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título: magnetismo
data de publicação: 02/05/2024
quadro: detesto
hashtag: #magnetismo
personagens: elaine e dona diva

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Detesto, história E.T.. Você acredita? [vinheta]


Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um quadro novo. [efeito sonoro de crianças contentes] — Um quadro muito pedido, que eu relutei muito a fazer, porque assim, eu detesto… [risos] — E o quadro vai se chamar “Detesto”, que são histórias de E.T. — Eu detesto histórias de extraterrestre, detesto… Primeiro que eu não entendo porque qualquer aproximação de um objeto não identificado, sei lá, um E.T., o exército vai e mata o cara. Quer dizer, lá fora, em outros planetas, qual a nossa fama? Hostilidade… “Não vão, porque são uns bichos, não sabem tratar com E.T”, então já começa por aí… Ninguém estabelece uma comunicação, entendeu? Ah, se o E.T é superior a gente e vem pra cá, eles matam… Se é inferior, coitado do E.T, chega aqui e não sabe voltar, mata… Então não sei… E aí “ah, pega gente aqui pra estudo”, estudar o quê da gente se eles já são mais evoluídos? Ou será que têm menos evoluídos? Mas aí o menos evoluído vai chegar aqui… É tipo um intercâmbio, vai estudar aqui? Ou vai levar a gente pra estudar lá? Enfim, acho muito confuso… Não gosto desse tema, mas vou fazer o quadro porque as pessoas gostam muito. Então, esse quadro de Detesto é o quadro que eu criei pra contar as histórias que eu mais detesto, que são as histórias de E.T. —

E hoje eu vou contar para vocês a história da Elaine e da Dona Diva. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

Bom, o ano era 1998… Dona Diva e Elaine — mãe e filha — estavam indo para casa de uma tia em Peruíbe. Então elas saíam aqui de São Paulo, capital, e iam praticamente uma vez no mês pra Peruíbe ali curtir uma praia e também encontrar uns parentes. E era sempre um caminho ali, com Elaine dirigindo, muito tranquilo… Ia tudo muito bem assim, no caminho elas iam conversando… Geralmente elas iam à noite — porque Elaine trabalhava — e assim que ela saía do trabalho, a mãe já deixava tudo pronto, Elaine passava na casa da mãe — que ela também morava com a mãe, mas só passava de carro —, já pegava as coisas e elas desciam para o litoral aí, para Peruíbe. Há umas semanas daquela daquela data específica que elas iam descendo, Dona Diva estava começando com uma questão meio séria de incontinência urinária. Então, ela já tinha feito alguns exames, já tinha encontrado uma infecção, já estava tomando um antibiótico, mas o antibiótico não estava fazendo efeito e o médico tinha trocado de antibiótico, que também não tinha feito efeito. — Enfim, tava nesse jogo aí para descobrir por que ela estava tão resistente assim aos antibióticos. —


Elas pararam várias vezes pela estrada, posto de gasolina, restaurante e tal para Dona Diva poder fazer xixi. e, fora isso, ela estava bem… Era só mesmo aquele incômodo e tal, aquela vontade que dava, e aí a Elaine parava e elas iam seguindo a estrada. Em determinado ponto da estrada, uma estrada menor, quase já chegando em Peruíbe… Dona Diva estava conversando com Elaine, Elaine prestando atenção na estrada e ouvindo a mãe também — que aí você não ficar com sono, nada, né? —  quando parece que o ar foi ficando diferente, foi ficando… Sabe quando parece que tudo parou? A primeira coisa que ela percebeu antes da mãe foi um silêncio diferente de um silêncio de que você está dentro de um carro à noite. — Porque você ouve o quê? Você ouve o barulho do carro não, além de ouvir a Dona Diva, a noite também tem barulhos, né? Você também escuta os barulhos da noite. — E, naquele ponto, Elaine disse que estava um silêncio que ela só ouvia a voz da mãe. 


