título: encantado
data de publicação: 23/10/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #encantado
personagens: aline e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a EBAC, Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. A EBAC possui mais de 150 cursos e 60 mil alunos, além de uma plataforma própria e um corpo docente formado por excelentes profissionais que atuam aí não só no Brasil, mas também no exterior. — Bom, eu vou dar aqui alguns exemplos de área, tá? — Na área da arquitetura você pode estudar designer de interiores, decoração ou paisagismo. Na área do audiovisual, edição de filmes, fotografia e roteiro. — Sim, a EBAC tem curso de roteiro… — Todo mundo me pergunta: “Ai, Déia, por onde eu começo?”, você pode começar aqui pela EBAC.
E em design: Designer gráfico, história da arte e ilustração profissional… E isso aqui, gente, eu estou falando só de três áreas específicas, tá? Imagina aí quantos outros cursos interessantes você pode encontrar na EBAC. O site é: ebaconline.com.br. — Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio e fica aqui que tem um cuponzão de desconto pra você no final, tá? — E hoje eu vou contar para vocês a história da Aline. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Aline mora com os pais — o pai dela e a mãe, que a gente vai chamar aqui de dona Mirian — e eles sempre tiveram aí um relacionamento ótimo… A Aline faz faculdade e trabalha, então ela passa o dia todo fora. A mãe da Aline também trabalha, então passa o dia fora e o pai da Aline é aposentado, então ele fica mais em casa, eles tem ali um cãozinho, então ele fica mais com o cãozinho… — Não é, assim, um idoso… — Um homem de 60 anos, tá inteiraço, tá felizão. No meio do ano passado, uma amiga da Aline da faculdade ficou mal de grana e ficou sem ter onde morar. Então ela foi e pediu uma força pra Aline, se Aline podia hospedá-la por um tempo, pelo menos uns três, quatro meses, até ela se ajeitar de novo e conseguir pelo menos uma vaga para morar, para não ter que trancar a faculdade, pra ela pelo menos conseguir terminar aquele semestre. — Isso era depois das férias, já, né? Então lá por agosto. — Para ela poder terminar aquele semestre e ver o que ela ia fazer da vida.
Aline foi e perguntou para os pais… De cara, dona Mirian já disse que não e o pai da Aline também disse que não, que ia acabar tirando a privacidade da família, mas sendo uma amiga muito querida, a Aline insistiu, insistiu e aí os pais cederam. Então eles colocaram um prazo, que seria ali de quatro meses, no máximo cinco, até que terminasse as aulas. E aí depois a moça, sei lá, voltava para a cidade dela, enfim, né? Dava aí os pulos dela. A moça foi lá para casa da Aline e essa moça ela não trabalhava… — Então, quer dizer, né? Se a pessoa já quer arrumar um lugar para ficar, ela tem que trabalhar, né? Mas ela estava só estudando e tava procurando emprego. — Então ela não tinha como contribuir com nada… Então também essa parte, a pessoa ali gastando água, gastando luz, comendo… Era mais uma boca. — Então o que a Aline fez? — Como era uma responsabilidade da Aline, ela começou a bancar a menina. Então, assim, pegou a conta de água e de luz, por exemplo, para pagar tudo… — Era uma coisa que antes eles dividiam e agora a Aline pegou para pagar tudo. Eu achei justo, né? —
Ela sempre deu o vale alimentação para a mãe, para usar ali para as despesas da casa e acabou colocando ali 300 reais a mais para a mãe, que era como se fosse as refeições ali da amiga. Para não ter falatório… — Achei que a Aline fez bem certo, assim, né? Então ela assumiu ali água e luz, né? Inteira, porque antes eles dividiam, as três pessoas da casa, o pai, a mãe e ela e, além de dar o vale alimentação que ela dava inteiro todo mês para a mãe, do trampo dela, ela dava mais 300 reais, que era para as coisas da menina. — Então, assim, a Aline fez certo, né? Fez a parte dela. Ela botou a menina dentro de casa e não ia gerar despesa ali para os pais. O tempo foi passando… A menina no começo lavava a roupa dela, via o dia que a máquina estava ali disponível e lavava a própria roupa… Depois foi tentando enfiar a roupa dela junto com as roupas que a dona Mirian colocava na máquina, pra não ter esse trabalho.
E aí Dona Mirian foi e falou com a Aline, falou: “Olha, fala pra ela, pra ela continuar colocando a roupa dela separada, porque aí ela bota, ela olha, ela estende, ela recolhe, né?”. — Então cada um na sua, porque senão, além de tudo, a dona Mirian ainda tinha que ficar caçando que roupa que era dela para chamar dela para estender e ela acabava estendendo tudo. — Então já começou ali a gerar um trabalho… A visita já está começando a incomodar. E aí meio que as coisas se ajustaram, porque assim, como a Aline e a dona Mirian passavam o dia fora de casa, assim, e à noite a moça ia pra faculdade com a Aline, então dona Mirian mal via essa moça, via mais de final de semana, então não incomodava tanto. E o tempo foi passando… Chegamos a novembro do ano passado e, em novembro, a moça tinha mais um mês, então ela podia ficar ali dezembro até antes das festas e, depois, quando ela fosse para as peças, pra cidade dela, lá da família dela, já ia de vez, né? Levava as coisas, desocupava a casa.
