título: hétera
data de publicação: 06/05/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #hetera
personagens: lara, roberta e uma moça
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Hidrabene, a nossa amiga cor de rosinha que eu amo. A Hidrabene lançou uma linha de coloração capilar, são 16 cores de tintas pra você escolher aí repaginar o seu visual. — Amo. — E também pra cobrir os seus fios brancos — e eu aqui, lotada — e as fórmulas desenvolvidas nessa coloração da Hidrabene oferecem aí uma coloração permanente com tratamento para o seu cabelo. — Seu cabelo, sim, merece todo tratamento do mundo e eu sou uma pessoa que consome realmente todos os produtos Hidrabene, principalmente as linhas capilares. Eu amo muito, inclusive não tenho mais frizz do jeito que eu tinha. Vocês lembram, né? Eu era a pessoa do frizz, por conta aí dos produtos da Hidrabene. –
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Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e fica com a gente porque tem cupom de desconto. E hoje eu vou contar para vocês a história da Lara. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Lara, desde que ela tinha aí seus 12, 13 anos, ela já tinha certeza que tinha preferência por meninas. Isso era uma questão, ela tinha medo de falar alguma coisa, de fazer alguma coisa perto das amigas e que as amigas notassem que ela se sentia diferente… Esse “diferente” aí bem entre aspas, né? Então ela foi escondendo isso. Lara foi escondendo isso o máximo que ela conseguiu. Quando Lara estava aí com seus 19 anos, ela conseguiu uma bolsa de estudos numa faculdade e saiu da casa dos pais. Na casa dos pais ninguém desconfiava — que Lara era lésbica — e ela até então não tinha tido nenhuma interação com nenhuma menina e também com nenhum menino. Então, ali com 19 anos, a Lara foi para a faculdade e, na faculdade, a Lara conheceu seu primeiro amor. — Que a gente vai chamar aqui de “Roberta”. — E foi um namoro muito bonito entre Lara e Roberta, só que quando a faculdade acabou, Lara teria que mudar daquela cidade, porque assim, não era uma cidade que você se formava e tinha emprego na sua área naquela cidade, então as duas precisavam mudar.
Só que a Roberta ia voltar para casa dos pais e a Lara não tinha essa opção, ela falou: “Bom, então aqui a gente meio que vai ter que se separar” e foi muito sofrido e tal, mas elas ficaram amigas. — Agora amigas a distância, porque enfim… — E a Roberta sempre foi um ponto assim de referência para Lara nessa questão de relacionamento com mulheres, porque foi o primeiro relacionamento dela e ela também não sabia do vale ali, [risos] da turma, enfim… Então ela aprendeu muito com a Roberta e quando ela mudou para essa outra cidade, ela já estava mais, assim, descolada, mais à vontade na sua própria pele e entrou em alguns grupos, conheceu mais algumas moças também lésbicas, fez um grupão legal ali de amigas e a vida foi passando. Nesse meio tempo, ela já tinha voltado pra casa algumas vezes de visita e acabou revelando para os pais ali que ela era lésbica e foi um choque inicial para os pais, mas também não aconteceu nada assim do que ela pensava que fosse acontecer, que os pais não iam mais falar com ela, não…
Lara notou um desapontamento, mas que com o passar do tempo isso também foi amenizando. Lara falou: “Andréia, eu não queria que focar aqui em nenhuma questão com o meu pai e com a minha mãe, porque enfim, já estamos bem”. Lara num grupo de garotas legais, todas amigas e a Lara falou para mim: “Às vezes as pessoas têm muito preconceito e podem achar que “ah, um grupo de lésbicas, todo mundo pega todo mundo, é tipo um antro de perdição”, não, nós éramos um grupo de amigas. Não tem grupo de amigas héteros? A gente era um grupo de amigas lésbicas”. Elas saíam cada uma conhecia uma moça, aí introduzia naquele grupo… Mas como? “A namorada da X ali do grupo”, entendeu? — Tipo, não era mais uma que ia entrar pro grupo, era namorada de tal. — Nisso uma vez que elas foram numa festa na casa de uma das moças ali do grupo, tinha ali uma moça que Lara achou muito interessante… Ela não via essa moça interagindo ali — com as amigas do grupo, mas a moça estava ali, estava enturmada, conversava aqui, conversava ali, enfim, era uma festa que tinha bastante gente — e Lara ela ficou interessada nessa moça, poxa, vou ficar na minha, né?”.
