título: lua de fel
data de publicação: 09/11/2020
quadro: picolé de limão
hashtag: #luadefel
personagens: marina e carlos
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Voltei. História de Marina e Carlos, São Paulo, dois mil e quinze. Quem me escreve é a Marina, é a história dela, então vamos lá.
[trilha]A Marina conheceu o Carlos em dois mil e doze num curso de inglês, eles eram de turmas diferentes, aí começaram a se paquerar, rolou aquele clima, eles saíram e resolveram namorar sério. Então começaram a namorar sério em dois mil e doze mesmo, foi um namoro ok, eles saíam bastante, se divertiram, viajavam… — Namoro padrão, namoro clássico. — E quando foi lá pra dois mil e treze, finalzinho de dois mil e treze, o Carlos pediu Marina em casamento… [trilha sonora de marcha nupcial] Ê! Aquela emoção, todas as duas famílias curtiram, a Marina ficou super emocionada.
Aí eles ficaram noivos, foi um noivado surpresa. [risos] — Assim, eu tenho minhas ressalvas, mas foi um noivado surpresa, eu já tive um noivado surpresa, foi um dos piores dias da minha vida, um dia eu conto essa história pra vocês. Então, assim, tudo que me fala em relacionamento e surpresa eu acho ruim, [risos] e noivado surpresa idem… — Mas a Marina gostou muito e foi um noivado surpresa. Teve até uma festinha e tudo, e eles ficaram noivos no final de dois mil e treze. Tanto a Marina quanto o Carlos, eles pensavam da mesma forma que era assim: você fica noivo e dali um ano, um ano e pouco, no máximo, você casa, porque o noivado é pra isso, tipo, pra você fazer os preparativos do casamento.
Então, eles combinaram que, no máximo abril de dois mil e quinze eles casariam. O pai da Marina se comprometeu a dar festa, toda a coisa da festa e tal, e a família do Carlos não tinha muita grana pra investir nisso, mas o Carlos trabalhava, o Carlos falou: “Olha, a gente vai ter então uma super lua de mel, eu me encarrego da lua de mel. E a nossa lua de mel vai ser em Barcelona”, [trilha sonora com violão] era tudo que a Marina queria, ela super queria conhecer Barcelona, nunca tinha saído do Brasil, nem ela e nem ele. E eles queriam muito conhecer Barcelona.
Então ficou combinado assim, que o pai da Marina pagaria todas as coisas da festa, ia ser um casamento na igreja católica e depois teria uma festa, e o pai dela, como a Marina é filha única, ele queria dar uma puta festa legal. Então ficou tudo combinado assim e o Carlos se encarregaria da lua de mel em Barcelona, ele que escolheu e a Marina amou. Fora os preparativos do casamento, tem toda a questão de onde vai morar, né? E aí o Carlos alugou um apartamento e eles foram mobiliando aos poucos, ele se mudou para lá já pra não ter dois gastos, então ele ficava lá no apartamento, eles iam comprando as coisas, os dois… Os dois trabalhavam, né? Eles iam comprando as coisas, fogão, geladeira, micro-ondas, mesa, iam montando lá o cantinho deles para o casamento.
Quando deu lá para dezembro de dois mil e quatorze eles mandaram os convites, e aí as pessoas começaram a mandar os presentes pros dois. — Para os pombinhos… — Casamento estava marcado para abril de dois mil e quinze, eu ainda perguntei pra Marina: “Não foi primeiro de abril não, né?” [rindo muito], não era primeiro de abril. Mas o casamento estava marcado para abril de dois mil e quinze. A data chegando, a noiva enlouquecida, porque aí são mil preparativos, vestido, madrinhas, cabelo, maquiagem, salão, a flor que vai em cima da mesa no salão, quem que vai tocar, se vai ter banda ou se não vai ter banda, se vai ter DJ, todos os detalhes. Marina lógico, né? Casamento dela, você quer acompanhar e fazer tudo certinho, tudo bonitinho, então ela estava enlouquecida com os preparativos e o Carlos estava mais na dele… Digamos que Carlos não estava tão participativo nessa parte dos preparativos.
