título: curativo
data de publicação: 06/02/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #curativo
personagens: kléber
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. E hoje eu vou contar para vocês a história do Kléber. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Kléber tinha um trabalho que ele passava três semanas no Brasil, uma semana no Chile e era tranquilo… Ele tinha uma noiva e ela sempre levava ele no aeroporto, enfim, era um namoro ali ótimo… E sempre que o Kléber vinha do Chile, ele trazia algum presente, algum mimo, tanto para a mãe dele quanto para a namorada. E ela sempre ficava feliz, animada, buscava ele no aeroporto, enfim… Na época também, o Kléber já estava formado, já tinha até uma pós e a namorada dele, a noiva dele, estava terminando ali a faculdade. Terça feira que era um dia que ela tinha umas aulas mais importantes que ela nunca faltava, ele tinha o futebol dele com os amigos. — Então terça-feira era o dia que eles não se encontravam, ele ia para o futebol, tranquilo, fazer as coisas dele e ela tinha essas aulas importantes de terça-feira. — E era sempre assim, nunca teve nenhum problema, essa noiva nunca reclamou do futebol que o Kléber ia, nada assim… Eles tinham um namoro muito bacana de parceria.
Um dia Kléber foi ao futebol, voltou pra casa, mandava mensagem pra ela e tal… E tinha sido um dia que ela tinha ido também na faculdade normal, então ele sempre perguntava se ela tinha chegado bem, né? Ela tinha carro, se tinha voltado, se estava tudo bem, enfim, deram boa noite ali e o Kléber entrou num grupo dele ali no WhatsApp de amigos. Uma parte ia no futebol e outra parte não gostava de futebol e às vezes se encontrava em algum bar pra tomar uma cerveja. Nesse grupo tinha algumas fotos de uma galera que passou no bar e não ficou e depois foi pro futebol, enfim, ali eles passavam fotos zoeira deles ali, do grupo, né? E eram um grupo de seis caras. E ali numa das fotos o Kléber ficou intrigado. Por que ele ficou intrigado? Na mão de um dos amigos dele que estava ali fazendo uma brincadeira com um copo de cerveja, no dedo do cara tinha um curativo e esse curativo acendeu ali uma luz vermelha piscando enorme na cabeça do Kléber. — Talvez não só uma luz, né, Kléber? [risos] —
O que era aquele curativo na mão do cara e por que isso acendeu uma luz na cabeça do Kléber? O Kléber, nessas viagens que ele fazia a trabalho, sempre trazia uma coisinha ou outra pra mãe e pra namorada e, numa das viagens, ele tinha trazido uns Ponei-Aid — uns curativos, assim — estampadinhos, bem diferentes… Kléber pensou: “Tá bom… Pode ser que tenha no Brasil”, mas era uma coisa muito específica, tipo assim, curativos com estampinhas de lhamas, vamos botar assim… — Não era lhama, mas era uma coisa muito específica, né? Umas lhamazinhas ali de curativo. — E o cara tava com esse curativo no dedo, só que tinha uma coisa, esse cara era da turma, era amigo há bastante tempo já do Kléber, mas ele não tinha contato com a noiva do Kléber, como ele tava com aquele curativo no dedo? Estranho… Kléber começou a tentar imaginar onde que a noiva dele poderia ter encontrado esse amigo e, sei lá, ele machucou o dedo, ela provavelmente devia ter esse curativo na bolsa e deu ali pra ele pôr no dedo. — Pode ser que isso tenha acontecido? Pode. Sei lá, se encontraram no mercado e o cara, sei lá, cortou o dedo no carrinho, no mercado… Sabe essas coisas assim? — O Kléber ficou cismado, mas ele falou: “Não, deve ter uma explicação, né?”. E aí de zoeira ele escreveu no grupo ali: “E esse curativo de bichinho aí no seu dedo, Fulano? Hahaha”.
