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título: esbulho
data de publicação: 04/12/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #esbulho
personagens: simone e carlos

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Hidrabene. — A nossa amiga cor de rosinha de sempre — Além de todos os kits e produtos para skincare, a Hidrabene também tem a linha de capilares da Bene, uma linha aí para os cuidados dos seus cabelos e eu vou falar aqui do Tônico Capilar Dermo Calmante. — Ele é perfeito… — Esse tônico ele reduz a caspa, relaxa e diminui a irritação do couro cabeludo sensível e é totalmente sem silicones. — O Tônico Capilar Dermo Calmante é ótimo para quem usa tranças — porque ele acalma e relaxa ali a região da tração, sabe? Capilar. —

Acessa aí: hidrabene.com.br e aproveita para comprar o presente de seu amigo secreto. — Pensa que felicidade ganhar aí um kitzinho Hidrabene? Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e fica até o final que tem cupom de desconto. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Simone. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Simone conheceu o Carlos tem mais ou menos uns cinco anos e eles começaram a namorar, foi um namoro muito bacana. A Simone, na época, com uma filhinha de três anos. — Mãe solo. — O Carlos foi super legal ali com ela e eles começaram esse namoro. Simone dividia apartamento com uma colega, aí essa colega de Simone estava na faculdade ainda, Simone já tinha terminado a faculdade, estava tentando começar um mestrado e ela tinha o apoio dos pais que moravam em outra cidade. — Então os pais mandavam uma graninha ali, mas também não era muita. — E essa amiga de Simone, que ainda estava na faculdade, fazia muita festa… E a Simone ali com uma bebezinha de três anos, ficava mais difícil de ter paz em casa e a Simone começou a comentar isso com o Carlos. 

Até que um dia, depois de uma briga — de várias que ela teve com a colega de apartamento —, Simone pediu para o Carlos para poder ficar um tempo na casa de Carlos. Carlos morando no seu apartamento próprio, e Carlos disse: “Tudo bem, pode vir, claro. Eu adoro a bebezinha, vem sim”. Apartamento de Carlos é um apartamento de quarto, sala… Dois quartos, sala, um dos quartos suíte, né? Banheiro, cozinha e lavanderia. E aí eles foram vivendo muito bem ali no apartamento de Carlos… Carlos percebeu a necessidade da bebê ter seu próprio espaço. O segundo quarto de Carlos era um escritório, mas era um escritório como? Carlos tinha ali uma escrivaninha, umas prateleiras e uma cadeira de escritório. — O que Carlos fez? — Ele deu uma mudada na configuração dos móveis da sala, passou a escrivaninha e as prateleiras dele e a cadeira para sala e liberou o quarto para que a bebezinha tivesse um espaço. 

Só que a bebezinha não tinha quarto montado na outra casa, né? E Simone não tinha grana pra bancar esse quarto. Então o Carlos falou: “Olha, eu vou dar de presente para o bebê um quartinho para ela, presente meu para sua filha”. Carlos deu esse quarto. — E foi ótimo, gente… Assim, ela teve o espacinho dela, ficou ótima, ela amou o quartinho… Tinha o guarda roupa, cama, tinha uma mesinha com cadeira pra bebê desenhar, fazer as coisas… Enfim, gente, foi perfeito. — A Simone ela não é uma pessoa que tem uma vida ruim, não, quando ela está na casa dos pais, porque os pais dela têm até mais dinheiro que a família de Carlos. Só que, como ela está em outra cidade, querendo viver a própria vida, então ela pega o mínimo possível dos pais. — E Carlos fez uma coisa que eu não faria, que é botar uma pessoa dentro de casa que não está trabalhando. Foi a Simone que me escreveu, né? E a Simone, na época que foi morar com Carlos, não estava trabalhando, então ela não ajudava. Simone não ajudava nas contas de casa… Em nada. —

