título: criança
data de publicação: 01/10/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #crianca
personagens: carmen
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um Luz Acesa. E hoje vou contar para vocês a história da Carmem. — Na época era uma jovem casada, ela ia completar ainda seus 20 anos. — Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Carmem — hoje uma senhora — nessa época, as garotas casavam muito cedo e logo engravidavam… — O bacana era isso, né? Já casou, engravidou, já tem filhos, uns dois, três, enfim… — A Carmem casou, não casou bem… Depois ela foi vendo que o marido dela era um péssimo homem, mas ela já estava casada, então ela queria ter filhos. Só que Carmem não engravidava. — Ela não engravidava… — E aí o cara começou a pressionar, né? “Poxa, a gente está casado e a gente não tem filho, você não engravida”, foi ficando difícil para Carmen a pressão que esse cara fazia todo dia perguntando se ela estava grávida. — A Carmen não sabe dizer se existia máquina de lavar ou se só ela não tinha acesso, acho que provavelmente existia… — Então ela lavava todas as roupas à mão, né? E era o momento que ela conversava com Deus e pedia: “Poxa, todas as minhas amigas já estão casada, com filho, por que eu não?” e ela conversava nessa hora que ela estava lavando roupa, eles moravam numa casa simples de bairro, a casa dela não tinha portão, mas também ninguém entrava, enfim… — E ela estava lá lavando roupa e conversando com Deus e ela foi se revoltando. —
Carmem não lembra bem como foi que ela que ela falou isso, mas foi um dia que ela estava muito revoltada, que ela resolveu que ela não ia mais pedir nada para Deus, não ia pedir mais nada para ninguém e ela estava muito brava mesmo ali lavando roupa e ela falou: “O que eu tenho que fazer para ter um filho?”, ela não não pediu para nenhuma força oculta, nada, porque ela a mãe dela falava: “Olha, se você pedir alguma coisa pro coisa ruim”, a mãe dela chamava de “coisa ruim”, né? “Se você pedir algo para o coisa ruim, ele aparece, ele vem”, mas ela tem certeza que ela não pediu, ela só questionou o que ela precisava fazer para ela ter um filho. E depois disso ela ficou quieta ali, brava, lavando roupa. Nisso — como eu disse, a casa dela não tinha portão e o tanque era lá atrás — entrou uma criança pela lateral do quintal e foi até a Carmen… Era uma criança de mais ou menos uns cinco, seis anos, uma menina e falou: “Oi, Carmen”. — Quando eu era criança, eu não lembro de chamar as pessoas pelo nome, talvez só assim: “Ah, Dona Julieta”, as pessoas que a gente conhecia, mas gente desconhecida, sei lá, acho que ela falava “oi, tio”, “oi, tia” ou só “oi”, não sei… —
A Carmen olhou, ela conhecia as crianças ali da rua, né? Virou e falou: “oi, criança”, “Oi, quem é você? Quem é sua mãe? Você entrou aqui? Você quer brincar no quintal? Pode brincar, né?”, porque às vezes acontecia isso, caía uma bola ali, enfim, né? E aí a criança ficou ali, parada, do lado do tanque, sem falar nada. Carmen terminou de lavar ali as roupas, incomodada um pouco com aquela criança e pensou em chamar a criança para tomar um refresco dentro de casa, mas algo apitou na Carmen que ela não convidou e ela falou para a criança: “Olha, eu preciso entrar pra fazer as coisas, é melhor você ir para a sua casa” e a criança ficou paradinha ali, assim, meio felizinha assim, pra Carmen… — Sabe quando… A Carmen falou: “É um rostinho de satisfação, sem sorriso, assim, só uma carinha de satisfação”. — Sem falar nada… E a Carmen falou: “É melhor você ir” e a criança virou, foi andando bem devagarinho… — Ela estava atrás da casa, então você virava a esquina ali, tinha toda a lateral da casa para você andar e depois virar mais um pouco para sair pelo portão e a criança virou… —
A Carmen foi atrás para ver se realmente ela ia embora, né? Quando ela olhou, que ela virou ali onde a criança virou, que tinha toda lateral da casa para a criança andar, não tinha criança e não tinha como ela correr, porque como eu disse, o muro baixinho, a Carmen ia ver, né? E aí a Carmen falou: “Bom, só se ela correu, se escondeu, entrou em casa”, né? E aí a Carmen foi olhar e não achou essa criança de jeito nenhum. Carmen ficou cismada e ficou brava… — Ela estava brava, né? Ela não entendia porque só com ela, apesar do marido dela ser péssimo, era o marido dela, então ela queria ter a vida que todo mundo estava tendo ali naquela época, né? — E ela passou alguns dias ali fazendo o serviço de casa e tal, ela não trabalhava, brava… E outro dia ela estava ali lavando roupa e a criança veio de novo: “Oi, Carmen”, não era nem Dona Carmen, nada. “Oi, Carmen”.
