Skip to main content

título: dia das mães
data de publicação: 08/11/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #diadasmaes
personagens:  carolina

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Carolina. É uma história de Dia das Mães. — Uma outra visão aí que a gente tem do Dia das Mães. — Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Carolina ela namorou, — Com um cara aí que eu nem vou dar nome. — e eles casaram. E quando estavam ali com dois anos de casados, ela engravidou. E era uma gravidez planejada, desejada, deu tudo certo. O bebezinho nasceu… O bebezinho nasceu e a Carolina estava exausta. — Exausta. — E aí teve problema ali com o leite que empedrou, depois o bico do seio que ficou ruim e mil coisas… Ela nunca tinha sido mãe, então… — Poxa, né? Tudo novo. E o corpo dela também voltando… — E aí, gente… — O princeso do marido dela, quando deu ali quatro meses do bebezinho, ele chamou a Carolina para conversar e falou que não estava dando para ele. — Porque assim, pelo o que a Carolina me contou. — Quando o bebezinho nasceu, ele teve uma semana de licença paternidade e voltou a trabalhar. Então ele ficava com o bebezinho o que? A noite quando ele chegava, e ele ficava com o bebê para a Carol tomar um banho e comer alguma coisa… — Mais tranquila, né? — 

E aí só de fazer isso e ficar de final de semana mais em casa, para ele não estava dando aquela rotina… Porque o bebê chorava muito, ele não conseguia pensar, porque a Carol… — Como é que ele falou que a Carol estava? — Estava se colocando de lado, não estava mais se cuidando… — Olha que pessoa maravilhosa essa criatura, este homem. — E aí, gente, com quatro meses de bebezinho este cidadão de bem, ele foi embora. — Sim, ele foi embora. — Mas ele falou para a Carolina assim: “olha, você ficar tranquila, que a pensão eu vou pagar, o que o juiz estipular de visita eu vou fazer. Eu só não quero essa dinâmica mas pra minha vida”. — Facil assim, né? — 

Fácil, como se o filho não fosse 50% dele. E aí lógico que o mundo da Carol caiu, né? — Não quero nem me alongar nessa criatura. — E aí ela voltou para casa da mãe, e aí com a mãe ali ela teve mais apoio, né? E o bebezinho foi crescendo, o bebezinho fez um ano, bebezinho fez dois anos, bebezinho fez três anos. — E aí a mãe dela falou: “olha, Carol, você precisa começar a sair, precisa começar a ver gente, precisa começar sim a pensar em ter um novo relacionamento, porque não é porque não deu certo — Com aquela criatura, com aquele traste. — que não vai dar certo com o outro cara. — Você tem que tentar. — O bebezinho já está maior… Eu estou aqui, você mora comigo, eu fico com ele. Vai sair, vai passear. — 

E aí Carol voltou a sair. — Ela voltou sair. — E aí saiu um tempo ali com as amigas e tal e conheceu um cara. E a Carol começou a sair com esse cara, né? Bem de leve assim… — Porque, enfim, né? — Ainda tinha muito trauma do abandono, de tudo que ela passou com o ex-marido. — E o cara era muito bacana, gente, muito bacana. Sabe cara bacana? — O cara era muito bacana, parecia que gostava muito dela… Eles já estavam juntos ali há dois meses e a coisa estava caminhando muito bem. Até que um dia ele chamou a Carol para viajar, e a Carol falou: “bom, viagem já é mais complicado”. — E a Carol, ela falou assim para mim: “Déia, eu lembro que eu falei para ele no primeiro dia que eu tinha um filho, e depois a gente falava de outras coisas e tal, eu não ficava falando do meu filho para ele porque não tinha esse assunto, então eu não ficava falando, mas eu acho…” Isso a Carolina me contando, “que ele não prestou atenção no que eu estava falando quando a gente se conheceu, ou ele estava bêbado, não sei e esqueceu esse detalhe”. —

E aí quando ele chamou ela para viajar, ela falou: “Olha, eu preciso ver com a minha mãe se ela pode ficar com meu filho e tal todos esses dias pra gente ir, mas eu queria ir sim”. — Porque ela estava já gostando do cara, né? — Aí o cara falou: “ah, vê sim e me fala, né?”. — Isso foi numa quarta-feira, era para eles viajarem na sexta. — Na quarta-feira… — Eles saíam muito assim, saíam quase todo dia… Ele buscava ela no trabalho, enfim… — Na quarta-feira quando ela falou isso para ele, quando ela chegou em casa, ele sempre se conversavam, “ah, chegou bem?”, “como você tá?” e nã nã nã, ficava mais uns 40 minutos ali no telefone. 

