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título: mala
data de publicação: 23/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #mala
personagens: simone e catarina

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje vou contar para vocês a história da Simone, é uma história aí de amizade… Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Simone e a Catarina elas são amigas há mais de 15 anos — E então é uma amizade longa. — E, até então, uma amizade recíproca, né? As duas se ajudavam, uma estava ali num momento difícil da outra, uma estava ali no momento feliz da outra. Tudo, assim, bem legal… Aí no começo do ano agora a Catarina inventou aí uma viagem — Parece que tem muito lugar, tipo assim, pousada, resort que está mais vazio. — e ela se ajeitou ali para viajar e para ficar — Assim, um período mais longo. — 18 dias. Então, para esse período de 18 dias que ela ia ficar aí nessa cidade, com praia, com montanha, — Com muita coisa para fazer e nã nã nã. — ela não tinha uma mala para levar… E ela sabia que a Simone tinha uma mala muito boa, que Simone ganhou num concurso… [risos] — Não vem ao caso aqui explicar que concurso foi esse. — 

Mas ela ganhou uma mala que é muito cara… — Muito cara real. — E a gente vai chamar essa mala de… — Pior que eu acabei esquecendo o nome da mala original. [risos] Ai meu Deus… V Vamos chamar a mala de a marca Pôneiowa, é alguma coisa assim o nome, mas eu esqueci agora para fazer a associação do pônei aí certa. Então Pôneiowa a marca. — E uma mala, gente, assim… Que, sei lá, custa uns — Sem brincadeira nenhuma. — 6 mil reais. — Uma mala… Sim… — É uma mala boa, é uma mala de marca, enfim, uma mala rígida, bonitona e que ela ganhou, que foi um concurso, enfim… Uma mala de estimação. 

E a Catarina pediu a mala emprestada. Simone não queria emprestar, mas como que você vai falar não? A Catarina que nem devia ter pedido, né? — Porque todo mundo sabe que aquela mala da Pôneiowa é cara. — Mas Catarina pediu, Simone pensou: “Bom, ela vai chegar, vai pôr a mala lá na pousada, lá no hotel, sei lá, que ela vai e vai fazer as coisinhas dela, vai passar 18 dias lá e depois minha mala está comigo, né?”. Beleza… Lá foi Catarina para a viagem dela de lazer e passeios e nã nã nã. E tudo deu certo, ela viajou… Quando ela voltou, então, digamos assim, que Catarina voltou num domingo… — Vocês concordam que, vai, até ela desfazer a mala e tal, na terça já dava para devolver a mala, não dava? — 

Chegou ali na segunda nada, na terça nada, na quarta nada, na quinta Simone deu uma cobradinha. — E, assim, esses dias todos elas conversando, normal. — Aí a Simone falou assim para Catarina, falou: “Então, Cata, se não quer passar aqui para a gente conversar e tal? E aproveita e traz minha mala”, ela falou: “Eu tô cansadona, no final de semana eu levo”. Bom, tá bom então, né? — Final de semana, sábado e domingo. — Chegou sábado, nada, chegou domingo, Simone mandou uma mensagem perguntando: “E aí, que horas você vem?”, ela falou: “Então, amiga, não vai dar para eu ir”. Aí a Simone já de saco cheio, meio com ódio, falou: “Bom, então tá bom, eu vou passar aí pra pegar minha mala”. Aí a Catarina respondeu: “Ah, eu não estou em casa”. — “Eu não estou em casa…” — 

Aí Simone já respirou fundo, falou: “Bom, tá bom… Então amanhã vamos marcar um horário que eu vou pegar minha mala. Você sabe que é uma mala cara, você sabe que é uma mala que eu ganhei, que é uma mala praticamente de estimação e eu quero a minha mala, beleza?”. Aí a Catarina respondeu: “Nossa, Simone, pra que isso? Não precisa disso, sua mala tá aqui, tá segura”, e aí a Simone falou: “Não, não quero saber, quero pegar minha mala”. E aí marcaram que na terça—feira a Simone ia passar lá e pegar a mala. E já a Simone puta… — Porque, assim, a outra quando foi pedir a mala foi lá na casa, agora pra devolver Simone que tinha que buscar. — 

Simone resolveu nem avisar, assim, tipo e apareceu lá… [efeito sonoro de campainha tocando] Apareceu lá, a Catarina falou pra ela entrar no apartamento, entrou e conversaram um pouco. Ela falou: “Bom, cadê a mala?”. [música de tensão] Aí a Catarina veio com uma conversinha: “Ai, amiga eu tava lá no hotel, na pousada e roubaram a mala”, aí a Simone falou: “Como assim roubaram a mala?”, ela falou: “É, roubaram a mala”. Ela falou: “Impossível terem roubado a mala no hotel e, se roubaram a mala, você vai fazer o hotel me dar outra, porque eu quero minha mala… Quero uma mala igual à que eu tinha”. E aí a Catarina ficou enrolando, falou que estava vendo, que o hotel estava vendo, que isso, que aquilo… E Simone pra não discutir mais, foi embora puta. 

