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título: luzes
data de publicação: 23/12/2022
quadro: especial de natal
hashtag: #luzes
personagens: monique, dona regina e família

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Especial de Natal Não inviabilize, da nossa família para a sua. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi. gente… Cheguei. Cheguei para o nosso Especial de Natal. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Esse ano o nosso Especial de Natal foi patrocinado pela Coca-Cola. Hoje eu trago a última história da nossa série de cinco histórias, que a gente abordou ai o espírito natalino, homenageando famílias, amigos, trazendo histórias do passado, do presente e lembrando aí das receitas familiares, memórias afetivas e tradições compartilhadas que unem as gerações nas festas de Natal. Essas memórias aproximam as pessoas, mesmo que às vezes pareça impossível. — E a gente viu isso aqui nas histórias, né? — E tudo isso por quê? Porque o Natal sempre encontra o caminho. 

E essa é a campanha de Natal da Coca-Cola esse ano, celebrar a força e a magia do Natal para superar obstáculos e unir pessoas. A gente falou disso aqui a semana toda, trouxe histórias com lembranças, sabores, emoções e que nos levaram aí automaticamente a algum momento da vida, uma lembrança boa de Natal ou lembramos de uma pessoa especial… — Eu amei, gente, contar as histórias de Natal para vocês. — E essa última história ela tem um quêzinho a mais, de mais amor. É uma história muito linda e eu vou contar para vocês a história da Monique e de sua mãe, Dona Regina, que sempre iluminou aí os natais da família. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]. 

A mãe da Monique aí, a dona Regina, sempre foi uma mulher extraordinária e que sempre amou o Natal. Então, Dona Regina, ela se dedicava ali na cozinha, preparava uma ceia farta, muitos pratos, uma comida muito gostosa e juntava toda a família. — Quem era a cola ali daquela família era a dona Regina. — E desde criança a Monique lembra da dedicação da Dona Regina aos Natais… Então eles tinham pouquíssima grana quando a Mônica era criança e nunca que a dona Regina deixava de ter a árvore de Natal. Então, o ano que eles não tinham grana nenhuma, dona Regina pegou um galho e enfeitou ali com pedacinhos de algodão e fitas e fez uma árvore de Natal e ficou linda… Então, dona Regina, ela realmente com muito pouco, né? — Que eles tinham ali naquela infância de Monique — Ela conseguia transformar e fazer com que o Natal fosse mágico para aquela família e para aquelas crianças. 

Com o passar dos anos, a família foi batalhando e tal e os Natais foram melhorando financeiramente, e isso era nítido nas árvores que dona Regina montava. Então, daquele galhozinho seco com algodão e fitinhas, a árvore foi ficando todo ano cada vez mais parrudinha e mais ajeitada e com mais coisas. Dona Regina, Monique e seus irmãos eles tinham um rancho — eles têm ainda um rancho — que foi construído do zero. Com muita luta eles conseguiram comprar esse terreno e fizeram aí um rancho do zero. E os Natais, tradicionalmente, — depois daquele rancho construído — eram passados ali no rancho, com dona Regina cozinhando, convidando toda a família e trazendo todo mundo ali pra viver aquele momento de Natal que dona Regina dizia que o Natal era mágico. 

Todos nós vivemos aí momentos sombrios com a pandemia e na família de Monique não foi diferente… Infelizmente Dona Regina faleceu. [música triste] E foi um desespero porque a dona Regina tinha 58 anos, era uma mulher muito forte, independente, alegre… E os filhos ali, Monique e seus irmãos, que já eram todos adultos, eles foram pegos de surpresa assim e a família foi devastada… E, como Monique diz, aquela família alegre, iluminada, virou uma escuridão. Naquele mesmo ano, o esposo de Monique, o marido de Monique, contraiu Covid também, teve 35% do pulmão comprometido, mas saiu dessa. E em outubro do mesmo ano, o filho de Monique sofreu um acidente de carro grave, quase morreu e ficou com sequelas ali no rosto. Era um ano que estava sendo muito, mas muito difícil para Monique e sua família. Muito… 

