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título: imundo
data de publicação: 01/10/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #imundo
personagens: luciana

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão, e hoje vou contar para vocês a história da Luciana. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]. 

A Luciana conheceu um cara aí, começou a namorar esse cara e em um ano e meio eles resolveram casar. — E aí antes da gente chegar na parte do casamento em si, a gente tem que falar um pouco de como era esse namoro. — Ambos moravam ali com os pais, os dois também na faixa dos vinte e poucos anos, os dois trabalhando e eles saiam de final de semana, eles tinham turma de amigos e eles não dormiam um na casa do outro por causa dos pais e tal. A mãe da Luciana um pouco chata em relação a isso, o pai mais suave, mas também, né? A Luciana não queria ter essa intimidade, né? De levar o cara para dormir na casa, enfim… E eles acabaram não convivendo tanto tempo juntos assim, sei lá. — Eles podiam ter feito algumas viagens, né? Mas a Luciana, na época, ela era professora… — Como é que é? Professora substituta no Estado, né? Na escola pública, no Estado. 

Então ela não ganhava muito, ela entrava às sete da manhã numa das escolas. Ela dava aula em duas. E, como ela era substituta, era o dia inteiro andando ali, indo de sala em sala… — Era bem puxado. — Então também não tinha muito tempo para viajar, não tinha grana, mas eles se gostavam bastante. Bastante mesmo. E aí eles resolveram que eles iam casar. A mãe da Luciana ficou feliz, porque assim, ela gostava dele… Todo mundo gostava dele, o cara era muito bacana, era um cara que animado, que ia no bar com você, tomava umas, dava risada… — Um cara agradável, né? — E o pai da Luciana falou pra ela assim: “olha, filha, a gente já está em outros tempos, por que você não vai morar com ele e depois você vê se você casa”. 

E aí a mãe da Luciana achou um absurdo o pai falar isso. — Teve até uma pequena treta porque a mãe queria que ela casasse realmente e nã nã nã. — E o cara também queria casar, ele queria a festa, ele queria a Luciana de noiva e tudo isso custa dinheiro, né? — Então eles acabaram casando com dívidas…  Mas também a Luciana falou que não era nenhuma dívida assim, como é que vou dizer, que não dava para pagar… Estava dentro do orçamento deles. Então, — assim, não é que “ah, casou e ficou cheia de dívida e o casamento virou uma merda”, não. Só que aí eles casaram e eles iam para a lua de mel no dia seguinte. Então passaram ali a noite… — No clássico, né? — Passaram a noite num motel, ela já tinha trocado de roupa, ele também, enfim… Já estavam com o as malas tudo e foram viajar. 

Nessa viagem que eles fizeram, quando eles chegaram no hotel — Vai, lá da cidade X que eles foram passear e tinha praia — o cara botou a mala dele lá num canto e não abriu… Não abriu a mala. E aí a Luciana foi abrir a mala dela, tirar as coisas colocar ali… — Porque, né? No quarto de hotel tem ali um armário para você pôr as contas. — Tinha uns cabides, ela pegou metade dos cabides, deixou pra ele e nã nã nã, arrumou as coisas e o cara não abriu a mala. E aí ela falou pra ele: “Ué, você não vai abrir a mala?”, aí ele falou: “Ai, tô cansado, você não pode abrir a mala pra mim?”. — Poxa, seu maridinho, vocês acabaram de chegar na lua de mel… Pô, vou quebrar essa, né? —

Foi lá, desfez a mala do cara… — Mala que tinha sido a mãe do cara que tinha feito. Então tava tudo arrumadinho, né? — Não deu problema. Foi lá, arrumou as coisinhas dele, botou do lado da dela, tudo muito romântico… E aí foram passear. Nesse primeiro passeio eles levaram algumas coisas assim, então eles não queriam gastar tanto com comida no lugar, então levaram uma mochila. — Gente, tudo bem que, né? Ele não é obrigado a carregar a mochila… — Mas do jeito que a Luciana saiu com ele com a mochila para ir passear, ele não pegou na mochila uma vez. — E a mochila estava pesada, tinha duas garrafas de água mineral dessas de dois litros. Então pensa… — 