E Carlos tinha o carro dele já quitado antes de Simone chegar e tinha o carro que ficava com a mãe dele, que também era de Carlos, já quitado. Quando mãe de Carlos viu que Simone tinha um bebê pequeno, falou para o Carlos: “Carlos, por que você não empresta esse carro que está comigo? Eu mal uso e agora tem carro de aplicativo, tudo… Empresta para Simone”. Simone achou ótima a ideia e começou a usar este carro de Carlos. [efeito sonoro de carro dando partida] Então, este é o cenário: O Carlos realmente é um cara muito legal, né? E assim eles foram vivendo… Os dois. Simone sem trampo, então ali na aba de Carlos. O pai e a mãe mandavam um pouco de dinheiro, que ela usava para as coisas da bebê. Carlos trabalhando e tal, tendo as coisinhas dele lá, que já eram dele antes de Simone. Simone resolveu que ela não ia tentar o mestrado ainda ali quando ela mudou para a casa de Carlos, eles tinham uma diarista que ia duas vezes por semana, e o restante a Simone fazia ali, que não era muita coisa. — Porque Carlos passava bastante tempo fora. E mais quem fazia uma baguncinha ali era a própria filha de Simone, então ela resolvia isso. —

E bebezinha de Simone, com três anos, já estava numa escolinha por meio período. E, nessa escolinha, tinham várias atividades. Entre as atividades, tinha uma atividade de educação física… — Não era bem educação física, era recreação infantil, sei lá, um nome aí X. — E, nessa recreação, às vezes tinha alguns passeios fora, como eram crianças muito pequenas, só poderiam ir as crianças que os pais fossem, enfim, as regras lá da escolinha Pônei Fofinho. E aí na Pônei Fofinho teve um passeio que Simone foi, o Carlos estava trabalhando, não dava para ele ir junto. E, nesse passeio, Simone conheceu o pai de uma outra criança… Esse pai era separado e ele ficava bastante com a filha e isso encantou Simone. Então, Simone começou a frequentar mais os passeios da Pônei Fofinho pra poder ver mais esse cara. E aí Simone começou a sair com esse cara — pai de aluno da Pônei Fofinho — e o relacionamento deles, assim, era uma coisa mais de paixão… Era uma coisa mais assim avassaladora, paixão e nã nã nã… 

Quando Simone estava há cinco meses com esse cara, ela foi morar com esse amante. — Então, o que Simone fez? — Simone chegou em Carlos e falou: “Olha pra mim não está dando mais, eu quero seguir minha vida sem você e nã nã nã”. E aí Carlos chorou muito, chorou muito e falou: “Não, por favor, vamos tentar… A gente pode tentar e nã nã nã”. Como a Simone viu que se ela não falasse a verdade, ele ia insistir pra eles ficarem juntos, ela falou: “Olha, a real é que eu conheci um cara, eu me apaixonei e eu quero morar com esse cara”. E aí isso pegou Carlos de surpresa… Ele ficou em choque, ficou mal… — Não reagiu violentamente, nem xingar a Simone ele xingou. A partir do momento que Simone falou de outro cara, Carlos ficou frio. Falou: “Então tudo bem, então você pega suas coisas e você vai embora”. E assim Simone fez… Simone começou a arrumar as coisinhas dela, o Carlos falou: “Olha, eu vou pra casa dos meus pais. Você tem três dias… Você pode levar o quarto da bebê que eu dei para ela e você deixa a chave do carro aqui em cima da mesa e tudo bem”. 

E a Simone começou a arrumar as coisas dela e o quartinho na casa do cara lá não tinha espaço, mas era um quarto que ela ganhou para a filha. — Ganhou de Carlos… — Então o que ela fez? Ela resolveu desmontar e mandar o quarto lá para a casa dos pais dela, né? Porque pelo menos ficava guardado. Era um quarto de madeira boa, então ela conseguiu, né? Arrumou ali um cara para desmontar os móveis e levou… Simone botou todas as coisas dela no carro de Carlos — que era um carro emprestado, não importa que Simone estava há anos com esse carro, era um carro emprestado, né? — e partiu para casa de seu amor, seu novo amor. Chegou lá, botou as coisinhas dela, arrumou as coisinhas dela… Carlos tinha tirado dez dias do trabalho pra ficar na casa dos pais, que é longe da casa dele e tal. E, nesse tempo, Simone achou que seria justo com ela que ela ficasse com o carro. Por quê? Por que Simone achou isso? Porque, enfim, ela estava com uma bebê que agora já estava com quase seis anos e onde ela foi morar era muito longe da Pônei Feliz. Não era o cara que levava o filho dele na Pônei Feliz, era a ex—esposa… Ele só pegava a criança nos dias de passeio, final de semana… — Então ele não tinha essa rotina, porque se ele levasse o filho na Pônei Feliz, podia levar a filha da Simone, mas não era essa a questão. —