Eu tenho uma teoria que o noivo e a noiva sempre sabem se o outro, se o par está realmente afim de casar ou não, eu tenho essa teoria, que sempre, no fundo, a gente sabe. — Eu tenho uma história dessa, né? Minha história, eu terminei um relacionamento já com apartamento comprado e mobiliado, mas não assim muito em cima da hora, tinha uns meses ainda, mas eu tenho certeza que ele sabia que eu não queria mais, eu só estava tentando achar um jeito de fazer com que aquilo não fosse tão horrível pra ele e, no final, ele acabou fazendo com que aquilo fosse horrível pra mim, mas tudo bem, isso é outra história. Minha teoria é que a gente sempre sabe quando o outro está realmente a fim ou não. Então, o Carlos não era tão participativo assim nas coisas do casamento, nos preparativos, ele ficava mais na dele, mas aí também pode ser que, né… Tem cara que não curte essa coisa de ficar escolhendo flor, ai tem que fazer isso, tem que fazer aquilo… — Eu acho um saco também, mas já que você tá junto nisso com outra pessoa, até as coisas que são saco a gente tem que dividir, né? Já que tá junto, tá junto.
Mas o Carlos ficava mais na dele e Marina foi fazendo as coisas, eu perguntei pra ela se ela não sentiu que, de repente, ele não estava tão afim, ela falou que não, que achou que ele estava a fim, só que era o jeito dele. Então beleza, o casamento estava se aproximando. Semana do casamento: várias coisas para se decidir, e o Carlos continuava na dele, Marina decidindo tudo sozinha. Três dias antes do casamento amigas da Marina de outros estados que iam ser madrinhas chegaram na casa dela, então ela meio que ficou tomada por essa coisa das amigas que chegaram, os vestidos, detalhes e coisinhas, e ela não deu tanta atenção assim para o Carlos. — Normal, né? — Também fizeram uma despedida de solteiro para o Carlos dois dias antes, as coisas caminhando, aquela loucura, Marina numa rotina frenética.
Dia do casamento, [trilha sonora de marcha nupcial] logo cedo Marina ligou para Carlos, eles conversaram, ela perguntou se o Carlos estava nervoso ele falou que um pouco, ela falou que ela estava nervosa, meio-dia ela já tinha que ir para o salão porque eles iam casar seis horas da tarde, mas ela tinha que fazer cabelo, maquiagem, tirar foto, e isso e aquilo, então meio-dia ela tinha que estar no salão com as madrinhas, a mãe dela e tudo. E a sogra, o pessoal do noivo, não fechou pacote junto, né? Eles foram fazer cabelo, as tias do noivo, em outro lugar, porque uma delas lá tinha salão, então ficou assim: turma da noiva num salão, turma do noivo sabe-se lá onde, fazendo o cabelo, maquiagem, essas coisas.
A Marina tinha uma cerimonialista, e essa cerimonialista que estava cuidando de tudo, então os horários, que hora que é a maquiagem, tinha um cronograma pra seguir pra dar tudo certo pra ela não atrasar, ou atrasar no máximo quinze minutos, porque hoje em dia nas igrejas parece que tem um lance que você não pode atrasar muito… — Senão o padre fica puto, sei lá, essas coisas. — Então ela tinha que seguir todo um cronograma e ela conseguiu falar com o Carlos pela última vez às quatorze horas. Tudo certo, ela linda, fotos e vídeos e making-of, e não sei quê… E tudo correndo super bem, ela dentro do horário. Quando foi vinte pras seis da tarde, que era o horário que ela ia sair do salão porque a igreja não era tão longe [efeito sonoro de celular tocando] ligaram pra ela, ninguém achava o Carlos.