E aí ele só pegava na mochila quando ele ia beber água ou comer alguma coisa e já esticava o braço e dava a mochila pra ela. Aí uma hora ela meio que fingia que, pô, não tá vendo que ele está esticando ali pra pegar a mochila, ele botava a mochila no pé dela… [suspiro] Ai, nem dez minutos de história e eu já odeio esse cara. — Era um lado do marido que a Luciana não conhecia. Por exemplo, eles voltavam da praia com aquela roupa suja, cheia de areia e aí ele tirava a roupa, assim… Se ele está na frente da cama, ele tirava a roupa e jogava em cima da cama… E aí ela que tinha que pegar a roupa dele e levar no banheiro, que ela estava botando tipo em sacolinha a roupa que já está suja, que você vai lavar só quando você voltar, né? — E, gente, isso na lua de mel. —

Então aí ela descia pra tomar o café cedo, ele pedia pra ela trazer as coisas, ele não descia pra tomar o café. Um cara preguiçoso… — A real é essa. Preguiçoso. — Só que, ne? Pê, eles estavam em férias, lua de mel… Luciana falou: “ah, quando a gente voltar para casa, o ritmo é outro”. E aí a lua de mel foi nesse naipe assim, né? Desse jeito… Com ela tendo que fazer tudo, enfim… E aí quando eles voltaram, que eles chegaram, pô, muita roupa pra lavar, né? E coisas que, assim, o vestido dela estava lá, que ela ainda tinha que devolver, que foi um vestido de primeiro aluguel… Então ela tinha que ver se não estava sujo, enfim… Ela voltou com muita coisa para fazer. Tinha que… — Como é que é? — Fazer aqueles cartõezinhos de agradecimento dos presentes. — Gente, assim, aqui… Só um parênteseszinho: não dá para agradecer na hora? Porque depois da festa, você ter que fazer… Eu sei que é agradável, mas não tem uma forma mais… Menos trabalhosa? — 

E aí ela teve que fazer tudo sozinha, porque não queria assinar os cartõezinhos, não queria escrever nada, porque ela falou: “eu escrevo um tanto e você escreve outro tanto, né?” e ele não escreveu um cartãozinho, nem pra parente dele, os amigos dele, tudo foi ela… E aí no final ela colocava lá: “Luciana e Bicho Preguiça”. — Não vou nem chamar de bicho preguiça, que é para não ofender aí os bichos preguiça. — Aí, gente, ela cheia de coisa pra fazer, roupa para lavar… — A cena. — Esse cara chegou, ele tomou banho, então ele saiu ali do box, ele se enxugou, ele botou a toalha no chão pra ele pisar, colocou uma roupa e largou a toalha lá no banheiro, no chão do banheiro pisada… 

E aí a Luciana catou a toalha, que, vai, tudo bem, voltamos… Primeiro dia, sei lá… Aí ele sentou no sofá, via a Luciana passar pra lá e pra cá fazendo as coisas porque eles chegaram, enfim… E eles tinham que fazer uma compra no mercado porque eles não tinham feito, eles passaram quinze dias fora. E aí ele não queria ir fazer a compra e ela não dirige… Ele dirige e ele não queria ir porque estava assistindo televisão. E aí ela já estava bem estressada da lua de mel, — Que ela falou pra mim que a lua de mel dela, no final, acabou sendo mais cansativo do que quando ela estava trabalhando na escola assim, ela teve que fazer tudo por ele, né? — E aí ela falou: “Eu não posso brigar no meu primeiro dia de retorno porque ele não quer ir no mercado, né?” — E ela foi achando que, tipo, que ela estava exagerando, né? — Então aí ela ligou para a mãe dela e falou: “ah, você não quer ir no mercado comigo?” — Porque a mãe dela dirige… —