Quando ela chegou, que ela foi mandar mensagem para ele, cadê ele, gente? O cara tinha bloqueado ela. — O cara bloqueou ela no Whatsapp. — E falou: “não, não é possível. Será que ele foi roubado? Roubaram o telefone dele?”. E aí ela ligou… Ligou uma vez, ligou duas… — Quando ela ligou a terceira vez acho que o cara se tocou que, se ele não falasse com ela, ela ficar ligando, né? — E aí o cara atendeu e falou: “Olha, Carolina, eu gosto muito de você, você é uma menina muito legal e tal, mas eu não tinha me ligado nesse lance de você ter filho, eu não namoro mulheres com filhos”. E aí ele continuou, ele falou: “Você é ótima, você é incrível, mas, ah, uma criança… Eu não quero isso pra minha vida”. — Gente, eles estavam saindo há dois meses. A Carolina não estava pedindo ele em namoro ou em casamento, mas ele disse que ele não gosta de lidar com mulheres com filhos. Olha que coisa mais bacana, que ser humano mais agradável esse aí também. —

E aí foi um baque… Outro baque para Carol, né? Porque pensa, o casamento dela terminou porque o cara lá não queria lidar com a criança dele. — Que a criança era dele. — E aí agora ela tinha começado a namorar um cara que ela achou que era legal, mas era um babaca e o cara não queria lidar com as questões do filho dela. — Segundo ele, ele queria um relacionamento mais leve. Sério? — Então, eu guardei essa história pra contar hoje para vocês, pra gente pensar nesse lado também, né? E quando a mãe quer voltar aí para o mercado, quer namorar quer se sentir ser humano, né? E tem esse monte de cara babaca que ou não sabe lidar nem com o próprio filho ou esses que “ai, porque a mulher tem um filho, ela não pode ter um relacionamento leve. Ela não é leve”, “ai, porque você tem as coisas do seu filho para lidar e eu não quero lidar com isso”. 

Gente, assim, infelizmente eu não posso dizer o que eu gostaria de dizer aqui, e eu também não tenho filhos, então eu não sei a barra que é passar por isso, eu só imagino e só de imaginar já fico puta. Então eu gostaria que vocês deixassem uma mensagem fofa para a Carolina, porque, gente, não é fácil, né? — Só babaca nesse mundo? — Eu não quero nem falar mais. 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, Déia, oi, pessoal, aqui é a Catarina e eu falo de São Paulo. E eu queria dizer uma coisa para Carolina: não se assuste com a quantidade de homens desse tipo que vai aparecer na sua vida, porque na minha vida apareceram vários desses e similares… Alguns até piores, infelizmente. E a gente acaba acreditando que a gente não merece um amor bacana ou que os homens sempre são assim, sempre traem ou sempre abandonam, né? Quando, na realidade, não é bem isso que acontece… Às vezes quando a gente menos espera uma pessoa muito, muito, muito especial aparece e eu sou, assim, a prova viva de que isso acontece, e que com certeza vai acontecer com você também, Carolina, porque você é uma pessoa especial e merece alguém do seu lado que te ame e que ame o seu filho, que te acolha e que te dê carinho. Então, acredite que isso foi um livramento e que, com certeza, algo muito melhor está por vir. Não fiquei com medo de sair com as pessoas, de conhecer as pessoas, porque conhecendo as pessoas é que a gente vai decidir quem a gente quer ter por perto ou não. Essa pessoa, esse cara que não merece nem nome, é você que não vai querer ele perto de você. Uma pessoa que não gosta do seu filho, que não gosta de criança, é você que não vai querer por perto. Então que bom que ele foi embora, que ótimo livramento, você abre espaço para uma pessoa realmente especial estar na sua vida. E tudo de bom para você. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, pessoal, aqui é a Sabrina de Praia Grande, São Paulo. Carol, sinto muito aí pelas situações que ocorreram com você, mas pensa que ambas as situações aí foram um livramento, porque pessoas que não sabem lidar, um cara que não sabe lidar com o próprio filho e outro que não sabe se relacionar com uma mulher pelo simples fato dela ser mãe, acho que eles não estão preparados para ter um relacionamento e nem para compartilhar a vida com você. É sempre bom lembrar que nós, mães, temos aí um poder de saber segurar a peteca, de conduzir a vida e lidar com as mais diversas situações, e as pessoas deveriam simplesmente valorizar isso e reconhecer. Tomara que você, se for o seu objetivo, claro, encontre uma pessoa que reconheça esse seu valor, que reconheça o quanto você é preciosa e o quanto você merece ser feliz. E essa pessoa ela com certeza ela vai te merecer e, pensa que essas pessoas que aparecem e somem elas estão fazendo nada mais que um favor. Um beijo e muita sorte para você e pro seu bebê. 

Déia Freitas: Então é isso, gente. Um beijo e até breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.