E aí ficou paquerando essa moça de longe, essa moça também paquerando ela. E aí a moça chegou nela e elas começaram a conversar e viram que tinha muito a ver as duas ali, as duas solteiras, as duas sem filhos, as duas que gostavam muito de viajar, de passear, formadas em áreas diferentes, mas do mesmo segmento… — Então elas tinham também muito papo profissional. — Então foi tudo, assim, entrosando bastante e, naquela noite, elas trocaram um beijo e tal e depois elas começaram a sair e ficar e isso virou um namoro sério. Lara muito apaixonada, a moça também… Quando você está namorando há um tempo uma pessoa, o próximo passo é você conhecer os amigos dessa pessoa, conhecer a família… — Esses são os passos, né? Pra mim são passos muito tensos, assim, socialmente falando, que você tem que… Às vezes você pode odiar, sei lá, de cara assim os amigos da pessoa que você está, do seu namorado, da sua namorada ou a família do cara ou da menina pode te tratar mal, enfim… —
Lara queria conhecer as amigas da moça — mesmo porque ela de certa forma conhecia algumas pessoas daquele grupo, né? — e, no dia que ela foi conhecer a família da moça, lá estava uma outra moça… — E quem era essa outra moça? — Essa outra moça era melhor amiga da namorada da Lara. E aí a Lara falou: “Nossa, que legal, ela tem uma amiga, uma super amiga e tal” e de cara a namorada já falou para Lara: “Olha, pode ficar tranquila que essa minha amiga é hétera”, foi uma fala que não tinha porque acontecer, em nenhum momento a Lara estava desconfiada de alguma coisa, mas ela botou ali na conta da brincadeira, não aconteceu nada demais ali, foi um almoço em família, todo mundo acolheu muito bem a Lara, ela ficou muito feliz e o namoro seguiu… Só que agora, de vez em quando, a namorada da Lara falava da hétera e era sempre num tom assim muito de “ai, porque a hétera”, “ai, porque a hétera não sei o que lá, a hétera” e a Lara as vezes brincava com ela, falava: “Nossa, você fala de um jeito da hétera, né?”. E essa namorada acabou revelando que elas eram amigas desde, sei lá, a quinta série e que ela teve sim uma paixão pela hétera, que chegou a contar sobre essa paixão, se declarar para hétera, né? E a hétera falou: “Olha, não, eu sou sua amiga… Isso nunca vai acontecer entre a gente, a gente é só amigas, eu gosto de meninos e tal… Essa é a vida, né?”
Lara não achou nada demais também porque não tinha nenhum sinal de nada, né? Mais um tempo se passou, com um ano de namoro, a moça pediu a Lara em casamento e a moça queria realmente fazer uma festa, fazer uma cerimônia, casar direitinho, enfim… Começaram a organizar a festa, né? Foi combinado que seria ali na cidade onde a Lara e a moça moravam, não lá na cidade dos pais da Lara. — Sabe aqueles casamentos que tanto o noivo quanto a noiva ou quanto as duas noivas ou os dois noivos não tenham que fica no altar? Começa a cerimônia e entra primeiro um e depois entra o outro? Ia ser assim o delas. — A Lara ia entrar com o pai e, a moça, em vez de entrar com o pai, decidiu entrar com a sua melhor amiga. — Beleza, é a melhor amiga dela. — Os pais da moça não se opuseram, não rolou uma questão, assim… Então assim foi, primeiro entrou a moça com a melhor amiga dela e depois entrou ali a Lara com os pais. A cerimônia foi muito bonita, muito emocionante, todo mundo chorou, aquele grupão de amigas da Lara estava lá, todo mundo muito feliz e tal…
