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título: corneta
data de publicação: 14/07/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #corneta
personagens: roseli, sueli e tatiana

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje é a Hidrabene, a marca cor de rosinha que eu amo e que tá na minha vida assim, ó, pra sempre. O Dia do Amigo tá chegando e se tem uma coisa, gente, que eu sou boa, é em ser amiga. — Serião… — Eu sou aquela amiga que dá suporte, que dá colo, que puxa a orelha sim, mas também dou dica, mando meme… E eu quero pras minhas amigas o mesmo cuidado que eu tenho comigo. Inclusive, o cuidado de usar produtinhos Hidrabene. Por isso, eu separei uma lista de produtos de skincare da Hidrabene com itens que eu acho indispensáveis por até R$ 99.

Tem protetor solar, creme regenerador, sérums, sabonete facial, protetor solar em pó… — Gente, tem de tudo. — Tem máscara facial… E nas compras acima de R$ 99,00, você ganha um gel de limpeza em tamanho real da nossa marca cor de rosinha favorita. Dá um produto Hidrabene de presente pra sua amiga, sabe? Deixa essa amizade ainda mais fortalecida. — Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio, vai navegando, já conhece os produtinhos da minha lista, já separa alguns e vai ouvindo a história. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Roseli. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Roseli era gerente de um banco e ela tinha um grupo ali de amigas, sempre saíam juntas e numa das vezes que elas saíram, elas foram numa lanchonete — que não era como as hamburguerias de agora, mas era um lugar que vendia mais hambúrguer e tal, assim, meio diferentão, mas não como são as hamburguerias agora, que é meio que tudo padronizado, né? Enfim, a gente já bate o olho e já sabe que é uma hamburgueria — e lá estava a Roseli com suas amigas comendo o seu hambúrguer e, um pouco mais pra lá, de frente pra Roseli, tinha um cara. Roseli tinha uns 32, 33 anos e o cara aparentava ter uns 40 anos. — Então, assim, idade boa, né? — Ficou olhando aquele cara porque aquele cara estava olhando pra ela. Eles ficaram se encarando um pouco, o garçom veio, foi até o cara e entregou a conta, o cara pagou a conta, levantou e sem falar nada, quando ele passou pra sair, ele colocou o nome dele e o telefone num papel. Deixou na mesa, quase assim na mão da Roseli e as meninas tiraram o sarro, sabe?

Tipo: “ai, namorando, o cara gostou dela e nã nã nã”, Roseli riu ali, guardou o papel. — Louca pra já, né? Telefonar pro cara, mandar mensagem, enfim. — Passados uns dias, Roseli tomou coragem e mandou uma mensagem para aquele cara: “Queria falar com você e tal, né? A gente se viu lá na lanchonete, eu gostei muito de você e nã nã nã”, enfim, fez uma mensagem ali, mandou e ele respondeu que também tinha gostado muito da Roseli, só que ele tinha uma coisa pra falar pra Roseli antes de começar qualquer assunto. “Pronto, ele vai falar que ele é casado e eu já vou dispensar, né?” e ele falou pra Roseli: “Olha, você precisa saber que eu sou surdo”. Roseli tomou um choque, primeiro que ela não sabia como lidar. — E aí isso é muito culpa da gente mesmo, né? Que não olha para outros mundos e outras possibilidades. —

Então, a Roseli falou: “Andréia, eu tenho que admitir para você que aquilo me deu um impacto, assim, meio que, nossa, como que eu vou conviver com ele?”. Ué, Roseli, do jeito que você convive com as outras pessoas, né? Mas isso a gente tem que se policiar e tem que se corrigir, enfim. Passado esse primeiro impacto, ele falou: “Olha, a gente pode conversar por mensagem, quando a gente se encontrar, eu acredito que você não conheça a Língua de Sinais, né? Libras, a gente pode conversar por mensagem mesmo, enfim, comunicação não vai ser um problema”. A Roseli já achou super fofo, falou: “nossa, que legal”. E aí ela foi se informar, ela achou que era difícil ali aprender a Língua de Sinais, a pessoa que falou com ela, falou: “Olha, você convivendo com uma pessoa que tem uma deficiência auditiva, que usa a língua de sinais e tal, você com o tempo vai aprender bastante e você estudando, você pode aperfeiçoar isso, né? Então, calma, assim, não é algo que você não vai conseguir aprender”. 

