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título: frango assado
data de publicação: 24/10/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #frango
personagens: rogério e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje de novo é o podcast Dá um Reload. Dá um Reload é um podcast Amazon Original, feito pela equipe do canal Dá um Reload. Toda semana o podcast traz um entrevistado para descomplicar aí o tema e a conversa flui super bem com a apresentadora Letícia Wexell. — É uma vibe estilo, assim, papo de mesa de bar, saca? — Com o bônus de ter um conteúdo suficiente pra você terminar o episódio por dentro e refletindo sobre o assunto. — Que é importante. — A Letícia Wexell tem 24 anos, é jornalista e criadora de conteúdo digital. Ela é apresentadora do canal Reload nas redes e também host do podcast que Dá um Reload. Então vai lá, vai lá conhecer a Letícia. — Um beijo, Letícia. — Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. E hoje eu vou contar pra vocês a história do Rogério. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

O Rogério ali pelos sites de aplicativo estava procurando um carinha bacana pra conversar, enfim, algo mais e, navegando ali, [efeito sonoro de notificação de celular] ele encontrou um cara que ele achou, assim, incrível. E o cara combinava muito com ele, eles conversaram ali e migraram para o WhatsApp. — Aí ele pôde ver que a foto do cara era real, essas coisas, né? — Conferir ali mais ou menos o perfil do cara… — Porque hoje em dia tudo é tão perigoso. — Rogério fez lá as checagens — que ele acha que pode tornar uma saída, uma ficada com alguém mais segura — e, conversando com o cara, eles combinaram desse cara ir até a casa do Rogério, porque o Rogério, morando ali sozinho, conseguiria receber uma pessoa e o cara disse que ele não poderia. — E aí, qual o contexto deste dia? — Esse dia era um domingo chuvoso, ali pelo meio da tarde, que Rogério disse que estava entediado, estava em casa sozinho falou: “Bom, acho que vou chamar alguém pra me fazer companhia aí, uma pessoa legal”.

Então, rolou essa conversa, umas duas horas de conversa e, quando foi ali no finalzinho da tarde, esse rapaz foi para a casa de Rogério. [efeito sonoro de campainha tocando] Tudo aconteceu, foi ótimo, foi incrível e Rogério adormeceu. — Aqui, gente, vai uma… Uma paranoia minha, assim, uma nóia minha… Aliás, um beijo, Camila, logo estaremos de volta aí com o Indiscutível e ela tem um pode chamado “É nóia minha?”. Então, aqui é uma nóia minha… Quando você leva uma pessoa que você conhece há pouco tempo na sua casa, você não esconde a chave, assim, com medo? Não trancar a pessoa dentro da sua casa, porque aí também fica estranho pra pessoa, né? Ela pode achar que você vai fazer alguma coisa… Digo, pra não levar a chave embora, copiar sua chave, sei lá… [risos] Eu tenho essa nóia da chave, sou muito assim com negócio de chave. E aí, assim… Isso não tem contexto aqui, só comentei que era uma das minhas preocupações, que não era do Rogério e também nada aconteceu com a chave dele. —

E aí Rogério pegou no sono, né?—  Foi ali, foi gostosinho, né? Nanou. — Quando o Rogério acordou, ele botou a mão assim do lado pra pegar o celular… — E, de repente, ver onde estava o cara, né? Porque eles estavam ali meio que dormindinhos juntos. — E cadê o celular? Ué? Cadê o celular? Não estava lá. E aí, Rogério já falou: “Ai, caramba, não acredito”… No que ele olhou pra parede… — Porque o Rogério não tinha TV na sala, ele tinha uma TV pequena no quarto, assim, presa no suporte da parede. — Cadê a TV? Rogério levantou, o único jeito dele acessar as coisas dele do telefone era no computador, ele olhou… Cadê o notebook? Notebook tinha sumido também. Uma das precauções do Rogério, é tirar vários prints das conversas e do número de telefone, da cara da pessoa, enfim, e jogar na nuvem. Isso ele tinha feito. Então, a partir do momento que ele tivesse acesso a um celular e uma outra coisa, ele ia conseguir ver de novo aquele número. — Por que o que acontece? O Rogério estava me explicando… Você entra num aplicativo pra sair com alguém, de repente não é alguém que você vai ter um vínculo muito grande e você nem salva, não cadastra no WhatsApp. Dependendo da sua situação ou do seu contexto, você acaba apagando aquela conversa logo em seguida. —