Acabou a cerimônia, ali no salão — onde foi a cerimônia mesmo — aconteceu a festa, a Lara estava vestida de noiva, a outra moça não foi de noiva, né? E aí aconteceu uma coisa… A Lara estava de noiva, a moça — eu acho muito lindo, já vi a Diane Keaton com um desse… Você põe tipo um smoking assim, com decote — um terninho feminino, assim, com decote, lindo, preto, meio acetinado… A moça estava linda… E a melhor amiga foi de vestido… — Sabe esse vestido que parece uma camisola, assim? — Branco. — Ô, você tá louca? Você vai de branco no casamento da outra? — Isso já rolou um burburinho quando elas entraram, porque parecia que era um casal. — A noiva agora da Lara de terninho e a outra de branco? — Durante a festa, na hora que vai cortar o bolo ali, ela botou a melhor amiga hétera do lado dela e depois e depois que cortaram o bolo — a Lara e a esposa —, hétera e a esposa da Lara deram um beijo… — Não foi um beijão, mas foi um pouco mais que um selinho… Que um selinho, uma bitoca, você dá em todo mundo, mas foi uma coisa um pouco mais que uma bitoca, sabe? —
E algumas das amigas daquele grupo ali: “O que que é a hétera? Qual que é da hétera? Primeiro que tá de branco, agora tá dando beijo na noiva?”, passou… Agora casadas, alugaram um apartamento, o tempo foi passando e a hétera conheceu um rapaz… Hétera conheceu um rapaz — que a gente pode chamar aqui de “Roberto”, já tinha a Roberta, né? Fomos bem originais. Roberto. [risos] —, e aí hétera começou a namorar Roberto, depois de um ano ali, ela engravidou de Roberto e casou com Roberto. Quando hétera engravidou, a esposa da Lara ficou doida, tipo: “Meu sobrinho, meu sobrinho, meu sobrinho” e começou a fazer tudo pela hétera grávida, assim… — Tudo, tudo mesmo. — Do tipo: Ela tinha o costume de buscar a Lara quando a Lara saía do trabalho ali — buscando de carro —, quando a hétera ficou grávida, ela parou de buscar Lara, porque agora ela buscava a hétera… — E a hétera tendo o marido… — E essas coisinhas foram incomodando a Lara, até que a Lara chamou a esposa para conversar e aí a esposa falou: “Meu Deus do céu, você vê maldade em tudo… Eu já te falei que ela é minha melhor amiga, você já sabe que a paixão que eu tive por ela foi praticamente na adolescência, a gente era muito nova, enfim, ela falou pra mim que não, que ela é hétera e é a minha melhor amiga que está grávida, eu quero participar de tudo e você tem que respeitar isso e nã nã nã”.
Ela deu um sermão ali na Lara que a Lara ficou se sentindo a pior pessoa do mundo, a pior pessoa do mundo… Mais um tempo se passou, o bebezinho nasceu [efeito sonoro de bebê chorando] ali de Roberto e amiga de esposa de Lara, e aí sim que a moça ficou, assim, meio obcecada, né? “Meu sobrinho, meu afilhado”, virou afilhado, porque a melhor amiga deu o bebê para a moça batizar junto com o irmão do Roberto. — Então seria uma coisa, assim, que a Lara não ia poder falar muito, porque agora o bebezinho fazia parte do núcleo delas, né? — A hétera depois de uns seis meses amamentando e tal, falou: “ai meu Deus, eu não aguento mais amamentar, não aguento mais só a temática bebê” e isso acontece mesmo, isso é normal… Muitas mulheres ficam até aflitas para voltar a trabalhar logo, para não ter só a temática bebê na vida. E aí ela deixou a bebê com a mãe dela e falou: “Nossa, eu quero ir numa festa com vocês, eu quero, né?”.
