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título: doente
data de publicação: 07/12/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #doente
personagens: claudinha e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje pela primeira vez? Cliente novo, eu tô muito feliz, é a IBBL, marca brasileira que há mais de 37 anos produz purificadores de água para residências e empresas. A IBBL me chamou para falar com vocês de um assunto inusitado: água falsa. — Sim… — A campanha de verão da IBBL quer conscientizar você sobre os riscos de ingerir água de procedência duvidosa, como as garrafinhas de água mineral que a gente compra pelas ruas e não se atenta se o lacre pode estar rompido ou não. 

Algumas pessoas ou empresas podem aí agir de má fé e repor o líquido das garrafinhas sem controle nenhum — inclusive sem controle da vigilância sanitária. — e isso pode colocar a sua vida em risco. — Então, fica atento ao comprar a água pelas ruas e tal e preste atenção nesse lacre. — Outro ponto que a IBBL quer chamar atenção da gente são os galões de água com plástico vencido ou galões que ficam expostos ao sol e a gente compra e nem sabe… E essa água se contamina com esse plástico. Todos esses problemas aí eles aumentam muito no verão. E quem está a frente dessa campanha é a Dona BB, a embaixadora da refrescância. — Eu amei tanto isso, a embaixadora da refrescância… Amo… — No site é ibbl.com.br você encontra purificadores para todas as necessidades. — Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e no final tem cupom de desconto, então fica aqui com a gente. — 

E hoje eu vou contar para vocês a história da Claudinha. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Claudinha namora aí há uns quatro anos com um cara e, durante esse período, esse cara nunca teve, assim, um emprego fixo. Ele sempre fazia um bico aqui, outro bico ali, ia pulando de galho em galho, sem saber muito bem o que ele quer da vida. Ele já está com 34 anos, a Claudinha tem 30. E a Claudinha trabalha desde muito cedo, então se vira, paga todas as contas dela e nã nã nã. O cara, na pandemia, resolveu ir morar com a Claudinha. — Ê, Claudinha… — O cara sem trampo, ainda mais pandemia, ficou aí nas costas da Claudinha todo esse tempo. E a Claudinha ali, bom… É uma situação atípica, pandemia e nã nã nã, ela falou: “Bom, tudo bem, não vou ser a pessoa que joga as coisas na cara ou que cobra que ele procure um emprego”, enfim. Esse ano começou e Claudinha disse pra ele: “Olha, agora que você quer ficar aqui, né? Quer ficar aqui comigo, você precisa dividir as contas comigo. Eu aguentei, segurei aí a barra sozinha durante a pandemia, mas agora está complicado para mim também, né?”. 

E aí, de cara, o cara já falou para ela assim: “Mas o que mudou da pandemia para cá? Você continua no mesmo emprego, você tem o mesmo salário… Se você pagou as contas lá, por que você não quer pagar agora?”. Aí ela teve que falar para ele: “Olha, eu não quero pagar agora porque tem cursos que eu quero fazer, tem outros projetos que eu quero investir, que não é investir em você, te sustentar”. Então foi uma conversa aí meio tensa… Diz o cara que ficou ofendido, mas não se mexeu, não procurou um trampo e não parou aí de comer bolacha recheada. [risos] Não parou de comer as coisas da casa, enfim, continuou por ali. E aí Claudinha chamou ele de novo e falou: “Olha, então é melhor você voltar pra casa da sua mãe, porque realmente eu estou ressentida dessa situação. Você não se mexe e tal”. 

E aí o cara resolveu que ele queria ser chefe, que ele queria então fazer comida pra vender. Acontece que, na pandemia, as poucas vezes que ele cozinhou foi, assim, tudo muito horrível… [risos] Um desastre, assim, o cara não tem a manha pra fazer comida pra vender, né? E isso lá em março. E aí a Claudinha falou: “Bom, então tá, você quer uma força nisso? Você vai ter um trabalho então? Vai vender comida?”. O que ela fez? Ela comprou as coisas que ele pediu, tipo 100 marmitexzinhos lá, enfim, umas coisas… — E, gente, nem cozinhar ele cozinhou… —  As coisas ficaram lá empacotadas num canto, até que Claudinha botou aí numa rede social dessas de venda — compra e venda — e vendeu os marmitex, porque nem desembalado estava. E aí ela vendeu, pelo menos não ficou no prejuízo com esses marmitex. E aí, quando ele viu que ela vendeu os marmitex, quando ele notou que não estava mais lá, ele deu um show e disse que Claudinha — reparem — não gostava de ver ninguém feliz, que queria só ver os outros pra baixo… [risos] 