E a Roseli: “Vou marcar um encontro com esse cara, ver como é que é”. Marcou o encontro com ele, ele super gentil, cavalheiro, e eles conversando ali por mensagens, ele ensinando pra Roseli alguns sinais, inclusive alguns sinais fofinhos, tipo: “Eu gosto de você”, “eu achei você bonita”, enfim… Roseli ficou encantada, derretida e falou: “bom, é isso, quero levar isso pra frente”. Aí eles se beijaram ali, nesse primeiro encontro, esse cara falou que ele era muito tímido, que ele saía muito pouco, às vezes ele saía para comer alguma coisa, mas sozinho e tal, porque ele tinha as questões dele, mesmo em relação à deficiência dele e que também para ele não era fácil lidar… Enfim, contou ali algumas coisas sobre a vida dele e falou para Roseli, nesse primeiro encontro, que ele tinha a possibilidade de ouvir usando um implante coclear. Roseli não sabia o que era, foi pesquisar e ali, eu acho que também é um erro, né? Vai, a Roseli começou a namorar com esse rapaz… Quando ele falou do implante coclear, foi uma coisa assim que pra ele tava distante, porque ele disse que ele não se enquadrava nas regras do SUS. 

Porque viva o SUS, o SUS também oferece vários tratamentos, enfim. que ele poderia fazer particular, mas que sairia em torno de 50 mil reais e ele estava juntando dinheiro e tal… Mas em nenhum momento ele falou como se aquilo fosse, deixa eu ver a palavra, salvação da pátria dele? E eu acho que é um erro de pessoas que têm convívio com pessoas com deficiência. A pessoa não te pediu nada, a pessoa não te pediu um conselho, ela não te pediu que você, entre aspas, a conserte. E acontece muito isso, né? A pessoa se envolve com uma pessoa que tem uma deficiência e automaticamente ela passa a viver em função de achar algo que ou melhore, entre aspas, ou resolve também muito entre aspas, aquela deficiência. Isso é péssimo, gente. Isso é péssimo. Isso é muito péssimo. Não diz respeito a você, aquela pessoa é um ser humano com vontades, com desejos, enfim… — Eu tenho uma história aqui de um cara que ele é cadeirante e ele falou: “Andréia, é a minha vida, minha rotina. Então, assim, a mulher que quer se relacionar comigo, se ela achar que ela vai me consertar ou que tem… Ah, saiu uma pesquisa inovadora. Às vezes eu não quero ser furado, ser manipulado, ser tocado. Eu estou bem como eu estou”. 

Então, é uma consciência que a gente que não tem deficiência precisa começar a ter. Roseli se empolgou com essa questão do implante, em vez dela se empolgar com o relacionamento com um cara bacana, um cara gentil, e essa questão dele ser surdo, pouco atrapalharia ali no relacionamento deles, né? Como ele lida com a deficiência dele é uma questão dele, né? Como você lida no seu relacionamento com uma pessoa com deficiência é uma questão sua e que você tem que respeitar a outra pessoa. Roseli ficou muito empolgada com essa questão do implante e eles começaram a namorar e, na cabeça da Roseli: “Ele vai colocar o implante e tudo vai se resolver e tal”. Era um ano que teria a Copa do Mundo e ele falava: “Ah, eu quero escutar… Depois que eu colocar o implante, eu quero escutar os fogos e o barulho das festividades da Copa, enfim”. Isso passou a ser um projeto de vida para ela. 

