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título: clebinho
data de publicação: 06/11/2021
quadro: patada
hashtag: #clebinho
personagens:  clebinho, rosa e seu cléber

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Patada. Dicas para o seu pet. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pro nosso quadro novo, histórias de bichinho, quadro “Patada”, quadro que eu amo. E ai, meu Deus. Mil vezes eu reformulei esse quadro e agora eu acho que tá do jeito que eu quero. Então como é que vai ser? Eu conto pra vocês a história de um bichinho e, no final, eu deixo pra vocês dois áudios, o áudio de alguém que vivenciou aí o que eu tô contando de alguma forma e o áudio de um especialista. Então, na história de hoje, no final, a gente vai ter o áudio da minha querida amiga protetora de animais Mariana Aidar e o áudio do meu queridíssimo veterinário Damaso Bittencourt, o veterinário de todos os meus bichos, meu parceiraço aí de mais de vinte anos, a gente é velho, bem velho. Então vamos lá, gente, vamos de história.

[trilha]

Eu vou contar a história de um gatinho que eu recebi lá no Twitter, a história do gatinho Clebinho, quem escreveu foi a Rosa e a Rosa é filha do Seu Cléber, então a história do Clebinho é a seguinte. Seu Cléber nunca gostou de gato, de jeito nenhum, tinha quase raiva, mas não fazia mal, nada, mas não gostava de gato de jeito nenhum e eles tem um cachorrinho o Tobi e só o Tobi. Então esses tempos o Tobi começou a latir muito no quintal e latia muito, latia muito, latia muito, e aí tinha um gato lá, um gato adulto já que desceu pelo muro e estava dentro do quintal e o Seu Cléber ficou muito bravo e pediu pra Rosa ir lá tirar o gato e jogar o gato na rua, foi desse jeito que ele falou: “Tira o gato daqui e joga o gato na rua”, Rosa falou: “Pai, não vou jogar o gato, ó, ele tá até com uma coleira, deve ser de algum vizinho. Eu vou tentar achar, ver de quem que é”. Então ela foi, bateu palma ali em duas, três casas pra direita, duas, três casas pra esquerda, e aí uma das vizinhas falou: “Ah, esse gato ele já veio aqui, já destruiu minhas plantas, eu já dei uma vassourada nele, ele é lá da esquina, da mulher lá da esquina”. 

Aí a Rosa foi lá e falou: “Olha, seu gatinho tá lá na minha casa, posso trazer ele aqui?”, e a mulher falou: “Olha, não, ele fica solto. Ele anda pra onde ele quer e eu não tenho controle disso, eu não vou ficar prendendo o gato aqui” e tratou meio que mal a Rosa e foi embora, mas quando a Rosa voltou, o gato já tinha saído. E no dia seguinte, o gato estava lá de novo porque o gato ia pra comer a comida do Tobi e aí o Seu Cléber que já estava bravo falou: “Vou tirar a comida do Tobi daqui”, mas aí a mulher dele falou que não, ficou naquela coisa, aí o Seu Cléber saiu bravo foi lá no pet shop e comprou ração de gato, [risos] quer dizer, se você quer espantar um gato da sua casa você não vai comprar ração de gato porque ele vai ficar, você concorda? E eu não sei qual foi aí lógica, a Rosa também não sabe, mas ele foi lá e comprou ração. E desse dia em diante o gato ia comer todo dia lá e o Seu Cléber colocava a comida pra ele, mas ali resmungando, nervoso, e botava comida para o gato e nervoso. 

