título: desonesta
data de publicação: 13/12/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #desonesta
personagens: esther e patricia
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Esther e da Patrícia, quem me escreve é a Esther. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Um pouco antes de começar a pandemia, a Esther se mudou para uma república. Ela trocou a faculdade e ela mudou para uma república com dez meninas. Então, ela sendo ali a décima primeira, onde uma das meninas foi quem alugou a casa. — Uma moça aí X. — Ela entrou nessa república e, nas primeiras semanas, existe um boato de que tinha rolado ali vários furtos… Entre eles um furto mais preocupante, que era um furto de laptop. Só que a Esther entrou depois de tudo isso, né? Ela não estava sabendo de nada. Essa república ela foi construída para realmente abrigar estudantes. — Então como que era? —
Tinham algumas áreas em comum como a cozinha, a sala, uma área meio que de jogos e os quartos, cada quarto tinha um banheiro, eram suítes… E cada quarto era para duas meninas. Então tinham seis quartos nessa casa, sendo uma suíte que ficava a moça que alugou ali, que alugava os quartos e os outros cinco quartos cada um com duas meninas. A Esther foi dividir o quarto com uma moça, estava dando tudo certo, até que ela conheceu a Patrícia, que era de um outro quarto e ela ficou interessada. Aí a Patrícia se ligou, né? Que a Esther estava interessada e as duas começaram ali uma paquerinha e começaram a ficar.
Aí a Patrícia que já estava lá há muito mais tempo, perguntou para a colega de quarto dela se tudo bem dela trocar, para que Esther ficasse no quarto junto com a Patrícia… E deu certo isso também, ninguém viu problema e as duas foram praticamente morar juntas dentro da república. — Em, tipo, três semanas… E, gente, realmente foi paixão ali à primeira vista, né? — Tanto a Esther quanto a Patrícia, as duas ficaram muito apaixonadas e começaram a viver ali, tipo, o mundinho delas na república. E aí com a pandemia, muitas das moças continuaram pagando os quartos, mas voltaram para casa. Então, o ano todo ali de 2020 foi assim. — Então, as duas estavam praticamente casadinhas. —
Chegou no final de ano, a Esther foi pra casa dela passar as festas ali com a família. — A quarentena era bem mais ou menos na república, porque tinham garotas que iam para casa e voltavam, algumas continuavam trabalhando, enfim… Não teve muito isolamento. Mas a Esther fez ali 14 dias certinho e foi para casa. — E a Patrícia ficou na república. E aí, nossa, sofreram separadas duas semanas e nã nã nã. Esther voltou… Quando Esther voltou, ali a república já estava num burburinho de novo. Algumas moças tinham sido furtadas ali, tinha sumido dinheiro e foi uma treta. E a Esther não estava, quando ela voltou, ela ficou sabendo de tudo isso… Aquele ano que ela ficou na república nada disso tinha acontecido.
Só que aí um dia, elas estavam ali na república em umas seis e resolveram jogar cartas, jogar buraco. [efeito sonoro de várias pessoas conversando] Só que todas queriam jogar ali valendo dinheiro, começaram a jogar e a Esther reparou que a Patrícia estava roubando. — No jogo. — E ela não sabe dizer porque aquilo deu um estalo nela e ela pensou: “Meu Deus, será que a Patrícia que está roubando as coisas aqui da república?”. — Assim, do nada… Porque até então ela não tinha desconfiado em nada da Patrícia. — E aí ela ficou sabendo de uma coisa ali, ah, de uma sumiu também um par de tênis, de outra sumiu ali um par de brincos e sempre coisinhas mais caras, né?