E aí, numa festa só dessas amigas aí da Lara — essas amigas todas lésbicas, algumas com namoradas e outras duas que já tinham casado também — e aí, nessa festa, a moça hétera ficou o tempo todo sentada no colo da esposa da Lara e às vezes cheirava o pescoço, assim, ficava fazendo cafuné… — Ô, gente… Ô, gente.. Precisava dar um se liga. — Algumas amigas ficaram incomodadas, a Lara também ficou muito incomodada, mas enfim, a moça estava saindo ali pela primeira vez depois de um tempo de maternidade, então tudo bem… — A Lara não fez nada, mas aqui eu acho que vale pra casal lésbico, pra casal gay, casal hétero: Ô, gente, tem uma pessoa sentada no colo do seu marido, da sua esposa, fazendo cafuné? Deu, né? Tá na hora de você falar: “Ô”, chamar o seu marido, sua esposa e dar um se liga… Você tem que dar um “se liga”, falar: “O que está acontecendo? O que está pegando?”. Se você não fizer isso ali na frente de todo mundo, depois você conversa, tem que ter uma conversa. Mas a Lara deixava na conta disso, “a menina é hétera, ela está só brincando, brincalhona…”. —
Enfim, o tempo passou mais um pouco e a Lara falou: “Andréia, meu casamento era muito bom, de muito companheirismo, enfim, muito bom mesmo” e elas resolveram adotar uma criança. Entraram na fila, demorou, tem todo um trâmite que tem que ter mesmo… E depois de todo o processo, elas adotaram um menininho maravilhoso chamado “João Pedro”. João Pedro já estava ali com seus seis aninhos, elas já estavam ali com os seus sete anos de casada e João Pedro uma benção, né? Um garoto ótimo… Só que quando ele chegou, tem toda aquela questão do medo de voltar para o abrigo, dali das duas mães não te quererem se você fizer tal coisa, sabe? A criança testa um pouco também o amor dos pais para ver se ela é amada, se ela está realmente, se foi aceita naquela família. No começo ele fazia xixi na cama, tinham todas essas questões assim, mas ele foi melhorando, foi ficando ótimo, bem na escola, conseguiu alcançar ali a turminha dele, tudo perfeito, gente…
Depois que elas tiveram ali seu filho, o João Pedro, a hétera já tinha tido um outro filho. — Então agora a hétera tinha mais o que fazer, né? Tinha lá duas crianças pra cuidar e elas ali cuidando do João Pedro. — Três anos do João Pedro ali com elas, João Pedro com nove anos e um casamento muito bacana, elas já há dez anos juntas, gente, dez anos de casamento, casamento sólido, tudo muito legal. Elas tinham uma rotina, né? Elas revezavam pra levar e buscar o João Pedro na escola e ali era o dia da Lara. Então antes de trabalhar ela deixava o João Pedro na escola, era o dia que o João Pedro tinha atividades extras na parte da tarde, então ele ia passar o dia todo na escola, uma escola particular muito boa e ele ia passar o dia todo na escola e a Lara ia pegar ele de volta, né? E isso aconteceu… Lara deixou a criança na escola, o João Pedro, se despediu normal da esposa de manhã, buscou João Pedro cinco e meia da tarde e voltaram para casa, estacionaram o carro e ali ela já viu que o carro da esposa não estava na garagem e era um dia que a esposa sempre chegava antes.
Então, chegava antes, já deixava pronto ali um lanche para o João Pedro comer, uma fruta, um sanduíche, tomar um suco e depois o João Pedro ia jogar um pouco de videogame, tinha toda uma rotina certinha para seguir… E eles chegaram, não tinha esse lanche feito, então a Lara botou a bolsa ali na sala, viu que a esposa não estava, mandou uma mensagem rapidinho ali: “Ei, onde você está e nã nã nã”, mas já foi preparar o lanche do João Pedro, que era o momento dele, que ele gostava de chegar e jogar um pouco de videogame para depois fazer a lição, jantar, tomar banho e dormir, né? — Era essa rotina ali da criança e isso é muito importante, a criança ter uma rotina. — E aí ela fez o lanche e foi para o quarto trocar de roupa e, quando ela entrou no quarto, que ela abriu o guarda-roupa, a roupa da esposa não estava mais no guarda roupa. Não estava lá mais. Naquele momento, a Lara descobriu que tinha sido abandonada… Ela e o João Pedro… — Num casamento ótimo, que até então não tinha sinal nenhum. —
