rouca, mas vamos que vamos.
A Juliana e o Robson já namoravam há dois anos, o Robson morando com a família dele, Juliana morando sozinha aqui em São Paulo. O Robson também é aqui de São Paulo. Agora que deu essa coisa da quarentena, um mês e pouquinho atrás ele resolveu ir morar com ela pra passar a quarentena com ela, e essa quarentena seria um teste pra futuramente os dois morarem juntos, então seria ali no comecinho pra ver se rolava. A primeira semana falou “legal”, a partir da segunda semana já a coisa desandou. Desandou por que, gente? Porque o Robson ele é um imundo, [risos] a palavra é essa, o Robson é um imundo.
Enquanto eles só namoravam eles ficavam um pouco na casa da Juliana porque ela tem uma vida, assim, bem corrida e tal. Eles se encontravam mais em motel, viajavam, e viajavam assim curtíssimo, um, dois dias. E ela tá agora vendo coisas que ela não via, tipo, ele não ajuda em nada, em absolutamente nada, uma louça, passar a vassoura na casa… Porque a Juliana ela tem uma diarista que vai uma vez por semana, mas ela dispensou a diarista e continua a pagando diarista. — O que é o correto, né? Quem puder fazer isso, faça. — Então eles estão em dois, é um apartamento pequeno, dá se os dois fizerem, né? Mas ele não faz. Ele não liga o aspirador na tomada, ela tem um daqueles robozinhos, sabe? Que é só você pôr pra carregar porque senão também o robozinho não tem alma… — Ele [riso] não funciona sozinho. — Você tem que colocar a carga nele, colocar na tomada, depois tirar da tomada e apertar um botão que ele vai e faz tudo sozinho. — Ele não põe na tomada, a Juliana falou que ele não tem essa capacidade. —
E tudo ele fala: “Ah, mas na casa da minha mãe não é assim, eu não fui criado assim”, ela falou: “Escuta, mas a gente tá em 2020, se você quer morar comigo definitivo você tem que fazer as coisas”, ele: “Ah, mas é que agora é uma época de exceção, quando voltar tudo ao normal e a gente realmente morar junto a gente vai ter uma pessoa que ajuda”. — Pessoa que ajuda pra ele é tipo uma empregada. — Então ele não pensa realmente em fazer nada, nunca. — Na vida… — Palavras dele, ele acha que você tem que pagar alguém pra fazer as coisas chatas e, que se ela pode pagar, se ele pode pagar, por que não?
E a Juliana não pensa assim. — Eu também não penso assim… — Então ela falou que são coisas tipo, ah, se ele vai na cozinha ele toma água num copo, isso porque agora ele tá usando copo, porque ela falou que pegou uma vez ele tomando água na garrafa que estava na geladeira, tipo, de água mineral. Ela falou: “Mano, o que você tá fazendo?”, “Eu tô tomando água”, “Mas escuta, eu também vou tomar essa água, você tá pondo a boca na garrafa?”, ele falou: “Ué, mas a gente não se beija, a gente não fica junto?”. Então quer dizer, as garrafas não são confiáveis, a Juliana comprou mini garrafinhas de água e ela só toma as fechadinhas porque o cara põe a boca em tudo. — E não adianta, você não dá pra confiar que o cara vai usar o copo. — Mas mesmo assim se ele usa copo, tem tipo oito copos na pia, ele usa os oito copos, em um dia ele não consegue passar uma água num copo.
Aí a roupa dele, ele estava querendo fazer a mãe dele sair da quarentena pra vir pegar a roupa dele pra lavar, a Juliana falou: “Não, você vai pôr na máquina”, e aí ensinou ele pôr na máquina e não sei o que ele fez lá que deu tudo errado, a roupa dele manchou. — E assim, eu acho que ele fez de propósito pra tipo mostrar que não sabe, sei lá. — Então a Juliana se pegou assim um dia esfregando no tanque as cuecas dele, revoltadíssima ela tá, falou que tem dia que ele não escova o dente, aí ele quer beijar ela. E aí ela tá num ponto assim, ela gosta dele, ela acha que são coisas contornáveis… — Eu já acho que não, mas ela acha que são coisas contornáveis. — Seriam contornáveis fora de uma quarentena, mas que como eles estão em quarentena e não tem como discutir, cada um esfriar a cabeça, as coisas amplificam.
Então ela tá querendo pedir para ele voltar pra casa da mãe dele pra fazer a quarentena lá, mas ela acha que ele não vai aceitar. Então ela quer um jeitinho de falar… — Gente, pra mim não existe jeitinho, o cara é um imundo, ele não faz nada. — E ela falou que não sabe o que aconteceu, porque assim, ela já dormiu com ele outras vezes, alguns dias, poucos dias, mas o cara em casa ele tem chulé, em casa… Tipo, sem pôr o tênis, nada, o pé dele parece um queijo daqueles amarelo fedido. Ela falou que ela não sabe de onde tá vindo esse cheiro do pé dele, que ela até cogitou que seja uma doença. [rindo muito] — Ai, meu Deus. — E que ela não sabe de onde vem esse cheiro do pé dele, que ela não está aguentando mais — Gente, não dá pra mim, pra mim não dá. —
Juliana, manda ele pra casa da mãe dele sim, porque aí ele faz a quarentena lá com a mãe dele, é perto, vocês vão conversando aí pela internet e, se o relacionamento não sobreviver, paciência. Não tem muito o que fazer, vai fazer o quê? Não é? Porque o cara não quer fazer nada e você pede, teve um dia que a Juliana falou que ela chorou porque ela fez todo o almoço, um almoço grande assim pros dois com coisa que ele queria comer, e aí deixou a louça pra lavar, a louça lá ficou. Ela falou: “Não, vou esperar até amanhã pra ver se pelo menos ele, sei lá, se toca”, não lavou, não lavou, falou que não ia lavar, e falou ainda mais, falou que achava uma bobagem manter a diarista em quarentena, que se ela pagasse o Uber pra diarista vim de casa e depois voltasse de Uber, que ela podia vir fazer as coisas.
Meu, cara escroto, né? Ai, não dá pra mim. Então a Juliana quer conciliar aí, quer que vocês ajudem pra falar com ele com jeitinho, pra ele voltar pra casa da mãe dele e o relacionamento não acabar. Pra mim já sabe, né? Eu mandaria pra casa da mãe dele sim e foda-se. Desculpa, se acabasse, porque o cara não é coisa boa, não… Se casar piora, já estou avisando Juliana agora, que se daqui um tempo Juliana me enviar com cartinha, com e-mailzinho querendo contar a história de Robson, já vou falar: “Olha, você ouve lá atrás o episódio “Chulé”. — Que é o nome que eu vou dar pra esse episódio, porque esse cara é um chulé. — “Você ouve lá que eu já chamei o Robson de chulé lá atrás. —
Então, ajudem aí a Juliana a achar uma maneira de falar com suavidade, explicar que não tá dando certo a quarentena dos dois juntos, pra ele voltar a ficar lá com a mãe e com o pai dele e prosseguir com o namoro normal, que é o que ela quer. Eu já dei minha opinião, mas enfim. Então é isso, deem a opinião pra Juliana em relação aí o Robson chulé. [risos] Deus me livre. E é isso, daqui a pouco eu volto de novo, beijo.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]