Então, ela teria que ir para a Pônei Feliz de ônibus com a filha… — Coisa que 90% dos brasileiros fazem, Simone… Andar com a sua criança de ônibus. Quando você não tem dinheiro pra você ter um carro, você anda de ônibus. É assim que funciona a vida. — E aí a Simone resolveu que ela não devolveria o carro de Carlos. Ela queria que Carlos, sei lá, parcelasse o carro pra ela em 80 vezes. — E aí aqui eu e Simone vamos para caminhos opostos… Porque ela me escreveu para reclamar de Carlos em relação a isso e, daqui para frente, eu estou do lado de Carlos. Então tem Simone por um caminho contra Carlos e eu, por outro caminho, do lado de Carlos. E eu falei para Simone, eu falei: “Se você quer que conte a sua história, eu tenho que contar sua história do jeito que eu acho assim, né? Que eu estou lendo aqui, que eu acho certo e o que eu não acho certo” e como ela gostaria da opinião de vocês, então aqui nós temos dois caminhos. —

Quando Carlos voltou de viagem, ele viu na garagem do prédio dele que o carro que ele tinha emprestado para Simone não estava lá. E aí Carlos pegou o celularzinho dele e mandou uma mensagem no WhatsApp de Simone, falando: “Oi, Simone, eu cheguei e o carro não está aqui. Onde está o carro?”. E aí a Simone respondeu para ele, explicando que ela gostaria de ficar com o carro e se existia a possibilidade dele parcelar esse carro pra ela, porque ela agora estava morando longe da escola da criança e nã nã nã.. E aí o Carlos respondeu pra ela simplesmente assim: “Olha, Simone, não tem como. Por favor, traga meu carro”. Então Simone já achou aí que Carlos foi hostil. — Eu não achei, achei que Carlos foi ok, o carro é dele. Ele já saiu para você pegar suas coisas e não te ver mais… E agora você quer ficar com o carro do cara, pagar parceladinho do jeito que você pode? Não tem condição, né? — 

Quando Simone chegou para morar com esse novo cara, ela tinha resolvido fazer uma compra ali, pra comprar principalmente as coisinhas que a filha dela gosta de comer. Porque não é tudo o que tem na casa de um adulto, principalmente um cara que a geladeira mais ou menos estava vazia, que vai ter comida pra bebê. Então ela foi até o mercado e o cartão dela não passou. Por que o cartão de Simone não passou? Porque o cartão que ela usava era um cartão adicional de Carlos. E aí a Simone agora já estava com outro cara, como você quer passar a compra no cartão de Carlos? Carlos tinha cancelado o cartão. Carlos está errado? Simone acha que sim, que ele devia ter esperado um pouco… Porque ela tem uma filha e ele devia ter consideração, que ela precisaria comprar as coisas do bebê. — Eu não acho que Carlos esteja errado. Simone já saiu de casa, não é mais nada dele. Por que Carlos tem que bancar Simone e filha de Simone? Não é filha dele, gente. Não é nada dele mais. —

Então, Simone acha que Carlos não teve nenhuma empatia por ela… — Ao ponto que eu também acho que ela não teve nenhuma empatia por ele e está exigindo coisas de Carlos que eu acho que Carlos não tem que fazer. Simone acha que ele tinha. — Então aí ela mandou uma mensagem falando do cartão também, o Carlos respondeu para ela; “Olha, Simone, eu não vou nem entrar nesse detalhe. A gente não namora mais, você quer que eu continue te bancando?”. [efeito sonoro de mensagem no WhatsApp] Esta foi a mensagem de Carlos. E aí os dias foram passando e Simone resolveu não devolver o carro, porque agora era uma questão de princípios e nã nã nã… Eu não entendi esses princípios aí, mas não ia devolver. E o Carlos pediu mais duas vezes e não entrou mais em contato. Passado mais alguns dias, [efeito sonoro de celular tocando] um advogado entrou em contato com a Simone para pedir o carro… E a Simone mal ouviu o advogado e desligou o telefone na cara do advogado. 

