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título: hospedaria
data de publicação: 06/02/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #hospedaria
personagens: milton

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um Luz Acesa. E hoje eu vou contar para vocês a história do Milton. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

O Milton ele é um cara que até esse evento acontecer, ele não acreditava em nada sobrenatural. — Ele era até mais cético do que eu, assim, porque eu ainda fico na dúvida… Agora, depois de tantos episódios de Luz Acesa, tem coisa que eu falo: “Ihh, aí eu acho que tem alguma coisinha”. O Milton não, o Milton sempre foi um cara que não acreditou em nada. — A vida foi passando, Milton com um excelente emprego na área farmacêutica — na área farmacêutica de um grande laboratório —, viajando muito pra demonstrar os remédios, enfim, os representantes são divididos por áreas, então, a área do Milton tinha lá uma parte de São Paulo e que tinha várias cidades pequenas do interior, sei lá… Para ficar mais fácil para ele, o que ele fazia? Ele ia para uma cidade média, se hospedava lá e de carro ele ia fazendo as cidades menores ali, sempre tendo como base aquela cidade que ele estava hospedado. — Voltava no final do dia para aquela cidade que ele estava hospedado. – 

Numa determinada cidade — numa época que não tinha ainda PôneiBNB, nada disso —, ele encontrou uma espécie de hospedaria, assim… — Era até o nome “Hospedaria”. — Era uma mini casinha, como se fosse uma pousada, mobiliada, e ali ele ia ficar, ali tinha uma geladeira, tinha um micro—ondas, se ele quisesse esquentar alguma coisa, mas como ele saía o dia inteiro, quando ele voltava, ele já comia por ali no caminho e já voltava só ali para dormir e tomar banho. Primeiro dia o Milton voltou e era mais ou menos umas 19h30 da noite e chegou e foi direto tomar banho e o piso lá era um piso de madeira… [efeito sonoro de queda d’água] E ele estava tomando banho e ele escuta passos na madeira, rangendo… Ele falou: “Ai meu Deus, será que eu deixei a porta aberta? Será que alguém veio aqui?”, e aí o Milton gritou lá do banheiro: “Eu tô tomando banho, não entra mais” e ainda assim ele ouviu passos ali na área do quarto. 

O Milton terminou o banho, saiu ali se secando e meio que se enrolando na toalha, já bravo… Quando ele entrou no quarto, não tinha ninguém, a porta estava trancada do jeito que ele tinha deixado e tinha uma questão: Ele tinha uma mala com medicamentos, essas coisas… Ele entrou, trancou a porta e deixou a mala. Então, se alguém tivesse entrado, tinha derrubado a mala e, quando saísse, não ia conseguir deixar a mala do jeito que estava… E a mala estava do jeito que estava. Então, ninguém entrou naquele quarto. O Milton achou estranho, mas atribuiu ali aquilo ao cansaço. — De repente, ele imaginou que ele ouviu passos. —

Milton botou ali o seu pijama e foi dormir… Durante a madrugada, novamente o Milton ouviu os passos na madeira e pensou: “Vou fingir que não ouvi ou vou levantar e encarar?”, porque aí o Milton já estava achando que não era alguma coisa física, que era sobrenatural. O Milton resolveu fingir que não estava ouvindo nada e voltou a dormir. — Gente, eu não ia conseguir… — Na manhã seguinte, o Milton se ajeitou ali, pegou a mala dele de representante e saiu… Passou o dia fora, esqueceu completamente aquela questão dos passos. Na volta, ele passou num lugar onde ele comprou umas coisas para comer e voltou para a hospedaria. Chegando lá na Hospedaria, dentro do quarto ele tinha uma mesa, como eu falei, tinha uma geladeirinha, tinha micro—ondas, então ele foi esquentar uma coisinha para comer — era um chalezinho — e, conforme ele tava esquentando, Milton olhou para o lado, pra uma poltrona — sabe essas poltronas com um braço de madeira? —, ele olhou para a poltrona e ele viu que a poltrona estava afundada. — Sabe quando… Sei lá, você tem uma poltrona que está há muito tempo, está muito velha e fica aquele buraco de onde você senta? Aí ele pensou: “Nossa, que velha essa poltrona”. —

Milton virou [efeito sonoro de micro—ondas apitando] de volta de novo para pegar o que ele tinha esquentado no micro—ondas e pra ir sentar naquela poltrona velha, já preparado, né? “Nossa, vai doer minhas costas”. Quando ele virou, a poltrona não estava mais afundada, ela estava normal… — O que significa que ela estava afundado porque tinha alguém que ele não conseguia ver que estava sentado naquela poltrona. — Milton tomou um susto, resolveu não sentar mais na poltrona e sentar numa cadeira de frente para a poltrona. Então uma mesinha no meio, a cadeira de um lado e a poltrona do outro. Conforme o Milton estava comendo, ele ouviu passos novamente e aquele ranger de madeira… E, na frente dele — dos olhos dele — ele viu a poltrona afundar… Então ele não via ninguém, mas era alguém que tinha andado até a poltrona e tinha sentado na poltrona.  Aí eu perguntei para o Milton: Mas você olhou uma hora e tinha alguém sentado, quando essa pessoa levantou, você não ouviu os passos para onde ela foi?”, ele falou: “Não ouvi, provavelmente, por causa do barulho do micro—ondas, mas depois eu ouvi nitidamente os passos dessa pessoa voltando e sentando na cadeira”.

