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título: corpinho
data de publicação: 21/04/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #corpinho
personagens: cassandra e dona eva

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E eu já não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a minha amada, idolatrada, salve, salve, Hidrabene. — A marca cor de rosinha que eu amo. — A Páscoa passou e se você exagerou aí um pouquinho no chocolate, nos docinhos — amo —, a Hidrabene tem o skincare perfeito para você equilibrar a sua pele. A Hidrabene selecionou produtinhos essenciais de até R$50 para você manter aí a sua rotina de autocuidados sem pesar no seu bolsinho. Na seleção especial você encontra: protetor solar, lipstick hidratante, sabonete antiacne, hidratante facial, clareador corporal, água micelar e máscaras faciais. — E gente, muito, muito, muito, muito, muito mais, muito mais coisinhas. — Acessa agora o site: hidrabene.com.br e vai lá conhecer os vários produtinhos para sua rotina de cuidados diários. — E produtinhos que cabem no seu bolso, eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e no final tem sim o nosso cupom de desconto. — 

Então vai navegando: hidrabene.com.br enquanto você ouve o episódio e, ó, já garante aí o seu produtinho. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Cassandra. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Cassandra, quando ela tinha os seus 30 anos, agora está com 36, ela estava com uma vida bem confortável. Era só ela e a mãe, que a gente pode chamar aqui de “Dona Eva”, Dona Eva quando mais nova conseguiu comprar uma casa ali pelo governo, tinha terminado de pagar e como a casa estava muito velha, ela resolveu ir até a prefeitura dividir o terreno em dois. — Cassandra, sendo a única filha, ela botou metade no nome da Cassandra, então viraram dois terrenos ali. — E Dona Eva construiu uma casa na parte do terreno dela e deu a parte da Cassandra. Cassandra assim que começou a trabalhar, começou a juntar dinheiro para subir ali uma casinha para ela no seu próprio terreno. Já tinha um muro em volta — quando era um terreno único e quando Dona Eva separou em dois, ela fez o muro do meio e muro é caríssimo, gente… Falar para vocês que muro é caríssimo, ainda mais tem um barranco, uma parte, um arrimo… Olha… —

Cassandra se livrou de fazer o muro, então ela fez a casinha dela ali e com 24 anos Cassandra já estava morando na sua casinha simples, porém dela… Uma casinha espaçosa, dois quartos, com varanda, um quintal legal atrás, uma garagem na frente, um corredor lateral, enfim, ela seguiu ali mais ou menos a planta do que a mãe dela tinha feito também na reforma da casa, né? Dona Eva. Com 24 anos, Cassandra estava ali com sua casa própria, trabalhando na área de T.I., tirando uns três e meio, quatro mil — hoje ela já ganha em torno de dez, doze mil —, uma jovem já com uma vida estruturada. Com seus 26 anos, depois de terminar de pagar aquele material da casa e tal que ela parcelou em bastante vezes, ela comprou um carro. Com 29 anos o carro estava quitado. Chegando ali aos 30, Cassandra tinha sua casa própria, seu carro quitado, sem dívidas, um bom emprego e agora só faltava o que ela mais almejava, que era uma namorada.

Ela já tinha conhecido algumas garotas, já tinha apresentado uma ou duas para Dona Eva, mas nunca foi um relacionamento sério assim, e Cassandra achava que ela estava na hora de ter um relacionamento sério, encontrar alguém para casar e nã nã nã… Um dia, navegando pela internet, Cassandra conheceu uma moça… Começou a conversar com a moça, o papo bateu, uma querida e elas começaram a conversar bastante e Cassandra queria conhecer pessoalmente a moça e a moça falou que não se sentia bem para conhecer Cassandra pessoalmente. Cassandra ficou naquelas, “Mas por quê?”, ela falou: “Bom, como a gente está conversando bastante, eu vou falar para você… Eu sou obesa, eu estou na fila do SUS para fazer a bariátrica. Tô na parte agora que são as consultas psicológicas”. — O SUS tem um trabalho bem bacana em relação a isso, a fila é entre 1 e 2 anos para você fazer a bariátrica, mas é totalmente de graça, inclusive o acompanhamento pré e pós com psicólogo. Viva o SUS. —