E que ele estava no meio de um processo criativo e que ele ia sim fazer os marmitex, mas aí já era maio, né? — Não fez até maio, não vai fazer mais. — Até que um dia, a Claudinha chegou em casa do trabalho e esse rapaz estava sentado no sofá, aos prantos… — Aos prantos. — E aí Claudinha assustou: “Meu Deus, será que a mãe dele morreu? É alguma coisa muito grave, né?”. E realmente era uma coisa grave… Esse cara tinha feito uns exames, Claudinha nem sabia que ele estava sentindo dor, nada, mas uns dias antes ele estava sim caminhando com dificuldade e, Claudinha achando que era mais um golpe dele, alguma coisa, fingiu que não viu. — E aí ela até se sentiu muito culpada por isso, né? Por ter fingido que não tinha visto que ele estava andando com dificuldade. — E ele disse que ele tinha passado no médico e que havia uma suspeita de câncer ósseo. [efeito sonoro de tensão] E aí a Claudinha, nossa, ficou desesperada e queria saber que exames que ele já tinha feito e tal, né? E aí ele não estava assim… Ele não estava na vibe de conversar. 

Ele estava muito abalado emocionalmente, só chorava, então ela deixou ele quieto ali no sofá e fez uma sopa, enfim, foi confortar ali o praticamente namorido, né? Que está morando na casa dela praticamente três anos… E foi fazer as coisas para ele ali se sentir um pouco melhor. Isso já era junho, né? Então a Claudinha mudou a rotina dela, por que como que teria que ser? Ele ia começar um tratamento para esse câncer e só podia ter uma pessoa de acompanhante, e a mãe dele, que é uma senhorinha muito simples, queria acompanhar ele, né? Então, o que Claudinha fazia? Claudinha levava os dois e buscava. Entrava lá no estacionamento, deixava os dois, tipo, no Hospital do Câncer X aí, né? E depois ia buscar. E aí todas as coisas que ele precisava em casa e tal era a Claudinha que fazia, né? E às vezes a mãe do cara ia lá ajudar a limpar, enfim, todo mundo estava ali se organizando para que ele fizesse ali um bom tratamento. Estava tudo muito exaustivo, porque esse cara ficava muito fraco… E aí a Claudinha tinha que sair, pedir várias saídas do serviço e tal e tinha que levar, buscar, enfim, uma luta… 

E aí um dia a Claudinha desabafando ali com uma amiga dela no trabalho, e essa amiga, por coincidência, já tinha trabalhado de auxiliar de enfermagem num hospital específico de câncer e, conforme a Claudinha foi contando as coisas da rotina, essa moça falou pra ela: “Engraçado, tem muita coisa aí que não bate… Inclusive com esse diagnóstico de câncer ósseo, eu posso estar falando besteira, sou de outra época, mas não sei… Achei estranho”. E aí a moça logo já se corrigiu, falou: “Não, não tô duvidando, não, do seu esposo, só achei que esse protocolo não está seguindo o que seria o correto”. E aí acendeu uma luz em Claudinha… Mas Claudinha falou: “Ninguém seria tão horrível de fingir um câncer… E eu deixo ele no hospital com a mãe dele para o tratamento”. E aí Claudinha resolveu deixar os dois no hospital e, em vez de sair, ela simulou que saiu e voltou, estacionou o carro e foi atrás deles. 

E aí, o que Claudinha viu? Claudinha viu que o cara deixava a mãe dele na recepção, ela não entrava com ele no hospital… Então ele ia e acomodava a mãe dele ali na recepção e isso demorava umas quatro horas… A idosinha ficava lá sentada sozinha umas quatro horas esperando ele sair lá da parte do ambulatório e sabe o que o cara fazia? Ele saia por outra porta e ia embora, pegava o metrô… E aí a Claudinha não seguiu ele, mas viu ele entrando no metrô. Ele tava enganando a mãe e a Claudinha fingindo que estava fazendo um tratamento para o câncer… — Gente, isso é muito bizarro. — E aí a Claudinha ficou por ali as quatro horas pra ver se ele aparecia e ela ficou meio escondida ali na frente do hospital e viu ele chegando. Viu ele chegando, inclusive, tipo comendo alguma coisa, e aí jogou o papel no lixo e entrou pela outra porta e depois veio vindo meio moribundo, assim, fingindo pra mãe dele. E como fica muita gente nesse hospital, não tem como você saber quem está ali pra tratamento, quem não está… E ele não entrava no ambulatório, nada… — Então ele podia ser alguém ali que estava esperando alguém, né? Gente, eu fiquei em choque… Gente, o cara… Ele fingia que tinha câncer, ele fingia que ele estava tratando… Ele fazia a Claudinha fazer sopa pra ele todo dia, fingia que vomitava… —