Aí a mãe dela estava feliz que ia reencontrar a filha, levou ela no mercado, ela voltou cheia de sacolas, cheia de compra e botou ali assim na sala, entre sala e cozinha, aqueles apartamentos que não tem parede, é tudo bonitinho, abertinho… Conceito aberto. — Adoro. — E ela começou a guardar as coisas e falou pra ele: “vem cá, me ajuda, a gente vai conversando e a gente guarda rápido”, e ele falou: “ah não, não curto, não. Não curto guardar as coisas”, e não guardou as coisas, gente… — Não guardou. — E aí a coisa foi indo, desse jeito, ela voltou a trabalhar, ela tinha que sair da escola cinco e meia que ela saía, às vezes seis horas… Tinha que chegar em casa, fazer comida, arrumar a casa… Ele trabalha com coisas de computação assim e ele saía duas horas, 14 horas, ele chegava primeiro que ela… — Não custa pegar uma vassoura, gente, sabe? Porque, assim, não é obrigação da mulher fazer, é dos dois. Os dois que moram ali. —

Ele não fazia nada, do jeito que ele chegava, tipo, se ele tomava água quatro vezes, tinha quatro copos na pia… Nem o mesmo copo para tomar água ele usava e ele não lavava nada. E, ao mesmo tempo que ela estava começando a estressar, — Gente, uma semana de casamento, sabe? — Ela fez um comentário com as amigas e todo mundo achou que ela exagerou. Por quê? Porque o cara era muito gente boa fora de casa, né? Dentro de casa ele não estava ajudando ela em absolutamente nada. Aí ele chegou no sábado, tipo, tinha passado uma semana e ela estava exausta, porque ela chegava da escola, ela tinha que fazer comida, ela tinha que arrumar a casa, ela tinha que fazer a marmita dele… Ela fez a marmita dele dois dias, o terceiro dia ela não fez mais. Tipo, a comida estava lá na geladeira e ele não fez marmita… Ele não fez marmita. 

Aí, gente, o que ele fez? Ele ganhando um pouco mais que ela, ele pegou esse dinheiro e começou a comer na rua. Então ele só jantava em casa, não levava marmita porque ela não fazia marmita e ele ficava no sofá da hora que ele chegava, até a hora de dormir, largava a toalha desse jeito sempre no chão do banheiro e ela tinha nojo… E a coisa foi ficando complicada, porque ele realmente não ajudava ela em nada, em absolutamente nada… E ela falava, chegou a conversar com ele, falou: “Estou cansada, eu preciso que você me ajude”, e ele só falava pra ela assim: “eu não sou de fazer as coisas de casa, nunca fiz e não é agora que eu casei que eu vou fazer”. — Falava desse jeito. — 

E aí a Luciana falou que, assim, ele não tratava… — Quer dizer, pra mim isso é tratar mal, porque, né? Se você deixa toda a carga física e mental em cima da sua esposa, você está tratando mal, isso para mim já é abuso. — Mas ela falou que ele era muito… Quando ele estava lá sentado no sofá, ele não fazia as coisas, por exemplo, no dia da compra que ela estava guardando sozinha, ele mudou de canal e pôs em um canal lá que estava passando a série que ela gosta. — Tipo, enquanto você guarda a compra aí você pode assistir a série. — E aí ela ficava nesse conflito, porque, né? Tinha hora que ele parecia ser muito agradável, mas ele realmente não ajudava ela em casa. 

Até que um dia, com dois meses e uma semana de casamento, estava uma chuva, chuva, chuva, chuva e eles não saíam no mesmo horário… Ele saía, tipo, meia hora depois dela às vezes, né? Ela saía muito cedo. E aí ela não tinha a primeira aula ali, ela podia chegar mais tarde e ela pediu para ele deixar ela na escola… Só que deixar ela na escola implicava em, sei lá, ele desviar do caminho dele 15 minutos. E, gente, ele falou não. E ela falou pra ele, assim, não foi em cima da hora, ela falou bem mais cedo, falou: “tá caindo o mundo, vamos sair 15 minutinhos mais cedo do seu horário para você me deixar na escola e tal?” e ele falou: “Ah não, não, eu quero dormir até o último minuto”. — Gente, olha, desculpa, eu dava uma garrafada nesse cara na cama ainda. Não dá para mim”. 

