título: toque
data de publicação: 27/03/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #toque
personagens: bianca e marina
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é Listerine. Você sabia que são necessários 21 dias para se formar um hábito? Pensando nisso, Listerine criou o Desafio 21 Dias Listerine. Sua boca mais limpa ou seu dinheiro de volta. Não entendeu? Deixa eu te explicar porque é bem fácil: Você compra seu Listerine e completa a higiene bucal, utilizando sempre após escovação e fio dental durante os 21 dias. “Ah, mas eu não vi resultado”, “não estou satisfeito”, Listerine devolve o seu dinheiro. — Incrível, né? — Complete sua limpeza com Listerine para ter cinco vezes mais o poder da limpeza do que apenas escovação e fio dental. Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio, vai ouvindo a história e já navegando em: desafio21dias.listerine.com.br. E hoje eu vou contar para vocês a história da Bianca. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Bianca fazendo faculdade — começou a faculdade e a gente sabe como é esse começo de faculdade, né? A gente forma uns grupinhos, umas panelinhas, você vai vendo com quem você tem mais afinidade, vai batendo papo, jogando conversa fora e depois vai formando os grupos de estudo, enfim, nã nã nã, coisinhas de faculdade —, um dia a Bianca, nesse dessa coisa de conhecer pessoas novas na faculdade, tava ali um grupinho de cinco colegas, todo mundo conversando, jogando conversa fora… Quando, de repente, parecia que alguém tinha tirado a tampa de um esgoto real assim… A Bianca sentiu e falou: “Misericórdia, o que é isso?” e algumas outras pessoas dali daquele grupinho também sentiram esse cheiro, mas nem todo mundo sentiu, enfim, conversaram ali e cada um foi para sua aula seguir sua vida. Bianca, meio estômago fraco, ficou pensando: “Gente, que cheiro horroroso, será que tem algum problema de encanamento? Será que bom dar uma avisada na faculdade? Tem algum cano entupido, sei lá, um detrito… Um fedor horrível. Meu Deus, não vou passar mais naquele corredor”, ficou pensativa sobre isso.
O tempo foi passando e Bianca começou a perceber ali que aquele cheiro insuportável só aparecia quando uma colega específica ali da turma falava alguma coisa… Quando elas estavam ali em rodinhas e a menina abria a boca para falar alguma coisa, subia um fedor, assim, uma coisa insuportável que realmente tomava ali todo o ambiente. Não foi só a Bianca que sacou de onde estava vindo aquele cheiro, algumas outras meninas também sentiam esse cheiro quando essa colega de faculdade conversava com todo mundo. — Eu vou dar um nome para ela, vamos chamá—la de “Marina”. Quando Marina falava, a galera falava: “Meu Deus do céu, que cheiro”. — Eu fico muito pensativa, porque assim, eu sei o que é ter vinte e poucos anos como a Bianca na faculdade e você não ter ainda a coragem de de falar, de chamar sua colega e falar: “Então você está com um cheiro forte na boca e tal”, eu acho que é da idade, a gente não consegue. Eu lembro de mim com 21 anos e me vem aqui na cabeça uma história minha que quando eu estava em um dos meus empregos, eu era assistente de um diretor, e esse diretor tinha também essa questão do hálito e tal, e era, gente, era muito, muito forte mesmo, muito. Realmente parecia esgoto. Só que ninguém falava, ele era o diretor… Então o que eu fazia? Como eu tinha que ter muito contato com ele, sabe quando você respira pela boca? Eu aprendi a respirar pela boca perto dele e era assim, porque como que eu ia falar isso para um diretor? Ninguém falava, né? —
Bom, até que um dia chegou [risos] nesse lugar que eu trabalhava, um diretor novo que ia fazer, digamos, sei lá, a parte financeira… Diretor financeiro. Então eles tinham o mesmo cargo ali, né? A hierarquia era a mesma… E esse diretor estava vindo para ter uma reunião com o meu diretor e eu estava ali na sala para fazer a ata, para escrever as coisas que eles iam fazer e tal. E aí esse diretor entrou e o meu diretor começou a falar, conversar e esse diretor começou… Gente, sem brincadeira, ele olhou os dois pés na sola do sapato, ele começou a procurar, procurar, procurar, e eu não tinha entendido o que era… Nem o meu diretor, né? E ele procurou, gente… E aí o meu diretor falou: “Você está procurando alguma coisa?”, e aí ele falou: “Tô”, e aí foi chegando mais perto e meu diretor falou e ele falou: “Meu Deus, o céu, eu estava procurando, sei lá, achei que eu tivesse pisado numa merda, alguma coisa e é você… É o seu hálito, tá muito ruim. Não dá pra ser assim”. Gente, o diretor tinha chegado… Era um dia… Um dia. E aí eu não sabia minha reação… Eu era muito nova e, ao mesmo tempo que eu tive vontade de rir, eu fiquei muito chocada, muito chocada, porque ninguém falava com o meu diretor daquele jeito.