E aí, essa moça tava nessa fila já para operar e fazer a bariátrica que ela queria tanto e a Cassandra falou: “Olha, não me importa a sua aparência, eu gostei de conversar com você, gostei de você. Eu queria te conhecer, né?”. E aí elas marcaram ali tipo numa praça, enfim… E a moça foi, elas conversaram bastante e a moça tinha muito essa questão da obesidade, né? Ela achava que quando ela fizesse a bariátrica, tudo na vida dela ia mudar. A bariátrica dela estava sendo adiada mais um pouco, porque a psicóloga estava tentando que ela entendesse que não era assim. — Não existe uma mágica de que você vai fazer a bariátrica e a sua vida vai mudar. Pode ser que pouca coisa mude, que você emagreça, mas que sua vida continue a mesma. Então você precisa estar com a cabeça boa também para operar e era isso que a psicóloga estava fazendo e era isso que ela estava comentando com a Cassandra, que ela não conseguia entender por que estava demorando tanto, enfim… —

Ficaram conversando, trocaram ali um beijo, só que a moça ela realmente estava muito obcecada por essa  bariátrica e ela preferiu ficar só conversando com a Cassandra pelas redes sociais depois desse encontro que elas tiveram pessoalmente. E a Cassandra gostou muito dessa moça, então elas ficaram conversando ali por redes sociais, meio que um namoro virtual por oito meses… Até que finalmente aconteceu a bariátrica da moça. Ocorreu a bariátrica, ela precisaria de um tempo ali para se recuperar um pouco, muito enjoo no começo, ela tentando comer como ela comia antes e passando mal. — E isso é muito perigoso, gente, muito perigoso… Tem uma conhecida minha e da Janaína que infelizmente faleceu por conta disso. Ela fez a bariátrica e aquela compulsão alimentar dela não tinha sido bem tratada, enfim, ela comeu muito e ela teve uma questão lá que a comida, não sei, estourou… Não sei o que aconteceu direito, mas ela teve uma sepse e morreu. Morreu… Então é muito sério que você que esteja querendo fazer bariátrica, cuide da sua cabeça e cuide também dessa questão da compulsão alimentar, porque o seu estômago não vai ser mais capaz de comportar aquela comida, mas a sua vontade de comer e a sua cabeça ali querendo comer continua a mesma. Então você precisa tratar muito bem isso antes, né? —

A moça teve um sofrimento ali nesse começo, mas depois engrenou. — Eram oito meses de conversa, teve a bariátrica e mais uns quatro meses, enfim… — Um ano depois, a moça topou encontrar novamente a Cassandra e, repare, esse um ano a Cassandra não saiu com ninguém, não esteve com ninguém, pensando na moça, né? Depois desse um ano que a moça, tinha conseguido o objetivo dela ali, ela aceitou se encontrar com Cassandra novamente e elas começaram ali um namoro. Uns dois meses depois, Cassandra já foi apresentar a moça para Dona Eva. Dona Eva, de cara, não gostou da moça porque a moça era daquelas que entrava… — Sabe quando a pessoa entra na sua casa e fala: “Nossa, essa TV deve ter sido caro, hein? Quanto você pagou nessa TV?”, “Nossa, esse sofá aqui é bom, quanto você pagou nesse sofá?”, sabe gente assim? Sem noção? Então a moça era assim, meio sem noção. — Primeiro ela foi na casa da Dona Eva conhecer a Dona Eva e depois a Cassandra levou ela até a casa da Cassandra, que é do lado, para conhecer e ela ficou encantada ali com a casa da Cassandra. 