E aí ela ficou muito magoada, porque ela chegou encharcada na escola e ela passou um dia molhada. Porque, né? Só quem viveu sabe você sair para trabalhar sete horas da manhã de calça jeans e pegar uma chuva. A sua calça jeans não vai secar, ela vai ficar úmida — Na sua batata da perna. — o dia todo. — O tanto de câimbra que eu tive na batata da perna por ser uma trabalhadora da classe C não tenho nem como contar, o tanto de vezes. — Então isso revolta realmente. E aí com dois meses e uma semana a Luciana resolveu aí que ela ia pedir o divórcio. E aí todo mundo ficou chocado… A família dela, a família deles, os amigos… Todos os amigos, o pessoal da escola dela… E como ele era um cara muito bacana, ele começou com um discurso que: “ai, nossa eu não fiz nada, gente, eu não fiz nada”, tipo, que era tudo muito injusto com ele, que ele estava abalado e ela falando para todo mundo as coisas que ele fazia, o tanto de negligência, enfim… Porque não era só isso, era muita coisa mesmo. 

Tipo, ela falou que teve um dia que ele chegou, tipo, duas horas da tarde, tirou um requeijão da geladeira lá, deixou em cima da pia, estava muito calor e encheu de formiga, azedou e enfim… Ela chegou, a pia estava cheia de formiga e o requeijão estava aberto… — Quer dizer, o cara era isso aí. — E tem um detalhe: quando eles namoravam, ele gostava de fumar com os amigos dele cigarro de palha. — Sei lá, nem sei onde fuma cigarro de palha, mas você não vai fumar cigarro de palha no seu sofá. Primeiro que se cair ali uma faísca, Deus me livre, é fogo em tudo. [risos] — Mas você não vai fumar cigarro de palha no sofá… E às vezes ele fumava cigarro de palha no sofá, ela pedia para ele ir lá fora e ele fingia que nem ouvia. — Então, assim, gente, olha… Eu não acho que ela tenha exagerado, não, eu tenho aqui uma lista de coisas que ele fez que eu estou cansada só do pouquinho que eu contei. —

E aí todo mundo ficou contra ela. — Todo mundo… — E quem não estava contra, estava calado do tipo assim: “poxa, dá mais uma chance para ele”. — Que mais uma chance, gente? Sabe… — Mas ela, nossa…. Ela não queria mais, não queria mais mesmo. Ele fez aquela linha fofinho, “não, se ela quer eu vou dar o divórcio pra ela” e tal. E eles desfizeram a casa, ela voltou a morar com os pais, ele voltou a morar na casa da mãe dele. E aí, nesse processo, vários amigos romperam com ela, que eram amigos em comum assim — Que ele já tinha esses amigos — porque, nossa, “um cara maravilhoso desse, o que aconteceu?” e nã nã nã. E aí todo mundo rompeu meio que com ela assim e ela ainda teve que passar por esse perrenguinho. — Isso foi tudo bem antes da pandemia, tá? —

Aí agora na pandemia, ela vez ou outra ela tinha notícia dele, e ele nunca tinha se amarrado mais com ninguém, ele tinha, sei lá, um namorico aqui e outro ali. — Que ela não ficava stalkeando, mas essas coisas ela ficava sabendo por fofoca mesmo. — E aí na pandemia ele tinha ido morar com uma moça no apartamento da moça e… [risos] E durou, gente, quatro meses. — Quatro meses durou. — E aí a moça botou ele pra fora, jogou um balde… — Eu adoro história que tem balde. — Mas ela jogou um balde vazio… Eu não entendi bem essa parte. No carro dele… E aí trincou o vidro do passageiro lá, vários barracos e ela fez um post intitulado “Imundo”. [risos] E é esse o nome que eu vou dar para a história. 