O cara podia responder qualquer coisa, mas o cara simplesmente apagou a foto para todos. Por que o cara apagou a foto? O Kléber ficou mais cismado. — Kléber, na inocência, não tinha dado print, não tinha salvado a foto… — Foi dormir, mal conseguiu dormir… No dia seguinte de manhã, que era uma quarta-feira, ele mandou mensagem para a noiva e falou: “Nossa, que engraçado, deixa eu te perguntar uma coisa, você encontrou fulano por esses tempos aí que eu estava viajando e tal? Vocês se encontraram?”, a noiva dele que tava ali online demorou pra responder e digitou, digitou, digitou e no final só mandou: “Não, não encontrei”. O Kléber respondeu pra ela: “Ah, tá bom, beleza”. Tudo ali parecia muito estranho. — E aqui, você no lugar do Kléber, faria o quê? Você iria investigar, sei lá, procurar algum indício? O cara tinha um adesivo de lhama… Não era adesivo, era curativo de lhama no dedo e apagou a foto. Ela podia ter falado: “Não, encontrei Fulano no mercado, ele cortou o dedo” porque não tem nada demais, né, gente? —
Kléber resolveu deixar pra lá, “poxa, eu confio na minha noiva… Sei lá, o cara conseguiu esse curativo de lhama em outro lugar, sei lá, enfim”. E depois que ela escreveu: “Não, não encontrei” e ele respondeu ali: “Beleza”, ele parou de conversar com ela, mas assim, não parou de conversar, porque ah, um clima, não, porque ele foi trabalhar, fazer as coisas dele, enfim, como sempre… — Só que, gente, tem uma coisa, né? Às vezes, quando a pessoa tem a consciência pesada ou ela já está, sei lá, querendo desabafar para se aliviar e, enfim, resolver a situação… E geralmente isso vem da parte de mulheres, porque homens eles sempre enrolam e querem ir mais por esse lance de mentir, enfim. — Quando foi ali na hora do almoço ele abriu o WhatsApp dele e tinha um textão da noiva e a noiva estava pedindo desculpa pra ele e tal e confessando que ela tinha um caso com esse amigo dele. — O amigo de muitos anos dele. —
E mais: Que ela não tinha aulas de terça-feira. Terça-feira quando ele estava no futebol, ela estava com um amigo dele e que ela não aguentava mais isso, que não era justo com o Kléber e que ela estava dando um fim no relacionamento deles, mas ela não queria fazer isso sem também contar a verdade pra ele e sabia que isso implicaria no final da amizade dele com o amigo, né? Kléber leu aquilo e ele começou a passar mal… Ele nunca tinha tido problema com pressão, mas ele teve um pico de pressão alta e foi parar no ambulatório — da empresa —, teve que ficar em repouso ali e depois foi dispensado. E aí ele tentou conversar, argumentar com a noiva porque ele queria entender e o que ele me falou? “Andréia, dependendo do que ela me falasse ali, eu até ia perdoar”, mas o que ela falou é que agora que ele tinha já desconfiado e realmente ela que deu o curativo de lhama para o cara, pra ela era um alívio porque ela queria assumir um relacionamento com o cara. — Ou seja, ela estava terminando com o Kléber pra ficar realmente com o amigo do Kléber. —
E aí o Kléber, antes de sair do grupo de amigos ali, ele mandou mensagem no grupo contando tudo e os caras ficaram horrorizados, tiraram aquele cara do grupo e colocaram o Kléber de novo. Falaram: “Olha, o cara que pisou na bola e tal, a gente prefere que você fique no grupo” e esse cara meio que foi excluído da turma, tanto pelas meninas quanto pelos caras, e ele ficou isolado com essa noiva. Em seis meses eles casaram. Isso adoeceu o Kléber demais, assim… Tanto que ele, além de ter ido para terapia, ele pediu transferência na empresa dele para o Chile, para ficar de vez longe ali de qualquer ambiente que ele pudesse encontrar aqueles dois. Bloqueou o cara de tudo, bloqueou a ex—noiva de tudo, bloqueou a família da ex—noiva de tudo, enfim, seguiu a vida dele ainda muito traumatizado, fazendo terapia, não querendo se envolver com ninguém tão cedo. O tempo passou, um ano, dois anos… Ninguém falava nada da ex—noiva para ele, porque sabia o quanto Kléber ficou abalado e tal..