Quis saber sobre o financiamento, quis saber sobre o carro… Que a Cassandra até então, como elas marcavam numa praça muito ali perto, nem tinha ido de carro, nada, né? Então, quando a moça viu ali, meio que o carro, as coisas da Cassandra, aí ela quis firmar o namoro. [risos] E aí eu pergunto pra você, Cassandra, o que a moça fazia nesse meio tempo? Ela trabalhava? Não. A moça vivia com a mãe e era a mãe que bancava as coisas da moça. Então aí eu te falo: Como que você vai namorar sério com uma pessoa que não tem nenhuma renda? Vai sobrar para você tudo. A partir do momento que elas começaram a namorar, a moça já não pedia nem dinheiro mais para a mãe, pedia para Cassandra. E a Cassandra achando ali: “Poxa, minha namorada” bancava tudo da moça. A moça começou a emagrecer, na época a Cassandra acha — porque ela nunca revelou o real assim, que a moça pesasse uns 180 quilos — e esse processo de emagrecimento inicial foi muito rápido, então aquelas roupas que a moça tinha de antes da bariátrica já não serviam mais e não dava para apertar, gente, tinha que comprar umas roupas novas.

Então, a Cassandra começou a comprar umas roupas, mas era aquela coisa também, não podia comprar muita coisa porque ela estava no processo de emagrecimento e ia com certeza emagrecer mais, né? E isso foi um ano assim, nessa mudança de guarda—roupa… Então comprava roupa, perdia, comprava roupa, perdia e sempre quem comprando roupa era Cassandra. — Cassandra bancando a moça. — A moça então saiu do 180 para uns 120 quilos. — Quando ela chegou nos 120 quilos, a moça falou: “Agora eu quero morar com você.” — Porque era sempre a moça que estipulava as coisas. — Você trabalha, meu anjo? Não. Então não dá para morar junto, né? A Cassandra falou: “Tá bom”, e aí a moça agora tinha ido morar com Cassandra e começou a falar com a Cassandra, que ela estava feliz com a Cassandra, mas ela não estava feliz com o corpo… Por que o que aconteceu? De 180 para 120 quilos você perdeu ali 60 quilos, então assim, a sua pele não dá conta de voltar tudo. A moça precisava fazer uma cirurgia de remoção de pele, principalmente aqui na área de cima, assim, dos braços, seio, barriga… As pernas não foram tão afetadas, até que voltou legal, enfim, e ela queria porque queria fazer essa cirurgia. 

E quando você faz a bariátrica pelo SUS, você tem um acompanhamento pós que também te propicia a cirurgia plástica, só que é aquela coisa: tem uma fila e você precisa continuar fazendo esse pós, principalmente a questão psicológica… E a moça fez o quê depois da bariátrica? Abandonou esse programa do SUS. Então aí você também, você sei lá, você vai ter que entrar numa fila de cirurgia plástica normal, não por aquele programa que você estava antes. Com Cassandra bancando casa, bancando consultas da moça que agora ela queria ir em médicos particulares, bancando tudo, ela se viu ali pressionada pela moça a bancar essas cirurgias plásticas. — Aqui a gente pode dizer: “Mas era só a Cassandra falar não”, mas a gente sabe como é quando você está envolvido, você está amando e nã nã nã… — Ela passou por uma médica cirurgiã plástica que estipulou aí que teria que ser feito pelo menos 3 cirurgias ali. Só que a médica, muito sensata, falou: “Olha, você está ainda em processo de emagrecimento… Não compensa você mexer nessa pele agora… Você está com 120 e a sua meta é o quê? 80? Então você precisa perder mais esses 40 quilos para aí a gente fazer essa cirurgia. Se você perder pelo menos 35 eu sei que uns cinco de pele a gente vai tirar. Então você tem essa meta, né? Perde mais 35 quilos e aí a gente começa a organizar essas cirurgias plásticas”.

