título: date
data de publicação: 25/09/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #date
personagens: cindy e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje de novo é o Multishow e a série Tem Que Suar. — O novo humorístico do Multishow. — E, olha, a atriz Mariana Xavier está muito divertida no papel de Tuca, uma carioca que herda a Academilton. — Eu amo esse nome. [risos] — A academia que fica no Bom Retiro e que o tiozinho Milton — interpretado pelo ótimo Evandro Mesquita, eu amo o Evandro Mesquita — deixou pra ela. A Tuca vem aqui pra São Paulo achando que vai viver dias de herdeira, só que ela se depara aí com um negócio falido e, ainda por cima, com o seu primo Miltinho, um cara malandro, que quer aí a todo custo que Tuca devolva a Academilton pra ele.
A série “Tem Que Suar” tem episódios novos de segunda à sexta-feira às 22h15 no Multishow e você pode também assistir aí pela sua TV por assinatura ou maratonar os episódios pelo Globoplay. — Eu vou deixar um link aqui na descrição do episódio. — E hoje vou contar para vocês a história da Cindy. [risos] Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Cindy foi para um barzinho aí com as amigas e lá ela ficou paquerando de longe um cara muito interessante e, acabou que eles não ficaram, mas trocaram telefones. E, a partir do dia seguinte ali, [efeito sonoro de mensagem no WhatsApp] que era um domingo de manhã, eles já começaram a conversar. Cindy ficou muito animada com esse cara, de ter ali ele no WhatsApp pra conversar e nã nã nã e eles foram se falando, foram se conhecendo ali virtualmente [risos] no telefone e resolveram marcar um encontro pra sexta da outra semana. De domingo até sexta-feira antes do encontro, Cindy e esse cara eles conversaram o tempo todo, a ponto da Cindy assim já está achando que realmente achou o amor ali da vida dela. Tudo batia, tudo perfeito e eles marcaram esse encontro… Eles iam jantar e a Cindy pensou em depois convidar esse cara pra ir até o apartamento dela.
Cindy sempre gostou de andar muito bem arrumada, então ela botou ali um vestido muito bonito assim, vestido midi, né? Até um pouco abaixo do joelho, colado assim, bonito, um vestido preto, colocou um salto alto, uma bolsinha bonita ali, estava gata… Cindy estava gata. Tanto que esse cara chegou [efeito sonoro de campainha tocando] pra pegar ali a Cindy, desceu do carro, deu um beijo nela logo assim na chegada, falou que ela estava linda, abriu a porta do carro pra ela… Cindy entrou, o cara deu a volta, entrou ali e eles seguiriam [efeito sonoro de carro dando partida] para o restaurante. Só que o cara disse que o carro dele estava com pouco combustível, que eles tinham que parar no posto de gasolina… E a Cindy achou ótima ideia, porque ela queria ali comprar uma balinha, uma coisinha, sei lá. Porque a ideia talvez fosse depois do restaurante pegar um cineminha, antes de ir pra casa da Cindy, bem assim passeio de namorado…
E ela falou: “Bom, eu vou pegar ali umas bobagenszinhas na loja de conveniência, que é sempre mais barato que pegar no cinema e eu boto aqui na bolsa, se não rolar também eu como essas bobagens na semana”. Eles pararam no posto de gasolina ali, ele deu seta, entrou, parou o carro, desligou, porque pra você abastecer você tem que estar com o carro desligado… E aí a Cindy falou pra ele: “Eu vou ali na lojinha de conveniência”, ele falou: “Tá bom”. A Cindy desceu, foi até a lojinha de conveniência e lá, assim, pensa: Você estava num carro com ar-condicionado, você desce, aquele posto de gasolina quente, super insalubre ali para os funcionários do posto… No caso, eram oito horas da noite e tinha uma moça dentro da conveniência e um frentista, um rapaz ali abastecendo. E a Cindy está lá pra comprar ali dentro, — estava com a bolsa dela porque ela ia pagar as coisinhas dela, óbvio, né? — e aí ela estava lá escolhendo, quando, de repente, ela percebeu uma movimentação estranha do lado de fora do posto, o frentista botando a mão na cabeça e tal…