E nesse post a Luciana falou que a moça escreveu que ele não fazia nada, que ele era… Que ele trabalhava e tudo bem, mas em casa ele era um encostado, que ela não era funcionária dele para fazer as coisas pra ele, que ele passava três dias com a mesma cueca e depois colocava lá uma cueca toda engomada e encalacrada de sujeira pra ela lavar, que onde já se viu, que isso, que aquilo… [risos] Falou que ele não cortava a unha do pé, que ele era [risos] nojento, podre… Foi um post assim no Facebook gigante, um post que ela deixou público e depois de um tempo sumiu, que não sei se ela privou, se ela apagou, mas que aí a galera, algumas pessoas que tinham rompido com ela vieram atrás dela pra pedir desculpa, porque essa moça ela teve, assim, a eloquência de conseguir falar, de mostrar para as pessoas o quanto aquilo que ele fazia era abusivo e ela deu vários exemplos… 

E a Luciana, na época, não tinha conseguido se expressar tão bem para poder explicar tudo o que tinha acontecido. E aí ela escreveu para a gente, porque ela disse que ela não conseguiu perdoar esses amigos, porque ela passou uma fase muito ruim. aí com o Imundo. E ela queria saber de vocês, o que vocês acham que, sei lá, ela devia se reaproximar desses amigos? Eu vou dar minha opinião: eu acho que não, porque esses amigos eles vieram pedir desculpa pra Luciana, mas ao mesmo tempo eles têm um discursinho assim: “ah, mas, pô, o cara pode aprender, o cara não sei o que lá, nã nã nã”, eles não romperam com o cara. Então, voltar a amizade com essa galera significa você conviver por tabela com esse cara e porque, né, vocês tinham a mesma amizade. — Segundo você me disse, né? — Por que ele a galera perdoa e está passando um pano e quando você pediu o divórcio, que todo mundo viu que você estava mal, todo mundo fingiu ali que, sabe, ninguém estava vendo? 

Então eu não perdoaria… Essa sou eu, mas vocês já sabem que eu sou uma pessoa que não perdoa. Então deixem seus recados. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, aqui é a Luciana, chara da amiga da história Imundo. Para ilustrar essa história, tem um ditado popular que a minha avó sempre fala quando alguém se separa que é: “pra se conhecer uma pessoa, é preciso comer um quilo de sal com ela, e às vezes é pouco”. Então, é muito fácil esses amigos, né? Falarem: “Ah, mas poxa vida, ele é tão legal e por que você fez isso e não sei o que” e, no fim das contas, precisou uma outra pessoa conviver com ele pra eles verem que você tava certa. Te taxaram de doida e você ainda pensa se tem que perdoar? Tem que perdoar nada, não, segue sua vida, bola pra frente. Bola pra frente, vida que segue. Espero que você seja muito feliz. 

Assinante 2: Oi, Déia, Najla de Maringá. E eu estou muito revoltada, porque é muito comum ter homem assim, que acha que casou com uma empregada do que com uma mulher. Porque, assim, não é nem mãe, o cara não quer nem mãe, porque pra fazer tudo o que ele quer, tem que ser alguém que ele paga para fazer isso, porque mãe também não tem que ficar fazendo tudo isso. E eu acho que ela não deve perdoar os amigos antigos, porque voltar à convivência com esse povo é reviver tudo o que ela viveu um dia com ele e isso é muito ruim. Ela com certeza deve ter conquistado novos amigos, mas se não conquistou também esses não vão fazer falta, porque são pessoas que nunca acreditaram nela. E feliz por ela ter conseguido sair dessa, ela ter superado tudo isso. E um recadinho para as mães se eu puder, né? Mães, não tratem os filhos de vocês como se eles fossem crianças, porque eles viram homens imprestáveis. Um beijo e até a próxima. 

Déia Freitas: E um beijo, eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.