E, conforme ela ficou quieta para prestar atenção naquele silêncio, Dona Diva também se tocou que estava estranho e também parou de falar. E aí, neste ponto que a Elaine percebeu que o carro dela estava com tudo ligado, marcha engatada, velocímetro rodando, girando, só que o carro não estava saindo do lugar… E aí era uma coisa tão diferente do acontecido normalmente, um silêncio estranho e o carro que parecia estar rodando, mas não estava se movimentando, que a Elaine olhou pra mãe e, a hora que ela olhou para Dona Diva, — Dona Diva estava no banco do passageiro — a Dona Diva estava olhando direita dela… Na lateral direita a Elaine viu o que parecia ser um ser humano, mas que era muito menor. — Então, assim: Parecia que era humano, mas não tinha as mesmas formas que a gente, Elaine não sabe explicar bem. E eu perguntei: “Mas parecia o quê? Um lagarto? Uma foca? Não era liso?”, ela falou: “Era um aspecto de, assim… Parecia sólido igual a gente assim, era bem menor, mas eu não sei explicar para você… Ele tinha a forma de um humano, mas por exemplo, não tinha um rosto igual a gente… Mas também não tinha essa cara de E.T que a gente vê, sei lá, nos filmes, nos desenhos”, enfim, ela não sabia explicar e a Dona Diva estava paralisada. 

Neste momento, as portas do carro — era um carro de duas portas, então as duas portas da frente — abriram sozinha… Nesse ponto, a Elaine acha que aquele silêncio que ela estava presenciando ali parecia que era alguma coisa magnética. A porta se abriu, a Elaine num impulso, ela desceu do carro… Tentou pular do carro e tentar puxar a mãe para o lado dela. Conforme ela puxou a mãe e ela desceu do carro, o carro estava a um metro do chão e ela não conseguiu puxar a mãe dela. Elaine caiu no chão e, na hora que ela caiu, ela tentou voltar para o carro, mas alguma coisa, uma força mesmo, um magnetismo, fazia com que ela ficasse no chão, que ela não conseguisse voltar para o carro. Nessa hora ela só pensou: “Vai matar minha mãe. Sei lá, esse ser, essa coisa vai matar a minha mãe”. E aí só aí ela percebeu… — Por que ela achou que era uma criatura baixa? Porque a cabecinha do cara, do E.T, tava assim rente à janela da Dona Diva, então você só via meio que o olhinho dele, assim… — Quando ela pulou do carro, ela percebeu os pés no chão… E eram pés muito pequenos. — Sabe quando a gente faz aquele boneco de palitinho, que a gente não põe o pé? Fica só o palitinho? Era tipo isso assim. Eram umas pernas muito esguias assim, e o pé parecia que não tinha um pé pra frente, fazia tipo um L. Faz o L. Não tinha o L, era só a perna fincada, sei lá… O pé era o finalzinho da perna, sabe? —


E aí ela percebeu a altura daquilo… — Porque se estava a um metro do chão e mais, sei lá, 50 centímetros que tem até abrir a porta, até a janela.. Não sei. — Então quase uns dois metros essa criatura tinha assim. E aí ela não conseguia voltar para o carro… A Elaine não sabe quanto tempo durou… E foi dando uma coisa nela que ela foi se afastando do carro. Em determinado ponto, o carro fechou as portas e caiu no chão. Quando o carro caiu com as rodas no chão, não foi com força, foi descendo assim… Eu falei: “Mas ele foi flutuando?”, ela falou: “Não, parece que foi uma coisa assim, “vlupt”, mas que não estabacou no chão”. O carro voltou pro chão… Ela não sabe explicar isso. Assim, ele não foi colocado lentamente, flutuando, mas também não caiu. Ele foi tipo, sei lá, parece que como se tivesse uma plataforma invisível que desceu ele no chão. E aí a Dona Diva estava desmaiada. Elaine começou a gritar, [efeito sonoro de gritos ao fundo] era uma estrada num ponto que ela tava que não tinha nada… Ela entrou no carro, o carro demorou muito a pegar, mas pegou e ela conseguiu chegar num posto de gasolina e jogou água no rosto da mãe, e aí Dona Diva voltou… 


