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título: jeitinho
data de publicação: 18/09/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #jeitinho
personagens: sandra, hans e seu durval

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]


Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje é a Hidrabene — minha amada, cor de rosa, idolatrada, Hidrabene. — Quantas vezes você já investiu em skincare para o rosto, para o corpo e cabelo, mas esqueceu das axilas? Pra essa parte tão importante do corpo não cair mais no esquecimento, a Hidrabene lançou um desodorante clareador que vai muito além de só proteger contra o suor e o mau odor. Ele também ajuda a clarear a pele das axilas com o uso contínuo, porque ele tem 5% de niacinamida e, além disso tudo, ele mantém a proteção por até 48 horas, tudo com uma fórmula muito leve, eficaz e dermatologicamente testada e comprovada.

Faz o teste, tira uma fotinho do antes e depois da sua axila, só pra você… — Não é pra postar, pra nada, sem pressão. — Faz um teste, usa por 30 dias, que você vai ver a diferença aí na sua axila. Cuidar das axilas também é um autocuidado, acesse o link agora que eu deixei aqui na descrição do episódio e fica comigo até o final, que tem cupom, hidrabene.com br. — E hoje eu vou contar pra vocês a história da Sandra. — Uma história aí de muita zona cinza. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]


Sandra foi fazer aí um intercâmbio, um curso de mestrado e lá ela conheceu o Hans… Começou aí um namoro e Sandra foi pedida em casamento. Sandra ficou muito feliz, ela muito apaixonada pelo Hans e o Hans muito apaixonado por ela. Aceitou este pedido de casamento, que também regularizaria ali a situação dos dois. — Então, ele caso eles fossem morar aqui no Brasil, e ela, caso eles fossem morar ali no país de origem de Hans. — Agora que estava oficializado esse pedido de casamento, Hans queria muito que Sandra conhecesse sua mãe. Hans tendo aí mais dois irmãos, os irmãos já casados e Hans sendo caçula. A mãe de Hans, uma mulher que agora morava sozinha… Lá foi Sandra conhecer aí esta mãe de seu adorado Hans. De cara, Sandra já achou que a mulher fez uma cara meio azeda assim pra ela, sabe? Mas abraçou ali a Sandra: “Oi, felicidades”, Sandra já dominando o idioma, então eles conversando ali no idioma de Hans e sua mãe. Ela abraçou, risadinha amarela, nã nã nã…

De cara na mesa ali, ela já perguntou pra Sandra se Sandra era neta de escravos, num tom muito horrível, que o Hans repreendeu a mãe ali, deu uma bronca na mãe. A mãe respondeu o filho, dizendo que só estava perguntando, que era só uma pergunta. E, na frente da Sandra, falou pra eles a preocupação que ela tinha, porque ela, de ouvir falar, sabia que brasileiro tinha fama de ser bandido. — Então, mexeu com a gente, né? Mexeu com nós. — Sandra ficou muito chocada porque a mulher falava, sabe sonsa? Meio sorrindo, assim… “Ai, não, é porque eu conheço muito pouco do Brasil e o que eu conheço a fama é que são bandidos, ladrões”. O Hans ficou muito bravo, pediu desculpas porque em nenhum momento a mãe pediu desculpas, né? Pediu desculpas pela mãe e até quis abreviar ali aquela visita e ir embora logo.

Depois, ele conversou com Sandra falou: ” Olha, minha mãe, ela é problemática, mas enfim, eu só queria que você a conhecesse, mas a gente vai conviver pouquíssimo com ela, fica tranquila, me desculpa”, pediu mil perdões ali pra Sandra. Sandra já tinha conhecido os irmãos do Hans, caras legais, as esposas também muito legais… A esposa de um deles, que é russa, muito boazinha, já tinha dado um alerta pra Sandra e usou a palavra “demônio” [risos] pra se referir aí à sogra. Sandra pensou: “Eu vou conviver pouquíssimo… A gente vai casar, vai morar esses primeiros três anos no Brasil”, Hans tava se organizando pra morar no Brasil, né? “Então, sei lá, nesses três anos eu nem vou ver essa mulher… Depois a gente vai ver se a gente vai morar pra cá”. Sandra já tinha muito claro na cabeça dela que, quando ela tivesse filhos com o Hans, todos nasceriam no Brasil. — Então, ela já tinha planejado isso na cabeça dela, que ela queria ter dois filhos. Então, nesses primeiros três anos, ela já teria os filhos no Brasil, e aí depois se mudasse pra outro país, os filhos dela brasileiros”,