E aí a Esther resolveu vasculhar as coisas da Patrícia e não achou nada. Mas nisso, ela achou um tablet. — Meio antigo assim, né? — E ela acabou descobrindo que a Patrícia tinha montado uma lojinha virtual… — E adivinha o que tinha na lojinha virtual? — Vários itens que as meninas reclamavam que tinha sumido ali na república. — Então, sim, quem estava furtando as coisas da república era a Patrícia. — Aí a Esther ficou muito mal, chamou ela para conversar, contou tudo… Falou que, puts, aquilo era mega errado, que isso e que aquilo… Aí a Patrícia falou para ela que, ai, que ela tinha uma compulsão, que não sei o que, que ela ia voltar para terapia e nã nã nã, “pelo amor de Deus, não conta para ninguém”. E a Esther ficou com medo de contar e, de repente, a Patrícia, se lá, fosse presa. — O que eu acho que não iria, né? Mas ela ficou com medo de contar e as implicações que isso causaria. —
Isso a gente está falando de março agora deste ano. Daí em abril, maio e início de junho, a Patrícia não pegou mais nada de ninguém, porque ninguém ali comentou nada. Só que depois da metade de junho, de novo começou a sumir coisas, sumir dinheiro e a Esther deu uma prensa na Patrícia e ela começou a chorar dizendo que não ia fazer mais isso, só que não tinha dado tempo ainda de ela vender as coisas… [efeito sonoro de alguém chorando] A Esther pegou as coisas e meio que devolveu ali escondido para as meninas, aí ficou tipo “ah, nossa, tal coisa apareceu, sei lá onde tava e nã nã nã”. E aí agora a Esther está nesse dilema e é nesse ponto que ela escreve para a gente.
A Patrícia diz que parou, só que ela já disse antes e a Esther não está confiando. A Esther já falou para ela voltar pra terapia, só que a Estar tá se sentindo muito culpada. Primeiro que ela gostaria de contar todas as coisas que ela descobriu, só que, ao mesmo tempo, ela ama a Patrícia e que queria resolver, tipo, continuar com ela, né? Então ela queria uma luz do que ela faz, porque ela se sente mal em não contar, mas ela tem medo também de contar e perder a Patrícia. E ela se dão super bem, a Esther diz que elas se amam e que a Patrícia nunca pegou nada dela. — Só que a Patrícia está pegando as coisas dos outros, né, Esther? — Eu não sei, eu teria muita dificuldade de me relacionar com uma pessoa desonesta e, assim, sabendo de tudo, né?
E aí agora ela entrou numas de, assim, ficar vigiando ela para ela não pegar nada. Então, tipo, a Esther virou a polícia da república ali em cima da Patrícia. Então, assim, pra mim já não é relacionamento saudável. Não sei se dá para contornar. Na minha opinião, eu não conseguiria. Então eu vou deixar essa para vocês.
[trilha]Assinante 1: Oie, gente, aqui é Guilherme de Juiz de Fora, Minas Gerais. E o que eu tenho pra dizer para a Esther é: Amiga, vaza dessa história, [risos] antes que sobre para você, que eu estava escutando a história já esperando o momento em que você ia ser incriminada junto com ela, com a Patrícia. Eu já estava aguardando o momento que você ia ser incriminado junto com ela e ia sobrar pra você. Ou você aceita que você vai ter que pagar de sonsa para todo mundo e fazer de conta, jurar de pés junto que você realmente não sabia de nada disso, mesmo se a Patrícia falar que você sabia… Ou então você cai fora dessa, sei lá, sai de perto dessa menina porque se não vai dar problema para você, você já viu que essa garota é B.O..
Assinante 2: Oi, gente, aqui é Amanda de Governador Valadares. Bom, meu conselho para a Esther é que: você é muito jovem e muitos amores ainda virão. Cuidado quando você defende demais uma pessoa que claramente está tentando manipular. Você já pensou no que teria acontecido se as outras meninas da república vissem você devolvendo as coisas? Elas poderiam achar que tinha sido você e a sua grande namorada, o amor da sua vida, poderia não te defender. Poderia deixar essa culpa com você… Você não sabe. Então, é importante você tomar cuidado. Pelo menos eu acho que você deveria denunciá-la dentro da república para que vocês, em coletivo, já que ela está atingindo o coletivo, decidam o que vão fazer.
Déia Freitas: A gente tem um grupo no Telegram, é só jogar na busca “Não Inviabilize”, vai lá e deixa o seu recado para a Esther. Um beijo e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]