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título: desafio
data de publicação: 13/02/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #desafio
personagens: daiana

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um Luz Acesa. — E antes eu preciso dizer como que a Daiana chegou até o podcast. A Daiana trabalha num hospital e uma das colegas de trabalho da Daiana é nossa ouvinte e ouviu a história “Apartamento” e achou muito parecida com o que está acontecendo com a Daiana hoje e resolveu mostrar o episódio para Daiana e a Daiana resolveu escrever para a gente. — E hoje eu vou contar pra vocês a história da Daiana. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

Daiana trabalha na área hospitalar tem mais de 20 anos e um dia.— isso tem já quase cinco anos — Daiana estava cuidando de um paciente, ela é da área da enfermagem e esse paciente estava muito agitado, precisou fazer a contenção dele ali na cama, ele estava amarrado e falando em várias coisas e tal e ele estava falando de demônios, espíritos e coisas e tal… E a outra equipe, do turno anterior, estava com medo dele e não estava querendo atender ele… — Estava um passando para o outro, enfim… — E a Daiana, que a gente vai chamar aqui de “Dai”, a Dai deu uma bronca nelas e falou: “Isso é bobagem, não sei o quê” e foi lá e começou a atender o cara, fazer o que tinha que fazer e uma hora ela falou pra ele: “Eu não acredito em nada do que você tá falando” e começou a debater ali com o cara e ele começou a rir e ele foi ficando agitado… 

Ele ria, mas ele falava que não era ele que ria, que era o demônio que ria, e hora ele falava assustado que queria que tirava o que estava nele, enfim… E aí a Dai falou pra este demonio: “Eu não estou então falando com…” — sei lá, vamos por o nome do cara — “com o Éder, estou falando agora com o demônio… Eu desafio você a sair do Éder e a vir comigo. Por que você não escolhe então alguém que não seja frágil para atormentar?”. [efeito sonoro de risadas malignas] E aí eu me pergunto: Por que, Dai? Por que, Dai, você foi desafiar um demônio? Por mais que eu não acredite em demônios, eu jamais desafiaria um demônio. E aí a Dai passou cinco dias desafiando este homem, até que no quinto dia, este cara estava tranquilo… Tinha um papel lá que era pra ele ser transferido da ala que ele tava, que era a ala psiquiátrica pra só ser monitorado ali por meio período e ter alta. Isso raramente acontecia… E foi isso que aconteceu. Ela nunca mais soube do cara. 

Só que a partir daquele dia, a vida da Dai mudou. A Dai casada há 17 anos, com uma filha de 15 e um marido muito amoroso, muito pacífico, muito parceiro… Naquele dia, quando ela chegou em casa, ela chegou, o marido sempre fazia o jantar, ela trabalhando nessa área sempre chegou muito tarde… Ela saía às dez do hospital, dez da noite, então chegava por volta das onze, então o jantar já estava pronto… Geralmente o marido esperava ela chegar, mas a filha já estava dormindo e tal… E ela chegou, foi tomar banho, jantou e quando ela deitou, ela sentiu o marido muito agitado. E ele sempre foi uma pessoa muito calma, muito tranquila e percebeu que ele saiu da cama e foi para o quintal. E aí ela pegou no sono… No dia seguinte, o marido da Dai — que a gente pode chamar de “José” —, o José falou assim pra Dai: “Eu não sei o que aconteceu, mas essa noite eu quase te matei. Não me pergunte porque, não me pergunte como… Na minha cabeça era para eu pegar uma faca e enfiar em você. Eu não sei o que está acontecendo… Eu vou pegar minhas coisas e eu vou embora, porque se eu ficar aqui eu vou te matar”. — No dia seguinte, gente… Um casamento de 17 anos… — O marido da Dai pegou as coisas dele e foi embora para casa da mãe dele.

A filha dela, vendo que o pai ia embora, falou: “Vou embora com meu pai, não quero ficar com você”, foi embora também. Marido pediu divórcio, nunca mais voltou… A filha da Dai não quer ver ela nem visita. A Dai começou a ser atormentada dentro da própria casa. Ela ouve risadas, a mesma risada que ela via no paciente lá no hospital… As coisas dela voam pela casa, ela falou para mim: “Andréia, a pandemia no hospital foi horrível, horrível, horrível… Muita gente morrendo, muita gente… Foi horrível… Mas era melhor do que ficar na minha casa”,  tem dia que ela chega e está tudo revirado… E ela sabe que não é um bandido, não é ninguém que entrou lá… Que ela leva tapas, socos e, quando ela está apanhando, ela ouve risadas, ela toma empurrões… Ela já passou lá no próprio hospital dela por dois psiquiatras, já tomou remédio, já parou remédio, já foi na igreja católica, já foi na evangélica, já foi no Centro Espírita, já foi na Umbanda, já foi no Candomblé… — Já foi em tudo que vocês possam imaginar e não sabe mais o que fazer, gente. —