A sogra mal se meteu nas coisas ali do casamento, ia ser uma cerimônia pequena ali no país, porque a festa mesmo seria no Brasil. Deu tudo certo, casaram lá no país de origem de Hans e casaram também no Brasil e, no Brasil, eles foram morar na cidade de Sandra, que seria o quê? Rio de Janeiro. — Sandra acha que é muito importante que seja dito que ela é carioca e, mais ainda, que ela é carioca de Realengo. — Hans, já casado com Sandra, comprou um apartamento na Barra da Tijuca, próximo a Realengo. — Então, seu pai, ali do Durval, a mãe da Sandra já é falecida, tinha muito contato ali com o casal. Estava tudo ótimo para a Sandra, morando num bairro que ela conhecia, que era a Barra da Tijuca, perto do bairro onde ela nasceu, que foi Realengo e tudo certo, vida seguindo ali, primeiros meses de casamento com Hans, aquela verdadeira lua de mel. Sandra tinha. apresentado o WhatsApp para seu marido — e ali para os irmãos do Hans e as suas esposas, então eles tinham um grupo de seis pessoas: os irmãos e as esposas —, eles conversavam no idioma do Hans e tudo bem. 

Aí a Sandra apresentou para eles o conceito de memes, [risos] as figurinhas… Então, assim, era um grupo animado. Até que um dos irmãos do Hans botou no grupo que a mãe tinha se acidentado. Ela tinha se acidentado, já estava bem, não foi uma coisa muito assim, mas que o médico, segundo a mãe, tinha falado que era bom se ela mudasse um pouco de ares. E estava todo mundo ali tenso, porque ela estava dizendo que ela ia para o Brasil para ficar uma temporada na casa do Hans. O grupo ficou um velório… Sandra não falou nada porque, assim, é a mãe do cara, se ela quisesse vir para visitar, gente, não tem muito o que fazer, porque assim é a casa do cara, é a casa da Sandra, enfim, o Seu Durval estava sempre ali, o pai da Sandra, então, como que ela vai falar “a sua mãe não vem”? E a mãe comprou a passagem e veio para o Brasil… De cara, ela pediu pro Hans só ele buscá-la no aeroporto, que ela queria ter esse momento íntimo, né? Mãe e filho… Pediu, mas falou com muito jeitinho, segundo o Hans, que não era pra Sandra ficar magoada, mas ela já meio que proibiu a Sandra de ir até o aeroporto pra buscá-la. Só o Hans iria. 

Quando o Hans foi comprar o apartamento, ele queria que fosse no máximo até o terceiro andar. Sandra não entendeu muito, mas pensou: “De repente, ele tem medo de altura e não tá querendo falar” e, na cabeça dele, quando a mãe viesse visitar — e ela provavelmente viria mais de uma vez —, ela tem medo de elevador; ela não anda de elevador, então ela teria que subir e descer escadas e até o terceiro andar, suave, porque isso lá no país deles já tem muitos prédios de quatro, cinco andares sem elevador, então meio que a mãe dele estava acostumada. Essa mulher chegou — uma cara de bunda, não tem outra palavra — e de cara falou pra Sandra: “Ai, nossa, é peculiar, né? Esse país, as pessoas têm um cheiro diferente”. Sandra já respirou fundo e pensou: “Bom, se ela… Eu vou apresentar meu pai pra ela, se ela falar alguma coisa do meu pai, o negócio vai ficar feio”, mas o engraçado é que esta mulher, ela foi muito simpática, simpática até demais… Ao ponto das pessoas ficarem incomodadas com todo mundo que a Sandra apresentava. — Se era falsidade ou não, eu acredito que sim, era falsidade, Sandra não tem como dizer, mas ela só tratava mal e alfinetava a Sandra. —

Seu Durval achou ela ok, ali falou: “Ah, uma senhora”, não achou nada demais assim naquela mulher, né? Só que quando estava só as duas no apartamento, esta mulher falava pra Sandra que não sabia porque que o filho dela tinha escolhido a Sandra como esposa, que agora os filhos nasceriam marrons e ela não queria netos marrons… — Olha isso… — Sandra começou a falar pro marido as coisas que a mãe dele fazia, só que ele ficava atormentado, brigava com a mãe, mas, assim, não resolvia. Sandra viu que se ela continuasse falando as coisas pro marido, ia acabar azedando o casamento dela um pouco também, porque a vida dele estava tão boa até chegar essa mulher. Ela falava de tudo: das roupas, do cabelo, das comidas que a Sandra fazia, de tudo, reclamava de tudo o dia todo, até a hora que o Hans chegava… Hans trabalhando numa empresa que tem no país dele e tem no Brasil. Trabalhando já no Rio de Janeiro ali na área dele. Ele saia pra trabalhar, quando ele voltava, a mãe tava um anjo, mas durante o dia todo ali, que Sandra agora tinha concluído o seu mestrado e dava aulas a noite — mas durante o dia ela ficava com a sogra ali, megera — a sogra fazia da vida dela um inferno. 