Então, eles estavam juntos, sei lá, há cinco meses e ela só pensava nisso, porque o implante, porque isso, porque aquilo, lembrando que ela trabalhava num banco. Ele falou que ele tinha um dinheiro guardado, mas não chegava a metade e ele não tinha crédito, então ele ia juntando aos poucos. Roseli obcecada — com uma questão que eu já falei aqui que é muito errado de querer resolver, entre aspas, a deficiência do outro —, pensou: “Eu, com facilidades aqui no banco, vou pegar um empréstimo de 30 mil reais e dar pra ele completar o valor e fazer o implante que ele precisa pra ouvir”. Ela obcecou com isso… Foi falar ali com o gerente acima dela e tal, e aí linha de crédito e nã nã nã, ia demorar uns dias ali um tempo pra ela conseguir viabilizar esse empréstimo. “Não vou contar pra ele ainda, só vou contar quando for realmente acontecer”. 

Pra tentar entender mais o cara, Roseli assistia TV no mudo, com legenda… Ela foi tentando adaptar a vida dela com ele. E ele era realmente muito caseiro, né? Gostava muito de ficar na casa da Roseli. — A Roseli morando sozinha, enfim. — Mais um tempinho se passou, um dia Roseli está no banco prestes a fazer aquele empréstimo, já estava quase dando certo, quando chega uma moça… Como gerente, era a vez dela ali de atender, a moça já tinha falado que queria falar com a Roseli e aí ela falou: “No que posso te ajudar, você é correntista aqui?”, “Não, não, não, eu sou a Sueli. E você está namorando fulano?”. Na hora, Roseli teve um impacto e falou: “Sim, Sueli, estou namorando Fulano, qual que é a questão?”, já cabreira, né? “Olha, eu namorei Fulano por sete meses e acabei dando pra ele 15 mil reais pra ele fazer um implante coclear e depois que ele pegou o dinheiro, ele sumiu… Eu fui atrás de descobrir coisas dele. Só aí eu fui tentar descobrir coisas dele. E descobri que a mãe dele é surda, mas que ele é surda. Ele não é surdo. Ele não é surdo. E ele tá indo sempre na sua casa, não é? Ele não segue ninguém, não te apresenta amigos… Porque ele tem toda uma vida paralela de pessoa que ouve”.

Ele nem precisa pedir o dinheiro, porque geralmente as mulheres têm esse ímpeto de tentar consertar o homem, seja por uma questão de caráter ou por uma questão de deficiência mesmo e ele sacou isso. Então ele já tinha tirado dinheiro de muitas mulheres. E ele ouvia, falava, enfim, ele tinha toda uma vida paralela e, enquanto ele estava com com a Roseli, ele se fazia de surdo. Inclusive, a Sueli disse para a Roseli que tinha ido conversar com a mãe e que a mãe disse que não era a primeira vez que ele fazia isso, que ela já tinha conversado com ele, enfim, e que ela era contra o implante coclear. A própria mãe dele… Que ela jamais faria. Roseli, diante de Sueli, não se aguentou ali, começou a chorar e a Sueli falou: “Olha, me desculpa, mas eu vim te falar, eu espero que eu tenha conseguido te contar antes que você dê qualquer dinheiro pra ele”. 

Roseli se despediu ali de Sueli, foi pro banheiro, enfim, chorou, as amigas do banco foram lá e ela acabou contando, né? Enfim… E uma das amigas falou: “Mas será? Será que não é vingança de ex—namorada? Será que? Sei lá, ela não quer acabar com o relacionamento de vocês?” e uma outra amiga dela — vamos dar um nome para essa amiga? “Tatiana” —, Tatiana falou: “Roseli, a gente está chegando em época de Copa. Você não quer testar se ele é surdo, se ele não é surdo? Porque ele falou para você que ele é surdo, completamente surdo, não falou?”, “Sim”, “Pega uma corneta, a hora que ele estiver dormindo na sua casa” [risos], isso é muito errado. “E sopra a corneta no ouvido dele”. — Gente, isso é errado em tantos níveis… — Roseli, que não tinha pensado em mais nada, falou: “Eu vou fazer isso”, foi lá, comprou tipo uma vuvuzela. [risos] Comprou uma vuvuzela, escondeu no guarda—roupa e ele foi pra casa dela, ela inventou ali uma dor de cabeça, alguma coisa pra não transar com ele, porque ela não queria mais e ele foi dormir. 

