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título: irmãos
data de publicação: 08/11/2020
quadro: amor nas redes
hashtag: #irmaos
personagens: viviane, dona alzira e betinho

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… A história de hoje se passa no interior de São Paulo e é de mãe e filha. A Viviane que me escreve, a filha, e a Dona Alzira, a mãe.

[trilha]

A Viviane sempre foi uma garota muito estudiosa, sempre com notas boas, se destacava na escola e ela estudava numa escola pública. Lá na escola ela conheceu um garoto, ela estava no último ano, já com dezessete anos, ela conheceu um garoto e eles começaram a namorar. [trilha sonora romântica] Escondido da mãe dela, porque a Dona Alzira não aceitava que ela namorasse enquanto estivesse estudando e enquanto não tivesse um trabalho. O garoto também não trabalhava, só estudava, só que ele já estava fazendo um outro curso profissionalizante, porque ele morava num abrigo, e aí quando ele completasse dezoito anos ele ia ter que sair do abrigo tendo condição ou não, e arranjar um outro lugar pra morar, se sustentar e tudo. Então ele já tinha assim as coisas um pouco mais encaminhadas do que a Viviane.

Os dois se formaram no ensino médio e continuaram namorando escondido até que Viviane ficou grávida e ela tinha dezessete, dali três meses e pouquinho ela ia completar dezoito anos. E o menino era um pouco mais novo, ele tinha completado dezessete quase no final do curso e ainda tinha um tanto pra ficar lá no abrigo e pra depois ver o que ia fazer, né? Quando a Viviane contou para o garoto que estava grávida, ele surtou. E mesmo sabendo da realidade do abandono, ele que sempre viveu num abrigo, ele disse pra ela que não era um problema dele e que ela teria que se virar sozinha. A Viviane descobriu sozinha porque começou a enjoar, com o teste de farmácia ela confirmou, mas, né? Aquela coisa jovenzinha, falou: “Ah, de repente não é, e ficou naquela torcida pra que não fosse uma gravidez. E o tempo foi passando, dois meses, quase três e ela sem assim uma resposta definitiva, mas com o corpo dela já sentindo que estava grávida. E, detalhe, que agora é ela sozinha, né? Porque o garoto lá não quis mais saber. 

Então ela contou para uma amiga só, a melhor amiga, e não sabia mesmo o que fazer, a mãe dela super brava nunca ia aceitar. Quando a Viviane completou três meses ela estava em casa, era um domingo e, de repente, a amiga dela, melhor amiga dela apareceu lá pálida assim, e a notícia que ela tinha não era uma notícia muito boa, quer dizer, era uma notícia péssima. — Ah, depende do ponto de vista porque o cara também foi um escroto… Bom, enfim… — Não era uma notícia boa, vai, não era, era uma notícia ruim. A amiga dela só tinha ficado sabendo no domingo, mas na sexta-feira, voltando do curso profissionalizante o garoto lá pegou uma carona numa moto com um amigo do curso, eles sofreram um acidente e o garoto morreu. 

A Viviane ficou tão abalada e não sei se por causa da gravidez também que ela desmaiou. — Viviane desmaiou. — E só foi acordar no PS, e quem estava no PS com ela? Dona Alzira, e o que Dona Alzira tinha de informação? Que Viviane estava grávida. Dona Alzira ficou sabendo porque na hora que a Viviane desmaiou a amiga dela começou a gritar e acabou contando naquele desespero, acabou falando: “Pelo amor de Deus, ela tá grávida!”, e aí Dona Alzira naquele choque, mesmo assim socorreu a Viviane e estava junto com ela lá no hospital. [beep de hospital] A Dona Alzira só estava esperando a Viviane acordar porque ela queria conversar com a Viviane, e a conversa foi o seguinte: “Eu te dei tudo, eu te dei educação, eu te sustentei e você fez isso, então agora a hora que você sair desse hospital, as suas coisas já vão estar tudo arrumadas lá em casa e você se vira. Você vai pra algum lugar, não sei pra onde, mas na minha casa você não fica mais”.

Então a Viviane ali no hospital ela ficou sabendo que não tinha mais onde morar e que tinha perdido o pai da filha dela, que por mais que o cara não quisesse assumir, ele teria que assumir que hoje em dia tem lei, né? Então ela estava desamparada de todos os lados. Quando a mãe dela pôs ela pra fora de casa faltava umas três semanas pra ela fazer dezoito anos, a Viviane tem um irmão que na época tinha quinze, então ela tinha dezoito e o irmão tinha quinze. Ela foi pega de surpresa e não trabalhava, a mãe dela arrumou as coisas dela e ela tinha que sair fora sem nada. O irmão de quinze da Viviane, — Vamos chamar ele de Betinho — o Betinho ele ficou bem abalado também, porque eles eram bem assim unidos, só que ele tinha quinze anos, ele não tinha o que fazer, morava só os três e ele obedecia a mãe dele, que se bobeasse ela colocava ele pra fora também. 

