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título: leila
data de publicação: 19/05/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #leila
personagens: leila e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… A história que eu vou contar para vocês hoje é a história da Leila. Por que eu dei esse nome pra Leila? Porque ela é cabeleireira. [risos] — Ai, desculpa. — Então, é a história da cabeleira Leila. [risos] A Leila me escreveu tem uns meses já, e agora a história tem um semi desfecho, que ela me contou uma parte, aí veio a pandemia e agora ela me escreveu de novo. Inclusive me escrevam, tá? Eu só recebo histórias por e-mail, aqui no final do episódio tem o e-mail e, por favor, mandem histórias, tá? Eu não consigo mais receber as histórias no Instagram, no Twitter e nem no Telegram, eu só recebo por e-mail, e aí eu consigo me organizar e ela fica lá arquivadinha, e a hora que eu chego na sua história eu posso postar, tá bom? Então vamos história.

E a Leila, ela trabalha num salão aqui de São Paulo bem famosinho, assim, um salão bem legal mesmo. — Eu já até cortei minha franja lá um dia. [risos] Mas eu não conheço a Leila. — Ela trabalhando nesse salão, e esse salão, às vezes, recebe profissionais de outros lugares assim pra cursos, nã nã nã, várias coisas. Um dia, veio um profissional de… — Vai, vou falar que é Belo Horizonte, mas não é. — Veio um profissional de Belo Horizonte fazer um curso ali no salão hipster que ela trabalha e eles meio que curtiram. E ai “ai, hahaha”, risinho e nã nã nã. O curso ia ser de um mês, então ele estava ficando na casa de um amigo, aí eles um dia lá eles foram tomar cerveja e ficaram. Detalhe: A Leila falou: “ah, já que você vai ficar aqui só um mês, fica na minha casa”, e ela morando sozinha, ele foi ficar na casa da Leila…

E aí nossa, né? Romancinho, romancinho, amor, amor, amor… Passou um mês. O cara… — Vocês reparam que eu nem dei nome pra ele e não vou dar. — Esse cara foi embora, depois de um mês, fez o curso dele, ficou na Leila e beleza, eles continuaram conversando por mensagem ali, por videochamada, nã nã nã. Aí a Leila resolveu tirar férias, que ela tinha férias vencidas, mas com o objetivo de ir para a cidade do cabeleileilo Leilo, [risos] do cara. E ela conversou com o cara antes, “olha, que você acha? Eu tiro férias, eu vou pra aí, a gente consegue ficar mais um mês…” E aí ele falou que sim, “nossa, vem sim”, e o que significa a pra vocês “vem sim”? “Vem sim” é “vem sim”, né? —

E ela tirou férias justamente pra isso, pra ir pra lá. E aí saiu de férias, arrumou as coisas dela, ela tendo aqui um cachorro, ela pôs o cachorro em hotelzinho… Então, pensa 30 dias de hotelzinho é uma graninha, mas pelo menos o cachorro dela ia estar bem assistido e tal… E lá foi ela, [efeito sono de ônibus andando] foi de busão para economizar e foi… Chegou na rodoviária lá, ela começou a mandar mensagens para o cara e o cara visualizava e não respondia. Gente… Só que assim, ela tinha o endereço dele, ela escreveu para ele: “olha, você não está me respondendo, não se você está aí no meio de algum procedimento no cabelo, eu vou direto para sua casa”. Aí ele respondeu: “não, pera, eu vou te buscar”.

E aí ele foi buscar a Leila la na rodoviária e não levou a Leila para casa. — Não levou. — Levou a Leila pra casa de um amigo dele. — Gente… — E a Leila em choque, porque chegou lá na casa do cara, o cara morava, sei lá, com trocentos caras, ela falou: “não tem condição de ficar aqui. Eu vim e combinei com você de ficar na sua casa”, e ele falou: “ah, na minha casa não vai ter como”, e ela falou: “mas por que não vai ter como? Você me falou o tempo todo que era pra vir, que era pra ficar na sua casa”. E aí ele falou pra ela assim: “olha, eu não sei como te falar isso, mas eu sou casado”. — Gente? Casado? Casado? E falou pra ela “vem sim”? E ela foi…” —

Aí eles começaram uma briga lá, tipo, ela inconformada, ele abriu a carteira, tirou 100 reais e falou pra ela: “olha, compra a sua passagem e volta”. — Desse jeito… — A Leila arrasada, desceu do carro, só que lembrou que a mala dela estava no carro, aí voltou pro carro. Aí ele levou ela na rodoviária, tirou a mala sem olhar para a cara dela e foi embora, bloqueou ela no Whatsapp e em todas as redes. E ela teve que ficar esperando… Porque assim, ela chegou lá de manhã porque era um ônibus que saía só um ônibus por dia de manhã. Ela tinha que ficar esperando até outro dia, e ela falou: “quer saber? Eu não vou pagar o hotel”. Ela ficou um dia na rodoviária… — Um dia… — Até de manhã do dia seguinte para ela pegar aquele ônibus, tipo, ônibus que vem, que ela desembarca, volta pra São Paulo, então é só de manhã que tem ônibus, era só um na cidadezinha lá que ela foi, que a da cidade dele.