Primeiro faria o abdômen — que era a maior questão ali — e depois faria braços e seios numa segunda cirurgia e, numa terceira cirurgia ali, o que sobrou de pele nas costas. — Então seriam três cirurgias e, gente, caríssimo… Caríssimo, caríssimo. — Cassandra, que agora estava ganhando até bem melhor, começou a guardar dinheiro para pagar essas cirurgias, mas antes a moça tinha que perder esse peso. Então a Cassandra passou a pagar um personal para a moça e uma nutricionista… Pra moça chegar ali no peso que ela queria para poder tirar a pele. Uns seis, sete meses depois, a moça chegou no peso… E aí a Cassandra só tinha dinheiro para uma cirurgia, mas pelo que a médica disse ali tinha que ter um intervalo de uns seis meses de uma cirurgia para outra, era o tempo dela ir juntando e, nisso, Dona Eva já estava de cabelo em pé, porque assim, a Cassandra não fazia nada por ela mais. Já estava com um empréstimo e tudo para fazer os gostos aí dessa moça.

Primeira cirurgia de remoção de pele ali do abdômen marcada, foi feita e ficou ótimo assim… A recuperação a Cassandra que teve que cuidar da moça, enfim, cuidou, fez tudo o que precisava fazer e a moça foi recuperando… E, pra segunda cirurgia, a Cassandra não tinha dinheiro, gente, não tinha dinheiro e já estava pagando o empréstimo e a moça ficava, né? “O que adianta ter feito barriga se eu não vou fazer os seios e não vou fazer o braço?”, porque as costas é aquela coisa, ela podia, sei lá, fazer depois… E aí eu fico pensando, eu falei para Cassandra: “Essa moça não podia nem trabalhar de telemarketing? Qualquer coisa” e não… Mas ela não queria, a moça não queria, a moça não trabalhava e a Cassandra falou que chegava em casa e ainda tinha que fazer as coisas de casa, porque ela só ficava no celular. — Gente… — A moça fez que fez depois desses seis meses da cirurgia do abdômen e a Cassandra resolveu vender o carro para pagar essa segunda cirurgia, que seria dos seios e dos braços da moça. Vendeu o carro… Dona Eva já enlouquecida, mas é aquela coisa… O dinheiro é da filha, ela faz o que ela quiser, né? 

Foi lá, vendeu o carro e pagou a cirurgia de peito e braço da moça. E agora, finalmente a moça estava do jeito que ela queria estar, né? O corpitcho ali do jeito que ela queria. Corpíssima, corpinho… Contando todo o tempo, ela já estavam morando juntas há uns três anos. A moça fez a cirurgia, estava com o corpinho ali do jeito que ela queria e faltavam as costas, mas é aquilo… A Cassandra falou: “Agora que você está do jeito que você quer, você arranja um trabalho e junta para fazer as suas costas. Eu não tenho mais fôlego… Eu preciso pagar o empréstimo, depois quero comprar um carro, enfim”, tava só com dívida. E agora a moça não arranjou um emprego, mas ela começou a sair bastante… Cassandra trabalhando em T.I não tinha muito horário e às vezes ela chegava e moça não tava e ela saia e a moça não tava… E aí ela perguntava para a moça e a moça falava que tinha dormido na mãe. Mais um tempo depois que a moça já estava com seu corpinho, a moça mandou uma mensagem para Cassandra dizendo que estava indo embora… Estava voltando para casa da mãe porque, pasmém, até então Cassandra trabalhava no mesmo ritmo sempre para poder pagar tudo para a moça, porque estava se sentindo muito sozinha, porque Cassandra não parava em casa, só trabalhava.

Trabalhava para sustentar quem, meus anjos? Quem? Ela voltou pra casa da mãe, numas de que “continuaremos namorando”. Só que quando ela voltou pra casa da mãe, ela meio que bloqueou a Cassandra das coisas ali do Instagram, sabe? Restringiu a Cassandra no Instagram e ela descobriu esse tempo todo que a moça tinha ali uma conta no Twitter e que conversava com várias moças… E quando ela descobriu a conta, ela mandou um print pra essa moça e essa moça botou cadeado na conta, então a Cassandra não conseguia ver mais nada, enfim… Terminado o relacionamento, uns dois meses depois, um advogado procurou a Cassandra para fazer um acordo porque, segundo a moça, elas tinham uma união estável e a moça saiu de lá sem nada e estava sem trabalhar e sem renda. Cassandra arrumou uma advogada e a advogada falou: “Olha, é melhor você fazer um acordo, pagar um ano de pensão que seja para essa moça do que entrar num processo maior, porque realmente ela vai ter direito as coisas que você adquiriu depois que vocês foram morar juntas e tal”. 