E aí, depois que ele fez esse apontamento, ele continuou a reunião normal, um pouco mais distante, ele falou: “Eu vou ficar um pouco mais longe de você, tudo bem?”, desse jeito, gente… E aí, nos dias seguinte o meu diretor resolveu esse problema do hálito. Então, veja, ele foi indelicado, totalmente indelicado, mas resolveu… [risos] Então, assim, eu sei que na idade que a Bianca está, a gente não tem muita coragem de falar, mas eu acho que é importante você não fazer como esse cara fez, na minha frente… Ele podia ter chamado o diretor de canto, sei lá… Ele fez a minha frente. Mas também ali, eu acho, eu acho que os dois diretores, eu era um nada… Então acho que foi na frente de ninguém, sabe assim? Eles nem repararam que eu estava lá. Mas eu acredito que a Bianca não teve essa coragem… Pelo menos até agora aqui na história, porque é coisa da idade mesmo. E eu hoje mais velha, eu com certeza daria esse toque, chamaria com muito cuidado a pessoa e falaria, porque é para o bem da pessoa também, né?
Bianca começou a tentar evitar um pouco ficar tão perto da menina ou conversar com a Marina com o vento a favor. A Marina sentava na frente da Bianca, então quando ela virava para conversar, vinha já aquele jato… E teve um dia que estava tão forte que a Bianca quase desmaiou mesmo, passou mal de quase vomitar… E a menina às vezes queria falar com a Bianca bem de pertinho, cochichando. [risos] E aí a Bianca ficava mal de saúde real, assim. Teve um dia que ela quase teve um teto preto, sabe quando cai sua pressão? Caiu a pressão… E aí ela começou realmente a pensar numa maneira de como falar com a menina sem magoar. — Como é que ela ia fazer isso? Como é que ela ia abordar a menina e falar: “Olha, então, você está com um mau cheiro na boca e tal…”, é complicado, ainda mais elas estavam se conhecendo ali, tipo primeiro semestre de faculdade — e Bianca começou a pensar num jeito de dar esse toque sem deixar a menina constrangida ou humilhada. E aí começou a saga da Bianca, ela não conseguia mais prestar atenção na aula porque primeiro tinha a menina falando com ela e aquele cheiro muito forte, muito forte…
Outras pessoas também sacavam, mas ninguém tinha interesse em falar. A Bianca tinha por porque ela queria ajudar a menina mesmo, mas ao mesmo tempo não queria deixar a menina envergonhado ou chateada… E ela foi pensando: Como é que eu vou dar esse toque? Será que a menina vai receber bem? Será que Marina vai receber bem esse toque? Porque ao longo da convivência, Bianca foi conhecendo Marina melhor… — Então, o que acontecia? — Se Bianca encontrasse uma outra colega de faculdade na rua, poxa, encontrei por acaso e foram tomar um sorvete, postaram uma foto no Instagram, Marina já ficava muito chateada e falava: “Poxa, ninguém me chamou pra tomar sorvete”. Marina tinha dia que estava muito feliz, muito bem e tinha dia que estava muito mal, muito triste… — Então ela devia ter ali algumas questões próprias. — Marina tinha muito essa oscilação de humor.
Então a Bianca ficava pensando: “Meu Deus, se eu chegar um dia que ela está superfeliz para falar: “Olha, então a gente precisaa conversar sobre o seu hálito” ou num dia que ela estava muito triste e piorar… A Bianca estava realmente muito angustiada com a situação. Tinha uma questão que aqui a gente sempre fala, né? A pessoa que tá com alguma questão ali no hálito, ela não sente, porque a Bianca falou que às vezes subia aquele cheiro… E, assim, gente, não é aquele hálito de “ah, acordei, não escovei o dente ainda”, “ai, não comi”, não, era realmente um cheiro muito ruim, que parecia que impregnava e que parecia um esgoto mesmo. Às vezes outras pessoas sentiam e falavam na roda: “Meu Deus do céu, que cheiro de esgoto é esse?” e a própria Marina falava: “Nossa, tá mesmo, né? De onde será que é esse cheiro?”, e aí a Bianca ficava chocada… “Gente, esse cheiro é de você, amiga”. Bianca realmente não tinha coragem… Então ela foi deixando, foi fazendo como eu, respirando pela boca, assim, tentando conversar de uma maneira que o vento ficasse por outro lado e foi dando jeito ali, mas não diminuiu o contato com a Marina. — Mas ainda assim, é bom lembrar, elas não eram amigas, elas eram só colegas de faculdade. —