Aí deu uns dois, três dias o gato sumiu, e o Seu Cléber tinha já criado esse hábito de colocar comida para o gato de manhã ali e ele começou a encher o saco da Rosa, “Rosa, cadê? Cadê aquele gato sujinho que estava ali? Cadê o gato?”, ela falou: “Pai, não sei, acho que ele tá lá na casa da mulher, né? O gato é dela”, e aí todo dia, uma semana o gato ficou sumido e o Seu Cléber perguntando do gato, e aí o gato apareceu. O gato tinha um corte perto do ombro assim até o pescoço muito grande e ele estava muito fraquinho, meio assim já cambaleando e foi Seu Cléber que achou e ele ficou desesperado, a Rosa estava trabalhando e ele ligou pra Rosa e falou: “O quê que eu faço?”, “Pai, pega o gato e leva para o veterinário” e o Seu Cléber fez isso, levou o gato para o veterinário. O gato deve ter enroscado em algum lugar, alguma cerca, porque ele estava com um corte que não parecia feito por outro animal assim, parecia ter sido feito por um ferro, alguma coisa assim. 

E aí deu um puta custo lá no veterinário, ele pagou tudo, Seu Cléber pagou tudo, a Rosa falou que ele nem questionou essa coisa de valor e levou o gato pra casa, quando a Rosa chegou do trabalho o gato estava dentro de casa, [risos] o Seu Cléber tinha colocado o gato pra dentro de casa porque ele ia ter que tomar remédio ali por quinze dias e tinha um retorno, e o Seu Cléber falou: “Não, agora eu vou, agora que esse gato apareceu aí… Eu nem gosto de gato, agora também eu não sou uma pessoa ruim, né? Eu vou ficar com esse gato aí vou cuidar e depois vou jogar ele lá na rua” disse Seu Cléber. E os dias foram passando, o gato tentava sair pela janela, porque assim, quando você tem um gato que passeia muito, nos primeiros dias ele vai tentar escapar, vai tentar sair, então se você não tem as janelas seladas ainda você tem que deixar o vidro, pelo menos a janela fechada, e foi o que Seu Cléber fez porque ele estava tentando muito sair.

E nesses dias que o gato estava lá dentro, a mãe da Rosa começou a chamar o gato de Clebinho, porque onde o Seu Cléber ia o gato ia atrás, aí a mãe da Rosa falava lá: “O Cléber e o Clebinho” e ficou Clebinho, Clebinho daqui, Clebinho dali e o Clebinho agora não tentava mais escapar, e o gatinho foi ficando, foi ficando, a Rosa falou: “Pai, e aí o que a gente vai fazer? Porque eu já fui falar lá de novo com a vizinha e ela falou que ela não quer saber, não, que ela não vai pagar nada, que o gato que anda por aí, se morrer, morreu”, aí o Seu Cléber ficou muito bravo com essa frase da vizinha e resolveu perguntar pra Rosa o que eles podiam fazer para o gato não sair mais de lá do quintal, porque ele não queria pôr tela nas janelas e não dava porque era uma janela antiga. 

E foi assim que a Rosa chegou até mim, porque eu publiquei um vídeo de um tipo de alambrado que você pode colocar no seu muro que o gato não consegue sair e os gatos da rua não conseguem entrar no seu quintal, e foi assim que eu conheci a Rosa. E aí o pai dela pegou esse vídeo que foi gravado na casa da Mariana, vai ter um depoimento da Mariana aqui que ela que teve essa ideia e ele mesmo fez, o Seu Cléber mesmo fez, telou, são cinquenta centímetros só de alambrado que você coloca em cima do muro e o Seu Cléber telou tudinho em volta do muro e o Clebinho agora não sai mais. E o Clebinho é o gato dele que assiste futebol com ele, que quando ele tá tomando banho o Clebinho fica ali sentado olhando ele tomar banho, tipo, a Rosa falou que eles são muito esquisitos agora, porque é tudo “Cléber e Clebinho”. E aí essa história que eu trouxe pra vocês, uma história de um gato que passeava, que tinha uma tutora, né? Mas era uma tutora que não cuidava dele e agora ele é do Seu Cléber, e a vizinha também nunca perguntou, porque o Seu Cléber também disse que se ela perguntasse ele não ia devolver, ele falou: “Nós vamos para a justiça, mas o Clebinho agora é meu”. 

