título: listrado
data de publicação: 07/01/2022
quadro: vai pra onde?
hashtag: #listrado
personagens: cássio e moça
TRANSCRIÇÃO
Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra nossa última história do Especial de Férias, lembrando que segunda-feira tudo volta ao normal. Então, de segunda à sexta-feira eu continuo contando histórias todo dia de manhã lá na plataforma Apoia-se, e nas plataformas gratuitas vocês têm histórias de segunda, quarta, sexta e domingo. E, quando eu tenho publicidades, histórias também aos sábados. E é importante que vocês apoiem aí o nosso canal, 10 reais por mês, porque assim todo mundo ganha história todo dia e eu consigo também editar as histórias, levar para frente esse projeto que a gente tem de libras, o aplicativo está saindo, enfim… Todo esse dinheiro é revertido em benefícios para vocês no próprio canal.
Então, hoje eu vou contar para vocês [risos] a história do Cássio. É uma história de férias… Bom, então vamos lá, vamos de história. O Cássio namorava uma moça há quatro anos e ele estava pronto para dar o próximo passo, que seria aí um noivado e ele programou um noivado surpresa nas férias. [risos] Cássio, sinto te dizer que talvez não. [risos] Então a ideia do Cássio foi nas férias de janeiro, né? Porque ambos trabalhando, só tinham férias em janeiro… Comprar um pacote para Curaçao, onde eles passariam ali 10 dias e, nesse tempo, ele pediria a noiva… A então namorada, em noivado, né? Em casamento, enfim… Tudo isso aí que eu sou contra. [risos].
Gente, não faz surpresa sim, sabe? Mas ele pensou em tudo, né? Pensou em fazer isso num jantar e nã nã nã e ok… Antes da gente chegar nessas férias, eu tenho que voltar um pouco na história do Cássio. O Cássio ele é um cara muito distraído assim, e ele e a namorada eles faziam muitos passeios assim, um casal que sai bastante, que passeia bastante, né? Então, desde ir a clubes e, sei lá, fazer trilha que eu odeio [risos], ir em balada… Era um casal que topava tudo e fazia tudo. E de uns, sei lá, um ano antes desse dessa viagem de férias, o Cássio que é um cara muito distraído, começou a perceber uma coisa…
O que ele começou a perceber? Todo lugar que ele ia, ele encontrava um cara, o mesmo cara que estava sempre por ali de camisa listrada. O cara gostava de camisa listrada. Então tinha listrada de azul, listrada de vermelho… Sempre aquelas camisas que são polo que tem o cavalinho, sabe? Pôneizinho… [risos] De gola polo assim, camisa polo, enfim… E ele sempre encontrava esse cara. A ponto de encontrar tanto esse cara, que ele começou a cumprimentar o cara, sabe? Quando você sempre vê uma pessoa, sei lá, você pega ônibus todo dia com a mesma pessoa, tem uma hora que você acaba pelo menos dando bom dia, boa tarde, sabe assim? E isso aconteceu…
E esse cara onde ele estava, esse cara tava, mas não era assim junto com ele, ele estava lá ou aparecia, enfim… E o Cássio jogou isso na conta da coincidência, né? Sei lá… A gente faz os mesmos rolês, enfim, passou. Quando ele estava lá em Curaçao com a namorada, se preparando para fazer o pedido de noivado que ia acontecer mais ou menos ali na metade da viagem, né? Porque na cabeça do Cássio assim, eles passariam metade da viagem como namorados e metade como noivos e ficaria bonitinho para contar isso, sei lá, né? Ele pensou em tudo o Cássio. Muito apaixonado, pensou em tudo…
Só que aí um dia ele estava ali pegando uma bebida, porque ele comprou um pacote que era tudo incluso, né? Então eles comiam ali, era tipo um resort bonitão assim que já caía na praia, então era tudo lá dentro do resort. Então ele foi pegar uma bebida que era também à vontade, então ele estava bem felizinho… E ele teve a impressão de ter visto o cara da camisa listrada… Mas, gente, em Curaçao? Falou: “Não, não é possível… Eu tomei umas cachaças aqui e estou vendo aquele cara, né?” Passou… Dali algumas horas ele estava indo de um ponto para o outro lá com a noiva… Não era noivo ainda, ele não tinha pedido… Com a namorada de mãos dadas, quando ele viu realmente o cara da camisa listrada. Ele viu.