Então, este cara que assaltou o Rogério estava contando com esse contexto. E aí o Rogério ali, ele p da vida… Era um domingo já à noite, ele deu uma cochilada boa… Então, era umas quase umas nove horas da noite. Falou: “Meu Deus, o que que eu vou fazer? Preciso achar um celular pelo menos pra poder cancelar minha conta”, enfim, né? Com medo que alguém conseguisse acessar ali o celular dele, o laptop e tal, ele queria tentar rastrear, enfim, mil coisas… E aí ele passou ali um tempo pensando na casa de quem ele poderia ir dos amigos pra fazer isso, né? Porque ele não tinha como se comunicar, ele estava sem telefone e sem computador. E aí ele foi até a cozinha tomar a água… — Até então o Rogério me disse que ele estava administrando bem a crise, né? “Bom, tem que fazer isso, isso… Vou fazer boletim de ocorrência, sim e nã nã nã”, o trâmitezinho, né? — Quando ele chegou na cozinha pra tomar a água… [efeito sonoro de tensão]

A mãe dele [risos] tinha feito um frango assado pra ele e colocado numa travessa, uma travessa dela, uma travessa boa que ela gostava. E o cara não levou a travessa? — Gente… O cara levou a travessa com o frango. — Levou as coisinhas do Rogério e a travessa com o frango… — Foi o limite, né? [risos] — E aí ele foi pra casa desse amigo, ele conseguiu ali bloquear as coisas dele… O cara não tinha conseguido acessar nada das coisas dele. E aí, pelo celular do amigo, [efeito sonoro de mensagem no Whatsapp] ele e o amigo mandaram vários prints… E aí, conforme eles foram falando pro cara… — Olha, qual era a cara… Não pensa que o cara bloqueou eles, não… — O cara disse que se o Rogério insistisse em fazer boletim de ocorrência, essas coisas, ele ia… Ele disse que tinha fotografado o Rogério, mandou até uns prints realmente do Rogério em uma situação ali no quarto, enfim, e disse que ele ia espalhar aquilo, que ia mandar para os familiares do Rogério, para os amigos, enfim… — O cara, além de tudo, era um chantagista. — 

Só que o Rogério falou: [efeito de voz fina] “Eu não tenho nada a esconder, cara, eu vou te achar… Eu vou fazer B.O., eu vou fazer o inferno da sua vida e nã nã nã”. E do outro lado, talvez o cara que está acostumado a fazer isso e ganhar as coisas na chantagem, não estava esperando por isso. Ele falou: “Olha, eu não sei se você já tem ficha na polícia, Rogério, mas agora você vai ter, porque eu tenho sua foto, tenho seu número de telefone, eu tenho tudo”. E aí desligou. Deu ali uns 40 minutos… [riso] Este bandidinho pé de chinelo ligou no telefone [efeito sonoro de telefone tocando] e falou: “Pô, cara, tô arrependido. Desculpa, quero te devolver as coisas”. E aí Rogério ficou naquela… Falou: “E se for uma cilada? E se eu for pegar essas coisas aí e o cara…”, já era tarde da noite de domingo. Aí ele falou: “Bom, eu vou sair…”. O Rogério falou pra ele: “Olha, eu vou sair da minha casa nove horas da manhã pra fazer o boletim de ocorrência”. E o Rogério ele trabalha em uma escola de inglês e a escola tem várias unidades, várias… Então ele falou: “Bom, eu vou pegar uma unidade longe e vou falar pra ele deixar lá aos meus cuidados”. — Porque ele é coordenador, enfim, todo mundo conhece ele. —

E aí ele falou: “Você tem até oito e meia pra deixar minhas coisas na escola tal, endereço tal”. — E realmente é uma escola com muitas unidades, assim, então o cara, sei lá, não ia… É bandidinho pé de chinelo, não ia perseguir o Rogério. — E aí, quando foi umas dez pras nove, o Rogério recebeu uma mensagem da moça lá da escola dizendo que o que o celular… Falou: “Rogério, eu não sei o que aconteceu, mas tem uma TV aqui, um laptop, um celular e uma vasilha”… [risos] Ela falou: “Uma vasilha suja”. [risos] — Vocês acreditam que o cara devolveu a vasilha da mãe, a travessa da mãe do Rogério, mas não teve a capacidade de lavar? Devolveu suja com óleo de frango. [risos] Que ódio… — E aí, assim, eu confesso que nessa história, a única parte que eu consegui rir foi do frango, mas eu fiquei muito aflita porque deve ser um modo que alguns canalhas roubam as pessoas, né? Então, veja: ele se aproveita do fato de ser um cara que bota lá no perfil que ele é ativo e nã nã nã, ele procura pessoas que têm um local, que na conversa falam que são discretas e tal, pra depois pegar as coisas dessas pessoas e se safar fazendo chantagem. — Então olha o perigo aí, gente, sabe? Mais uma coisa aqui que a gente alerta, tomar cuidado pra isso, né? —