Hans era muito legal, muito bom pra Sandra, só que ela começou a pensar que talvez ela quisesse se separar, que ela não ia aguentar aquela mulher. E ela pegou um dia e foi lá pra Realengo, na casa do pai dela, chorar, falar que talvez ela fosse pedir a separação, que era justamente o que aquela mulher queria. Sandra chegou já na casa ali do Seu Durval, aos prantos, foi contando pro pai tudo que estava acontecendo que ela queria se separar e Seu Durval estava ali descascando uma laranja e escutando a filha. Seu Durval escutou tudo e falou: “Bom, você parou de chorar agora? Agora me diz, seu marido não é um cara bom? Não é um cara bacana? Você não ama seu marido? Por que você vai se separar? Por causa daquela senhora, daquela idosa?”, “É, eu não aguento mais e nã nã nã”, reclamando, né? Seu Durval olhou pra ela e falou assim: “Escuta, nem parece que você é cria de Realengo. Mil anos pegando trem na supervia e nunca chorou… Agora tá aqui, macia, morando na Barra da Tijuca, choramingando por causa de uma mulher? Você não consegue resolver isso? Tu é carioca, dá um apavoro nessa mulher, resolve isso”. 

Sandra entendeu muito bem o que o pai quis dizer com esse apavoro, ela falou: “Andréia, sei lá, esse meu lado carioca, raiz da gema, acho que tava um pouco adormecida, não sei, eu realmente fiquei muito abalada com aquela mulher, mas meu pai me trouxe uma [risos] lembrança de todos os perrengues que eu já passei e de como eu resolvi esses perrengues. Sendo carioca, o jeitinho carioca de resolver perrengues”. Sandra bateu uma água na cara ali e o pai dela falou: “Vai viver… Vai viver, você não ama seu marido? Vai ficar com seu marido, vai resolver seus problemas”. Sandra voltou decidida a resolver ali os problemas com a sogra. — Isso foi logo depois do almoço, ela foi até o pai e voltou. — Quando dava umas quatro e pouco, esta senhora gostava de sair ali do prédio e dar uma volta na praia, caminhar ali pela praia… E ela descia pelas escadas. Assim que a mulher saiu, ela saiu também… Um corredor ali que não tinha câmeras, pegou a mulher pelo braço, apertou o botão do elevador e empurrou a mulher pra dentro do elevador… — A mulher tinha pânico de elevador… — Entrou junto, apertou para descer? Não, apertou para subir… 

E, subindo, a sogra não gritava, mas ela estava a ponto de desmaiar… Ela falou: “Ah, você não acha que brasileira é bandido? Agora você vai ver com que bandida você se meteu”, isso no idioma de sogra de Sandra. Subiram, a mulher não conseguia se mexer e a Sandra olhando pra ela com uma cara de, segundo ela, assassina. [risos] Dentro do elevador, ela só falou isso porque o elevador ali não tem som, mas tem imagem, né? Então, ela não queria fazer nada… Quando voltou ali para o terceiro andar, ela puxou a sogra pra fora porque a sogra estava paralisada e foi até onde tem a escada. Você abre a porta ali, que é tipo dessas que corta fogo e tem o começo da escada. E aí ela falou pra sogra: ‘Você tá vendo essa escada aqui? Se você não for embora na semana que vem, eu vou te jogar a escada abaixo… E, chegando ali embaixo, naquela parte ali embaixo, eu vou dar tanto chute na sua coluna que você vai ficar aleijada”. — Sandra usou essa palavra “aleijada”, peço desculpas. — 

“E aí depois que você não conseguir andar mais, eu vou falar pro meu marido que eu vou cuidar de você, e aí eu vou te deixar na cama, sem cuidado, só cuidando de você quando ele tiver pra chegar. Aí você vai passar o dia inteiro sem comer, sem beber, definhando numa cama. Então, se você não quiser que isso aconteça com você, você vai pegar as suas coisas e vai voltar pra porra do seu país. E eu te digo mais: eu vou ter meus filhos marrons com o meu marido e, se você destratar o meu filho, no seu país que seja, sabe o que eu vou fazer? Eu vou envenenar o seu filho, eu vou matar ele envenenado aqui no Brasil, que ninguém vai descobrir, e eu vou ficar com tudo que ele tem. Então, agora vaza. Vai passear na sua praia e, quando você voltar, você já começa a arrumar as suas coisas”. A mulher não conseguia nem andar… Ela sentou ali na escada, chocada. E a Sandra empurrou ela com o pé e falou: “levanta daí, vai pra praia, vai passear na praia”. A mulher foi descendo, segurando no corrimão ali, e quando ela voltava, ela já voltava na hora que o Hans estava chegando. “Bom, agora vamos ver se ela vai contar, porque a Sandra deu uns ameaços do tipo: se você estragar meu casamento, eu vou matar o seu filho, eu vou envenenar seu filho e ele vai morrer, você vai perder seu filho”. 