Até que um dia pintou ali na faculdade os jogos universitários… Seria numa outra cidade e a galera teria que viajar e ficar aí uns dias… — Então, ah, vamos ficar juntas as meninas no alojamento e nã nã nã” e todo mundo foi… E aí a gente sabe como é isso, né? Todo mundo em alojamento, além dos jogos, tinha muitas festas, bebedeiras, shows e nã nã nã… E, ali, a Bianca foi percebendo que Marina nunca ia com as meninas escovar os dentes. — Porque, assim, tinha, sei lá, uma pia lá coletiva, daquelas enormes, sabe? De alojamento. — Falavam: “Amiga, vamos? Todo mundo vai escovar os dentes agora” e ela falava: “Não, vou ficar no chiclete”, “não, vamos lá com a gente, vamos escovar” e a Bianca tentando, né? “Não, não, não vou ficar aqui no chiclete mesmo”. — Agora eu descobri, né? A gente dias aqui e ela só no chiclete. Então realmente não sei nem se é uma questão maior, tô achando que é só má higiene mesmo da Marina. — Mas é aquilo, não tem como a gente saber, porque até a questão dela não escovar os dentes pode estar ligada a essa oscilação de humor dela, a questões aí mentais também, então não tem como a gente falar, né? —
Dali pra frente a Bianca falou: “Ah, quer saber? Também não vou nem falar nada”, porque assim, a Bianca o que ela fugia? De não almoçar junto, porque realmente você perde o apetite e não come nada. “Vou tentar só me esquivar das situações onde eu passo mal e, assim, também não vou mais me preocupar em resolver essa questão”. Durante um ano Bianca ficou muito angustiada, tentando um jeito de falar com Marina. O curso foi passando, acabou, enfim, ficou só o convivio nas redes sociais. Bianca até hoje se pergunta: “Será que eu devia ter falado? Ainda assim, sabendo que ela preferia, sei lá, mascar chiclete do que escovar os dentes? Será que eu devia ter falado?”, eu acho que na sua idade, Bianca, novinha assim, a gente não tem ainda esse jogo de cintura, falta maturidade mesmo, né? Para falar. Hoje, com a minha idade, eu falaria já no primeiro dia: “Amiga, vem aqui, vamos conversar, tenho uma coisinha pra te dar um toque e tal”, mesmo que a pessoa depois ficasse com raiva de mim, pelo menos eu ia chamar ali de cantinho e falar, né? Falar, assim, fechando meu nariz, falando pela boca rapidinho, resolvia. Mas muito nova também eu não teria esse discernimento… Vocês dariam esse toque?
[trilha]Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, aqui quem fala é a Poliane do Rio de Janeiro, mas eu moro em Campinas. Essa história me lembrou quando eu era adolescente no ensino médio, que eu também sofria muito com mau odor e nenhuma amiga, nenhuma colega chegou para falar alguma coisa, dar um toque… Eu iria querer na época, pois me pouparia muitos constrangimentos… Assim como a Bianca, eu acredito que as meninas também eram muito novas, então ficaram um pouco com vergonha, mas eu sentia que eu era alvo de alguns comentários. Foi só depois que a minha mãe percebeu e aí deu o toque: “Por que você não troca o creme e tal?”, mas a minha mãe, né? Mas eu acho que uma amiga poderiam, colegas, enfim, ter chegado e dado um toque na época, teria me poupado um pouco. [riso] Mas eu entendo super, Bianca, porque as minhas colegas na época acho que também passaram o que você passou. Um beijo a todos e espero que a menina hoje esteja bem, né?
Assinante 2: Oi, pessoal, meu nome é André, eu moro em Belo Horizonte. Eu acho que já passou da hora da gente normalizar, não só dar esse tipo de toque sobre mau hálito, mas também dar toques sobre coisas que todo mundo gostaria de ser avisado, eu acho, sabe? Se está com o dente sujo, se está com alguma coisa presa no nariz, se está com alguma roupa rasgada, se tá com o sovaco fedendo, se tá com chulé… Eu não acho indelicado, não acho falta de educação… Eu acho que existem mil formas de dizer a mesma coisa. Para quem está passando por esse tipo de situação, pelo menos a respeito do mau hálito com alguma pessoa conhecida, a Associação Brasileira de Halitose tem um sistema que chama “S.O.S Mau Hálito”, eles enviam um e—mail anônimo para uma pessoa que está passando por esse tipo de problema e talvez não saiba e é um texto muito respeitoso, muito cuidadoso… Então você não precisa informar nenhum dado seu, só entrar no site, informar o nome da pessoa, o e—mail dela, que eles vão enviar esse e—mail em até dez dias, se não me engano. Fica a dica. Associação Brasileira de Halitose, S.O.S mau hálito.
[trilhaDéia Freitas: Você já pensou em algumas mudanças de hábito para completar a sua saúde bucal? Se nunca pensou, agora é a hora com o Desafio 21 dias de Listerine, use Listerine por 21 dias e sinta cinco vezes mais o poder de limpeza do que apenas a escovação e fio dental. Aceite o Desafio 21 dias Listerine, sua boca mais limpa ou seu dinheiro de volta. — Valeu, Listerine, tô feliz que vocês chegaram por aqui. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]