E o Betinho ficou em choque, a Viviane ia sair sem nada, o quê que o Betinho fez? Ele pegou um videogame que a mãe dele tinha dado pra ele, foi numa feira do rolo, vendeu e deu o dinheiro pra Viviane, ele deu na mão da Viviane quatrocentos reais. E era mais ou menos já mês de abril e a Viviane e não tinha pra onde ir, mas ela tinha algumas amigas… E aí, assim, porque são todas amigas muito jovens, então tinha que pedir pra mãe pra ver se a Viviane podia ficar na casa. Então, assim, ela passou um mês, um mês e pouco assim, ficando três dias na casa de uma, dois dias na casa da outra, quando a mãe se enchia e falava: “Ah, essa menina não pode mais ficar aqui”, aí ela ia pra casa de outra e assim foi.

Até um dia que ela não tinha mais casa de nenhuma amiga pra ir, tipo, as mães já tinham falado que não dava mais, e aí ela se viu sem ter pra onde ir. Viviane já com quase cinco meses, né? A barriga já dava pra saber que ela estava grávida, já era maio, metade de maio, já estava frio e ela não tinha pra onde ir. E a sorte é que assim, enquanto ela ficou na casa das amigas, ela não gastou o dinheiro que o Betinho deu pra ela, e ela ficava conversando com o Betinho por e-mail pra ver se a mãe de repente aceitava ela de volta, né? E não, a Dona Alzira estava irredutível, não queria saber da Viviane nunca mais. E aí a Viviane com aqueles quatrocentos reais na mão pegou uma parte do dinheiro e comprou uma passagem aqui pra São Paulo, pra desembarcar na rodoviária do Tietê. E a cidade da Viviane era bem interior mesmo, então ela não estava assim familiarizada com a muvuca que é uma rodoviária do Tietê. E ela chegou aqui e ficou muito assustada, ela não conhecia ninguém, mas ela não imaginou que fosse do jeito que era, entendeu? 

E aí acabou que ela ficou na rodoviária a primeira noite, ela não tinha pra onde ir, ela chegou tipo umas onze da noite em São Paulo e ela dormiu na rodoviária, dormir é modo de dizer, né? Ela passou a noite em claro, assustada, num cantinho lá numa cadeira da rodoviária e, assim, segurando a mochila que ela acabou deixando muita coisa dela na casa das amigas porque não tinha como carregar, né? Então ela estava só com uma mochila. De manhã ela achou um lugar lá pra tomar café, aí ela descobriu que na rodoviária tinha um lugar que você pagava um real e podia tomar banho. E aí ela tomou banho e ela foi ficando na rodoviária… A Viviane ficou oito dias na rodoviária e ela fala que foi um período horrível assim, porque ela já tinha muita dor nas costas e aí naquela friagem e um monte de gente estranha, ela não sabia quem, deixar a mochila assim mais ou menos de lado não podia, então quando dava, ela deitava e, assim, tem lugar na rodoviária que você não pode deitar que o guarda vem e te tira.

E numa dessas, ela conheceu uma moça que era guarda, essa moça guarda acabou se compadecendo da Viviane e o marido dessa guarda era guarda municipal. Porque a moça era guarda da rodoviária, e o marido dela como guarda municipal, tinha acesso a alguns abrigos e alguns lugares de acolhimento de São Paulo, e conseguiu uma vaga pra Viviane num lugar que a gente vai chamar de Lar de Maria. E aí finalmente a Viviane estava acolhida, né? Ela estava no Lar de Maria, lá tinha outras mulheres como ela na mesma situação ou já com o bebê, ou ainda pra ter o bebê. E aí ela ficou lá, teve o bebê lá, e quando o bebê estava com cinco meses, ela começou a procurar um emprego dentro lá de um dos programas que o Lar de Maria tinha. A Viviane conseguiu um emprego de vendedora de shopping, então ela saía de casa assim no começo da tarde, porque ela pegava das quatro horas até às dez da noite, mas o Lar de Maria dava uma boa rede de apoio, sabe? Então lá tinha tipo uma creche e aí tinha as mães, as próprias mulheres ali do Lar de Maria que uma olhava o filho da outra.

