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título: decoração
data de publicação: 30/11/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #decoracao
personagens: kátia e célio

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar pra vocês a história da Kátia. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Kátia conheceu o Célio e eles começaram ali um breve romance, mas assim, que não tinha muita pretensão. Aí veio pandemia, eles resolveram morar juntos… [risos] E não é que deu certo? Só que Kátia ela sempre teve o sonho de casar. — Kátia queria aí se casar. — E aí o Célio falou: “Bom, tudo bem, agora na pandemia a gente não consegue, mas vamos planejar para fazer esse casamento então pós pandemia”. Então eles passaram ali aqueles dois anos meio que planejando as coisas que eles queriam no casamento. Então, o Célio só fazia questão que tivesse alguma carne, mas que tivesse um churrasco… Mas a Kátia falou: “Mas eu não quero aquela informalidade do churrasco”. Ele falou: “Não, pode ter uma área…”, como se fosse um rodízio assim, tem os pratos, é servidos os pratos, mas tem ali um churrasco. Ele queria isso aí, queria ter o churrasco. 

A Kátia queria a coisa mais formal, de ter os pratos, de ter os arranjos de mesa, que as pessoas fossem bem arrumadas e nã nã nã… Mandar os convites, falar no convite qual o traje, essas coisas… Então eles foram conversando e chegaram ali num meio termo do que eles queriam para agradar os dois. Oo Célio queria que fosse música ao vivo, enfim… E tudo isso tem um custo, né? E aí a Kátia foi levantando os custos e também perguntando para as amigas, vendo as experiências ali das pessoas e nã nã nã.. Uma amiga da Kátia falou pra ela assim: “Amiga, eu estou nesse ramo agora de casamento, eu posso ver tudo pra você… Te mandar tudo, te mandar orçamento e nã nã nã” e elas começaram a ver juntas isso, porque pra Kátia era uma vantagem, ter uma amiga que ela conhecia bem cuidando das coisas pra ela. 

Então, a Kátia escolheu o tipo de flor dos arranjos, a cor das toalhas, a cor das flores, dos arranjos, toda a decoração. A decoração da igreja seria feita por uma pessoa que a Kátia já queria, que era uma moça especialista nisso. E a moça especialista nisso, que faz as flores da igreja, podia também fazer os arranjos da festa. Só que aí, como tinha essa amiga da Kátia, ficou que a moça só ia fazer só as flores da igreja. Então tudo foi combinado… O cardápio que ia ser servido, a banda que ia tocar, as flores, a decoração… Tudo quem decidiu e ajudou a decidir foi a amiga da Kátia, mas a Kátia sempre dando a palavra final. Aí escolheram os convites, a Kátia mandou fazer os convites, eles enviaram os convites. Tudo certinho… Kátia tendo essa amiga para fazer todas as coisas da festa, focou ali no seu vestido, a roupa das madrinhas… Então foi escolhida uma cor para as madrinhas, mas o vestido elas escolheriam, ne? O vestido que elas quisessem. 

E aí Kátia focou na roupa do Célio e, enfim… — Gente, tudo do jeito que eles queriam assim, pra ser o casamento perfeitinho ali que você só faz uma vez. Depois, se acontecer de divorciar, o segundo você já não faz assim com tanto esmero. [risos] Não dá essa aprimorada toda. — Grande dia se aproximando, a Kátia e o Célio fazendo todos os pagamentos, né? Como eram esses pagamentos? O que tinha de fornecedor fora da festa eles pagavam direto, o que era pra festa era pago pra essa amiga porque ela que estava cuidando. — E é assim que acontece, né? Quando você contrata uma empresa pra cuidar, você paga a empresa e ela faz as coisas. — E aí chegou o grande dia… [marcha nupcial ao fundo] Kátia linda, deu tudo certo, cabelo, maquiagem… — Porque tem essa questão também do salão e tal… — Tudo certo, as madrinhas maravilhosas, o noivo Célio super bem arrumado com a roupa que eles escolheram juntos, a igreja impecável, flores lindas, tudo lindo, lindo, lindo, lindo… Cerimônia foi um sucesso. 

Dali eles foram pra tipo um parque tirar umas fotos e depois já ir pra festa. E nem o Célio e nem a Kátia estavam com celular, né? Eles não estavam ali com o celular, estavam tirando as fotos e vivendo aquele momento ali das fotos. Quando foi determinada parte da sessão de fotos, o telefone do fotógrafo tocou… Ele atendeu, falou rapidamente ali e seguiu com as fotos. Kátia pensou: “Sei lá, alguém da família dele ou amigo dele ligou e ele falou rapidinho que não podia falar, conversou tipo dois minutos e desligou”. As fotos ficaram lindas, eles estavam muito felizes, terminou a sessão de fotos e o fotógrafo ia acompanhar eles até a festa. Quando eles terminaram a sessão de fotos, o fotógrafo falou assim: “Kátia, Célio… Vocês estão sem celular e a mãe da Kátia ligou aqui para mim. Eu vou fazer a ligação aqui, você fala rapidinho com ela, que eu acho que você tem algumas questões para acertar antes da gente chegar na festa”. 