Enquanto isso, na casa de Simone — nessa casa nova que ela estava com o cara — estava indo tudo bem. O primeiro mês foi bem… Até virar o primeiro mês e o cara botar ali num papel quanto a Simone tinha que dar… — De luz, de água, de internet… [risos] O cara não tá errado também, não… — E aí a Simone assustou, ela falou: “Ah, então, eu não estou trabalhando agora e tal, né?”. E aí o cara falou para ela: “Mas como é que você vai fazer, né? A gente tem… A gente vai dividir as despesas, né? Pelo menos o básico aqui do que a gente usa e tal… A gente precisa dividir as despesas, né? Ainda você tem a sua filha que vai gastar mais água, vai gastar mais luz e nã nã nã, a gente tem que ver isso”. E tinha o condomínio, o cara morava num prédio bom, condomínio alto pra caramba. [risos] Tinha que dividir tudo ali, né? Assim, estão morando juntos… O cara não está errado também, gente, não tá. 

E aí Simone pediu uma grana para os pais, porque, assim, o dinheiro que ela recebia da pensão da menininha ia pra Pônei Feliz e para as coisas da menininha, então ela não tinha como pegar o dinheiro ali pra pagar condomínio, essas coisas… Nem ia dar, né? Pra pagar tudo. E aí ela pediu uma grana para os pais… Só que, assim, era uma grana mensal mais alta, que não daria para os pais ficarem bancando todo mês, né? E aí os pais da Simone também explicaram que não ia dar e tal… E, nesse ponto, a Simone começou a ficar mal assim porque ela falou: “Poxa, está dando tudo errado” e ela achou que era tudo culpa de Carlos, porque se Carlos não tivesse tirado o cartão dela e não tivesse colocado um advogado pra pegar o carro de volta, a vida dela estaria melhor. — Mas eu acho que aí Carlos não tem culpa nenhuma, é? Uma coisa até pra Simone levar pra terapia, porque Carlos a única coisa que ele fez foi pedir o carro dele de volta e cancelar um cartão que era ele que pagava integralmente. Não é que a Simone usava o cartão e ela pagava, não, era ele que pagava, né? —

Isso durou meses, assim… Simone se virando para pagar as contas, e aí o relacionamento dela começou a não dar muito certo com esse cara, porque o cara queria que ela contribuísse na casa, enfim… Um dia ela estava lá, era um dia de manhã, com o cara e a filha, e uma pessoa chegou e essa pessoa não chegou sozinha… Chegou com um advogado, enfim, uma turminha… — Chegou uma turminha. — E essa pessoa era um oficial de justiça pra citar a Simone numa reintegração de posse de bem móvel. O Carlos tinha entrado na Justiça porque a Simone pegou o carro dele ali sorrateiramente e sem que ele tivesse consentido, enfim, pegou o carro praticamente escondido… Porque ele falou, ele foi claro na mensagem: “Deixa a chave do carro lá em cima da mesa e tal”, né? E aí a Simone começou a ler os papéis lá e estava escrito um negócio “esbulho configurado”, tipo… 

Assinante 1: Oi, meu nome é Loraine, eu sou de Petrópolis, no Rio de Janeiro e sou formada pela UFRJ. Sobre o esbulho possessória, o artigo 1210 do Código Civil fala o seguinte: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no desbulho e segurado de violência eminente se tiver o justo receio de ser molestado”. Já o site Migalhas fala o seguinte: O esbulho se caracteriza pela ocorrência de perda de posse, ou seja, quando o seu direito de posse é ofendido ou um bem é invadido uma casa ou um terreno invadido, nesse caso, ocorre o esbulho possessório”.

Déia Freitas: Eles estavam ali para pegar o carro de volta e Simone, até então, tinha falado para esse novo namorido dela que o carro era dela. — Por que você fez isso também, né, Simone? — E aí o cara ficou assustado… Oficial de justiça, papelada, galera até com um guincho se precisasse levar o carro embora, se ela não desse a chave… Enfim, gente, um auê… Simone tinha sido citada e o que eu acho que foi o erro da Simone? Ela não quis falar com o advogado e o advogado mandou umas cartas pra Simone que Simone também abriu e não entendeu… Achou que eles iam para a Justiça pra resolver o negócio do carro. Só que ela não, não deu… Como é que se diz? Não deu importância para aquilo. Ela falou: “Jamais que o Carlos vai fazer alguma coisa nesse sentido… Ele só está me assustando”. E ele fez, ele pediu a reintegração de posse de bem móvel. — Que era o carro, né? E conseguiu… — Simone não feliz em ter se livrado disso, porque devolveu o carro acabou, né? Não tem mais processo… Simone pegou todos os papéis que ela tinha recebido, ela tirou foto deles levando o carro tal e ela fez um post expondo o Carlos e falando que ela tinha uma filha pequena, que ele tirou o carro dela… — Sendo que esse carro já era de Carlos antes, gente… Ficava com a mãe de Carlos, não era um carro que Simone pegou… Era dela e ele pegou de volta. —