Lara não querendo demonstrar para o João Pedro ali, ligou para uma das amigas do grupo, a gente pode chamar essa amiga de “Sandy”. A Sandy veio e ficou ali distraindo o João Pedro enquanto ela tentava ligar pra esposa [efeito sonoro de telefone chamando] para saber o que era. E aí, de tanto ela telefonar e mandar mensagem, a esposa atendeu e falou: “Olha, a gente precisa conversar, eu tive que sair daí”, e aí a Lara falou: “Mas onde você está?” e ela falou: “Eu tô na casa da hétera”. E, até então, a hétera também casada, né? Só que a hétera foi se revoltando com a rotina doméstica ali e pediu pro Roberto sair de casa e ele saiu. — O que a hétera fez? — A hétera chamou a esposa da Lara e disse que queria experimentar um relacionamento afetivo — além da amizade — com a esposa da Lara. Ela ponderou que ela tinha um casamento sólido de dez anos e um filho de nove anos para criar? Não, ela pegou todas as coisas dela e se mudou para a casa da hétera no mesmo dia que a hétera disse que queria experimentar. — Ô, gente… No mesmo dia… Ela largou tudo pela hétera. —
Aquilo foi um baque tão grande para Lara que ela falou para mim: “Andréia, eu tive que procurar um psiquiatra e pediu um remédio para eu não cair, porque se eu não tivesse o João Pedro, eu não sei o que seria de mim. Eu não podia cair, porque eu tinha João Pedro para criar e o João Pedro ele ficou tão abalado…”, porque você tem que contar, “o João Pedro ficou tão abalado que ele voltou a fazer xixi na cama”. O João Pedro desde quando foi adotado ele passava no psicólogo, então ainda bem, né? Agora ele tinha que ter duas sessões e a Lara tomando medicação para aguentar as pontas ali e a casada foi viver a vida com a hétera. E, nisso, ela passou a criar os filhos da hétera como se fosse delas e meio que deu uma esquecida no João Pedro. — Porque ela era a mãe de João Pedro, gente, adoção não é isso, não… “Ah, agora tenho outra vida, largou”, não é assim, não… — Só que a Lara ainda gostava muito da esposa e, em vez de entrar com processo judicial, sei lá, foi deixando…
Do mesmo jeito que o Roberto também não entrou com nada, foi deixando… — Porque foi um choque também para o Roberto quando ele descobriu que a hétera, esposa dele, estava com a melhor amiga, que até então era só amiga, né? — Esse relacionamento da hétera com a casada durou dois anos, até que a hétera cansou, botou a casada para fora e o Roberto de novo para dentro de casa. Roberto voltou o casamento com a hétera e agora estamos aqui, onde a ex-esposa de Lara quer voltar. — Ela quer voltar e como ela quer voltar? — Ela quer voltar como se nada tivesse acontecido e continuando a amizade com a hétera. Aí vocês vão me falar: “Nossa, Andréia, você vai proibir uma amizade?”, vou, eu vou proibir… Não existe a menor possibilidade da Lara aceitar essa moça de volta e ela com a amizade com a hétera. Mesmo porque a hétera tinha esses comportamentos inadequados de sentar no colo, não só da esposa como de outras meninas do grupo ali, sentava de frente, assim… — Ô, gente, que isso? Eu me sinto aqui uma senhora conservadora de 70 anos com a bandeira do Brasil nas costas, sabe? O que que é isso? —
A hétera sempre foi ali tentando seduzir as meninas do grupo, não sei por que, assim, porque ela não gosta de mulheres. Tanto que ela só conseguiu transar com a esposa da Lara, em dois anos, três vezes, porque ela não gostava… Ela queria alguém paparicando ela, alguém babando ovo dela, fazendo tudo por ela, mas ela não queria transar com a esposa da Lara. — Porque não é a praia dela, ela é hétera. — Mais culpada que a hétera pra mim, lógico que é a esposa, que largou tudo, gente, no mesmo dia e foi atrás da hétera. — Quem faz isso? E que garantia tem agora que se a hétera triscar o dedo de novo, ela não volta? Porque se ela ficou transando só três vezes em dois anos com a hétera, ela estava aceitando tudo também. Que garantia a Lara tem? Nenhuma. Lógico que a gente não tem garantia nenhuma nos relacionamentos, mas por que você vai se colocar nessa situação de novo? — Lara está muito balançada, principalmente por conta do João Pedro, dele ter uma família completa, mas a família completa é você e o João Pedro. Ela que visite, ela que pague a pensão…
