Skip to main content


título: desgraçado
data de publicação: 21/08/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #desgracado
personagens: nádia, sofia, henrique e nilson

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje é O Boticário, cheirosíssimo, maravilhoso. As melhores fragrâncias, maquiagens e produtos de skincare, tudo isso você encontra no Boticário, a marca de beleza mais amada do Brasil. Além de você poder cuidar aí de si mesma com muito carinho, o Boticário também te oferece um modelo incrível de negócio, que é muito fácil de se cadastrar pra você revender e começar aí o seu próprio leque de produtinhos incríveis do Boticário. — Sim, você vai vender Boticário. — Esse é o melhor dos mundos, sério… O produtinho Boticário vindo até você, o cheiro maravilhoso chegando na sua casa por uma revendedora… — Gente, sério, é perfeito… —

Sendo uma revendedora O Boticário, você tem uma ótima oportunidade de complementar a sua renda com vantagens exclusivas e conquistar aí a sua independência financeira. — Sério, você tem que ser uma revendedora, um revendedor aí do Boticário. — E o cadastro, gente, é muito fácil, rápido e sem burocracia e você pode lucrar 50 já no primeiro pedido. Vai lá, se cadastra agora e seja uma revendedora ou um revendedor O Boticário. — Eu vou deixar certinho o link aqui na descrição do episódio, mas ó, clica: revenda.boticario.com.br, já vai navegando, já vai preenchendo o seu cadastro e ouvindo aqui a história. — Já adianto que essa história é uma história muito sofrida, uma história com muitos gatilhos, então estejam preparados. E hoje eu vou contar para vocês a história da Nádia. Então, vamos lá, vamos de história.

[trilha]

Nádia, quando ela tinha seus 34 anos, engravidou do seu marido, foi uma gravidez um pouco de risco porque eram gêmeos e, com sete meses de gestação, nasceram [efeito sonoro de bebê chorando] aí Sofia e Henrique. Como eles nasceram de sete meses, eles ficaram um tempinho internados e ainda no hospital, quando eles estavam internados, os médicos detectaram ali que a Sofia tinha uma questãozinha, que até então não sabia se era grande ou pequena. Nesse ponto, a Nádia já percebeu que ela meio que estaria sozinha nessa, porque o marido não ia ao hospital visitar as crianças. Ele dizia: “As crianças nem sabem quem eu sou, eles nem entendem ainda quem eu sou” e quando a Nádia falou para o marido que a Sofia teria que investigar ali uma questão no coração da Sofia, ele falou: “Ai, pronto, agora eu vou ter que ficar para baixo e para cima para o hospital, para o médico, com crianças”, essa foi a frase desse genitor.

Realmente, a Sofia tinha algumas questões sérias de saúde e, ali, logo o bebê começava a saga da Nádia para encontrar tratamento e terapias para a filha. E aí o marido que trabalhava de uma maneira flexível, que podia sim, em alguns momentos, tomar conta do Henrique, não ficava com o filho. A Nádia tinha muitas vezes que ficar no hospital com a Sofia e pedir uma exceção, pedir pelo amor de Deus, para que deixassem que o Henrique ficasse junto, porque ela não tinha quem cuidasse ali do Henrique enquanto ela fazia as coisas que a Sofia precisava. Esse genitor dizia que a Nádia não foi capaz de gerar filhos saudáveis. — Porque a Sofia tinha as questões de saúde dela para tratar. — O Henrique ficou muito mexido com tudo, de ver sempre a irmãzinha ali tomando uma injeção ou internada, ele começou muito cedo também a fazer terapia, várias terapias também. 

Então, ele falava que uma era doente de tudo e o outro era doente da cabeça… — Este é o genitor da história de hoje. — O tempo foi passando, a Nádia não podia trabalhar porque ela tinha realmente que cuidar dos filhos e levar a Sofia para muitos tratamentos e o cara dava o mínimo, fazia o mínimo, dava o mínimo e vivia reclamando que agora não tinha mais ninguém naquela casa, agora a casa, ninguém passava uma vassoura na casa, sendo que ele poderia pegar a vassoura e passar na casa, né? Ele, com uma condição financeira boa, ela sem trabalhar, ela implorou por uma diarista semanal — para pelo menos fazer o grosso, sabe? — para ela poder ir para um hospital tranquila, fazer as coisas tranquilas e ele disse que não. Aí as amigas da Nádia começaram a revezar para ajudar ela a limpar a casa, fazer o básico, assim, botar as roupas das crianças para lavar e aí estender… Sabe, coisa assim? Que você bota para lavar e você tem que ir para o hospital, a roupa vai ficar o dia inteiro na máquina porque o seu marido não tem a capacidade de abrir a máquina, pegar a roupa e botar num varal, sabe? 