E do jeito que ela fez ali naquele post — eu vi o print do post —, parecia que ele tinha tirado um carro dela. E aí, como os amigos de Simone sabiam de toda a história, um amigo dela que era advogado, que já tinha dado o toque para ela que ela tinha que devolver esse carro, falou pra ela: “Simone, do jeito que esse post tá ali, com Carlos marcado, com foto do Carlos, você corre o risco de ser processada. Apaga esse post”. Simone falou: “Não, não vou pagar, não sei o que lá”… Aí depois que umas cinco, seis pessoas falaram ali “apaga esse post”, ela apagou. Só que o Carlos já tinha printado tudo e o Carlos processou a Simone… E o Carlos ganhou esse processo. Ganhou uma graninha aí que eu não vou falar quanto… E aí a Simone escreveu pra gente porque ela acha que a partir do momento em que ela saiu de casa, o Carlos fez tudo errado. — E eu acho que o Carlos não fez nada errado, gente… Eu acho que ele fez tudo certo. Ele foi bem específico nas coisas que ele falou, ele falou: “Olha, pode levar o quarto da bebê”, tudo isso em mensagem… “Fui eu que dei, pode levar”. Simone desmontou e levou. O cartão de crédito, gente, que ela usava, que era dele e que ela pôs lá no post que ele cortou, que ele sufocou a Simone financeiramente… 

Ele não te sufocou financeiramente, você já vivia com ajuda dos seus pai, você foi pra casa dele, ele continuou pagando todas as coisas, não exigiu nada de você e te deu um cartão de crédito para você gastar. Não era para fazer luxo, mas você podia comprar as coisas que você precisava no cartão dele. E aí, quando terminou, que você foi morar com outro cara, ele cortou o cartão. Ele está errado? Ele não está errado. Mesma coisa, o carro ficava com a mãe dele, você resolveu ir embora com outra pessoa… Por que ela tem que deixar o carro com você? Ele é o que? É um leasing? Concessionária? O Carlos não é concessionária. Você foi embora, o carro fica. Você levou as coisas no carro? Ótimo… Ele ficou dez dias fora, você teve dez dias para devolver o carro, você não devolveu… Ele te mandou mensagem pedindo o carro, ele te ligou, o advogado dele te ligou e você não devolveu o carro. E aí a hora que ele pediu reintegração de posse do carro, você foi lá e fez um post na internet distorcendo a história e colocou a foto de Carlos… Carlos printou tudo, pegou o linkzinho lá… Porque mesmo que você apaga, se a pessoa tem o link, depois na Justiça tem como fazer as coisinhas jurídicas. E ele fez as coisinhas jurídicas, te processou e ganhou. 

Desculpa, eu não acho que o Carlos tinha que ter mais consideração do que ele teve, que foi simplesmente pegar as coisas dele de volta. Cancelar o cartão e pegar o carro dele. E aí você foi, fez uma história na internet, expôs o cara, marcou o cara, marcou a empresa do cara… E não queria que o cara te processasse? A Simone ainda acha que ele podia ter tido uma outra abordagem com ela. Eu acho que ele não errou. Se fosse eu no lugar dele, eu não deixaria nem você sair com o carro mais, já tinha tirado sua chave já quando você me falou: “Estou indo embora”, eu ia falar: “Tudo bem, dá aqui a chave do meu carro”, eu seria essa pessoa. Você ia levar as coisas, ia pegar um carreto para levar suas coisinhas… No carreto. Essa história nem ia chamar “esbulho”, ia chamar “carreto”, porque você ia embora de carreto. Então eu, sinceramente, eu não acho que Carlos fez nada de errado. O Carlos não foi violento, o Carlos não xingou, ele ficou mal e ele pegou as coisas dele de volta e não quis mais contato com a Simone. Cortou de vez, na raiz. 