Na hora, a Cindy pensou em assalto… Só que aí esse frentista correu para dentro da conveniência, pegou uma chave e trancou a Cindy dentro da conveniência e falou: “Deixa ela aí, deixa ela aí”. E aí a Cindy ficou sem entender e a moça do caixa também ficou sem entender, as duas achando que tinham assaltantes ali no posto de gasolina e o frentista veio proteger as duas. E aí o frentista saiu correndo, porque assim… A duas quadras dali tem um posto policial e ele correu até lá e voltou com dois PMs. E aí, quando ele voltou com dois PMs, ele destrancou ali a loja de conveniência e só nesse momento a Cindy parou pra pensar onde estava o cara e o carro do cara? “Levaram ele… Foi um sequestro… Meu Deus do céu, levaram ele”. Só que quando os PMs entraram ali onde estava a Cindy, a primeira coisa que eles fizeram foi mandar a Cindy botar a mão na cabeça. “Mão na cabeça”. [risos]
A Cindy toda arrumada, de vestido, salto alto, falou: “O que?” e o PM de novo: “Mão na cabeça, mão na cabeça”, apontando uma arma para a Cindy. A Cindy jogou a bolsa dela no chão e botou a mão na cabeça e falou: “O que está acontecendo?”, aí o PM só falou pra ela: “Cadê? Cadê o seu comparsa?”, seu comparsa? — Gente… — O cara que estava com a Cindy encheu o tanque, o carro dele era um Pôneigade. [risos] — Não vou falar a marca aqui… Um desses Jeep Pôneigade. — Ele encheu o tanque e, assim que o frentista fechou ali o negocinho de onde põe gasolina ali, aquele tamborzinho que rosqueou, sei lá, apertou, o cara arrancou com o carro e foi embora… Antes do frentista dar a maquininha pra ele botar o cartão ali e ele pagar, o cara foi embora. Foi tudo muito rápido… O frentista foi lá chamar a polícia porque achou que a Cindy estava junto nesse golpe, porque é furto, né? Ele furtou o combustível ali e foi embora. E aí a polícia já achou que talvez a Cindy fosse assaltar a loja de conveniência. [risos] E aí a Cindy começou a chorar sem saber o que estava acontecendo, porque a polícia não falava nada…
E a polícia sem explicar nada do que estava acontecendo, levou a Cindy para a delegacia. — Sim… — Sem a Cindy saber, porque isso do combustível ela foi saber só lá na delegacia. A polícia não botou a Cindy naquela parte de trás da viatura, [risos] naquele chiqueirinho, né? [risos] Botou ela no banco de trás, mas você imagina… Você tinha acabado de se arrumar pra ir num encontro fofo, perfeito, com o cara que você conversou a semana toda e o cara tinha acabado de furtar combustível e te deixado, te largado no posto de gasolina. E a Cindy quando ela chegou na delegacia ela teve que ficar um tempão lá esperando com a PM, e aí que o PM foi falar pra ela, foi perguntar coisa pra ela mais assim… E a sorte da Cindy é que quando ela foi encontrar o cara, ela sempre faz isso… Ela tirou uma foto da placa do cara antes de chegar perto do carro e mandou para as amigas. Então tinha as conversas no celular — eu nem sabia que hoje a polícia pede pra ver conversa no celular e tal, e ela mostrou as conversas — e que ela não tinha nada a ver com aquilo, ela tinha acabado de conhecer o cara… Depois que o policial, o PM viu as conversas, ele falou: “Bom, então você fica aí para dar o seu depoimento de testemunha”.
O frentista do posto também estava lá para fazer o boletim de ocorrência, colheram o depoimento da Cindy e ficou ali registrado que o cara furtou o combustível, né? Agora a Cindy não sabe se ela não tivesse descido para comprar as coisinhas ali, ele tinha arrancado com ela no carro, né? — Eu acho que foi até uma sorte ela ter descido do carro. — Ou será que se ela estivesse no carro ele não ia fazer isso? Porque, segundo o que o escrivão falou pra Cindy, isso é um crime de oportunidade, assim… Que às vezes a pessoa nunca nem fez… Eles não falaram para Cindy se o cara tinha antecedentes, se não tinha, porque eles vão puxar a placa do carro e tal investigar, sei lá, x, mas que às vezes é um crime de oportunidade, que a pessoa vê a oportunidade e faz… E aí aqui eu acho que cabe um recorte de raça, sim, porque a Cindy é uma moça loira… Talvez se ela fosse uma moça negra dentro de uma conveniência cujo o cúmplice, entre aspas, porque ninguém sabia, tinha acabado de fugir roubando gasolina, talvez a polícia chegasse de um outro modo, né? Numa outra abordagem.