Pra ligação chegar na Marina é porque eles já tinham procurado Carlos em tudo quanto é lugar e já tinham ligado pra Deus e o mundo, checado todos os lugares e ninguém achava o Carlos, ninguém achava o Carlos, então aí acabaram ligando para ela, né? E aí a primeira coisa que você faz é: passar mal. Marina começou a passar mal, “meu Deus, vou ser abandonada, vou ser abandonada no dia do meu casamento”, aquela coisa… Porque não é só ser abandonada, é ser abandonada vestida de noiva no dia do seu casamento, mesmo que você não tenha ido pra igreja, tem ali toda uma galera que estava com você, que sabe que você estava preparada pra casar, não dá nem pra você mentir de que foi de comum acordo, né? Não tem como, não tem para onde correr.
E ela lá passando mal, antes já tinham avisado o pai dela, e o pai dela já estava atrás do Carlos, [risos] e aí avisaram a Marina, a mãe dela, e aí o pessoal ia começar a chorar, mas sempre tem aquele povo do “Calma, ele vai aparecer!”, e foi o que a cerimonialista falou: “Ele vai aparecer, calma”. — Gente, faltando dez minutos, porque ela tinha que estar na igreja… — Bom, cinco minutos antes de dar dezoito horas, Carlos, o bonito, aparece na igreja arrumado, sem dar explicação nenhuma de onde estava das quatorze horas até às dezoito, mas o importante é: Carlos apareceu, Carlos estava no altar, ufa… Avisaram Marina, alívio, [risos] — Moleza nas pernas — ia dar tudo certo.
E aí corre pra igreja, porque aí até avisar tudo já era umas seis e dez, ela já estava no carro pensando antes, “vou pra casa ou vou pra igreja?”, e agora finalmente ela podia ir pra igreja. — Gente, eu Andréia, ia ficar tão puta que acho que eu nem ia consegui casar, dele ter feito isso, de ter sumido sem dar notícia, eu já ia entrar naquela igreja já nervosa, mas né? As pessoas são mais tranquilas que eu… — E a Marina ficou ótima, linda, semblante tranquilo e lá foi ela. [trilha sonora de marcha nupcial] — E eu acho tão lindo essa parte da noiva entrar na igreja assim, a cara de todo mundo, a cara do noivo, eu acho maravilhoso, adoro ver casamento, gosto de de ver. — E ela entrou linda, e ele lá em cima do altar, dizem que ele se emocionou, que deu uma choradinha, e aí o padre começou a falar, deu tudo certo a cerimônia, foi linda, eles saíram de lá e foram fazer fotos antes de ir para o salão.
E aí rolou um lance de fazer fotos num parque, foto na grama. — Eu nunca entendo bem esse conceito de fotos na grama após o casamento. — Mas eles foram para um lugar verdinho lá, com plantinhas, um parque, pra tirar foto… E depois disso, antes de chegar no salão, — Eu não entendi bem, a Marina acabou não me respondendo porque a gente tinha outras questões, eu deixei passar também… — parece que também teve com as madrinhas, com os pais, não sei, umas fotos antes de chegar na festa, então durante estas fotos que eles fizeram, que estava o noivo, tinha uma equipe de produção, depois vieram as madrinhas e os pais e fizeram essas fotos antes de entrar no salão. Eu acredito que tenha sido um lugar bonito na frente do salão, sei lá, alguma coisa assim, mas foi antes. — Isso é importante. — Antes de entrar no salão eles fizeram essas fotos.
E aí sempre aparece pessoas pra cumprimentar no momento que você está fazendo foto, pessoas que estão indo para o salão. E aí ela cumprimentou uns parentes, abraçou uns parentes, e aí foi dando, tipo um vaza nos parentes assim, porque ela precisava terminar as fotos ali porque tinha que estar todo mundo bonito, porque depois na festa o pessoal avacalha, né? Então aí eu acho que é outra vibe o álbum… — Deve ser por isso que tiram foto na grama antes, né? Pra ficar todo mundo ajeitadinho, bonitinho, porque depois é só bagaceira. — E nessa, cadê Carlos? Carlos tirou as fotos, aí eles tinham que fazer entrada no salão, que tem que entrar junto, sei lá… — Vão jogar mais arroz, será? Pétalas? Não faço ideia. — Mas eles teriam que entrar junto no salão e ela lá já na entrada do salão, cadê Carlos? Gente, se segura que o Carlos sumiu. Sério.