O irmão da Monique, o Marcos, ele também estava sentindo demais a perda da mãe ali e também estava pra perder a casa. — Então, pensa… — A irmã de Monique — a Marcela — também estava mal, numa depressão, uma tristeza profunda, enfim… Os três irmãos, Monique, Marcos e Marcela, seus maridos e filhos, todo mundo passando uma fase terrível e o Natal se aproximando, que era a época que dona Regina amava e brilhava. — E realmente ela era a luz daquela família e daquele Natal. — E com tudo aquilo acontecendo, ninguém estava animado pra comemorar o Natal, era final de outubro, tinha menos de dois meses para o Natal e ninguém queria fazer nada. Só que aí eles pensaram na dona Regina e quando a dona Regina estava viva, ela sempre dizia isso, que o Natal era mágico e que não importava o que acontecesse, eles encontrariam a luz no Natal. Bastava olhar que eles veriam ali a luz de Natal. 

Então, mesmo aquela família cheia de problemas agora, depois da partida de Dona Regina, mesmo muito tristes, a Monique e seus irmãos ali, Marcelo e Marcos, decidiram em homenagem a Dona Regina, fazer a comemoração de Natal ali no rancho. E como seria essa comemoração já que quem cozinhava era a Dona Regina? E no Natal ela cozinhava num fogão a lenha que tinha no rancho, que só ela sabia mexer, só ela sabia usar e ninguém ali estava com cabeça, enfim… Mas o que eles combinaram? “Bom, a gente se vira e tenta usar aquele fogão a lenha. Se cada um fizer um prato, a gente tem três pratos de comidas diferentes, sei lá, um arroz, uma carne, uma salada que seja pra gente passar o Natal todo mundo junto”, que seria o que? Monique, marido e filhos, a Marcela e filhos, Marcos e família, todo mundo ali. — Cada um com seus esposos, esposas e filhos. 

Três pratos, era isso que eles combinaram… E juntaram ali, compraram os ingredientes e todo mundo foi para o rancho pra viver aquele Natal que seria o primeiro Natal sem Dona Regina. Ninguém estava muito animado, essa é a verdade. O Marcos tinha lavado todo o rancho enquanto Monique e Marcela preparavam uns pratos ali e foi dando por volta das 21 horas. —Eles estavam bem desanimados, essa é real… — E todo mundo ali no grupo da família sabia que ia passar só eles, né? O Natal ali no rancho, com aqueles três pratos, só uma ceia pequena… E quando deu lá pelas 21 horas, os sogros, as cunhadas, os outros familiares resolveram cada um levar um prato e ir também lá para o rancho. — Sabiam que os três irmãos ali estariam muito tristes, né? — E todo mundo foi lá para o rancho, a família, né? Que sempre ia e encontrava dona Regina, cada um foi chegando com um prato de comida diferente e aquela ceia que parecia pequena, ficou enorme. 

Até o pai de Monique, que era um pouco afastado da família e de Dona Regina, enfim, quando Regina estava viva, apareceu naquele dia no rancho, trazendo também um prato de comida, enfim… Todo mundo. Cada um levou ali uma travessa para a ceia e aquilo foi crescendo. O filho de Monique, que até então estava no quarto do rancho ali se recuperando, que ele estava ainda com aquele ferimento no rosto, estava meio envergonhado, saiu do quarto, animou… O marido da Monique resolveu colocar as luzes de Natal na árvore, e aí todo mundo se animou. E aí a família toda unida, a árvore de Natal com as luzes acesas, todo mundo animado… Quando deu 23h45, faltando 15 minutos ali pra começar a ceia — porque eles ceiavam à meia noite — uma chuva começou a cair no rancho e, de repente, acabou a luz. 