A sorte também da Cindy é que ela é branca. Então pensa: Você sai, super animada para conhecer um cara legal, passar uma noite legal e tal, e aí o cara furta gasolina, [risos] enche o tanque e vai embora, te deixa numa situação que podia ter sido muito pior. Você podia, sei lá, ter levado um tiro, né? A Cindy ficou bem traumatizada… Quando ela saiu da delegacia, ela bloqueou, foi até uma instrução ali deles. Eu fiquei em choque com essa história, porque era só um date, gente… Era só um encontro, sabe? Um encontro aí romântico que realmente foi um date ruim.
[trilha]Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilize… Aqui é Débora, de Natal. Sinto muito pelo o que você passou… Acho que o cara viu uma oportunidade realmente ali, mas que bom que foi logo no primeiro encontro, porque imagina você se apegar a um cara desse, que uma hora ia botar você numa furada… Porque uma hora ele ia ter intimidade suficiente com você para você estar no meio dessa oportunidade. E não podemos deixar de realmente ter o recorte racial, por causa que infelizmente pessoas pretas já foram machucadas ou até mortas por muito menos… Mas enfim, isso não tira o seu trauma e eu espero realmente que isso esteja superado em você e que você esteja bem.
Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, aqui é Nayara de São Paulo. Cindy, olha, eu sinto muito pelo o que aconteceu com você… Imagina, a gente cria todo um castelinho de expectativas quando a gente vai num date, né? Principalmente quando parece que é muito legal… E o que era um Amor nas Redes virou um grandessíssimo Picolé de Limão. Eu fico muito feliz que você já tem suas armas com suas amigas e tudo, até para poder não ter problemas em relação a isso, mas eu também fiquei com a questão que a Déia falou em relação a ser mulher preta, né? Eu fiquei completamente em choque quando a polícia entrou… Eu sou mulher preta, já fiquei apavoradíssima, falei: “Meu Deus…”, existia uma possibilidade, inclusive, de você sair sem vida daquele lugar, né? Mesmo sem estar armada e nem nada… Mas que bom que ficou tudo bem, isso serve de lição pra gente sempre ficar esperta, né? Se bem que nesse caso não tinha muito o que fazer. Um beijo, gente…
[trilha]Déia Freitas: “Tem Que Suar” é uma série super gostosinha para você assistir aí em família e dar boas risadas. Na série você vai acompanhar a saga da Tuca dentro da Academilton. [risos] — A academia que ela herdou do seu tio Milton. — E a Tuca ela quer transformar a Academilton na melhor academia do Brasil. Na melhor academia de São Paulo, talvez? Se a Tuca conseguir transformar a academia falida na melhor academia do bairro Bom Retiro, já está ótimo, né, Tuca? A série conta com Mari Xavier, Marcelo Serrado, Robson Nunes, Isabelle Marques e grande elenco… Você pode assistir os episódios de segunda a sexta-feira às 22h15 no Multishow pela sua TV por assinatura ou pelo Globoplay. — Valeu, Multishow, mais uma vez pela parceria… — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]Depois de uns dias, a Cindy recebeu uma mensagem de um outro número no WhatsApp dela, dizendo assim: “Me desculpa, eu vacilei, aproveitei ali, dei bobeira e fui embora. Eu não queria te prejudicar de nenhuma forma”. E aí quando essa pessoa estava digitando mais coisa, a Cindy bloqueou, porque provavelmente era o cara, né? Tentando ali se desculpar e tal, ele nem lembrou acho que a Cindy estava junto, né? Saiu fugido com o tanque cheio. [risos] Que horrível. Então é isso, gente, agora eu vou mesmo. Pobre, Cindy, eu fiquei morrendo de dó… Poxa, meu, um encontro…