Porque podia também nem ter sido na casa do Rogério, podia ter sido num motel e o cara ter levado o celular do Rogério e, quando o Rogério, sei lá, tivesse entrado em contato, ele ameaçasse divulgar as coisas do Rogério. — Lembrando aqui que fazer exposição, esse tipo de exposição também é crime, né? E que chantagem também é crime, né? — E ainda assim, mesmo com o cara devolvendo as coisas, o Rogério podia sim ter feito um boletim de ocorrência, mas ele preferiu não fazer. Então, esse cara deve se aproveitar de pessoas, né? — Aquilo que eu falo aqui, é horrível, a gente nunca deve tirar ninguém do armário… — E esse cara se aproveita disso, da vida privada das pessoas pra ir roubar as coisas e depois ameaçar e chantagear. Eu fiquei muito preocupada. — Achei bem pesado, né? — Apesar da travessa aí que voltou, [risos] porque Rogério falou que a mãe dele ia ficar doida, né? Se soubesse da travessa e tal. 

O Rogério tá bem, é gostoso de conversar com ele, ele é muito pragmático, assim, muito prático nas coisas. Então ele falou: “Andréia, eu, de um jeito ou de outro, ia resolver, já tava meio conformado que ia perder os bens e tal, né? Mas eu também não podia deixar aquele cara se safar”. E a sorte foi que ele tirou print. Então, eu acho que uma dica é isso, né? Tira print de tudo, chama pro WhatsApp, não fica só no aplicativo. E, assim, cuidado, gente… Não é pra deixar de sair com as pessoas, de conhecer pessoas, porque a gente está aí pra isso também. Os aplicativos também estão aí pra facilitar a vida das pessoas que têm mais dificuldade de interagir, mas como tudo nessa vida e nesse mundo que a gente está vivendo agora, a gente tem que tomar cuidado. — Então, por favor, tomem cuidado. — Então, essa é a história do Rogério, ele tá ótimo e, entre os amigos dele, virou a história do ativo do frango assado. [risos] Que horror… [risos] 

[trilha]

Assinante 1: Olá, eu sou o Rodrigo de São Paulo. E sobre a história Frango, eu posso dizer que a gente tem que tomar muito cuidado sobre ir ao encontro de alguém ou receber alguém dentro de casa. Eu sempre tomo alguns cuidados, como: Eu aviso um amigo quando alguém vai em casa ou eu mando a minha localização quando eu vou na casa de outra pessoa. Eu guardo coisas de valor, como celulares, computadores, joias, carteira… Eu recomendaria que a gente sempre pesquisasse o nome da pessoa, na medida do possível… Com o número do celular dela, então a gente pode procurar no Pix e a gente consegue descobrir o nome completo… A recomendação é que, se possível, tenha câmeras em casa. Ajuda… Pelo menos uma câmera pra poder controlar a entrada e a saída de pessoas. 

Assinante 2: Oi, gente… Aqui é o Guilherme do Rio Grande do Sul. E, nossa, essa questão de levar alguém isso me deixa muito paranoico também… Alguém que não conhece pra sua casa, nossa, eu sou que nem a Déia, assim. com certeza me precaveria muitos, de tudo, assim… [risos] É uma questão muito complicada, porque a gente nunca sabe… Claro, a gente não pode ficar com medo e não sair mais com ninguém, mas é uma coisa muito perigosa em alguns quesitos, assim. E ainda bem que tu conseguiu… Quando eu estava ouvindo, eu pensei: “Meu Deus, olha o prejuízo, né?” Mas eu não esperava, foi uma reviravolta assim, conseguir fazer a própria chantagem. [risos] Chantagem não, mas mostrar para o bandido que “olha, não é assim que a banda toca”, porque às vezes a pessoa fica com medo e acaba perdendo tudo, né? Então, que bom que deu certo, recuperou todos os bens aí e tudo voltou, menos o frango, né? [risos] O frango foi… [risos] A tigela voltou, então tá no lucro. Se cuidem, gente, não façam nada sem ter segurança. Cuidado. 

[trilha]

Déia Freitas: O canal Reload descomplica a notícia e é um canal feito de jovens para jovens. É informação de qualidade na sua timeline, sem enrolação. Acesse gratuitamente o podcast Dá um Reload na Amazon Music. Toda quarta—feira cedinho tem aí um episódio novo. Eu vou deixar os links aqui na descrição do episódio. Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.