Aí ela voltou no ódio, falou mal dele para todo mundo, contou pra todo mundo, óbvio, todo mundo ficou com raiva dele e passou… Veio pandemia. Na pandemia o salão fechou e reabriu há pouco tempo. Reabriu, gente, com esse cara trabalhando no salão. Ele veio, porque na pandemia, parece que as coisas pioraram pra ele lá e ele veio morar pra cá, com aquele amigo que ele estava na casa quando ele veio fazer o curso. E aí ele conseguiu ser contratado pelo salão e agora, porque assim, a Leila, ela é chefe de uma equipe, são várias equipes e agora, esse cretino, quer entra na equipe dela. E ela já falou que não.

E o cara lá, que é tipo o gerente, falou que não tem outra equipe, se ele não entrar na equipe dela, eles vão desligar o cara, e ela quer saber se ela deve aceitar esse cara na equipe pra ele não perder o emprego ou não. Eu, gente, sendo bem sincera… — Foda-se ele. — Na minha equipe eu não ia querer, não. E o que é isso agora? A humilhação, desaforo e agora ainda ter esse cara na equipe? Foda-se ele, eu não quero na minha equipe, não, arrumar outra aí. Gente, eu não vou perdoar… — Sei que é emprego… Ó, até os passarinhos aqui na minha árvore estão irritados. — Sei que é emprego, nã nã nã, mas ele que procure outro salão, ele implora aí pra ficar em outra equipe, ou troca alguém de outra equipe.

Eu falei isso pra Leila, falei: “Sugere lá: Ó, me dá fulano da equipe e põe ele em outra. Foda-se.” Gente, eu não perdoo. E vocês? Que conselhos vocês têm pra nossa cabeleileila Leila? [risos] Eu queria ser uma pessoa melhor, mas eu não sou, não tô nem aí com o que vai acontecer com ele. Depois do que ele fez, falou pra ela “ai, vem sim”, combinou, depois ficou sumindo… Só apareceu quando ela falou que ia aparecer na casa dele? Abriu a carteira com a maior cara de desprezo, deu 100 reais pra ela e falou: “Vai embora?” Ah, não, ele que vá trabalhar no raio que o parta, tô nem aí. — Tô nem aí, gente, desculpa. — Então é isso, sejam gentis com a Leila.

Assinante 1: Oi, pessoal, aqui quem fala é o Cadu de Maricá. E o meu conselho pra cabeleileila Leila é o seguinte: Não pode dar mole, não, não tem essa de participar do grupo, não. Eu não perdoava, não… Não tem condição do um cara depois dessa vacilação toda ainda vir na maior cara de pau do mundo e querer ficar no grupo. Não, não, não, nada disso, vá procurar trabalho em outro canto, vá deixar ponto dupla dos outros em outro lugar, ferrar cabelos dos outros em outro lugar, no meu grupo, não. Nada disso.

Assinante 2: Aqui é Mayara, eu sou de Santos e, Leila, minha querida, maravilhosa, cabeleileila, seguinte, mulher, você tem duas opções: você pode contratar o meliante e escorraçar, pedir assim, fazer com que ele sinta que ele nunca deveria ter pegado esse emprego, entendeu? Fazer ele desejar todos os dias que ele não tivesse feito o que ele fez com você. Ou, simplesmente, dispensar, dar um jeito ali, conversa com alguém e fala: “não, não dá” porque, assim, sinceramente não dá pra confiar num cara desse, se ele fez isso com você, ele pode fazer com qualquer uma da sua equipe e não dá para correr esse risco, né? Bom, apesar de que se ele entrar e fizer isso, se não for você, alguém vai querer que ele vá embora. Então, assim, eu sei que eu não estou ajudando dando dois conselhos, mas nos dois conselhos você vai ferrar ele de alguma forma. E é isso, esse é objetivo. Então, planeja bem: ou você contrata e deixa ele se enforcar sozinho com a corda dele ou dispensa, aí é problema dele. Ele não é bonzão? Ele não trabalha bem? Ele arranja em qualquer lugar, não tem que ter dó, não.

Déia Freitas: Um beijo e até logo.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.