Aquilo virou uma escuridão… Na hora, Monique, Marcos e Marcela se arrependeram de fazer a festa no rancho. Eles ficaram mal, ficaram pensando que talvez fosse muito cedo para aquilo… Que onde já se viu, Dona Regina tinha acabado de morrer e eles ali festejando… Deu um clima ruim, as pessoas todas no escuro e Monique, mal, mal… Todo mundo ali muito triste, no escuro, a maioria em silêncio. A sobrinha, — que a gente vai chamar aqui de Stephany — a sobrinha de Monique — chegou e falou assim pra Monique: “Tia, quando eu ficava aqui com a vovó, a dona Regina, e ela apagava as luzes, eu ficava com medo”, aí antes que a garotinha terminasse de falar, a Monique já foi falando: “Não, não precisa ficar com medo, a Titia tá aqui” e aí ela continuou falou: “Não, tia, eu não tô com medo, titia, vem cá”… 

E aí a garotinha pegou ali a Monique pela mão e levou até a varanda… — E isso todo mundo olhando. — E aí ela apontou para o céu, tinha pouquíssimas estrelas, estava chovendo e tal, muita nuvem, e falou: “Quando eu ficava com medo do escuro…” [voz embargada] — ai, já vou chorar, gente… — “A vovó abria as janelas e mostrava as estrelas e a lua para mim, titia. E a vovó dizia que as estrelas e a lua estariam sempre no céu ali e nunca iam apagar a luz… E a vovó hoje é uma estrela”. — [chorando] Ai, já tô aqui aos prantos. — E nisso, sem que ninguém falasse nada, as pessoas foram entrando nos seus carros e posicionando os carros com as luzes voltadas para a varanda… E aí acharam as velas que tinham e com os seus celulares, enfim, foram iluminando as coisas. E com as luzes dos carros e com a iluminação que eles conseguiram encontrar ali, eles fizeram a ceia de Natal em meio à escuridão, mas também muita luz. 

Aquele Natal era uma homenagem à Dona Regina, que sempre dizia que todas as pessoas um dia encontrariam a luz de Natal onde elas estivessem. E ali, naquela ceia, eles conseguiram encontrar no meio da escuridão a luz de Natal e puderam homenagear aí a Dona Regina. 

[trilha]. 

Cami Rocha: Oi, gente… Aqui é a Cami Rocha, sou gerente de mídias sociais, já devo ter falado com alguns de vocês por DM no Instagram… Eu venho de uma família muito natalina, minha mãe sempre enfeitou tudo em casa, até o banheiro, nada escapa… E esse Natal está sendo diferente por diversas razões e, como eu gosto muito de Natal, a minha namorada, Fran, eu cheguei na casa dela e ela tinha enfeitado a casa inteira de Natal e eu me senti muito acolhida. [voz embargada] Já estou chorando… Eu sou chorona igual a Déia. Então eu espero que esse Natal vocês sejam acolhidos como eu estou sendo acolhida, [chorando] eu espero que vocês abracem e beijem as pessoas que vocês amam e, acima de tudo, muito respeito. Acho que amor, fraternidade e respeito acima de tudo, a gente tem que respeitar as pessoas e é isso que eu desejo para todos vocês… Um Natal iluminado, com muito respeito e muito acolhimento. Um beijo. 

[trilha]. 

Déia Freitas: Eu achei essa história muito linda e eu quero aqui deixar todo meu amor [chorando] pra quem tem aí as suas saudades das pessoas que a gente não consegue mais encontrar no Natal, mas que vivem aí dentro da gente, que tem o nosso amor e que estão sempre em todos os natais aí no nosso coração. Eu amei contar aqui essas histórias pra vocês. Eu espero do fundo do meu coração que você encontre a sua luz neste Natal e que você possa ter aí momentos de paz, seja com a sua família, com seus amigos, seja sozinho e que você encontre aí sua paz e a sua luz. Tamo junto… Eu amo vocês, eu amo estar aqui contando histórias pra vocês. Obrigada Coca-Cola por patrocinar esse Natal que, indiretamente, vai patrocinar também o Natal dos meus funcionários. Aqui eu deixo o meu Feliz Natal para todo mundo. Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Especial de Natal é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta] 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.