Ela começou a se abrir com as amigas e ter a ajuda das amigas para fazer essas pequenas coisas. Quando as crianças estavam de 4 para 5 anos, ele ameaçou parar de pagar o convênio médico, porque a Nádia tinha conseguido que fosse montado na casa deles um home care para cuidar da Sofia. — O que ia facilitar muito as idas e vindas da Nádia com as duas crianças, porque ele não ficava com o Henrique de jeito nenhum no hospital, né? Muita coisa ela ia conseguir fazer em casa. — E ele falou que ele não queria ter uma casa que parecesse um hospital. — Então ele ameaçou cancelar o convênio médico. — A Nádia ficou muito desesperada porque, assim, se ele cancelasse, ela não teria como pagar, enfim, nem os hospitais que ela estava levando a filha ela poderia levar, assim, uma série de coisas… Começou a chorar, começou a gritar… Todo mundo sabia da história, né? Um marido de uma vizinha que vamos dar um nome aqui pra ele, obviamente… Nilson [risos] falou pra ele, num tom muito baixo: “Se você parar de pagar o convênio, eu vou sumir com você… E vai doer”.

Nilson talvez tivesse aí alguns negócios não muito lícitos… “Cancela, pega o telefone agora e cancela, que é o último telefone que você vai dar… Ninguém  nunca mais vai achar um pedaço seu”. Depois desse carinho e incentivo, ele não cancelou e ele parou de falar sobre isso, porque ele já tinha ameaçado várias vezes, mas dessa vez ele chegou a ligar pro corretor, sabe? De saúde lá, do convênio, pra falar: “Olha, como é que faz pra cancelar?”, e aí a Nádia se desesperou a ponto de sair gritando. — Imagina o emocional desta mulher e dessas crianças, né? Porque a Sofia entendendo tudo, vendo tudo… Sabendo que as brigas que estão acontecendo ali são por conta da fragilidade da saúde dela. O Henrique vendo tudo. Nádia estourou, gritou, se desesperou, ajoelhou no pé dele pra ele não fazer isso. Olha, eu não sei nem dizer pra vocês o que eu gostaria de dizer, mas Nádia gritou, ajoelhou e aí veio o vizinho Nilson e conversou com ele, né? —

O tempo passou mais um pouco e, nesse ambiente familiar péssimo, quando as crianças estavam com sete anos, Sofia faleceu. — Olha, gente, essas histórias são as que mais mexem com o meu psicológico, tipo, de verdade. Vocês imaginam como estava a cabeça da Nádia? — A dor, um sofrimento, uma filha que tinha essas questões de saúde, mas era lúcida, era amiga do Henrique… Eles brincavam na medida do possível, né? — Um pouco antes de morrer, ela se despediu da mãe e do Henrique. — Não perguntou pelo pai. — Você enfrentando a maior dor do mundo, você descobre que o desgraçado do seu marido — não tem outra palavra, gente — está na funerária com um parente seu e não quer pagar pelo caixão branco, que custa 300 reais a mais do que o caixão marrom. — Você quer botar sua filha no caixãozinho branco [voz embargada] e esse maldito, que tem dinheiro, falando que não. — Teve que ir uma amiga na funerária pra pagar a diferença porque ele falou: “Não vou dar porque caixão é tudo igual, é a mesma coisa”.

Então veja o sofrimento que a Nádia, o Henrique e a Sofia, que se foi, até então, passaram, né? Nádia teve um colapso nervoso e precisou ser hospitalizada. — Totalmente compreensível, né? Porque o marido aprontou muitas… Muitas. Inclusive, no velório da Sofia, ele foi desrespeitoso, tinha uma taxa pra pagar, ele não queria pagar… E, assim, a gente tá falando de um cara que tem dinheiro, né? O marido não quis ficar com o Henrique, o Henrique acabou ficando com a família da Nádia, e ela ficou hospitalizada quase um mês. — Foi primeiro pra um hospital e depois foi transferida pra uma clínica. — Trinta dias depois, esse marido tinha botado a casa deles pra locação. Ele mudou da casa que era deles e botou pra alugar. A desculpa dele era que ele não aguentava ficar num ambiente onde a filha dele faleceu… Ele doou as coisas da Sofia sem que a Nádia pudesse separar alguma coisa pra ela. — Gente, vocês têm noção? Eu não posso realmente dizer o que eu gostaria de que devia acontecer com esse homem. —

E aí ele entrou com o pedido de divórcio… Não questionou a guarda, a guarda ficou com a Nádia e fez umas manobras lá pra pagar 600 reais. — O cara tem dinheiro. — Sem ter onde morar, no divórcio, requerendo a casa pra ela morar com o filho, se estendeu, mas enfim, ela conseguiu. Ele queria aluguel, não conseguiu aluguel… Teve que pagar uma pensão pra Nádia também, no processo tinha tudo que ela fez pela filha, ela levou testemunha do negócio do convênio que ele queria tirar… Até o cara da funerária foi testemunha que ele não quis pagar os 300 reais de diferença pro caixão branco. Até o cara da funerária falou: “Se precisar, eu vou pra você aonde for”. Vida seguiu…. Nádia foi morar na casa de uma tia com o Henrique, com dias bons, dias ruins… O Henrique também fazendo terapia, ele queria pagar a pensão e parar de pagar o psicólogo do Henrique, mas ela conseguiu que ele continuasse pagando o psicólogo e ela tinha uma pensão pra ela também. 