Dona Diva, a hora que conseguiu falar, disse que aquela criatura olhou para ela, [efeito sonoro de rugido] botou a mão no rosto dela e foi descendo — ela sentada no carro, tá? — Como se fosse um scaner. Ele foi fazendo isso e, quando chegou na região aqui, barriga e essas coisas, a mão dele meio que deu uma tremida e desceu e foi até embaixo, até a perna, mas ele não encostou nela. Depois disso ele voltou, olhou para ela de novo e ela, Dona Diva, viu, sem luzes, sem nada, como se fosse um caminho e um negócio que ela acha que era metal, como se fosse uma nave. E fez isso nela e foi para essa nave, e aí a hora que o carro foi descer ela explicou assim: “Sabe quando você está numa montanha russa e ela desce e te dá aquele frio na barriga de descer?”, foi aquilo que fez ela desmaiar, não foi nem o contato com esta criatura de outro planeta que aconteceu… Dona Diva acordou ali naquele posto de gasolina, a Elaine queria saber se a mãe queria ir pro hospital, sei lá, qualquer coisa, porque ela não conseguiu nem expressar o que tinha acontecido. Dona Diva falou que não, que ela estava se sentindo bem e elas foram lá para a casa dos parentes e, assim que chegaram lá, elas contaram… 


Ninguém acreditou nela, o povo riu, aquela coisa… “De repente, você deu uma cochilada na estrada… Ainda bem que não sofreu um acidente e nã nã nã”. Só que a partir daquele momento, a infecção ali da bexiga lá, as coisas que Dona Diva tava, passaram… Acabaram. Ela não tinha mais aquela vontade toda hora de fazer xixi, estava fazendo xixi normal e o primeiro xixi que ela fez depois de tudo aquilo acontecido, era um xixi bem escuro, bem diferente… Dona Diva ainda ficou com medo de contar para Elaine desse dia do xixi, não contou… Contou bem depois… E ela nem ao médico voltou, não sentiu mais nada. A Elaine e a Dona Diva nunca mais tiveram coragem de ir para Peruíbe a noite, passaram a ir de manhã, nunca mais nada aconteceu, mas a Elaine até hoje reconhece aí esse silêncio estranho, esse peso no ar, assim, que parecia um magnetismo, que foi uma coisa que ela nunca mais viveu, que ela não sabe como aconteceu. — Ela estava do lado de cá do carro, totalmente transtornada. — Ela não viu essa parte que a Dona Diva viu que foi do cara, tipo indo, como se fosse numa esteira mesmo, que não existia, entrar numa nave e sumir, fazer tipo assim… — Não foi nem fazer… Sabe assim? Sumir mesmo, como se existisse aquela nave um ponto e depois não existisse mais nada. — 


E a Elaine disse que ela viu o carro descer como se estivesse numa plataforma invisível. Tanto que não estragou a suspensão, não estragou nada do carro… — Agora me diz, não é uma história que é insuportável? É insuportável, gente, eu detesto história assim… — De que planeta é esse cara, o que ele estava fazendo aqui? Por que especificamente eles abordaram a Dona Diva e a Elaine, duas pessoas comuns? “Ah, era a primeira pessoa que apareceu? O que ele fez? Ele escaneou o corpo dela? — Foi tipo um pet scan? Sei lá… — Pra ver o que ela tinha e viu que ela tinha esse problema? Mas como ele sabia que era um problema se ele é de outro… — Eu ia falar outro país. [risos] — De outro planeta. Como ele sabia “ah, cistite”? Estudou a cistite? Tem gente nossa lá de cobaia? Já sabe? Pra que veio para cá, veio para buscar mais? Não levou a Dona Diva e Elaine por quê? São coisas que não dá pra entender. Dona Diva, depois de um tempo e tal, por outras questões, ela se tornou evangélica e ela não aceita que se toque nesse assunto, mas também não fala que é demônio, nada… É um assunto que morreu pra ela assim.