Carmen respirou fundo, olhou para aquela criança e falou: “Menina, de onde você é?”, e aí a criança virou para Carmen e falou assim: “De onde que você acha que eu sou?”, Carmem ficou olhando aquela criança tentando lembrar: “Filha de quem?” e ela falou “Eu não sei de onde você é, o que você quer aqui?””. A menininha virou para Carmen e falou: “Olha, eu não quero nada, você que quer… Você não quer um bebê?”, gente? A Carmen meio que perdeu o ar, ficou olhando para a criança e a criança falou: “Eu posso ser o seu bebê. Você me aceita como seu bebê?” a Carmen, não pensando em nada sobrenatural, falou: “Eu não posso aceitar como bebê, você já nasceu e você tem uma mãe… Ou você não tem mãe?”. A criança deu uma risadinha e falou para ela: “Não, eu não nasci… Se você quiser, eu entro aqui” e botou o dedo na barriga da Carmen, “e aí eu vou ser o seu bebê”. Quando o dedo daquela criança encostou na barriga da Carmen ali, tipo área do útero ali, a Carmen sentiu uma coisa muito ruim, assim… E ela afastou e falou: “Não, eu não quero você como bebê”. A criança riu, virou, saiu correndo… A Carmen não foi atrás para ver se a criança ia desaparecer ou não ia, porque ela estava com aquela sensação do dedo da criança ali na barriga dela, no útero dela, sei lá. Uns dois dias depois, a Carmen passou muito mal… — Ela não sabia se era uma dor de estômago ou uma cólica. Muito, assim… Ela passou muito mal. —
Ela começou a sonhar que ela subia uma escada que tinha muito lodo e ela ficava escorregando aquela escada e ela estava tentando subir para fugir de alguém e, na cabeça dela, ela estava fugindo daquela criança, mas quando ela olhava, não era uma criança, era como se fosse um homem muito forte e com uma pele com uma textura estranha, assim, que ela não sabe explicar e com uma cor… A cor que ela me falou: “Andréia, sabe doce de abóbora desses em forma de coração? Que é um laranja escuro, quase um vermelho? Ele tinha pele, ele era assim, não tinha chifre, não tinha nada. Eu via muito pouco ele, assim, mas eu via ele no meu sonho, ele estava correndo atrás de mim” e ela doente, tomando chá só, nem nem tinha ido ao médico, nada, e tendo esses sonhos. Ela ficou um tempo sem sair no quintal ali, ela estava doente, então não lavou roupa, nada, o marido dela pouco ligando para ela e, um dia, pela janela, ela ainda doente, ela viu essa menininha olhando e aí ela pediu para Deus. — E, naquele momento, ela falou: “Andréia, eu percebi que aquela criança não era uma criança, era um demônio. Na época eu achava que sei lá, só existia Deus ou o diabo e depois eu fui entender que existem intermediários tanto de Deus quanto do diabo, e eu tenho certeza que aquela criança não existia como uma criança viva e que ela era um intermediário do diabo”. —
O casamento dela acabou aquele ano, porque realmente o cara queria filhos e ela não engravidou, então ele largou ela. — Já tinham uns três anos que ela estava casada. — E era uma época que a Carmen ficou muito abalada, tipo, sei lá, “fui largada, sabe, pelo meu marido”, e aí ela rezava pra Deus pedindo outro marido… Só que agora ela pedia um marido que já tivesse filhos, porque depois desse dia que a menininha encostou o dedo na barriga dela, a Carmen tinha medo de engravidar e ser um demônio, alguma coisa assim… — Então ela nunca… Ela não quis mais ter filhos, ela queria encontrar um marido que tivesse filhos. — Um tempo depois ela conheceu um viúvo que tinha duas crianças pequenas e a Carmen criou essas duas crianças como se fossem filhas dela. = Eram filhas dela, né? Porque ela criou, enfim. E a gente pode dar um nome pra esse marido, a gente pode chamar ele de “Jorge”. — O Jorge era um homem muito bom, as crianças também eram muito boazinhas, pequenas, e a Carmen foi morar com o Jorge. — Ele era viúvo, podia casar, mas ela não tinha o desquite ainda, né? O marido dela, tipo, sumiu no mundo. —
Quando ela foi largada ela nem conseguiu voltar para casa dos pais, porque o pai dela não aceitou, enfim, foi morar de favor com alguém, então ela foi morar com o Jorge. E, por muitas vezes, muitas vezes, ela viu a mãe das crianças na casa. — Ela fazia visitas, assim, tipo aniversário de uma das crianças, a mãe aparecia… E aí a Carmen falou que era totalmente diferente… A gente pode dar um nome para essa mãe, vamos dar “Eloísa”. — E a Eloísa aparecia, fazia um carinho nas crianças e ia embora… Ela falou que era uma sensação muito diferente do que ela tinha vivido com aquela criança, né? Que ela sabia que era um espírito e que ela via que era uma coisa boa, que era só uma visita, assim, e muitas vezes que a Eloísa veio ver os filhos, em datas assim, aniversário, enfim, poucas vezes no ano, mas ela vinha… Ela olhava com muita ternura pra Carmem, então era muito bom para Carmem. E agora, Dona Carmen, que por mim vai viver ainda muitos anos, mas ela é uma senhorinha… Ela falou para mim: “Andréia, quando eu morrer, eu quero que a Eloísa venha me buscar, porque ela é muito calma. Ela é muito… Ela é um espírito muito bom, assim, eu quero que ela venha me buscar”.