E ele falou: “Gente, não pode ser, não pode ser… O cara da camisa listrada aqui em Curaçao? No mesmo dia que a gente?”. E aí depois de um ano vendo esse cara em todos os passeios, em todos os lugares que ele ia ali em Curaçao, algo na cabeça de Cássio despertou, deu uma coceirinha. E aí Cássio falou: “Não, gente, é coincidência demais, né?”. Bom, enfim… Como eles estavam num hotel tinha tudo, absolutamente tudo, chegou uma hora que a namorada dele falou que ia para o spa, fazer os tratamentos ali, passar uma lama na pele, coisas…
E ele falou: “tudo bem, eu vou ficar aqui descansando no quarto”. Beleza… Quando ela saiu e foi para o spa, aquela coisinha que estava coçando na cabeça do Cássio, falou: “Bom, acho que vou pro Spa também, custa nada, né? Faça lá uma massagem, uma coisinha… Vou ficar aqui no quarto, não”. Pensa assim: O hotel um hotel grande, um hotel chique… Ele tinha que andar o corredor do quarto dele e virar para ir para os elevadores ali, né? A parte que tinha os elevadores era tudo de vidro ali, um negócio super chique.
Aí quando ele estava ali esperando o elevador, ele olhou lá para fora que dava pra você ver o mar, dava para você ver a praia… E ele viu na praia, gente, a namorada dele beijando o cara da camisa listrada. [risos] Quando ele viu aquilo, na cabeça dele várias coisas que aconteceram durante aquele ano se encaixaram… Tipo, algumas vezes que a namorada dele e ele estavam em um lugar e ela saía de um banheiro e depois saía o cara da camisa listrada, sabe umas coisas assim? Tudo foi se encaixando e ele falou: “Meu Deus do céu, eles estão há um ano nisso”. E aí ali mesmo do elevador, do negócio de vidro, ele ficou olhando para ter certeza e realmente era a namorada dele beijando o cara da camisa listrada.
E ele ficou em choque, mas assim não sabia o que fazer. E aí na cabeça do Cássio era: “Eu tenho que conversar com ela”. Assim, gente, eu sempre falo que nesses casos, a gente fica sempre preocupada com violência, porque por mais que ela esteja errada e seja uma traidora e nã nã nã, ninguém, ninguém tem direito de bater numa mulher. Enfim, ponto, né? Então, ainda bem, o Cássio não teve nenhuma atitude violenta, ele ficou só em choque com vontade de chorar, enfim… Ele estava com o anel de noivado sem saber o que fazer. E o que ele fez?
Ela tinha acabado de sair para o ir para o spa e descido, né? Estava lá com o cara da camisa listrada. E aí ele pensou: “Bom, eu vou encerrar o meu pacote nesse hotel”. O Cássio voltou para o quarto já ligando para a companhia… Um caminhão passando, gente, pera aí… Já ligando para a companhia aérea para ver se tinha algum voo, mas ele conseguiu falar na agência que ele tinha feito o pacote, e aí ele falou se tinha como antecipar, se tinha um voo noturno naquele dia e ele queria, tipo, cancelar o pacote, antecipar o pacote. Só que tinha uma coisa: o pacote era ele e a namorada.
E aí ele foi lá e fez as malas dele fez as malas dele, fez as malas dela… Jogou tudo dela lá dentro de uma mala, foi para a recepção, pediu para encerrar o pacote, a conta, estava tudo no nome dele, né? Deixou a mala dela na recepção… Isso em 40 minutos. E foi para o aeroporto. Sem conversar com ela, sem deixar bilhetes, sem nada… Já bloqueando ela em tudo. E ele não sabe como ela fez para voltar, ele não sabe se ela ficou lá… Porque assim, ela estava com o cara da camisa listrada, então ela deve ter ido ficar no quarto dele, né? Alguma coisa assim. E aí ele ficou lá no aeroporto a tarde toda assim, meio anestesiado, meio sem saber o que fazer até da hora do voo.