O que quer que seja que estava naquele rapaz e, o que quer que seja que estava naquele rapaz agora está com ela. E ela vê sombras na casa dela… O marido dela pediu divórcio e eles tem essa casa, né? Então, assim, ele fez um acordo lá com ela, eles colocaram a casa no nome da filha com usufruto da Dai, então ela pode morar lá até morrer, né? Depois a casa fica para filha. Ele não quis nada… Um casamento perfeito, marido amoroso… Ela não se conforma. A filha que amava, elas eram tipo amigas, a filha não manda nem mensagem para ela. — Ela perdeu tudo, gente… — Nenhum familiar… Ninguém lembra que ela existe mais. E quando ela manda mensagem, parece que ninguém quer falar com ela e ela sente essa hostilidade até dos amigos dela e dos colegas de trabalho, parece que tem alguma coisa nela agora que ninguém gosta mais dela. E essa amiga dela — que indicou para ela escrever para o podcast — foi a amiga que tava junto quando ela desafiou e a amiga acha que é isso, que foi porque ela desafiou…  Que realmente ela conseguiu tirar do cara, que era um cara que que tinha um histórico psiquiátrico longo, assim… 

Então, seja o que for, curou o cara e agora está com ela. E ela é lúcida, mas tem alguma coisa que atormenta… E ela falou: “Andréia, eu sou assombrada a noite, eu sou assombrada… Tem dia que puxam o meu travesseiro e eu ouço risadas. Risadas, assim, malignas, risadas masculinas malignas e puxam o meu travesseiro, puxam o meu pé… Eu tomo tapas, socos. Derrubam minhas cadeiras da cozinha, reviram minhas coisas… E eu já chamei pai de santo, já chamei padre, já chamei pastor, já chamei mãe de santo, Candomblé, Umbanda, benzedeira, tudo… Ninguém tira. E, dependendo do religioso que eu chamo, as coisas pioram”. Ela não sabe mais o que fazer, gente… — Agora, por que é que foi desafiar? Por que foi desafiar, gente? — Eu não acredito em nada, mas eu, Deus me livre, sabe? Vou desafiar ninguém. Se alguém tiver algum lugar para compartilhar com ela… Como eu sempre digo aqui, a gente não revela quem são os autores da história, mas eu posso transmitir para ela os endereços de centros e igrejas que vocês tiverem. Então mandem para a gente no e—mail: atendimento@naoinviabilize.com.br, que a gente vai repassar para nossa ouvinte aí, a Dai, que mandou a história.  

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, nãoinviabilizers, eu sou a Amanda e estou falando de Mirandiba em Pernambuco. Dai, o que eu acho principal é não desistir da ajuda espiritual… Os que foram a sua casa que você viu uma melhora, tenta fazer com que esse líder espiritual vá mais vezes, realmente se comprometa na limpeza da sua casa… Eu te recomendo sair também, se você não está conseguindo dormir, se você chega e encontra suas coisas reviradas, você não vai conseguir viver sua vida. Eu falaria em voz alta, expulsaria, expulsaria mesmo… Da mesma forma que você desafiou, você expulsa com todas as suas forças, fala em voz alta que está expulsando esse espírito. Pede ajuda espiritual para ser constante na sua casa até que esse espírito saia e dá um tempo também desse local. É isso, um beijo, fique bem. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, nãoinviabilizers, eu sou a Larissa e falo aqui da Argentina. Bom, Dai, eu espero que você consiga superar essa situação. Eu sou espirita e posso te afirmar que quando você desafiou esse espirito, esse demônio, ele tomou como objetivo atormentar a sua vida. Existem casas especializadas para isso, para desobsessão… Existe, por exemplo, um templo chamado “O Vale do Amanhecer”, onde você pode visitar… Lá tem diversos trabalhos para que você possa ter essa limpeza espiritual, para que você possa realmente tirar essa desobsessão desse espírito. Espero que dê tudo certo, que você fique bem e um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Então é isso, gente… Um beijo, comentem lá no Telegram… Deus me livre. Um beijo, até breve.

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]


Estou bem chocada. Deus me livre… Por favor, gente, não faz essas coisas, sabe? Se vocês são como eu que não acredita, só fica de boinha, fica de boinha, não fica falando “ai, duvido”, “ai, duvido”, “ai, desafio”, não… Fica de boinha, fica na maciota que nem eu, assim, na minha… Eu sou que nem o Jô Soares, Jô Soares também falava: “Eu não acredito em nada, mas se a caneca falar “bom dia, Jô”, eu respondo: “Bom dia, caneca”” e eu sou assim também. Não acredito, mas sabe… Se aparecer aqui e falar: “Ô, Andréia, se liga, vou falar: “Ô, pelo amor de Deus, me perdoa”, sabe? Eu sou dessas… Eu não acredito até a página dois, três… Na quatro eu já estou ajoelhada pedindo perdão. É isso…