E chegaram num acordo ali, Cassandra teve que pagar ainda 12 parcelas pra moça de mil reais. — Tipo uma pensão, um acordo, sei lá o que foi isso, né? — A moça arrumou uma outra namorada que bancava ela também, só que não durou esse namoro e Cassandra ficou ali meio deprimida e foi seguir a vida dela, querendo não namorar por enquanto por causa do trauma que ela estava por causa dessa menina e elas perderam contato. Tem uns dois meses, Cassandra estava numa balada quando ela sentiu um cutucão… Que ela vira, é a moça… Só que a moça não estava mais com aquele corpo pós plásticas, a moça estava de novo gorda e Cassandra até tomou um susto e falou: “Não pode ser, eu paguei para tirar toda aquela pele, aquela, aquela gordura que sobrou, enfim, como que voltou tudo?”. Cassandra não sabe como, a moça não está com 180 quilos, mas provavelmente voltou ao seus 100, cento e poucos quilos — como eu tinha dito lá atrás, a moça tinha abandonado o acompanhamento psicológico do SUS que ela tinha direito após a bariátrica e tal —, estava nessa balada, cutucou ali Cassandra como se elas fossem a amicíssima — como se não tivesse ameaçado Cassandra de processo e Cassandra tido que pagar ali uma pensão de um ano —, abraçou, tentou beijar Cassandra e, desde então, persegue Cassandra nas redes sociais…

Manda entregar coisas na casa de Cassandra, tenta voltar… Porque só com Cassandra ela foi feliz… — Óbvio que Cassandra não vai voltar. — Ela quis dizer que quando ela largou Cassandra, ela meio que deu uma descambada na vida e por isso que ela engordou de novo, que ela sabia que com a Cassandra ela ia voltar a ficar regrada, que ela ia emagrecer de novo e que talvez ela precisasse de mais uma cirurgia… — Olha isso, gente… A moça querendo voltar para fazer mais cirurgia… — A Cassandra acha que a moça chegou no peso ideal e depois não manteve, não fez uma manutenção e engordou uns 40 quilos, 45 quilos a mais… Óbvio que não voltou ao ponto quando se conheceram, mas enfim, né? E queria voltar… Até hoje enche o saco da Cassandra. Dona Eva: “Cassandra, pelo amor de Deus, né?”, ela falou: “não, mãe, não vou voltar”, mas a moça tá toda hora se declarando, falando que ama, que se arrepende… E eu acho que realmente pode ter sido isso mesmo, porque do nada, não do nada, mas depois de alguns anos ela se viu ali com um corpo padrão que ela podia alcançar coisas que quando ela estava gorda ela não conseguia.

Então, eu acho que isso mexeu realmente com a cabeça dela, né? E pode ser que realmente agora ela esteja arrependida, mas a Cassandra não quer mais bancar isso. Todo direito da Cassandra. Pela Cassandra não querer voltar com ela, não dá ideia, não dá abertura, agora ela fica falando que a Cassandra é gordofóbica. — Como assim? Cassandra conheceu ela no auge do peso, 180 quilos, quis namorar com ela, namorou com ela sempre a hora que a moça quis, mesmo depois da bariátrica, ainda demorou a perder peso e tal, que elas foram morar juntas… Enfim, agora ela chama a Cassandra de gordofóbica porque a Cassandra não quer voltar com ela. É mole? É mole? Como pode ser tão folgada? — E, detalhe, jamais trabalhou… Voltou a viver ali às custas da mãe. E quando essa mãe partir? Essa moça vai viver do quê? Jamais… Eu não consigo entender gente que passa dos 30 anos sem jamais trabalhar. Jamais trabalhou. E a mãe dela é da classe trabalhadora, não é uma mãe rica, nada… É uma mãe da classe trabalhadora. 