O Carlos de-sa-pa-re-ceu, virou purpurina, sei lá. — Morreu? Não, não morreu, mas sumiu — E aí cadê Carlos? Cadê Carlos? Cadê Carlos? Nada de Carlos, aquela muvuca, vai chegando gente no salão, Marina acabou entrando sozinha, então não teve aquela entrada, porque eles tinham uma banda lá, que a banda ia tocar a música e eles iam entrar, a música deles, ela entrou sozinha. A hora que o cara… [risos] A hora que o cara da banda viu a noiva entrando, ele começou a cantar a música deles, ué, por que não era esse o combinado? Só que a Marina entrou já assim nervosa, olhando lá dentro do salão pra ver se estava o Carlos, então enquanto ela procurava o Carlos vestida de noiva naquele salão que ainda estava mais ou menos vazio, o cara lá da banda estava tocando a música deles.
E, assim, a Marina tentava achar o Carlos meio que disfarçando, sorrindo, as pessoas já queriam cumprimentar ela, sempre tem aquele convidado que chega na festa com a panela de pressão [falando e rindo ao mesmo tempo] embrulhada. [risos] — Ai, são as pessoas que eu mais gosto nas festas. — E ela tentando, disfarçadamente, sorrindo assim, fazendo tchauzinho de Miss e com o olho devastando o salão procurando o Carlos e nada de Carlos. Aí de novo ela avisou a mãe dela e as madrinhas: Cadê Carlos? Cadê Carlos? E todo mundo começou a procurar, e Carlos realmente sumiu, gente. Gente, o Carlos realmente desapareceu, ele não chegou a entrar no salão, ninguém achava ele em lugar nenhum e, assim, ele foi esperto porque eles casaram no religioso e o juiz de paz foi contratado pra fazer o casamento civil deles no salão, podia ter feito na igreja, mas talvez se fosse na igreja ele não tivesse nem aparecido.
Então no salão já estava o juiz de paz, já estava a banda, já tinha comes e bebes e a noiva e 0 noivos, e ele fugiu… Ele tirou as fotos, ele sumiu depois de tirar as fotos e antes de assinar a papelada do civil do casamento, então ele não estava casado. E festa é aquela coisa, é um trem desgovernado, né? Então o quê que a Marina fez? Ela resolveu ir embora e como o pai dela já tinha torrado uma puta grana naquela festa, o pessoal ficou e rolou, né? Vários comentários, uma parte solidária foi embora, mas sempre tem a galera que não vai embora. — Pode ter um terremoto, se tem comida, se tem bebida a gente vai ficar, tem esse povo… — Então foi esse povo que ficou e teve festa, até duas horas da manhã quem ficou disse que a festa foi boa [risos] — Eu tô rindo agora porque Marina já está bem, mas poxa, ela foi embora arrasada. —
E aí não conseguiu dormir, ficou mal, no dia seguinte a família dele pediu desculpas, ninguém sabia onde estava Carlos e cadê Carlos? — Eu acho que a família sabia sim depois onde ele estava, porque senão tinha ido na polícia, sei lá, né? Desaparecimento de Carlos, mas não. Eu acho que a família sabia, mas ninguém quis falar pra ela — E aí passado dez dias da canalhice que o Carlos fez, ele apareceu, [efeito sonoro de mágica] apareceu chorando, a Marina tinha tirado um mês de férias, então além de tudo, ela tinha que ficar enfiada em casa pensando no vexame que tinha sido a vida dela. — São palavras dela, tá? — E ele apareceu lá chorando na casa dela pedindo perdão.