Kátia não tinha nenhuma questão pra acertar, inclusive, o fotógrafo que estava ali, estava pago… Ela não estava devendo ninguém, estava devendo nada, o que podia acontecer? Será que o pai dela tinha passado mal? Ela começou a ficar tensa… E o fotógrafo optou por fazer essa ligação depois das fotos. — Certo ele, né? — Pra não deixar ali a Kátia e o Célio tensos durante a sessão de fotos. Então, quando acabou, ele fez a ligação e passou pra Kátia. As pessoas foram da igreja direto para o salão de festas, né? Enquanto Kátia e Célio estavam lá na sessão de fotos, as pessoas já estavam na festa. Acontece que, eles chegaram no salão, o salão tinha sido pago diretamente pela Kátia, que foi uma das coisas assim que ela pagou, mas a decoração de tudo e a comida, o cardápio, ela pagou pra amiga… Chegou lá, o salão não tinha nada. Não tinha nada… 

E essa amiga dela não foi no casamento na igreja porque disse que estava lá arrumando as coisas no salão. Eles chegaram no salão, não tinha comida, não tinha banda, sequer o salão estava arrumado… Ele estava aberto porque ele tinha sido locado pra aquela data, mas não tinha nada. E aí começaram a ligar para a moça, a moça não atendia mais… A Kátia começou a passar mal, o Célio ali P da vida porque era, tipo, 200 convidados, gente… Não tem como você dar jeito nisso assim, resolver na hora. E aí começou aquele burburinho, muita gente já tinha ido embora, né? E a dona ali do salão que foi locado, que era tipo um buffet de festas, falou: “Olha, a gente ficou aqui hoje o dia inteiro a disposição, eu liguei umas dez vezes pra sua amiga, mostrei as ligações, ela disse que estava vindo, estava vindo, não veio. Foi dando a hora da festa e eu liguei no seu celular também, só estava dando caixa postal”. — Ela tinha o contato da Kátia, porque a Kátia que pagou… —

Mas a Kátia, a última coisa que ela ficou responsável ali no dia do casamento dela, foi ficar atendendo ligação de celular, entendeu? Então passou batido isso… Porque ela tinha uma pessoa que era amiga dela de confiança cuidando, né? E aí o Célio quis fazer um boletim de ocorrência. Não teve festa, não teve nada… Dali eles voltaram pra casa, todo mundo muito triste, muito frustrado, chorando. — Péssimo, gente… Péssimo mesmo, porque foi uma coisa cara e que a festa não aconteceu. — E aí, lógico, né? Tem gente que sai falando e tal e eles fizeram um post dizendo que levaram um golpe. O Célio fez um boletim de ocorrência, conseguiu fazer e a Kátia desesperada, assim, desolada… Porque aí passou o momento, né, gente? Não dá pra você fazer uma festa depois, né? 

No dia seguinte, a amiga mandou uma mensagem, não atendeu as ligações… Mandou uma mensagem dizendo que ela pagou todos os fornecedores e eles que furaram. Eles tinham essa mensagem dela falando isso e que ela não sabia como contar isso… — Mas, gente, era impossível que todos os fornecedores… O das flores, o das toalhas, a galera da comida, a banda… Todo mundo ela pagou e ninguém apareceu? Não existe isso, né? E foi isso que ela falou. — E aí o Célio respondeu que tinha feito um boletim de ocorrência e que então ele queria o contato de todos os fornecedores, porque ele ia então cobrar os fornecedores. Aí ela já mudou o discurso, dizendo que ela teve um problema… Até teve uma hora que ela falou até que foi sequestrada. — Então, quer dizer, estava mentindo, mentindo bastante. — Além de tudo, os presentes foram recebidos no escritório dessa mina, então tinha essa questão dos presentes. 