O Jorge já é falecido e, na época, ela não viu, a Eloísa não apareceu pra buscar o marido, ou se apareceu ela não viu, enfim… Mas ela fala isso, se ela morrer, ela queria que a Eloísa viesse busca—la. E aí a Dona Carmen me falou uma coisa que eu fiquei pensando também, é uma dúvida que ela tem, porque mesmo ela não querendo filhos, ela nunca se preveniu com o Jorge e ela nunca engravidou… E ela acha, porque depois que aquela menina, aquela criança botou o dedo na barriga dela e ela viu que era uma coisa ruim, que aquela criança realmente, sei lá, era um demônio, ela acha que o útero dela secou… Como ela não aceitou aquele bebê, que sei lá, quando botou o dedo nela, alguma coisa fez, porque ela nunca engravidou… Ela também não queria, né? Mas ela achava curioso isso, assim, porque ela nunca engravidou. Ela fez exame, sei lá, de rotina e essas coisas, mas nunca foi a fundo pra saber se ela podia engravidar… Nunca apareceu nenhum problema, tipo: “ah, você tem problema no útero ou no ovário”, não… Mas ela nunca engravidou, então ela acha que de alguma forma aquilo afetou realmente, porque logo depois ela ficou bem doente e tinha muita cólica, ela não sabia se era estômago, se era útero… Então, será? Eu acho que pode ser uma coincidência também, né?
Mas essa é a história da Dona Carmen, que viu tanto o que ela acha que era um demônio, né? Disfarçado de criança e depois viu a mãe dos filhos que ela criou, né? A Eloísa visitando de vez em quando ali a família. O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, gente, meu nome é Ana Júlia, eu falo do Rio de Janeiro. Essa história me deixou toda arrepiada porque eu já tinha experiências muito parecidas… Se eu tivesse que dar um conselho pra quem ora ou pede alguma pra Deus, seria: façam isso em pensamento, não falem o que você deixa ou o que vocês tem medo. Orem voz alta apenas pra pedir proteção pra si ou pra sua casa ou pra agradecer as vitórias já recebidas. Medos e desejos a gente jamais verbaliza, Deus escuta tudo o que você pensa, não precisa falar… Quando você fala, todo mundo ouve, mesmo que você pense que tá sozinha.
Assinante 2: Oi, nãoinviabilizers, tudo bem? Aqui é a Lidia, tô falando da Alemanha. Carmen, tem tantas camadas nessa sua história, eu achei, a primeira coisa que não tem nem o que discutir, meu amor, você tem uma mediunidade, sem dúvida, tanto auditiva quanto visual. Essa entidade que você viu, às vezes elas tomam forma de criança, mas na verdade, são espíritos ou outras, como eu disse, mesmo entidades que não necessariamente são jovens. E aí é que a gente tem que tomar cuidado, né? Eu acho que você fez certo, você seguiu sua intuição nas suas decisões. E sobre você também ver a esposa, né? Do seu ex—marido, nossa… E se dar bem com ela? Isso é o que a gente chama de “afinidade de almas”. Nossa, é uma história muito complexa, mas muito obrigada por ter enviado.
[trilha]Déia Freitas: Comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis. Um beijo e eu volto em breve.
[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]