E geralmente era tudo silencioso, porque, né? Enfim… A Roseli viu que ele estava dormindo realmente pesado, pegou a vuvuzela. — Gente, isso é muito errado, né?— [efeito sonoro de vuvuzela] [risos] Este homem pulou, quase grudou no teto de tão alto que ele pulou. Talvez esqueceu, não sei, né? Saiu do personagem e ele começou a xingar a Roseli. “Você é louca? O que é isso?”, normal assim, né? Falando sem nenhuma dificuldade. E ele se apresentava como uma pessoa com dificuldade na fala justamente por não ouvir. — Então até isso ele tinha aprendido vendo a mãe dele, né? E usado uma questão da mãe dele para dar golpe nos outros. — Roseli começou a bater palmas, falou: “Parabéns… Olha, não precisa nem do implante mais, voltou a ouvir. [risos] Tá falando”. Ele começou a xingar muito, ficou muito nervoso, botou a roupa… Olha o perigo, né? De repente ele ficar agressivo e tal e saiu xingando a Roseli. E a Roseli falando várias barbaridades e ele respondendo as barbaridades, então ele estava ouvindo. 

E ela falou: “Olha, eu ia te dar o dinheiro e tal”, porque nesse ponto, ela já tinha falado para ele que ia dar o dinheiro, porque já estava quase tudo certo no banco, ia dar certo. Ela tinha medo de falar antes, porque podia não dar certo, mas agora ia dar certo. Então, ela fez um jantar um dia lá e tinha falado para ele, e ele chorou e falou que depois do implante, enfim, “eu vou poder ouvir a sua voz”, que não sei o quê. Olha o cara, gente… O cara mentindo, fingindo que é surdo, como que pode? Como pode? E a Roseli lá aprendendo Libras, que também foi super útil, importante. Mas, enfim, né? Ela tava aprendendo por causa dele. Enquanto ele saía do apartamento ali xingando, ela ficou assoprando a corneta. [risos] Ai meu Deus do céu. [risos] E ele sumiu, sumiu… Roseli inconformada, ela tinha ficado com o contato ali da Sueli, que era ex. Inconformada, ela falou: “Você me dá o endereço da mãe dele? Eu quero ver a mãe dele, eu quero conhecer. Ele nunca me levou pra conhecer nem a mãe”. 

Eles estavam, sei lá, mais de seis meses juntos, né? Foi e, assim, encontrou uma senhora que realmente era surda, totalmente assim, cansada das trambicagens do próprio filho. Ela falou: “Eu não sei mais o que fazer com ele”. Ele não estava em casa e Roseli também depois desistiu, né? Porque efetivamente, nela, ele não aplicou nenhum golpe, né? A outra moça, Sueli, tinha até processado ele, enfim, mas a própria Sueli falou que até então não tinha dado em nada. E a Sueli, o projeto de vida de Sueli, era sair avisando as novas namoradas do cara, como ela avisou a Roseli. Então, assim, ela tava meio que obcecada ainda pelo cara, né? Porque pra você poder avisar a nova namorada do cara, você tem que meio que seguir o cara, ou sei lá, né? Descobrir com quem que ele tá, né? Então, também não é saudável para a Sueli. 

Roseli demorou muito tempo pra se recuperar, porque o cara era muito legal, muito doce… Chegando a Roseli a pensar em procurar o cara e tentar namorar com ele de novo, mesmo sabendo dos golpes, de tanto que ela ficou apaixonada nele, mas depois, enfim, tirou essa ideia da cabeça. E mesmo com terapia, ela me disse: “Andréia, eu não superei, assim. É uma coisa que quando eu lembro da gente, do silêncio que era a minha casa com ele, eu comecei a gostar daquilo, sabe? E de como eu tinha que me comunicar com ele, de sempre tocar nele, né? Pra ele saber que eu tava ali”, então era tudo mais carinhoso. E ela falou, né? “Como será que ele conseguia fingir que ele não tava ouvindo nada? Porque era muito perfeito, assim. Às vezes eu esquecia que ele não ouvia e falava as coisas, mas ele em nenhum momento olhava pra mim”. 