Como pode? Então a moça quando ficou com o corpinho que quis, largou Cassandra. Agora voltou querendo cirurgia e querendo coisa e Cassandra não quer e ela chama Cassandra de gordofóbica. O que vocês acham? 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, aqui é o Emídio da cidade de Batatais, São Paulo. Cassandra, não dá para dizer que você não foi avisada, né? Meio que desde o início dava para ver o que ia acontecer. Você sabe disso, foi você que escreveu tudo o que a Déia contou, não é esse o problema. Mas, por outro lado, eu consigo te culpar? Não. Você viu nessa moça a possibilidade de amar, a possibilidade de conseguir aquilo que você estava sentindo falta… Você é batalhadora, você construiu tudo o que você queria, então você tentou construir essa moça também… E está tudo bem, sabe? Eu detesto que tenha sido desse jeito, mas pelo menos agora você sabe quais são seus limites, você cresceu como pessoa, quais são seus valores e você vai conseguir se estabelecer. Ela não, porque essa moça não tem nada… Essa moça não tem nem ela mesma. Portanto, vai viver e vai ser feliz e bloqueia ela. Se puder, faz uma medida protetiva, porque essa moça come sabão em pó para cuspir espuma nos outros. 

Assinante 2: Oi, nãoinviabilizers, aqui é a Gabriela, eu falo de São Paulo. Eu sei que essa opinião da Déia de que a gente não deve começar um relacionamento ou morar junto com alguém que não tem uma renda própria traz bastante discussão, mas eu concordo muito, porque a gente não está aqui falando de uma pessoa que acabou de perder o emprego e está se virando, está procurando outra coisa ou de um relacionamento estabelecido em que, quando essas coisas acontecem, as duas pessoas se ajudam, né? Uma relação de parceria. A gente está falando de situações que você vê que a pessoa não está procurando um emprego, não está procurando uma renda própria, tá ali de certa maneira, se aproveitando de você e a gente percebe isso. Então, vamos ter cuidado com esse tipo de circunstância pra gente não ser ONG nem de macho e nem de ninguém, né? Sobre a gente proteger o nosso próprio patrimônio e procurar relações em que há uma troca, há uma reciprocidade, uma parceria, inclusive financeira. Um beijo. 

[trilha] 

Déia Freitas: É isso, né? Você exagerou na Páscoa e então a Hidrabene preparou uma seleção muito especial de produtos para equilibrar a sua pele. E o melhor: Na seleção tem produtos de até R$50, perfeitos e sem pesar no seu bolso. Você encontra desde protetor solar até máscaras faciais e você ainda ganha frete grátis nas compras acima de R$150 e mais 10% OFF em produtos unitários — exceto kits — usando o nosso cupom: “PONEIBENE10” — amo, [risos] cupom “poneibene10”, escreve assim: “poneibene” tudo junto, maiúsculo e o 10 em numeral. — PONEIBENE, eu amei esse cupom. — Hidrabene, obrigada por tudo, eu te amo. — Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]

Eu acho que essa coisa de cirurgia bariátrica mexe muito com a cabeça das pessoas, realmente, mas ninguém é obrigado a bancar ninguém, né, gente? Parem… Sem trabalhar, gente, não dá… Põe a pessoa para vender uma pipoca que seja, que é um trabalho digno, honesto, mas gente, não, sem nada, sem nenhuma renda, não tem condição… Não bota gente dentro da sua casa, assim, é mais um fardo para você. E, ó, teve até que pagar pensão. Você precisa ter o seu próprio emprego, o seu próprio dinheiro, principalmente você, moça, para você não ficar dependente financeira de um homem. E aí, um dia você quer acabar esse relacionamento, você não tem como… Você também, rapaz, que trabalha aí para ter suas coisinhas também não vai bancar a moça. Fala pra moça: “Moça, precisa trabalhar. Vamos trabalhar nós dois, conquistar as coisas nós dois”. Então, moça, rapaz, moça com moça, rapaz com rapaz, todo mundo tem que trabalhar, tá bom? É isso, é a vida. Um beijo. Trabalhem, por favor.