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título: fotografia
data de publicação: 07/04/2021
quadro: mico meu
hashtag: #fotografia
personagens: déia

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha! [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. [risos] Eu não sei se dá pra ouvir o barulhinho de chuva aí ao fundo, [risos] mas eu vim aqui contar pra vocês a saga da minha fotografia, o meu Mico Meu e eu tô aqui toda arrumada, toda chateada porque está chovendo e eu não vou passar por isso sozinha, então eu vim aqui compartilhar com vocês. [risos] [trilha]

Ai, meu Deus. Gente, eu preciso tirar uma foto, uma foto de divulgação para o podcast e para o meu mídia kit, isso é fácil pra mim? Não, eu odeio tirar foto. Então fotografia pra mim é uma coisa muito custosa e é um evento, então eu quero sair minimamente aceitável na fotografia, então [risos] tudo tem que estar mais ou menos ok assim pra eu conseguir tirar essa foto. E por que que eu preciso dessa foto? Quando eu gravei o “É Nóia Minha” com a Camila Fremder, se vocês não ouviram ainda eu vou deixar o link aqui pra vocês ouvirem, a gente riu muito, foi muito legal e depois do episódio conversando ali com a Camila, ela me perguntou se eu tinha um agente, ela falou: “Ai, Déia, você tem um agente pra cuidar das suas coisas do podcast? Porque eu tenho um ótimo e eu queria apresentar vocês, nã nã nã”, eu falei: “Bom, eu não tenho, né? Nem, nunca nem pensei nisso”, e aí ela me apresentou o Bruno Porto, que é um fofo, um querido, a gente conversou, eu me senti muito segura assim com as coisas que ele me falou, e aí a gente começou. 

Falei: “Bom, então Bruno, o quê que eu tenho que fazer?”, “Primeira coisa, Déia, que você tem que fazer é um mídia kit”, e eu já estava fazendo esse mídia kit com o Róger Ochôa que é o cara que fez logotipo, fez toda a identidade visual aí do podcast. Só que estava meio parado, meio que tinha que mandar informações, eu estava sem tempo e deu um rolo esse mídia kit, mas tudo bem, foi indo. Só que nesse mídia kit tem que ter uma foto e o Bruno também precisa de uma foto minha pra divulgação, tipo “Quem é a Déia Freitas do podcast Não Inviabilize?”, tipo, não pode ser a foto do cachorro de peruca, [risos] que é o que eu gostaria que fosse, a foto do cachorro de peruca. Não, tem que ser uma foto minha. Então tá bom, tem que fazer uma foto porque as fotos que eu tenho são mais antigas, né? Eu tô sempre com um gato, um cachorro grudado e não pode, tem que ser uma foto sem gato, sem cachorro, [risos] uma foto minha. Então tá, o que eu tenho que fazer pra tirar essa foto? 

Passo um: Se tem uma pessoa que tá cumprindo essa pandemia de uma maneira rigorosa essa pessoa sou eu e minha prima, a gente realmente não sai, a gente não fez absolutamente nada a não ser ir na farmácia, no mercado, açougue e padaria, só, e veterinário, só. Então, a minha questão é: Se eu não vou sair de casa, se eu não vou fazer nada, por que que eu vou hidratar o cabelo? Tem dias que eu penso: “Por que eu vou pentear o cabelo? Faço aqui um coquezinho birotinho e tá ótimo”. [risos] E o meu cabelo cresce muito rápido, e aí ele foi crescendo sozinho de uma maneira desgovernada, assim, bem selvagem e já estava um pouco pra baixo do meio das costas meu cabelo no início da pandemia e ele chegou, sem brincadeira, na cintura, — Molhado, né? Na cintura — só que não é na cintura um cabelo lindo na cintura, é um cabelo na cintura daquele jeito, sabe? [risos] — Lamentável? — Um cabelo lamentável. Então assim, quando o cabelo tá todo cagado, com as pontas horrível, não adianta o creme que for, que o creme que lute não vai, não vai conseguir… O creme vai olhar pra você e falar: “Amada, eu não sou Jesus, entendeu? Não faço milagre”. 

E aí não tinha creme mais que dava jeito, eu falei: “Como que eu vou tirar essa foto de coque? Não quero tirar essa foto de coque”, [risos] e aí também não vou me colocar em risco pra sair e cortar o cabelo e eu tinha já uma tesoura que é a tesoura que eu uso pra cortar a minha franja, uma tesoura que era do meu tio, né? Que eu cortava o cabelo do meu tio quando ele estava doente e depois que o Mamão, meu cachorro, mastigou minha franja, eu passei a cortar minha própria franja, enfim, uma história aí pra um outro dia. E aí eu tinha essa tesoura de cortar franja que é uma tesoura de cabeleireiro profissional, né? Eu falei: “Quer saber? Vou olhar um tutorial na internet e vou cortar meu cabelo”. — Vou cortar. — E aí vamos nós, né? Vi lá, achei um tutorial de como cortar as pontas ali de maneira reta sem colocar todo o cabelo pra frente, porque quando você coloca o cabelo pra frente a chance é maior de fazer um bico, né? Virar um V no seu cabelo e, assim, um pesadelo, né? Cabelo em V, não gosto. 