Então o cara é treinadíssimo, né? No trambique, porque ele realmente não tinha nenhuma deficiência auditiva. Nenhuma, nada. A própria mãe dele tinha falado para a Sueli e voltou a falar para a Roseli que ela tinha deficiência auditiva, ela era uma pessoa com deficiência auditiva, ele não. Até onde vai o golpe, gente? Até onde vai o golpe? Aí, eu lembrei de uma história que a minha tia Margarida e meu tio Zua contavam de um cara que ficava na Oliveira Lima, que era o ceguinho. Todo mundo chamava… Péssimo, né? Mas todo mundo chamava ele assim, o ceguinho. E depois de anos, descobriram que ele não era cego, que alguém viu ele jogando futebol, tipo de várzea, assim. Eu lembro dessa história da minha tia e do meu tio contando essa história do ceguinho que ficava na Oliveira Lima e pedia dinheiro e tal. E muito tempo depois descobriram que ele não era cego. Oliveira Lima é um calçadão que tem aqui em Santo André, né? E ele convivia com os comerciantes, com o pessoal dali e tal e jamais você ia pensar que ele não era cego, porque ele ia com a bengala e tal, enfim, ninguém desconfiava.

Até que descobriram e aí também ele sumiu… Talvez foi aplicar o golpe em outro lugar. Pra mim é mais difícil, acho que trabalhar é mais fácil, porque se você parar pra pensar, ele não devia ganhar muito dinheiro ali, né? Pedindo auxílio no calçadão, né? E o esforço todo que você tem que fazer pra fingir que não vê. Eu acho mais trabalhoso do que realmente conseguir um emprego que ia pagar praticamente o que ele tirava ali, né? Questões. Bom, eu ia falar: “As pessoas não são capazes”, mas eu tenho roteiros de gente que fingiu câncer, enfim, outras doenças. Por que não uma pessoa fingir que tem uma deficiência auditiva, né? Então esse cara aí fingiu e usou a deficiência auditiva da própria mãe… O que vocês acham?

[trilha]

Assinante 1: Aqui é a Giovana, de São Paulo. Eu sou uma pessoa com deficiência auditiva, a minha deficiência é leve. Eu não tive questões com fala, nem com estudo… Acho que é um ponto interessante de trazer, assim, vi algumas pessoas no grupo comentando: “ah, mas não era surdo?”, “ah, mas o ceguinho?”, a verdade, gente, é que nem tudo é tão preto no branco, às vezes tem pessoas que têm graus, né? Pode ser que a pessoa não seja totalmente cega, mas elas têm uma deficiência baixa, né? Então, a baixa visão, ou eu, como tenho a deficiência auditiva leve… É claro que esse caso de golpe ele banaliza muito a nossa causa, mas é sempre bom prestar atenção nas nuances, né? A partir dessa história que todas as outras pessoas com deficiência devem ser julgadas pela mesma ideia, tá? Existem muitas nuances, a gente não é apenas um rótulo.

Assinante 2: Olá, nãoinviabilizers, eu sou Michely, falo de Pernambuco. Eu, como pessoa surda oralizada, fiquei indignada com essa história… Como é que alguém inventa uma deficiência pra tentar aplicar golpes? Isso me deixou furiosa. Quero aproveitar aqui para dar um recado a todos os ouvintes: que nós, deficientes, não precisamos ser consertados, o que nós queremos é acessibilidade e respeito. Apenas isso. O resto a gente consegue. 

[trilha]

Déia Freitas: Que tal cuidar da sua amiga assim como você se cuida? Aproveita que o Dia do Amigo está chegando e veja a listinha que eu separei de produtos de skincare da Hidrabene por até R$ 99,00. E nas compras acima de R$ 99,00, você ganha um gel de limpeza em tamanho real de 120ml. E não poderia faltar o quê? O quê? O quê? O nosso cupom: “PICOLE10” — tudo em maiúsculo, sem acento, o 10 em numeral —, você ganha 10% de desconto em todas as compras no site. — Exceto os kits que já tem lá os descontos dos kits, né? — E nas compras acima de R$150, você ganha frete grátis. — Hidrabene, minha amiga… Um beijo, Hidrabene, um beijo rosa para vocês. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]