Olha a sorte que o Clebinho deu, né? Encontrou uma família que realmente resolveu adaptar a casa pra receber um animal e manter um animal em segurança. Então eu vou deixar lá no site pra vocês esse vídeo que eu fiz na casa da Mari mostrando o pedacinho de alambrado, é uma coisinha muito pequena você tem que colocar no ângulo de quarenta e cinco graus assim que o gato não consegue subir, ele não consegue passar, então aí quem tiver quintal e tiver gato e quiser manter os seus gatos seguros pode ir lá no site ver. É isso, um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Bom, agora vou deixar com vocês a palavra da minha querida amiga Mariana Aidar, protetora de animais, ela tem uma ONG chamada CAPA – Ciclovia, eu vou deixar o insta aqui no texto e vão lá, é muito legal o trabalho dela, ela resgata não só cachorro e gato, também animais silvestres que aparecem ali nas ciclovias de São Paulo ou na linha de trem do metrô, é muito legal o trabalho da Mari. E também é a minha companheira de resgate, nós somos protetoras independentes juntas há doze anos, minha amiga assim, minha irmã, então vai lá Mari, conta pra gente. 

Mariana Aidar: Olá, meu nome é Mariana Aidar, eu sou protetora de animais há quase vinte anos, tenho muitos animais resgatados em casa, entre eles oito são gatos. Eu moro numa casa e tenho um muro relativamente alto, porém, esse muro permite que os gatos fujam. Pra isso não acontecer, eu coloquei alambrado ao redor do mundo inteiro da minha casa, assim os gatos não fogem, então existe sim a possibilidade da gente evitar que os gatinhos da gente vão pra rua e se machuquem, sejas atropelados, envenenados, que pessoas façam maldade. A ideia do alambrado é muito simples, você coloca quarenta e cinco centímetros de altura de alambrado na extensão do muro todo e esse alambrado é inclinado pra dentro do seu quintal também em torno de quarenta e cinco graus. Isso evita com que o gato saia porque ele tenta subir pelo muro, se ele conseguir prender a patinha e subir no muro, a hora que chega no alambrado ele não tem força, estabilidade pra segurar a patinha no alambrado e acaba caindo de volta para o chão. Então é uma ideia super segura, prática, não é caro porque você mesmo pode fazer se não quiser contratar esse serviço e você encontra no mercado diversos valores de alambrado em lojas especializadas. Então… Não tem desculpa pra deixar seu bichinho fugir ou até mesmo que outros gatos da rua entrem na sua casa, é uma ideia excelente, eu indico pra todo mundo. 

Déia Freitas: E agora com vocês a palavra do especialista, o veterinário Damaso Bittencourt, meu parceiraço, amigo pessoal, meu queridíssimo. Salvou todos os meus animais num ataque de abelhas que a gente sofreu, eu ainda vou contar essa história aqui no Patada. E, assim, eu considero o Damaso o Doutor House, lembra aquela série do House? O doutor House dos animais, então se você não sabe o que o seu animalzinho tem, ou você já passou por vários veterinários e ainda não acertou o diagnóstico, meu, vem pra Santo André, vem na Pet Jardim do Damaso porque é fora de série, ele vai achar o que seu bichinho tem e vai tratar. Então é isso, ouçam aí o que o Damaso tem a dizer, é muito importante, porquê que seu gato não deve ficar passeando e tudo que pode acontecer se ele ficar passando por aí. Então fala pra gente, Damaso. 