Quando um dia, na caixa de e—mail dele tinha um e—mail dela, e aí ela contava que nesse tempo todo que ela casou com um cara tal, ela foi muito traída por ele, que ele era um péssimo cara, enfim, e que ela queria agora conversar com o Kléber e pedir uma chance. Kléber ficou bem abalado com esse e-mail, mas não respondeu, ignorou e mais dois anos se passaram… Em 2024 Kléber foi transferido novamente para o Brasil e, numa ida dele a uma farmácia, ele encontrou a ex—noiva — que agora já está separada desde aquela época ela se separou do cara —, eles conversaram ali e tal. — E o coração dele bateu muito forte, ele ficou muito abalado… — E agora ela vive atrás dele querendo voltar e o Kléber está na dúvida se ele dá essa segunda chance para ela. — Pela circunstância que terminou, eu não daria… Ela nem tinha aula de terça-feira e ela mentiu por anos que as aulas de terça eram importantes quando ela tinha um caso com o cara. Então, não sei, gente… Por mim é não, é querer se machucar de novo de uma coisa que ele nem se curou direito… Não sei… Mas também eu não sou muito parâmetro, porque eu sou a pessoa do “termina”. —
Então, ele escreveu pra gente pra saber se ele dá uma outra chance aí pra essa ex—noiva do curativo de lhama que agora voltou e, enfim, disse que depois que casou com o cara e foi muito traída, descobriu o valor que o Kléber tinha. O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, todo mundo, meu nome é Talita e eu sou de Seara, Santa Catarina. Eu acho sim que tu deve dar uma chance para essa tua ex, porque aparentemente esse sentimento e essa história ela não está fechada para ti, então é melhor tu voltar, tentar de novo… Talvez não dê certo, talvez dê certo, mas se não der certo, pelo menos tu vai ter um fechamento. Eu acho que tem que fazer sim o que tu está com vontade de fazer, se tu não voltar, no futuro, talvez tu vai ficar pensando que tu poderia ter feito diferente e que se tu tivesse feito o que teria acontecido, como teria sido a tua vida. Então, meu amigo, se joga e ninguém pode te julgar.
Assinante 2: Luís aqui do Ceará. Kléber, querido, é o seguinte: Volta pra ela, vai lá, com a cara mais lisa. Você vê que ela demora uns anos, né? Aí fazendo as coisas, demorou um tempo fazendo lá, traindo você com seu melhor amigo, sei lá que amigo era, um amigo que ele conhecia. Só depois que você deu sinal foi que ela veio com plantinho pro seu lado, não sei o que, arrependida… Nem arrependida tava porque já foi casada com outro. Aí depois que se fodeu, passou um tempo para descobrir… Como é que ela casa com uma pessoa que já é uma traíra por natureza, que já tava ali traindo você e acha que ele não trair ela? Agora que ela se fodeu, ela vai voltar para você? Volte para ela. Volte. Depois que você vim para cá, conta de novo a história, que é pra ajudar alimentar as estatísticas, porque tem coisas que a gente não precisa passar para aprender, não… E aí você vai e ensina pra gente, beleza? Muito obrigado pela sua contribuição e vai lá, meu aconselho que você vá, que é pra gente ver o que vai dar, viu? Não vou nem desejar sorte que a gente já sabe o que vai dar.
[trilha]Déia Freitas: Comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis com o Kleber. — Agora, será que isso é amor? Ou ela voltou por que sabe que ele tem muito sentimento por ela e que talvez ele não vá trair, enfim… Não sei. Por mim é não. — Um beijo e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]