Você tinha que dividir certinho no meio ali o cabelo, colocar os dois lados um de cada lado aqui do peito, do ombro, né? O meu estava pra baixo da barriga, estava enorme o meu cabelo e cortar reto, era isso, e aí depois tinha um truquezinho lá se ficasse um biquinho, você só dava uma acertada… — Um tutorial ótimo da menina. — Muito simples de fazer, falei: “Bom, vamos lá, vou fazer”, e a Janaína falou: “Você quer que eu corte?”, falei: “Não, porque se der merda eu vou ficar com ódio, então deixa que eu fique com ódio de mim mesma, né?”. E aí prendi os dois lados, medi, falei: “Vou cortar vinte centímetros”, no final deu vinte e três. E cortei, gente, [efeito sonoro de tesoura cortando] cortei sozinha meu cabelo, vinte e três centímetros, ele ainda ficou assim na altura do seio, né? Aí quando seca, ele fica um pouco mais curto, né? Porque ele dá uma armada e uma ondulada, cortei. 

Aí fui lá, lavei, passei um creme que eu tenho aqui baratinho, que também não tinha nenhum creme caro, mas pra um cabelo que não tinha visto creme há um ano, [risos] a hora que o cabelo viu esse creme, ele falou: “Ah, não, que lindo, vem cá” e abraçou esse creme, que o creme, olha, nem saiu, passei a água o creme nem saiu do meu cabelo, pra você ver o estado que estava. E aí falei: “Agora é secar e torcer pra Deus pra não ter ficado assim, uma coisa, um cabelo na diagonal, né?”, e aí gente não é que deu certo? [efeito sonoro de crianças comemorando] Meu cabelo ficou maravilhoso, eu postei até no Twitter a foto do meu cabelo e ficou muito bom mesmo, então bom, primeiro passo para a fotografia que eu precisava tirar. — Porque com aquele cabelo não tinha como. — Estava resolvido, que era o cabelo, então o cabelo já estava ok, então agora só faltava o resto todo. [risos] 

E é uma coisa muito tensa pra mim tirar foto, e eu ficava pensando: “Meu Deus, que batom que eu vou usar?” Eu sempre uso o mesmo batom, que é um vermelho alaranjado, né? Que é a única cor que eu gosto, e aí eu falei: “Não, queria, sei lá, pôr outra coisa, né? Menos chamativa, ou será que um mais chamativo? Mais dramático?”, e pensando. E eu sou uma pessoa que assiste BBB, [risos] — Sim, eu assisto BBB. — e eu gostei de um batom escuro, bem escuro assim, vinho, que a Sarah usou no BBB e fui lá e comprei o batom. Comprei, não prestei muita atenção em duração, em nada, e o batom chegou. E ontem ia ter festa no BBB, e as meninas começaram a se arrumar ali pra festa, né? A se maquiar… Eu falei: “Bom, agora é a hora de eu testar os batons pra ver que batom que eu vou usar amanhã na minha fotografia oficial”. [risos] E aí eu passei, peguei esse batom e comprei dois, né? Comprei um obviamente muito parecido com a cor que eu gosto, que é um vermelho laranja e comprei um vinho, que é esse vinho que a Sarah usou, bem escuro e eu falei: “Bom, eu vou passar esse vinho primeiro, porque se eu não gostar, eu tiro e eu passo o outro”. 

Gente, no que eu passei o batom… Assim, que eu passei, eu falei: “Ah, não gostei”, mas ele não tinha nem terminado de secar assim, certinho na minha boca, peguei o papel e tentei tirar, cadê que o batom saía? Falei: “Não, não é possível”, e eu tinha passado BEM assim, né? Não foi só uma passadinha, eu passei realmente o batom. E aí peguei um lencinho umedecido, passei e nada… Sabe, mas sabe que não é assim que saiu um pouco, não saiu nada. Nada no papel, nada não lencinho. E aí eu comecei a gritar minha prima, falei: “Janaína do céu, passei um batom aqui que não sai”, aí foi lá na internet, a duração do batom era de dezesseis horas, e isso era nove e pouco da noite, [risos] ou seja, eu ia dormir de batom. — Dormir de batom… — E aí fiquei desesperada, né? Tentando ver o quê que eu tinha em casa, porque eu não tenho demaquilante, não tenho “não sei que lá” bifásico, não tenho essas coisas… Aí eu passei um óleo de coco, joguei ali no Google e postei no Twitter também, óleo de coco não funcionou, azeite não funcionou, óleo de bebê não funcionou… — Que era o que eu tinha. —

E aí ali eu com ódio, peguei aquele batom que eu já não tinha gostado muito da cor e dei pra Janaína, dei pra minha prima, e aí ela foi dormir e eu fiquei ali de batom, falei: “Bom, vou dormir, né? De pijama, batom e toquinha de cetim. E antes eu falei: “Tá bom, agora já que o batom não vai sair, eu vou testar que roupa que eu vou usar com esse batom, né? Porque vai ter que ser esse batom na foto, que eu nem gostei”, e aí comecei a provar um monte de roupas e fazer umas teorias do tipo: “Ah, vou pôr logo uma roupa de inverno, porque aí o inverno está aí, eu não preciso tirar outra foto”, e aí eu botei uma blusa que eu tenho, que ela é muito linda, mas bem pesadona, bem de inverno, ela tem uma gola franzida assim muito bonita mesmo, só que ela tem um zíper invisível atrás que depois que você fecha pra tirar, é uma luta e estava muito calor ontem. 