Nesses dez dias, o pai dela foi lá no apartamento porque ela tinha a chave também, pegou tudo, tudo, até as coisas que o Carlos comprou, deixou liso o apartamento só as roupas dele jogadas lá num quarto. — Eu achei foi pouco tinha que ter, sei lá, rasgado as roupas de Carlos, mas ninguém rasgou. — E ele apareceu chorando, pedindo perdão. — Agora segura essa, gente… — Sabe qual foi a desculpa de Carlos pra ter fugido antes de casar no civil? Que ele não tinha comprado as passagens pra Barcelona, não tinha comprado o pacote de lua de mel. [efeito sonoro de erro no Windows] Gente, isso é motivo? Tá certo que ele tinha combinado de comprar e ele mentiu o tempo todo que tinha comprado, mas isso é motivo pra você largar sua noiva no salão e não casar? — Estranho — Mas a Marina acreditou e perdoou.
E aí a família dela também perdoou e as famílias fizeram um almoço de reconciliação, porque saiu até briga, né? Porque nessas horas sai briga, né? O pai dela tinha xingado o pai dele… — Aquelas muvucas que dá, que é básico, clássico. E aí fizeram um almoço de reconciliação e Marina e Carlos voltaram a namorar, então quer dizer, teve aí um retrocesso no relacionamento, né? [risos] Eles que estavam já pra casar, iam casar, dez dias depois voltaram a namorar — Vocês já sabem a minha opinião, né? Eu jamais perdoaria Carlos, jamais. Antes ele tivesse casado e depois falado: “Ó nós vamos sair daqui e a gente vai pra, sei lá, Botucatu, Praia Grande, porque eu não comprei as passagens pra Barcelona”, mas fazer o que ele fez? Eu jamais perdoaria. — Mas Marina perdoou e perdoou bonito, esqueceu legal, relacionamento dos dois felizinho. —
Um mês de retorno de relacionamento, um mês, a Marina já tinha voltado a trabalhar, já estava de novo na rotina. Sai do trabalho e na porta do trabalho dela uma moça… — Quem era esta moça? O que queria esta moça, vocês imaginam? A cabeça de vocês já tá desgraçada já dela ter voltado com o cara? Então se prepara… — A moça que estava na porta do trabalho da Marina era simplesmente a moça que foi para Barcelona com o Carlos na lua de mel que seria de Marina, tá bom pra vocês ou quer mais? Então, sim, teve lua de mel sim, em Barcelona sim, e quem foi? Foi Carlos e moça número dois. — Que eu não vou dar nome pra essa moça. —
E aí moça número dois teve a audácia de falar pra Marina que era ela que devia estar lá naquele salão na igreja pra casar, e que ela cumprimentou a Marina lá antes das festas, de entrar no salão… — Gente, tô até nervosa. — E que ela ia lutar por Carlos, porque ela amava Carlos e ela tinha tido lua de mel com Carlos em Barcelona. Marina em choque — Mas eu acho que o choque de não ter casado foi até bom pra Marina, porque a gente cria uma casca, né? Essa casca é boa. — E Marina já com um pouco de casca, não acreditando naquilo que ela estava ouvindo, mas sabendo que era verdade, porque era tudo passível de ser verdade, ela não lembra de ter cumprimentado essa moça, porque muita gente vem te cumprimentar no casamento, e você cumprimenta e nem olha.
Ela falou pra moça número dois: “Moça número dois, faça bom proveito de Carlos, se é com você que ele quer ficar, que vá você e ele para o inferno” — Achei lindo, hein? Eu já ia unhar acho que a cara dela, mas, sei lá, eu só falo também, porque eu não consigo bater em ninguém. Mas olha o ódio, o ódio que eu tô de moça número dois, né? — Porque assim, tudo bem que moça número dois até fez um favor pra Marina, mas ela podia ter ido numa outra vibe, podia ter ido na vibe: “Olha, aqui estão as fotos de Barcelona que eu tirei com o Carlos, ele estava comigo e eu acho que você tem que saber”, pronto é outra vibe do que você chegar lá e falar: “O Carlos é meu, o Carlos me ama, não era você que era pra estar naquela festa que o seu pai pagou com tanto esforço, era eu”, sabe? Poxa, moça número dois, sério, moça número dois? Não precisava fazer esse papel, mas ajudou Marina, porque aí Marina deu um pé na bunda Carlos.