Mas a Elaine ainda acha que pra idade da Dona Diva, ela tá muito melhor que muita gente, assim. — Será que deu uma rejuvenescida? Porque aí eu já vi vantagem, entendeu? Se os caras conseguem vir pra cá e fazer isso, por que não, sei lá, não formata um e—mail para pra gente? Fala: “Olha, a gente pode oferecer isso aí que vocês estão fazendo, sei lá, pra cura… A gente tem um bagulho melhor aqui”. Ó que legal essa troca… Mas não, os caras vão chegar aqui, os militares vão lá e vão o quê? Vão dar um tiro no extraterrestre, botar num vidro de formol gigante, sabe? E deixar aí. É por isso que os cara não ajudam a gente. — É isso, esse é o novo quadro, o quadro Detesto, que eu vou contar aqui histórias de E.T. — Não é que eu não acredite, eu só não consigo entender por que. Se existe, é superior, por que já não vem e já não mata tudo? Já faz um favor pra gente. [risos] Já começava com plantação só e o bicho, né? Ficava aí como se fosse uma fazendinha pra eles. Não faz também… Se é menos evoluído e tal, vai chegar aqui, vai pedir uma força para nós e vamos matar… Porque é isso, no planeta… Não estou falando de Brasil, estou falando do Planeta Terra. Chega uma nave, chega um negócio, o que a galera faz? “ah, vamos abater”. Então, sabe? Eu não vejo o porquê. —


[trilha]

Assinante 1: E aí, meu povo Não Inviabilizer, sou aqui, Edson do Ceará. Eu fiquei empolgadíssimo com essa coisa desse Detesto aí, com histórias de E.T, um quadro aí com um recorte que flerta um pouco ali com o Luz Acesa, que é o meu quadro favorito. Eu não estou no campo de quem acredita veementemente em E.T, mas eu também sou do tipo que acredita em tudo, acredito nas assombrações, na alma, na vida após a morte, no vai e vem da reencarnação, de E.T, tudo, vida inteligente fora da terra e eu amo essa temática de E.T. Eu estou super ansioso pelos próximos, acho que a cura veio mesmo, assim… Acontece essa história, ok, eu nunca tive nenhuma experiência, sou doido pra ter? Sou, com E.T, com fantasma, com tudo, e aí vou me realizando aqui com as histórias, esperando chegar a minha vez, quem sabe eu venho aqui contar uma também. Beijo. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, eu sou Amanda, falando de Jalapão pra dizer que eu amei esse quadro novo. O episódio foi incrível, eu amei muito. Eu amo Luz Acesa e todas essas histórias que nossa lógica não explica porque elas fazem isso com a gente, levantam questionamentos, mexem com nosso imaginário e é isso que uma história boa precisa ter pra mim. Eu fiquei triste porque eu refleti sobre essa hostilidade que os humanos tem, como a Déia falou, mas feliz pela cura da Dona Diva, porque foi o auge… O auge. E viva o SUS intergaláctico, muito que bem. 

[trilha]

Déia Freitas: Então é isso, comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis aí com Elaine e Dona Diva. — São experiências que pessoas vão acreditar, outras não vão acreditar… Não tem como a gente provar nada, né? Por que cadê? Cadê um governo aí do mundo qualquer que vai… “Ah, os Estados Unidos recentemente e admitiu e não sei quem lá”, mas assim, bem daquele jeito… E matou também, né? Se ele admitiu que tinha um extraterrestre, matou o cara. Então somos hostis… Não somos as melhores pessoas do universo pelo jeito, né? E a Terra deve ter essa fama, “ih, não vai pra lá, não, que os caras não têm conversa, não, são uns ignorantes, vão te matar. Se te pegar, vão matar… Então, ou vai lá e pega rápido alguém e traz”. É isso? Eu tenho algumas histórias na fila já, todas nesse nível, assim… E me dá muita irritação, mas eu vou contar porque eu sei que vocês gostam. — Então, bem-vindos aí ao nosso quadro “Detesto”. Um beijo e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Detesto é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.