E aí também a Simone fala da questão que ele não quis mais saber da filha da Simone, não quis mais contato… Ele cortou contato com a Simone totalmente, então ele não teria como ter contato com a filha da Simone sem ter contato com a Simone. Eu entendo o Carlos, foi tudo muito repentino, ele não sabia de nada… E ele reagiu ali pra se preservar, para tratar da dor dele. Por outro lado, Simone que tem que fazer um trabalho ali com a filha para explicar: “Olha, mamãe não está mais com Carlos… Carlos agora precisa de um tempo. Ele não vai conseguir falar com você agora e nã nã nã”, esse trabalho todo com a filha de Simone, quem tem que fazer é a Simone. Então, não acho que dá para cobrar essas coisas de Carlos. Carlos. estava ali também reagindo, tem os sentimentos dele, as coisas dele… Então, ai, vocês vão falar que “ai, eu estou defendendo o Carlos”, nesse ponto eu tô, gente, porque eu acho que, realmente, Carlos também é um ser humano com as necessidades dele e agiu ali dentro do que ele achou que tinha que agir. Não foi violento, não xingou, não perseguiu… Seguiu a vida dele e pegou as coisas dele. 

Então, Simone acha que ele está errado nesse ponto, de cortar o contato na raiz e de pegar as coisas dele de volta. — Eu acho que Carlos está certo. — Então, essa é a história de Simone… Eu entendo também tudo que ela passou, mas são escolhas, ela escolheu seguir um caminho e Carlos foi por outro caminho. 

[trilha] 

Assinante 2: Oi, gente, aqui é a Fernanda Macário, sou advogada em Americana, interior de São Paulo. O “esbulho” é uma ação jurídica em que uma pessoa toma, de forma às vezes violenta, clandestina ou forçada a posse de um bem de seu legítimo proprietário. O proprietário pode se defender do esbulho possessório com uma ação de reintegração de posse. Carlos agiu corretamente e de forma responsável, não exagerou em entrar com processo, pois se decorresse cinco anos de posse do bem móvel, Simone poderia até pedir usucapião desse veículo. Ainda que a Simone tenha habitado na mesma residência com Carlos, recebido suporte financeiro dele, sem a vontade ou compromisso pessoal e mútuo de constituir família, essa relação seria apenas um namoro qualificado, que é quando duas pessoas residem juntas até constituir algum patrimônio juntos, dão suporte financeiro um ao outro, mas mantém seus interesses particulares sem se apresentarem publicamente como se casados fossem. Então, Simone, eu sinto muito e espero que você siga seu caminho com sabedoria. 

Assinante 3: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Débora de Porto Alegre. Ê, Simone… [risos] Eu tenho uma técnica que eu uso sempre para ver se eu estou certa nas situações que é: Me distanciar um pouco da minha posição e olhar a situação como se eu fosse um amigo da pessoa que está nessa outra situação. E, olhando pelo lado do Carlos, Simone… Tu vacilou e vacilou feio. Ele tá com toda razão. Qualquer pessoa que olha essa situação de fora percebe o quanto foi difícil pra ele passar por isso, né? E tu também não tem facilitado muito expondo ele e não devolvendo as coisas dele. Então, eu acho que ele está certíssimo em fazer tudo que fez… Ele foi gentil ainda, mesmo que tu tenha achado que ele tenha sido rude, ele foi bem gentil e teve um autocontrole invejável. Parabéns, Carlos, hein? E, Simone, espero que consiga encontrar paz no teu coração, consiga seguir em frente e seguir a vida agora, né? É o que resta depois de tudo que aconteceu. Um beijo… 

[trilha] 

Déia Freitas: O Tônico Capilar Dermo Calmante trata a sensibilidade do couro cabeludo e as diferentes causas do surgimento de caspas. Ele possui um complexo de ativos que melhoram a saúde geral do couro cabeludo, além de normalizar a produção de oleosidade e também reduz as caspas e o desconforto de quem sofre com a sensibilidade no local. Se você usar o nosso cupom PICOLE20 — tudo junto em letras maiúsculas e o número “20” — você ganha 20% de desconto em todo o site, sem valor mínimo: hidrabene.com.br. — Valeu, Hidrabene, te amo… — Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.