Mas quando chegou em novembro, essa moça agradeceu ali a Aline e a família da Aline e saiu da casa… — Sem ninguém falar nada, sem ninguém cobrar nada. — Era ali pelo dia 7 de novembro. Quando foi no dia 10 de novembro, o pai da Aline saiu de casa. Sem conversa, sem comunicar nada. Ele simplesmente fez uma mala durante o dia — que ele ficava sozinho, aposentado, ficava em casa — e foi embora. Quando Aline chegou do trabalho para só pegar as coisas para ir para a faculdade, encontrou a mãe dela ali meio em choque, tentando entender o que tinha acontecido porque ele tinha deixado um bilhete breve dizendo que tinha ido embora… E ela tentando ligar no celular dele e tal. E Aline também começou a tentar e não conseguiram… Aline acabou não indo para a faculdade. No dia seguinte a Aline não foi trabalhar, nem a mãe dela e elas foram caçar o pai, ver o que estava acontecendo.
O pai da Aline se envolveu com a amiga da Aline e foi morar com ela… Ele alugou um apartamento, comprou coisas, tudo com dinheiro da aposentadoria dele… Mobiliou e botou a moça para morar nesse apartamento e foi morar junto com ela. Dona Mirian ficou em choque. Ficou arrasada… — Um casamento de 30 anos. — Ficou mal… Só que ao mesmo tempo que ela ficou mal, ela ficou cruel com a Aline, porque ela acha que a culpa do envolvimento do pai com a moça é da Aline, que botou a moça dentro de casa. E ela inferniza a vida da Aline pra que o pai volte, porque a dona Mirian quer o marido de volta, né? — O pai da Aline de volta. — A Aline diz que, por outro lado, ela não cortou o contato com o pai, porque era o único jeito dela tentar convencer o pai de voltar. O pai está muito magro, muito maltratado lá na casa da moça… — A casa que ele paga, que ele alugou, que ele fez tudo… — Ele tá acostumado com dona Mirian fazendo comida, lavando a roupa dele e a moça não faz nada… Então ele se vira como dá, porque, assim, também não quer por a mão na massa.
A Aline acha que o pai até vai voltar, mas ela não sabe quando. Então, a vida dela tá um inferno. Ela rompeu com a amiga e contou pra todo mundo na faculdade. Então, essa menina terminou as provas e não voltou mais pra faculdade, pediu transferência para outro lugar, mas ela continua sendo bancada pelo pai da Aline. E a Aline diz que vê fotos, vídeos dela no Instagram… — Aline tem um fakezinho… — E vê que ela sai, sai com os amigos e tal e continua dizendo que namora o pai da Aline. Aline se culpa sim de ter colocado a moça dentro de casa… Tanto que ela pediu pra mim, falou de: “Ai, Déia, não fica com raiva da minha mãe, dá um nome pra ela… Porque eu entendo a minha mãe, entendo o sentimento da minha mãe. E é isso, assim… Agora eu estou tentando trazer meu pai de volta. Minha mãe quer meu pai de volta e ele está super maltratado, está super mal lá, mas tá com a moça, né? Porque a moça é nova”. Então a Aline acha que é por isso, porque ela é nova… Tem a idade dela, assim, né? 27 anos.