Pra mim é: Encerra esse casamento na justiça certinho. A hétera botou ela pra fora e ela foi morar com uma amiga, mas ela quer voltar e quer continuar a amizade com a hétera. Eu acho que nem se não tivesse amizade com a hétera não tinha que aceitar ela de volta, mas saber que a hétera vai tá ali ainda… “Ah, porque a hétera quis experimentar, foi um experimento só”. — Dois anos… Gente, eu não aceito, eu não aceito. Acho que ela tem que seguir a vida dela, daqui a pouco ela conhece uma moça boa aí e namora de novo, tem o João Pedro pra criar, que é filho das duas, independente de estar casado ou não, a criança é das duas, então as responsabilidades são das duas, mas você não precisa ficar junto. Agora que o João Pedro também já está melhor, já parou de fazer xixi na cama, já está aceitando que ele tem duas mães e que elas estão separadas, aí vai juntar? E aí de repente dá um a coisa na cabeça da casada e ela vai atrás da hétera ou sei lá… Não confio e para mim é não. — E para mim é não e seria num relacionamento hétero, num relacionamento lésbico, gay, qualquer um. É não. É não, não volta. O que vocês acham?
Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não, Iniviabilizers, essa aqui é Bárbara de São Paulo. Lara, minha querida, se você me disser que você é capaz de perdoar toda essa atrocidade que a sua ex fez com você, inclusive colocando em vulnerabilidade a saúde mental de uma criança que foi adotada e que teve todo um período de adaptação e ela não pensou duas vezes antes de sair de casa, não pensou no seu filho, você consegue passar por cima de tudo isso e receber ela de volta? Se você me disser que sim, ainda que eu ache absurda a sua escolha, são os seus valores de vida. E, assim, se você aceitar, você vai conseguir ter uma vida em paz, com saúde? Eu acho às vezes que é apego isso aí, é apego… Você vai ser muito mais feliz sem ela, com a sua vida toda diante para você fazer sua escolha, sem uma pessoa que fez tão mal para vocês. Fica bem, querida. Um beijo para você e para o menininho.
Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, meu nome é Ana, eu falo aqui do Distrito Federal. Lara, sobre a sua história, eu penso que existe muita culpa materna de você querer dar para o seu filho a companhia da pessoa que projetou com você o sonho de ser mãe. Mas eu acredito que o melhor exemplo que você pode dar para ele é ser feliz, estar plena num relacionamento saudável e com certeza não é essa situação que vai te deixar segura e feliz para ser uma mãe melhor para ele. Acredite em você, que existem outras páginas para serem seguidas, juntos, você e seu filho, podem ser muito felizes sem a companhia dessa pessoa na sua casa. É óbvio que ela vai estar com você em algum momento e vai te ajudar a criar essa criança, mas não necessariamente vocês tem que estar num relacionamento onde você é anulado. Siga firme e boa sorte.
[trilha]Déia Freitas: Hidrabene Linha Coloração Capilar, esta nova linha de coloração possui fórmulas desenvolvidas para oferecer aí uma coloração permanente com o tratamento que a sua fibra capilar merece. E também, ó, essa tintura vai elevar o cuidado com seus cabelos. — As cores são vibrantes, gente… — Tem ainda o quesito hidratação profunda e tratamento, é o que a gente precisa. Tudo isso com uma aplicação rápida e prática, é tinta de salão na sua casa. E eu não poderia deixar de falar aqui que essa linha é vegana, dermatologicamente testada e seus ingredientes são bio compatíveis — ou seja, não fazem mal em contato com a sua pele, gente, a Hidrabene é muito perfeitinha, né?
Eu amo tanto. — Usa o nosso cupom: PICOLE10 — tudo em maiúscula, sem acento, o dez é número e eu vou deixar aqui na descrição do episódio o link e o cupom —, com esse cupom você ganha 10% de desconto em todo o site sem valor mínimo. Hidrabene.com.br. — Hidrabene, te amo. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]