E Carlos, aquele cretino, vocês acreditam que ele ainda queria ficar com Marina porque disse que tinha dúvida, não sabia de quem ele gostava? Faça-me o favor, hein? E, gente, pra finalizar, Carlos em dois mil e dezessete casou com moça número dois. — Casou, acho que amarraram o Carlos, [risos] pra ele ir, porque você confia? O cara já fugiu de um casamento no dia indo para o salão, você vai confiar em Carlos? Tem que amarrar Carlos três dias antes [risos] e só ir alimentando. [risos] Quem que tem coragem de casar com Carlos, gente? Me poupa. — Enfim, a moça número dois casou com Carlos em dois mil e dezessete e no começo de dois mil e dezoito eles divorciaram, quem aguenta Carlos? Ninguém aguenta Carlos, por que que casou? — Casou porque certeza que amarraram, [riso] porque senão ele ia escapar dessa de novo. —
Então assim, a Marina diz que o Carlos vive curtindo as fotos dela no Insta, por que que ela não fecha o Insta? Porque ela quer que ele veja o quanto ela está bem, o quanto ela está linda e tá namorando, sofreu que nem uma diaba véia, sofreu, nossa, foi um ano péssimo, mas agora que ela tá bem ela gosta de ver o Carlos dando umas curtidinhas lá nas coisas dela, porque ele está merda, e eu não vou dizer pra vocês que eu lamento porque eu não lamento, é pouco, pra Carlos tudo é pouco. Então eu deixo aí essa história pra vocês, eu espero que vocês tenham tido o mesmo ódio de Carlos que eu tive, né? Vamos compartilhar essa bronca que temos de Carlos.
Marina está ótima, mas foi péssimo, então não façam isso, ninguém é obrigado a ficar com ninguém, então termina antes pelo menos, sei lá, uma semana antes, né, gente? Mas também não casa obrigado, ninguém precisa casar obrigado. Mas no dia? Precisa ser no dia terminar? Não, né? Termina antes. Se no dia você achar que não dá, você casa e aí, sei lá, anula, né? Pra não dar aquele vexame, pra não dar aquele trauma na outra pessoa, pensa um pouco na outra pessoa, né? Tenta fazer isso, sei lá, uma semana antes pelo menos, é pedir muito? Hein, Carlos? Era pedir muito, Carlos? Não era pedir muito.
Importante que deu tudo certo, ninguém morreu, não teve violência, está cada um no seu canto, isso é muito bom, isso é muito importante. Então você que tá me ouvindo, se você fosse terminar com uma pessoa que você ia casar dali um tempinho como você faria? Eu fiz assim, eu uns meses antes eu chamei ele na minha casa, na frente da minha família, porque a gente nunca sabe como a pessoa vai reagir, e falei que não dava mais e que não queria mais casar, foi péssimo, né? Ele chorou, eu chorei, mas depois ele começou a me perseguir, então aí também peguei ódio. Mas eu fiz assim, eu fiz da forma que eu achei correta, fui sincera que não era aquilo que eu queria, pensei muito e fui clara, direta, não fiquei enrolando com o cara, não fiquei dando esperança, eu tinha certeza do que eu queria, porque a gente não pode brincar com o sentimento das outras pessoas.
Então, vocês, como vocês terminariam? Porque o da Marina agora já tá terminado, ela já tá ótima, tá tudo bem, desgraçou a nossa cabeça, mas tá tudo bem. E vocês? Como vocês terminariam? Ou se já terminaram, se já terminou um relacionamento assim, me manda a história por e-mail que eu quero contar, mas se você não terminou um relacionamento assim, como você faria? E um beijo e é isso, até a próxima.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]