E eu botei essa blusa, minha prima já estava dormindo e eu não conseguia tirar, gente, a blusa, eu fiquei presa na blusa. Um calor, que eu estava passando mal, chorando, o Mamão, meu cachorro que é super frouxo assim, tem medo de tudo, já estava apavorado porque me viu chorando e ele já estava com medo do batom na minha boca porque estava escuro. [risos] Eu chorando, o Mamão chorando, [riso] tive que acordar minha prima pra abrir o zíper, e eu consegui tirar a blusa. Então, né? O evento foto já estava no meu limite. — Detalhe… — Depois de mais ou menos uma hora que minha prima já tinha ido dormir, eu já tinha dado o batom pra ela, que eu acho que aí passou aquele efeito das coisas que eu tentei tirar, a cor do batom ficou linda, maravilhosa, e eu tinha [falando e rindo ao mesmo tempo] dado o batom pra minha prima. Como que eu ia pegar o batom de volta? Que ódio. — Que ódio, perdi o batom. —

E aí fui dormir com o batom lindo, acordei e falei: “Bom, minha fronha vai estar, né?”, nossa, ainda até botei uma fronha velha, porque eu falei: “Não vou sujar o conjunto aqui, depois pra tirar…”, gente, não tinha nada na fronha, intacto, o batom estava intacto. A hora que eu levantei de pijama que minha prima me viu de batom, ela teve uma crise de riso, porque o batom estava perfeito. — Perfeito. — Eu comi pão de batom, eu comi pastel de batom, eu almocei de batom. Aí quando eu fui tomar banho, que eu passei aquele limpador da Sallve, sabe? Na boca, e aí saiu. Mas foram… Na internet estava escrito dezesseis horas, foram quinze horas e quarenta minutos com esse batom. Então já estava resolvido a minha questão do batom, né? Consegui tirar o batom, agora era tirar a foto, passar o batom, que obviamente é o batom que eu tô agora, que é o batom vermelho alaranjado de sempre, [risos] que no fim eu acabei passando o de sempre. E eu tenho uma amiga que ela é fotógrafa, a Camila Rocha, eu vou até deixar pra vocês o Instagram aqui da minha amiga Camila, é Criola Fotógrafa, e nossa, conheço a Cami, sem brincadeira, acho que há uns dez anos, por aí. 

E aí a Cami falou assim pra mim: “Déia, tira a foto na luz natural, faz não sei que lá nã nã nã de frente, sabe assim? Umas dicas pra foto ficar boa. — Eu falei: “Eu não vou perder essas dicas maravilhosas da Cami”, então eu queria tirar foto aqui no meu quintal na frente do pé de boldo, [risos] porque ele é enorme, e aí ia fazer uma folhagem atrás assim, eu pensei em tudo no cenário, e aí agora tô aqui maquiada, né? Falando com vocês, por quê? Porque me maquiei, me arrumei e estava um sol lindo, Janaína me esperando no quintal pra gente tirar foto, que eu estava chegando no lugar do pé de boldo, coisa de segundo: Um trovão e chuva. E agora eu tô aqui contando a história pra vocês, não consegui tirar essa bendita foto ainda, mas tenho que tirar hoje, essa chuva tem que parar porque eu preciso da minha luz natural que a minha amiga Camila Rocha me ensinou, e eu não sei o que fazer. Não posso usar foto do cachorro de peruca porque não é aceitável, não sei porque, mas não é aceitável, e tô aqui, fazendo o Mico Meu pra vocês toda arrumada. 

Então agora eu vou lá tentar de novo, ver se a chuva tá passando, ou se, de repente… — O guarda-chuva vai fazer sombra, né? Se a Janaína segurar o guarda-chuva assim mais no alto? — Não sei, vou lá tentar alguma coisa, gente. Um beijo, e eu volto em breve. 

[trilha]

Gente, voltei. [risos] Só pra contar que a foto deu certo, a foto tá aqui, [risos] aí no corpo desse post, em algum lugar, a foto tá aqui. [risos] Se você não achar aqui a foto, tá no Instagram, e voltei também pra falar que o Instagram da Camila Rocha é @criolafotografa, foi ela que me deu as dicas e eu acho que ficou boa a foto. O quê que vocês acharam? [risos] Essa foto tem que durar uns cinco anos, [risos] não vou tirar outra. [risos] Agora é um beijo mesmo. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.