Então é isso… Aline, agora tá nesse desespero de, por um lado, manter contato com o pai e saber que o pai está sofrendo, mas quer continuar com a moça. E, do outro lado, a mãe totalmente mal, sofrendo muito e culpando a Aline por tudo. Ela põe a culpa 100% na Aline, não põe culpa no marido, não… Acha que o bonito lá foi seduzido e que ele não tem culpa. — Lógico que ele tem culpa, 50% da culpa, né? E a outra menina lá que é mau caráter pra caramba. — Pela Aline ela já, sei lá, faria o pai dela fazer um B.O., mas o pai dela está encantado lá com a moça, então não vai ter jeito. A palavra é essa, ele está encantado com a moça, mesmo sofrendo, mesmo magro, ela deve estar aí, sei lá, comparecendo, sei lá, dando um jeito nele, porque ele tá que tá assim, né? E já falou pra Aline, inclusive sobre isso, sobre sexo assim, que ele conheceu um mundo novo, né? Então, sei lá, de repente, se ele voltar com a esposa, dona Mirian também pode aprender as coisas. E eu não voltaria com esse homem jamais, né? Ele que ficasse magro, maltratado pra lá, mas ela quer ele de volta e quer fazer tudo pra ele voltar. Então, né? É isso…
Então, essa é a história da nossa amiga Aline… Ela tá aí nesse dilema, com o pai dela encantado lá pela moça e largou tudo… Largou tudo e foi viver com a moça. — E detalhe: ele levou o cachorro. Tem essa… — Ele levou o cãozinho da família, porque o cãozinho ficava mais com ele. O cãozinho está bem, ele cuida muito bem do cachorro, né? Dona Mirian também sente falta do cãozinho, que o cãozinho também era dela, só que o cãozinho passava o dia com ele, né? Então são duas perdas, né? Do marido e do cãozinho. E Aline também sente falta do cãozinho. — E do pai. Óbvio, né? — E, assim, não adianta a gente inventar fórmula, nada… A mãe quer o pai da Aline de volta. — Ela quer. — Se ele vai querer, se ele vai voltar, se essa moça vai largar dele, não sabemos. E a Aline está nesse meio aí… Não cortou contato com o pai, mesmo para saber o que está acontecendo, né? Que ela fica preocupada com o pai dela. E a mãe culpa ela todo dia…
Todo dia a mãe fala: “A culpa é sua”, “a culpa é sua”. Então, pensa, a cabeça da Aline… Coitada, Ela fez uma coisa boa, gente, ela ajudou uma amiga. E ela não fez nada de errado… Ela pagava todas as despesas, ela deu uma força mesmo para essa amiga e essa amiga que foi uma cobra, porque vai me dizer que “ah”… Gente, sei lá, milhares de homens por aí, você tem que sair com o pai da sua amiga que te botou em casa para te dar uma força, sabe? Não existe isso, gente… Não existe de “ai, o amor venceu”, vocês sabem que eu não sou dessa linha do amor venceu. Então acho sim a amiga da Aline uma mau caráter… E o pai dela também não fica atrás, não. Então é isso, mas Aline e dona Mirian querem o pai de volta na casa, então agora é esperar para ver se ele vai querer, né? Eu acho que quando a moça cansar e arrumar outro lugar para ficar — porque agora ela está sendo bancada — aí eu acho que ela larga. Veremos… E aí tem que ver se o pai quer voltar, né? Tem isso.
[trilha]Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Karen de Curitiba. O que eu quero falar não é só para a Aline, mas para todas nós, mulheres… O que me incomodou foi ver o padrão de culpabilização das mulheres nessa história. A amiga foi horrível mesmo, mas a mãe culpa quem? A filha por ter deixado uma amiga entrar e trazer tentação para o inocente marido. E a filha se preocupa com o pai por não estar sendo bem tratado como merece pela ex—amiga. Vocês percebem o padrão? Nessa história terrível e sinto muito o que você tem passado, Aline, mulheres estão culpando mulheres e aliviando a escolha do homem da casa, adulto, que saiu de casa desse jeito absurdo depois de tantos anos de relacionamento, de família completa e tudo mais… Se fosse meu marido ou meu pai, eu teria muita dificuldade de perdoar, mas aqui parece que ele está sendo tratado como vítima da situação e coitadinho. Não é… Vamos lembrar disso, mulheres, da responsabilidade que os homens sobre as suas escolhas, assim como as nossas, como nós temos também. É gente, tô nervosas. [risos] Aline, que tudo se resolva por aí e todo mundo podia ir pra terapia pra ajudar a entender como se sente, né? Porque todos nós precisamos e merecemos cuidar de nossa saúde mental. Um beijo.
Assinante 2: Oi, gente… Meu nome é Bibiana, eu falo de Florianópolis. Aline, queria te dizer que eu queria muito ser sua amiga. Um: Você parece uma pessoa muito boa, que não foi nada além de legal com todo mundo ao longo dessa história inteira. E, depois, porque eu queria muito poder te dizer que a responsabilidade sobre o relacionamento dos seus pais não pode ser sua. Os dois são pessoas adultas, se o seu pai tomou as decisões que ele tomou, ainda que agora ele aparente não estar bem, etc., isso é com ele, né? A sua mãe querer ele de volta isso é com ela… Você não tem como carregar essa culpa que não é sua. As pessoas tomam as decisões dela com base nos seus próprios interesses e, infelizmente, não tem nada que a gente possa fazer. Você é filha deles, você sempre vai ter relação com um e com outro, mas o que acontece entre os dois é com os dois. Boa sorte.
[trilha]Déia Freitas: Na EBAC você não compra um curso online somente, você tem acesso a palestras gravadas, atividades online, lição de casa… — Amo… — Muita prática e aulas com um professor que também é um profissional do mercado. Faça parte da EBAC e mude a sua vida. — A gente sempre fala, né? “Por onde começar?”, começa aqui pela EBAC, tá? — Com o nosso cupom NAOINVIABILIZE200 — tudo junto, sem acento — 200 — numeral 200 — você ganha 200 reais de desconto em qualquer curso: ebaconline.com.br. — Valeu, EBAC. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]