O Milton ficou tão assustado que ele largou a comida lá e correu lá para o chalé que era a recepção para falar com a dona da hospedaria. E aí ele chegou lá e falou para dona, falou: “Olha, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas meu quarto tá assombrado”, desse jeito, assustado… E aí ela olhou, olhou e falou: “Ah, meu Deus, tá bom, eu vou mudar o senhor de quarto, mas eu não sei se vai adiantar”. E essa senhora — que a gente pode chamar, sei lá, de “Dona Marta” — explicou para o Milton o que estava acontecendo: Há mais ou menos um ano, o marido da Dona Marta tinha falecido e aquela hospedaria era o xodó dele, e depois de mais ou menos uma semana que ele tinha morrido — ela crava a data ali, na missa de sétimo dia —, depois da missa de sétimo dia, que era, sei lá, pra ele descansar, ir para algum lugar, ele voltou e agora ele ficava pela hospedaria. Ele não machuca ninguém, mas ele fica andando pelos quartos, ele senta na poltrona, ele senta na cama… — Então essa experiência de sentar na cama o Milton não teve… Eu tenho uma outra história do Luz Acesa que a moça sentiu o espírito sentar na cama. Eu ainda preciso ter coragem de contar essa história, que eu achei ela meio pesada. —

E aí o Milton ficou chocado e falou: “Tudo bem, eu quero mudar de quarto”, ela falou: “Geralmente ele fica junto com um hóspede, ele escolhe um hóspede e fica”. Então ela ia mudar o Milton de quarto pra ver se resolvia, mas podia ser que não resolvesse, aí ela falou: “Olha, eu posso devolver para você o dinheiro das diárias que você ainda não usou”. O Milton falou: “Ah, vamos tentar… Se não der certo, eu vou querer sim, porque não tem condição”. E aí mudou de quarto e aquela noite já dormiu nesse outro quarto, não escutou nada. De manhã saiu para trabalhar e, quando ele voltou, esse quarto dele que ele tinha deixado as coisas, que ele dormiu, então provavelmente alguém foi lá de manhã, arrumou, né? E quando ele chegou ali à noitinha, tipo sete horas, o quarto dele estava todo revirado… A mala dele de roupa aberta… Ele até achou que era um assalto, e aí ele chamou a dona da hospedaria e ela falou: “É, eu acho que o meu marido ficou bravo de você ter saído do quarto lá… Eu falei para você que ele ia te acompanhar, ele veio para cá, eu peço desculpas, eu não tenho o que fazer… Eu vou devolver as suas diárias e você pode dormir, procurar outro lugar” e até indicou para ele um outro lugar para o Milton dormir.

E aí o Milton saiu de lá e foi dormir em outro lugar… Milton até então não acreditava em nada e passou a acreditar porque ele viu… — Ele não viu o marido daquela senhora, mas ele viu a poltrona afundada, tipo, alguém que estava sentado naquela poltrona. Deus me livre… — E aí eu fico pensando, né? Você vê, o marido morreu, vai fazer suas coisas… A esposa viúva ali tentando sobreviver da hospedaria e o cara atrapalhando, porque ela teve que devolver as diárias. — O cara morreu e não está agregando nada, não está somando nada, sabe? Está atrapalhando a esposa. Olha… — O Milton agora acredita em tudo, [risos] morre de medo das coisas. Mudou… Ele falou: “Andréia, isso mudou para mim”, Milton falou que agora até o Pai-Nosso ele reza. [risos] — Ê, Milton… [risos] — O que vocês acham?

[trilha]

Assinante 1: Aqui é a Patrícia, falo de São Paulo. Eu sei que o Milton passou por uma experiência muito ruim, mas eu fiquei pensando assim, eu acho que essa história deveria estar no Picolé de Limão, porque para a dona da hospedaria, isso é um Picolé de Limão, né? O marido dando prejuízo depois de morrer… Miltão, deve ter sido super assustador na época, mas pelo menos te trouxe para o caminho da fé, né? Vamos pensar por esse lado positivo então. [risos] Um beijo para todos, tchau. 

Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, eu sou Amanda, estou falando do Jalapão. Milton, te entendo 200%… Ainda não tive nenhuma experiência sobrenatural, nem quero, mas depois que eu virei Luz Aceser, eu estou sempre alerta, eu tenho medo de tudo e, nessa história, o que mais me surpreendeu foi que essa mulher sabe que o marido dela continua preso aqui na terra e não tá 24 horas buscando uma forma de encaminhar essa criatura. Como ela está conseguindo dormir agora dessa forma? [riso] Eu estaria super angustiada pensando: “Meu Deus, esse homem tem que encontrar a luz” e fazendo de tudo, procurando o centro, terreiro, igreja, tentando cumprir o objetivo final de mandar ele para o destino dele, né? O que mais me chocou foi isso, mas de resto, siga firme, faça as suas orações e fique bem.

[trilha]

Déia Freitas: Comentem lá no nosso grupo do Telegram… Deus me livre. Um beijo e eu volto em breve.

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]

Já pensou você ver assim a poltrona afundando? Deus me livre… Um beijo, gente.