Quatro anos depois, este homem arrumou uma nova mulher. Ele se casou com essa mulher e teve um filho. A primeira coisa que ele disse pra Nádia é: “Meu filho nunca vai ter contato com o seu filho”, ele chama o Henrique de filho da Nádia, não dele. E agora ele tá ameaçando a Nádia a entrar com um pedido de guarda, usando do argumento de que a Nádia é instável emocionalmente, por conta dos 30 dias que ela ficou na clínica quando a Sofia morreu, porque ele não quer mais pagar a pensão. Ele quer que ela abra mão da pensão, a do filho que ela diga que ela está recebendo o dinheiro em mãos — veja bem, gente — e assine o recibo, porque senão ele vai pedir a guarda. Nádia foi atrás de um advogado, contou toda a história e o advogado ficou tão puto da vida que ele ligou pra esse ex da Nádia e falou: “Beleza, entra na justiça, ede a guarda… Pede a guarda que minha cliente está preparada. Pode pedir a guarda, mas se prepara que até o levantamento fiscal seu, eu vou pedir. Vou pedir tudo. Vou devastar sua vida. Vamos pras cabeças”. Até agora, ele não entrou com esse pedido de guarda, mas é uma sombra em cima da Nádia, né? É um medo que ela tem que esse homem entre com esse pedido de guarda. 

E é um valor, gente, que nem faz diferença pra ele, o argumento dele é que agora ele está gastando com o próprio filho, como se o Henrique não fosse filho dele, sabe? E é isso, gente… Essa é a história da Nádia, ela vai vivendo um dia de cada vez, porque perder um filho deve ser a pior coisa que existe no mundo. E ela tem outro filho pra criar, que é o Henrique, o Henrique é muito bonzinho, muito companheiro… Parou de querer fazer as visitas com o pai, e aí o pai também usa esse argumento pra não querer pagar a pensão. Não importa que o filho não quer te ver, você tem que pagar pensão, né? E é isso, gente… É isso. Infelizmente, assim, eu não sou uma pessoa boa, porque tô torcendo pra esse cara morrer. É isso. Tá, é isso que eu tô torcendo, pra no inventário ter uma boa parte ali de coisa pro Henrique e é isso. O que vocês acham? 

[trilha]

Assinante 1: Oi, eu sou a Viviane, tô falando aqui dos Estados Unidos. E, Nádia, pra esse tipo de homem, a melhor defesa é o ataque, porque ele vai sempre querer te atacar. Isso é o modus operandi do abusador. Documenta todas essas ameaças e entra com processo, isso é abuso psicológico que ele tá fazendo. Tu vai ganhar guarda unilateral sem discussão. Vasculha sim a vida fiscal dele, você foi internada por violência psicológica, você tem testemunhas… Não dá pra ficar na defesa. Entra com processo. Aproveita que tu arrumou um advogado que tá com sede de colocar abusador no lugar dele. Acho que vai dar bom. Não fica esperando a próxima vez que ele tentar te desestabilizar, ataca ele. O que você sofreu merece justiça. Inclusive, pede dano moral.

Assinante 2: Olá, eu sou Natasha, eu sou de Salvador. E, Nádia, pelo amor de Deus, pede uma medida protetiva contra esse cara. Isso que ele faz é violência psicológica, violência moral… Te aconselho a fazer isso e pedir uma medida protetiva extensiva pra seu filho e, posteriormente, com reconhecimento disso, uma indenização pela violência por danos morais e uma indenização mais pra frente por abandono afetivo, que seu filho pode dar entrada. Então, reúna provas disso, reúna as testemunhas… Tente se comunicar por WhatsApp ou por e—mail pra deixar comprovada essas coisas que ele tá dizendo… E é isso. Boa sorte. 

[trilha] 

Déia Freitas: Eu tenho um convite de O Boticário pra você: Comece agora seu próprio negócio com vantagens exclusivas… E sabe o que é melhor? Você ainda garante 50% de lucro no primeiro pedido. Essa é a chance que você esperava pra complementar aí a sua renda, com vantagens exclusivas e garantir a sua independência financeira, revendendo produtos que todo mundo já conhece e ama. — Ama muito porque são deliciosos e cheirosíssimos, sim. — Faz agora esse cadastro, ele é rápido, fácil, com zero burocracia e faz aqui no link que eu deixei na descrição do episódio, tá? — Boticário, você tá arrasando com essa revenda, sério… — Um beijo, Boticário, um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]