Aí no dia seguinte ela falou: “Bom, me dá aí o telefone do hotel que eu vou ligar lá”, e aí a Catarina não deu… Só que nas fotos que a Catarina postava, ela marcava o hotel, a pousada que ela estava e a Simone ligou lá [efeito sonoro de chamada telefônica] pra saber. Falou: “Olha, minha amiga se hospedou aí, ela estava com a minha mala e ela disse que ela foi roubada aí, então eu quero fazer um boletim de ocorrência porque é uma mala cara e nã nã nã”, aí levantaram a ficha e não tinha roubo nenhum, não tinha nada avisado de nada de roubo. Todo mundo lembrava da mala, é uma mala grande, uma mala rígida, é uma mala… — Eu não vou falar a cor da mala aqui, mas enfim, chama atenção. — E ela saiu de lá com a mala. — Então, quer dizer, Catarina estava mentindo. —

Aí Simone falou: “Bom, eu não vou ligar… Eu vou mandar uma mensagem de voz falando que eu liguei lá e que ela tinha saído de lá com a mala, que isso, que aquilo”. E aí ela mandou a mensagem pra Catarina e falando: “Catarina, você tem que dar conta da minha mala” e Catarina respondeu, a resposta da Catarina foi: [efeito de voz grossa] “Você sabe que eu tenho depressão por você estar me tratando assim”. E aí todas as respostas da Catarina pra Simone era nessa vibe assim… “Ai, eu tenho depressão” e elas são muito, muito, muito amigas… A Simone falou: “Catarina nunca teve depressão, nunca foi diagnosticada, nunca… Só se está agora, mas ainda assim, ela precisa dar conta da minha mala. Com depressão ou sem depressão ela tem que dar conta da minha mala”. 

E aí isso foi lá no começo do ano e até agora a Simone não conseguiu resolver, não conseguiu pegar a mala de volta… A Catarina não responde mais ela, não atende, bloqueou ela nas redes sociais. E aí a Simone — Depois de ouvir muitas histórias no podcast. — criou coragem para escrever e pediu uma orientação do que ela pode fazer. Ela tem, inclusive, as mensagens da Catarina pedindo a mala emprestada, a Catarina dizendo que ia lá buscar, a Catarina dizendo que ia devolver. — Tudo certinho. — Só não tem essa parte aí do roubo que ela inventou e que foi mentira, porque elas estavam conversando pessoalmente, né? Mas a Simone tem todas as mensagens de WhatsApp, né? 

Mas ela falou que viu, parece que agora na internet que mensagens de WhatsApp não conta mais, não sei, não serve mais como prova, enfim… Ela ficou meio apavorada, porque é a única coisa que ela tem, né? E também tem print de algumas fotos que a Catarina publicou com a mala… — Tipo, indo para o aeroporto, essas coisas, né? — Então ela queria nossa ajuda pra saber o que ela pode fazer. E o que eu fico mais besta, assim, é que como uma amizade de 15 anos a pessoa pisa na bola desse jeito por causa de uma mala, né? O que ela fez com a mala? Será que ela vendeu a mala? Será que ela guardou pra ela e não quer mostrar? O que será que ela fez? 

E o que a Simone pode fazer agora ou para reaver a mala ou pra conseguiu o valor da mala, enfim, né? Porque é uma mala de luxo e que, assim, é fora da realidade da Simone porque ela ganhou essa mala, né? Mas não é porque ela ganhou… — Porque, inclusive, a Catarina falou isso falou: [efeito de voz grossa] “Você nem pagou, você ganhou”. — Quer dizer, só porque a Simone ganhou a Catarina tem direito de ficar com a mala? De fazer o que quiser com a mala? Não faz nem sentido isso, né? Então a Simone queria aí uma luz da nossa parte. Se alguém tiver algum conselho jurídico importante para passar para Simone, o que ela pode fazer, né? Porque B.O. não pode porque ela emprestou mesmo, né? Ela que deu a mala lá, então é um caso para se resolver, sei lá, no Juizado de Pequenas Causas? Não sei… Então vamos dar essa força aí para nossa amiga Simone. 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, Simone, meu nome é Mayra, eu sou advogada… Não sou especialista na área de Direito Penal, mas posso te dizer que a tua amiga ao se apropriar da tua mala, mesmo você tendo emprestado e ela não ter feito a devolução, ela cometeu o crime de apropriação indébita. Eu acho sim que você deveria fazer a denúncia na delegacia, você faz o B.O., depois do B.O. você precisa fazer a representação criminal dela e você pode sim, com os prints que você tem, procurar um Juizado Especial e entrar com ação cível de indenização por dano material. As telas de Instagram ainda são válidas sim, só foi entendimento de um tribunal, então não deixe barato, não deixe que amizades vampíricas suguem você. 

Assinante 2: Oi, pessoal, aqui é a Natália de São Paulo. E meu recado pra Simone é o seguinte: Simone, eu não consigo imaginar nada que você consiga fazer de forma amigável, então… Até porque ela te bloqueou, enfim, teve todo esse estresse aí. Eu sou advogada e o conselho que eu tenho pra te dar é o seguinte: Faz um boletim de ocorrência e entra com ação. A Déia falou “Pequenas Causas”, hoje em dia a gente chama de “Juizado Especial Cível”, é rápido, você pede aí a restituição do valor do material, né? E as suas conversas de WhatsApp elas são válidas sim, essa decisão que saiu é só para terceiros… Como você é parte da conversa, você pode juntar todo esse histórico que vai comprovar sim que ela pegou sua mala, tá bom? Boa sorte, um beijão. 

Déia Freitas: Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.