Quando ele entrou no voo, que o voo ia ter duas escalas ainda para ajudar, ele teve uma crise de choro… Ele teve uma crise de choro, que o cara que estava do lado dele chamou ali a comissária e ela veio, trocou ele de lugar… Tinha uma fileira que estava sem ninguém, ela botou ele ali naquela fileira, ele chorou, chorou, chorou… Estava com a cabeça muito ruim, muito ruim. E aí quando ele chegou na casa dele, ele ainda morando com os pais, ele contou para os pais… Ele ligou para os pais da moça, falou com os pais da moça, e aí naquele momento ele escutou o pai da moça brigando com a mãe da moça, como se a mãe da moça já soubesse disso, né? E aí a mãe da moça acabou pedindo desculpa, enfim, né? E acabou aí.
Acabou aí se ele com a cabeça ruim, não tivesse dado o telefone dele para aquela comissária de bordo lá do avião. Ele nem lembrava… E ela pediu porque ela ficou muito preocupada com ele, e ele acabou contando para ela que ele estava voltando de um chifre e nã nã nã e eles começaram a conversar. Ela não era brasileira, então eles passaram quatro meses conversando… E aí deu uma chance dela pegar umas escalas de voo para o Brasil e ele deu um jeito de encontrar essa moça, que a gente vai chamar de Rosana.
E aí ele encontrou a Rosana no aeroporto ali da cidade dele e ele falou que… O Cássio falou que foi tipo filme assim, né? E eles já se encontraram já se beijando. Gente, Cássio casou com Rosana. Casou com Rosana e hoje mora no México com ela. E, realmente, a cidade que eles moram é na Cidade do México, moram aí na capital. E essa é a história do Cássio, que de um chifre que durou um ano, né? Ele falou: “Déia, eu fui corno por um ano e, assim tipo, era corno Onde Está Wally?”. [risos] Onde está o cara da camisa listrada. [risos]
E se ele não tivesse visto a ex-namorada, a então namorada beijando o cara da camisa listrada, ele jamais faria essa conexão assim, tão certinha as coisas. [risos] Mas você vê? Ele tinha que ir embora naquele dia, né? E aí conhecer essa moça que estaria nesse voo, essa Rosana, trabalhando nesse voo, nesse dia, nesse horário… Ela nem tinha tantas escalas para fazer ali, mas acabou fazendo essa. E aí agora casou e está morando na Cidade do México com Rosana mexicana, legal, né? [risos] Eu achei ótimo.
O chifre evoluiu para uma coisa boa então… Eu gosto de histórias assim, onde não há violência, onde o cara entende que tomar chifre é coisa da vida, né? Se não passou ainda, vai passar… E a hora que passar, leva de boa, o chifre está aí para todo mundo. Mulher já está mais acostumada, né? Não reage tão mal, mas a gente sabe que os casos que acontecem de feminicídio e essas coisas tem muito a ver com essa questão aí do machismo e de como os caras acham que tem que reagir em um momento de chifre. Gente, chifre é isso, pode trazer coisa boa, como no caso do Cássio que deu essa coceirinha aí na testa dele [risos] depois deu tudo certo, né?
Então é isso encerramos aqui o nosso Especial de Férias, segunda-feira de manhã estarei contando histórias pra vocês. Amanhã já tem dois publis meus, duas histórias maravilhosas, então acompanhem aí as plataformas gratuitas e segunda volta tudo ao normal, tá? Então assinem lá o nosso Apoia-se, tá aqui na descrição o endereço. Obrigada por me acompanhar sem nenhuma edição durante essas 15 histórias, eu espero que eu tenha aí conseguido te entreter um pouquinho e vamo que vamo, que 2022 tá só começando. Um beijo e eu volto segunda-feira.