O Célio falou: “Olha, eu estou indo agora no seu escritório e se você não mandar alguém lá pra eu abrir pra pegar os presentes, eu vou arrombar vou pegar os presentes e vou pôr fogo no seu escritório, beleza?”. E aí quando ele chegou no escritório tinha lá a moça que era assistente dessa amiga da Kátia e ela entregou todos os presentes e tal… E o Célio conferiu tudo, ele estava muito puto, assim… E ele pegou os presentes. — Pelo menos isso, né? Salvou. — Porque, nessa altura do campeonato, você pensa: “Ela vendeu os presentes”. E eles conferiram, os presentes estavam todos lá… Mas ela ficou com esse dinheiro da festa. A Kátia não gostaria que eu falasse o valor aqui, mas foi um valor alto e aí a coisa virou um processo na Justiça. Não sabemos como isso vai acabar, porque é um processo que está recente, mas o advogado da Kátia e do Célio tem quase certeza que não tem como eles perderem, que ela vai ter que dar um jeito de devolver, ou pelo menos vai ter ali alguns transtornos, porque nem sei também se ela tem o dinheiro para devolver. — Tem isso… — 

A Kátia diz que essa amiga conseguiu transformar o dia mais feliz da vida dela num trauma. Toda vez que ela lembra é muito difícil. E agora vamos ver o que vai dar esse processo… E essa menina que combinou aí toda decoração, buffet e banda simplesmente ficou com o dinheiro e não fez nada. — Não tentou nem fazer o mínimo, sabe? Não fez nada… — E agora é ver no que dá. 

[trilha]

Assinante 1: Olá, Não Inviabilizers, meu nome é Juliana, falo de Quebec, Canadá. E, Kátia, Célio, recebam o meu abraço, assim, apertado de solidariedade… Foi uma história que me deixou bem abalada. Porque trabalhar com o sonho das pessoas, frustrar o que foi tão esperado, tão sonhado por vocês… Continuem com o processo e o que vocês puderem fazer para que ela pague, para que lá, com essa responsabilidade, vocês têm que fazer. Não desistam. E aqui eu sou do time da Déia: Perdoa, não, esse tipo de coisa não merece perdão… Nem daqui a 20, 30, 40 anos… E é isso, gente, boa sorte pra vocês. O trauma vai ficar, mas que vocês consigam pelo menos reaver o que vocês investiram financeiramente nisso aí, tá bom? Um beijo. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, eu sou a Camila, falo aqui de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Me encontro completamente chocada com essa história. Eu nem imagino pelo o que a Kátia e o Célio passaram quando eles chegaram no salão para festejar um dos dias mais importantes da vida deles e encontraram absolutamente nada, né? Porque confiaram nessa amiga da onça e ela simplesmente deu esse golpe neles dois, assim, com uma coisa tão delicada que é o casamento. Mas eu espero mesmo que essa outra pessoa pague pelo que fez… Acredito também na lei do retorno aí, que a vida também vai dar um jeito de fazer justiça. Mas é isso aí, um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Comentem lá no nosso Telegram, sejam gentis aí com Kátia e Célio. Um beijo e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]

Pra quem ficou aqui após a vinheta, tem uma parte boa: O Célio trabalha numa empresa muito, muito grande, assim, que tem um pátio muito, muito grande e todo mundo ficou sabendo do que aconteceu e, as pessoas convidadas do casamento, cada uma doou 30 reais pra fazer uma festa nessa garagem da empresa que o Célio trabalha. Então, eles não gastaram com locação e foi, tipo, uma festa com cerveja e espetinho. E foi, assim, um sucesso, né? Estava todo mundo lá… Os amigos do Célio que tocavam pagode fizeram tipo uma banda lá e tocaram, foi super legal… E foi muito emocionante para o casal, né? Porque eles acabaram tendo uma festa de casamento bem depois, né? Mas com todo mundo que tinha ido. O engraçado foi isso, que todo mundo foi realmente nessa festa dois, na festa que realmente existiu. E, no dia, eles tinham sido enganados que eles iam participar do batismo do filho de uma outra amiga da Kátia que ainda não foi batizado, né? Então ela falou para a Kátia: “Olha, a gente combinou, as pessoas que vão no batismo, que as mulheres fossem de branco e os homens fossem de camisa e tal, social, mais arrumado”. Então eles foram assim… 

Tipo, ela estava com um vestidinho branco mais formalzinho e o Célio estava de camisa social, calça tal… E aí foi tipo esse casamento [risos] e até o fotógrafo, gente, foi e não cobrou por essas fotos extras aí da festa e tal. E eles tiveram essa festa. Achei muito bonito, assim, né? Kátia chorou horrores, Célio também… E aí mostra como as pessoas gostam deles, todo esse afeto, esse amor rolou nessa festa dois. [risos] Eu amei. Então, agora sim eu vou. Que bom que no final rolou aí essa expressão de muito amor e muito carinho das pessoas por eles, né? Um beijo, gente. 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.