Falou que estava fazendo um tipo de quimio que não cai o cabelo… — E que tem, existe esse tipo de quimio que realmente não cai o cabelo… — E por isso que ele estava ainda de cabelo, isso e aquilo… Enganando a mãe dele, fazendo a mãe dele ficar sentada num banco gelado por quatro horas… — Gente… Gente? — E aí a Claudinha esperou ele voltar para casa, botou ele pra fora, falou que tinha descoberto tudo, que ele não tinha câncer… E ele começou a chorar, disse que é uma pessoa doente e que precisa de ajuda, e que era obrigação da Claudinha ajudar ele. E aí Claudinha, aos berros, botou ele pra fora, jogou as coisas dele pela janela e ligou para a mãe dele, contou que era mentira do câncer, ela ficou em choque… — Só que ela acolheu o filho dela, enfim, né? Ele deve ter inventado ali outra desculpa para mãe, né? Sei lá. — E aí, nas redes sociais, esse cara fez um post dizendo que a Claudinha abandonou ele no momento mais frágil da vida dele, que ele estava com o psicológico doente e que ela abandonou ele. 

E aí ela fez um outro post com o print do post que ele estava expondo a Claudinha, dizendo que ele tinha fingido que ele tinha câncer. Então, que as pessoas aí que julgassem, né? Se foi certo ela botou ele pra fora ou não e que ela não estava nem aí… Só que aí, depois de um tempo, uma amiga dela que é advogada, pediu que ela apagar, porque ainda assim ele poderia processar ela, se ele quisesse. E essa advogada fez uma notificação extrajudicial pra que ele apagasse o post e ele, com medo, também apagou. Então aí ficou por isso mesmo… Mas o cara ainda teve a coragem de falar que depois de tudo que ele fez, a Claudinha botou ele pra fora e que era injusto isso. [risos] Gente? O cara ia até a porta do hospital, deixava a mãe dele lá e depois, sei lá, ia para o cinema? Sei lá pra onde ele ia, né? Porque ele fez isso muitas e muitas vezes. E Claudinha mudando o horário, cuidando do cara e o cara fingindo tudo… 

Ah, ele pode ter alguma questão psicológica? Pode, mas não é a Claudinha que vai resolver isso. Ela não tem essa obrigação com ele, nem com ninguém. E ele bate nessa tecla de que ele está doente e que ele não pode trabalhar e que ele não pode fazer nada… E agora está lá, né? Sob a responsabilidade da mãe dele. É ela que cuida, entre aspas, dele agora. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, pessoal, aqui é a Kerolyn de Massachusetts. Eu fui ouvindo essa história e, assim, eu acho que todo mundo que vai ouvindo as histórias vai tentando adivinhar como que vai ser o final, né? Eu gosto de fazer isso… E para mim o final seria o cara, depois de tudo isso, ele ainda ia entrar na justiça e pedir metade de tudo o que a Claudinha conquistou durante esses anos que eles estavam juntos porque tem outras histórias assim no podcast, né? Que a pessoa é uma escorada, não faz nada, e aí depois ainda de ficar anos junto com a outra, pega metade de tudo que é dela. Então, para mim esse final ainda foi uma vitória do povo de Deus… Eu estou comemorando aqui. E eu espero, Claudinha, que você já esteja melhor, esteja recuperada e eu não tenho dúvida de que o seu futuro vai ser lindo porque você é uma pessoa muito batalhadora e o futuro reserva algo incrível para você, tá bom? Beijo. 

Assinante 2: Olá, aqui é Aline de Vila Velha, no Espírito Santo. Essa história me deixou com uma raiva, porque assim, a gente que já acompanhou alguém definhar por causa de um câncer, que é uma doença tão grave, tão séria, aí vem uma pessoa brincando de estar com câncer para conseguir uma atenção, para conseguir dinheiro… É revoltante para mim, assim, a falta de humanidade é muito grande e, mesmo que ele esteja doente, eu acho que você está no seu direito de não querer estar perto de você. Se ele está com problema emocional, ele que procure a rede médica, já que ele foi tanto ao hospital à toa, que ele procurasse ajuda psicológica nesses lugares, porque o que ele fez para mim é desumano. 

[trilha] 

Déia Freitas: Dona BB, embaixadora da Refrescância, adverte: Nesse verão não aceite qualquer água, leve de casa a sua garrafinha com água purificada do seu IBBL que você pode comprar no site com 5% de desconto usando o nosso cupom PICOLEDELIMAO. — Tudo junto e maiúscula, sem acento. — O cupom é válido para todo o site durante todo o mês de dezembro. ó, Já se dá de presente de Natal aí um purificador de água. — Amo… — Acesse: @IBBLBrasil e encontre vários conteúdos aí sobre a importância da água de qualidade e tire suas dúvidas. — Gente, água falsa, sabe? Presta atenção… — Os links estão todos aqui na descrição do episódio. — Valeu, IBBL, seja bem-vinda e volte sempre. — Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.