E a Viviane tinha dado o nome do menino dela de Betinho, — Betinho sobrinho. — em homenagem ao irmão que ajudou ela tanto. E aí ela chegava tipo onze em casa, e aí ia cuidar do Betinho e fazer as coisas que tinha que fazer, e quando ela chegava, ela sempre corria lá para o computador do Lar de Maria, que tinha pra elas um computador comunitário pra ver se tinha e-mail do Betinho. E aí ela conversava com o Betinho, falava do Betinho sobrinho, o Betinho irmão ficou super feliz de saber que ela deu o nome dele para o filho. E eles conversavam muito, sempre por e-mail, e Dona Alzira irredutível, o Betinho até falou pra ela que o bebê tinha nascido, mas ela não quis saber, o único contato que acabou ficando da Viviane com a galera lá da cidade dela ela foi com o irmão. O tempo foi passando, a Viviane conseguiu um horário melhor na loja, ela entrava às dez horas e saía às dezesseis… E, assim, o Lar de Maria ele te dá aquela força pra você conseguir se estabelecer, seguir sua vida e abrir vaga para uma outra pessoa que esteja precisando, e foi assim com a Viviane.

Ela ganhava uma boa comissão lá no shopping e tinha um fixo também, então ela conseguiu alugar um cantinho pra ela com o filho e o Betinho sobrinho continuava na creche do Lar de Maria, então ele ia pra creche todo dia, e se ela precisar ficar um pouco até mais tarde, tinha um pessoal lá que olhava lá o Betinho, então ela sempre teve muita tranquilidade em relação a isso, de onde deixar o Betinho, sabendo que ele estava seguro, limpinho e alimentado. Então ela saía quatro horas do shopping, passava lá e pegava ele. E assim o tempo foi passando e quando o Betinho sobrinho estava com cinco anos, o Betinho irmão da Viviane combinou de vir pra São Paulo pra conhecer finalmente o sobrinho, né? E ela não tinha batizado o Betinho sobrinho porque ela queria muito que quem fosse o padrinho, junto com uma coordenadora lá do Lar de Maria, fosse o irmão dela. E agora o irmão dela já estava com vinte anos, também já trabalhava e ele nas férias veio pra cá para encontrar, pra conhecer o sobrinho e pra fazer o batismo do menino na igreja católica que eles queriam fazer. [som de sino da igreja]

E teve o batismo, teve festinha lá no Lar de Maria, o Betinho irmão ficou aqui vinte dias na casa da Vivi, e ele ficou tão empolgado com São Paulo, com tudo que ele conheceu, com as oportunidades, que ele estava convicto a vir pra cá pra morar junto com a Viviane. E a casa da Viviane era só dois cômodos, a cozinha, o quarto e o banheiro, só que o quarto era enorme e quando ela mudou pra lá, ela ganhou do Lar de Maria uma cama de casal que era onde ela dormia com o Betinho. Tipo, a cama encostada na parede e ela colocava o Betinho do lado da parede que era pra ele não cair no chão. E uma cama de solteiro que, futuramente, quando o Betinho ficasse bem maior, a ideia era que ele dormisse lá, mas ele estava com cinco anos já e ele dormia com a Viviane na cama de casal, então tinha a cama de solteiro já lá no quarto, era só o Betinho irmão vir. 

E ele ficou super empolgado e falou: “Mana, eu vou chegar lá em casa, vou pedir as minhas contas e venho pra cá”, então Viviane estava muito feliz, muito assim, que ela ia conseguir reunir a pessoa que ela mais amava da família pra morar com ela. E assim o Betinho fez, o Betinho foi pra lá, pediu as contas, só que o patrão dele pediu dois meses pra ele, o patrão dele falou assim: “Olha, se você ficar dois meses até eu me ajeitar aqui e arrumar outra pessoa, e você ensinar o serviço, eu te mando embora e te pago todos os direitos, e você fica com a multa do Fundo de Garantia, tudo certinho e pode receber o seguro-desemprego, você não vai precisar pedir demissão, eu te mando embora. E aí ele ficou e, nesses dois meses, ele foi preparando a Dona Alzira, mas Dona Alzira meio ruinzona também, a hora que ele falou que ele ia morar com a Viviane, nossa, ela faltou expulsar ele, né? E falou: “Pode ir, vão vocês dois para o inferno”, e assim, Dona Alzira era uma pessoa difícil.

Aí passou o período lá que o patrão pediu pra ele de carência, e ele ficou, cumpriu direitinho, aí o patrão dele mandou ele embora, também cumpriu o acordo direitinho. E ele se despediu da Dona Alzira, abraçou… Dona Alzira não queria abraçar — Aquelas coisas, né? — E aí ele foi feliz morar com a Viviane e eles moraram juntos de boa por um ano, até o dia que eles resolveram participar de uma excursão do Lar de Maria. A excursão era pra Bertioga, e aí uma parte do pessoal do Lar foi, a Viviane estava de férias, pegou uma semana lá pra ir porque eles iam ficar três ou quatro dias e foi todo mundo. E, no começo, foi tudo muito divertido e eles passearam, nadaram, beberam… Até que um dia eles estavam na praia e o Betinho irmão entrou no mar e não voltou mais. É, gente, o Betinho entrou no mar, parece que ele tinha bebido um pouco e aí ele se afogou, e a Viviane lá na praia gritando socorro e pedindo ajuda, e aí quando conseguiram tirar, ele já não voltou mais, já estava morto. E aí era mais um drama na vida dela, né? Porque ele morto, afogado, na frente dela e na frente do Betinho também, do Betinho sobrinho, e além de todo o trauma, ela ainda ia ter que contar pra mãe dela que o filho preferido, porque o Betinho era o preferido da Dona Alzira, estava morto.