Damaso Bittencourt: Meu nome é Damaso Bittencourt Filho, eu sou médico veterinário, atuo na área de clínica geral de pequenos animais, sou proprietário da Pet Jardim Clínica Veterinária. Atuo na clínica desde mil novecentos e noventa e nove, e hoje eu tô convidado aqui pra falar um pouco das doenças aí que podem acometer os gatos que não são domiciliados. Olha, eu vou abordar então três doenças aqui que são comuns a gente encontrar aqui nos felinos que transitam aí livres, não tem a vida não domiciliada. Em primeiro, o primeiro problema que eu vou abordar é o complexo respiratório felino que é a famosa gripe dos gatos, ela pode ser causada, na verdade, por três agentes e podem ter manifestações diferentes dependendo do agente, mas de modo geral, são os gatinhos que a gente vê com problemas de conjuntivite, espirrando, secreção nasal, algumas ulceras orais, problemas oftálmicos e respiratórios. Além disso, eles apresentam muitos casos com febre, anorexia, perda de apetite, então a doença é altamente contagiosa, né? Então pros animais que têm acesso à rua eles podem se contaminar na rua e trazer a doença pra dentro da casa da gente, importante a vacinação pra gente prevenir essas doenças. Tratamento não é muito complicado, mas depende da fase onde começa, onde se dá início ao tratamento, geralmente a evolução é boa, mas alguns podem evoluir ruim, inclusive até a morte. 

Segundo tema a ser abordado é a infestação pelo dipylidium caninum, que apesar de chamar dipylidium caninum ele parasita tanto o cão quanto o gato, então é um verme intestinal, é uma tênia, como uma lombriga que a gente tem. A infestação ela se dá pela ingestão da pulga, que é o vetor dessa verminose, então se o teu animalzinho ele tem pulga, ele pode acabar ingerindo essa larvinha do dipylidium e provocar essa doença que causa alteração intestinal. Normalmente a gente percebe a presença do dipylidium quando a gente encontra nas fezes as proglotes do verme que parecem grãozinhos de arroz, é comum a pessoa descrever como presença de grão de arroz nas fezes. Importante a gente ressaltar também que apesar de o cão e o gato serem hospedeiros definitivos desse tipo de verme, o homem ele pode ser um hospedeiro intermediário, se ele chegar a ingerir a pulga ou piolho que é o transmissor dessa verminose. Então é muito fácil a gente resolver o problema do dipylidium, né, gente? Então tem que controlar a infestação das pulgas e fazer a vermifugação periódica dos nossos animais. 

Bom, terceiro assunto que eu quero abordar é a sarna de ouvido, o tratamento é muito simples, a gente tem que usar produtos ceruminolíticos e produtos que é acaricida pra gente conseguir matar esse bichinho que vive lá dentro do ouvido deles. A gente acaba percebendo uma cera preta no ouvido e essa coceira terrível que eles sentem, alguns ficam chacoalhando bastante a cabeça também. Essa sarna ela afeta cães e gatos, tá? Mas especialmente os gatos eles são muito sensíveis e a coceira é tão intensa que é comum que eles se automutilem e eles se cocem tanto a ponto de dilacerar as próprias orelhas. Então essa sarna ela é causada por um ácaro que ele habita o conduto auditivo e lá, então, ele se aloja, se alimentando de restos lá celulares, de fluídos e causam então um sintoma de muita coceira no ouvido, os animais acabam balançando bastante a cabeça. 

Pra finalizar com as causas não infecciosas, algumas delas que eu posso citar são acidentes automobilísticos, os atropelamentos, as quedas, as brigas por território, né? Porque mesmo no período do cio, uma simples intoxicação por algumas plantas ou remédios e os envenenamentos que os gatos de rua aí sofrem, né? Tem muita gente que acaba envenenando também com chumbinho, que é muito comum, né? Então, gente, mantenha o seu animal domiciliado, às vezes a diferença entre um animal de vida livre e um domiciliado pode ser seu gato morrer com cinco anos ou com quinze anos, tá? Vamos pensar nisso, cuida bem, vermifuga, dê as vacinas, procure sempre a orientação de um veterinário.

Déia Freitas: Se você tem uma história pra um dos quadros aqui do nosso canal “Não Inviabilize” escreva para o e-mail naoinviabilize@gmail.com

[vinheta] Patada é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.