Lógico que ela não ia fazer nada disso que ela estava falando, mas ela deu um apavoro na mulher ali. A mulher voltou, estava com uma cara melhor, falou pro Hans que estava com saudade da casa dela e que ela queria voltar, [risos] se o Hans podia comprar a passagem. Hans, mais do que rápido, em vez de comprar a passagem pra semana seguinte, comprou pra dali dois dias, pra mãe não mudar de ideia já, né? Porque ele não estava sabendo de nada. Sandra ainda virou pra ela na frente do Hans e falou: ” Nossa, mas já? Não quer ficar mais um pouco?”, “não, não, não, não, quero voltar pra minha casa”. Sandra nunca contou pra ninguém as coisas que ela. falou pra sogra, está contando aqui agora no podcast… O pai ficou sabendo, né? Que a sogra tinha ido embora, falou: “Ah, que bom, resolveu do jeitinho carioca”. [risos] E aí resolveu, gente… Sandra teve os dois filhos aqui no Brasil, escadinha, um seguido do outro, era o projeto dela já, um casal. Eles já foram pra lá, né? Apresentar as crianças pra família e tal.

E, Sandra, quando ela teve a oportunidade, que ela ficou sozinha com a sogra, ela falou: “Não esquece o que eu te falei, se você falar qualquer coisa pros meus filhos ou dos meus filhos, eu vou matar o seu filho”, que é o marido dela. [risos] Que coisa horrível… [risos] É muito horrível, o que ela fez foi muito horrível. [risos] Hans prefere morar no Brasil, porque com a grana dele, né? Ele tem mais condições aqui. Então, assim, pra ele é melhor morar aqui, só visitar, só passear no país dele. E Sandra disse que a vida dela está ótima, perfeita, que ela só vê a sogra uma vez por ano, por ali no máximo um mês e eles não ficam na casa dela, ficam na casa de um dos irmãos do Hans e que ela, assim, ela não puxa o saco da Sandra, mas também: “Oi, tudo bem?”, “Tchau”, “tudo bem?” e só, porque agora ela tá ligada… [risos] Não somos bandidos? Não é tudo bandido? Não temos cheiro? Então aí, agora aguenta.  Lembrando que tudo o que a Sandra fez é muito errado, tá? O que vocês acham? 

[trilha]


Assinante 1: Oi, não inviabilizers, aqui é a Michely, diretamente da CoHab de Realengo, passando pra dizer: Sandra, você é maravilhosa… Mas eu acho que você ainda fez foi pouco, porque eu teria dificultado a vida dessa mulher na minha casa, mas em nível master, em grau extremo… Eu não vi zona cinza, faria pior e ela está certíssima, Sandra. Um beijo pra você, viva feliz, curta seu marido, seus filhos, viaja e esfrega sua família linda e feliz na cara dessa bruaca. Um beijo.

Assinante 2: Oi, gente, aqui é a Nathaly, sou de Realengo. Então, preciso dizer: o meu pano é pink pra você, tá? Com bastante glitter, com a nossa bandeira realenguense. E você está certíssima, nós que crescemos em Realengo não podemos deixar ninguém destruir nosso psicológico e nem a nossa vida, porque, né? O bairro já faz isso com a gente. Então, vividonas, criadas em Realengo, não podemos deixar ninguém botar terror na gente, é a gente que coloca terror, que é a gente que é carioca e o bagulho fica doido. Tá certa, Sandra, tô contigo e não abro. Um beijo.

[trilha]


Déia Freitas: Cuide também da pele da sua axila com o desodorante clareador Hidrabene, além de proteger contra suor e mau odor, ele também ajuda a clarear a pele, porque tem 5% de niacinamida, mantendo a proteção por até 48 horas. A fórmula é super leve, eficaz e dermatologicamente testada e comprovada. E, usando o nosso cupom “PONEIBENE10” — eu amo o nosso cupom, tudo junto, maiúsculo, sem acento, 10 em numeral —, você ganha 10% de desconto nas compras do site. — Valeu, Hidrabene. — Um beijo, gente, e eu volto em breve. 


[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]