O Betinho era o irmão companheiro da Viviane, sabe aquela coisa que é irmão grudado mesmo, agarrado um no outro? E eles eram assim… E nossa, é um baque que a Viviane até hoje não superou, e ela não teve coragem de ir lá pra cidade e contar para a mãe dela, ela ligou para uma tia, aí foi aquela choradeira e tal, pra uma tia contar pra mãe, só que ela resolveu levar o corpo do Betinho lá pra cidade, pra ser enterrado lá, até pra ficar mais fácil para a mãe dela, né? Pra visitar e tudo. E aí quando ela chegou, foi o carro da funerária, essas coisas e que ela chegou de carona lá na cidade no velório, a mãe dela pôs ela pra correr, não deixou, falou que a culpa era dela, que se ele não tivesse ido pra São Paulo, ele não teria morrido e que era pra ela nunca mais aparecer na cidade, então assim, nem velar o Betinho e enterrar o irmão a Viviane conseguiu, a Dona Alzira proibiu ela. 

E a Viviane voltou de ônibus pra São Paulo e, assim, pensando no irmão, né? Em tudo que o irmão fez por ela, pensando… — [voz embargada de choro] Ai, gente, não queria chorar, mas é difícil, viu? O adolescente foi lá e vendeu o videogame, depois imagina o que ele deve ter ouvido da Dona Alzira, mas ele segurou a bronca, foi lá vendeu o videogame que era a única coisa que ele tinha e deu o dinheiro pra ela, tudo. Ai, nossa, muito difícil, né? E era o companheiro dela, que quem tem família pequena sabe, né? A gente se agarra muito nos mais próximos. — E a Viviane, tudo na vida dela era os dois Betinhos, e ela não conseguiu enterrar o irmão. E ela, no fundo, quando a mãe dela falou que era culpa dela, ela achou que era um pouco também, né? Porque se ele não tivesse ido, ele não ia na excursão e ele não teria morrido — Mas, sei lá, eu não penso assim, eu acho que quando chega a hora, chega a hora, né? Então… — Podia ser que lá na cidade dele mesmo ele morresse de uma outra forma, né? 

A Viviane já tentou três vezes fazer as pazes com a mãe, até hoje a mãe não quis saber, não quer saber do neto, nada… Rompeu de vez. Ainda mais depois que o Betinho morreu, ela rompeu de vez com a Viviane. Agora o Betinho sobrinho já tá com treze anos, então já é um adolescente aí e tá ótimo, tá estudando… E ela faz terapia e tudo, mas ela tem uma saudade enorme do Betinho irmão. Ah, e uma coisa que aconteceu, que é quase um Luz Acesa… Quando o Betinho sobrinho tinha dez anos, [som de crianças falando e gritando] ele estava brincando com os amigos de jogar bola num campinho aí, sei lá onde e, assim, do lado do campinho era tipo uma estrada já e a bola correu para o meio da rua lá da estradinha e o Betinho sobrinho saiu correndo pra pegar a bola, quando ele ia pisar na estrada, o Betinho irmão da Viviane apareceu pra ele na frente dele e falou: “Não”, bravo assim, “Não” e o Betinho parou, que ele parou, passou um carro com tudo e estourou a bola… Então, quer dizer, se ele tivesse corrido para o meio da rua pra pegar a bola, ele tinha morrido, você já imaginou a Viviane perder o filho também, gente? Eu não consigo nem pensar nisso.

E é isso, a Viviane tá seguindo a vida dela, cuidando do filho, o Betinho sobrinho tá ótimo, a mãe Dona Alzira, pessoa difícil, não quer saber dela e é isso. Eu não queria chorar, mas assim, eu treino, gente, sério, eu treino mesmo pra não chorar, mas eu acabo chorando, mas a Viviane está bem, tá levando a vida dela, tá fazendo terapia, mas nossa, difícil, né? Ela me contou assim mais detalhadamente como foi a semana dela na rodoviária também, nossa, muito difícil, tudo muito difícil, sabe? Eu não aguento, gente, não aguento. Beijinho.

[trilha] [vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.