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título: mamata
data de publicação: 17/10/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #mamata
personagens: juliana e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje mais uma vez é o podcast Dá um Reload. Dá um Reload é um podcast Amazon Original, feito pela equipe aí do canal Reload. O podcast Dá um Reload traz as notícias do momento numa linguagem super bacana, de jovem pra jovem. E é muito gostoso de ouvir… Mesmo você aí — como eu — que não é jovem, você vai curtir. Cada episódio termina com poesia slam da Jéssica Campos. Aquele resumão do assunto em forma de expressão artística. — É uma novidade, né, gente? Eu amo. — E, por falar de arte, alguns episódios ainda trazem notícias em formato de música… — Gente, Dá um Reload é tudo, né? [risos] Inovação aí total. — Confesso que eu estou amando essa parceria jovem. Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. E hoje eu vou contar pra vocês a história da Juliana. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Juliana tinha um namorado aí — há dois anos — e esse namorado a pediu em casamento. Então, “nossa, que feliz, né? Vamos casar e nã nã nã” e, na ocasião, a Juliana muito feliz, assim, não reparou aí em alguns detalhes… O cara queria casar com ela, mas ele queria que a festa fosse na casa dele. — Na casa dos pais dele, né? — E como não era uma casa muito grande, ele queria só convidar o pai e a mãe da Juliana e não queria chamar os irmãos e cunhadas, cunhados da Juliana. Então, tipo assim, ele queria que a festa fosse com a família dele e os pais dela. E ela falou: [efeito de voz fina] “Não, tem que chamar meus irmãos, meus cunhados, enfim, né? Minha melhor amiga e tal”. E aí o cara deu ali umas desculpas e tal e, gente… No final, o cara acabou convencendo a Juliana que seria melhor essa festa, assim, pequena, com a família dele e os pais dela.

Aí um pouco antes — do casamento — os pais da Juliana bateram pé e falaram: “Não, né? Pelo amor de Deus e tal”, e aí acabou que foi, mas aí o cara ficou de cara feia, enfim… O casamento foi nesse clima. Só que, na época, a Juliana muito apaixonada ela não percebeu isso, né? E o casamento seguiu… A partir do momento que eles casaram e voltaram da lua de mel… — Pensa assim, ó… — Os dois trabalham na mesma cidade, a Juliana trabalha mais longe, o cara trabalha mais perto da casa deles. A Juliana tem um carro, o cara não tem um carro… — O que o cara falou pra Juliana? — [efeito de voz grossa] “Olha, pra gente gastar menos combustível”… — Sendo que o carro era dela e quem gastava gasolina era ela. — [efeito de voz grossa] “É melhor eu ir trabalhar com o carro e você ir de ônibus”. — Gente… — O cara conseguiu convencer a Juliana de que era melhor para os dois — pra ele, óbvio, né? — que ele fosse com o carro dela trabalhar todos os dias e ela fosse de ônibus.

Então a Juliana passou de ir trabalhar confortavelmente no seu carro para ir trabalhar num ônibus lotado, saindo uma hora antes de casa. Então, se antes ela saia às sete, agora ela estava saindo às seis, pegando um ônibus lotado e ficando quase uma hora e meia dentro do ônibus. — É surreal, né? Mas o cara convenceu. — E a Juliana passou dois anos… Dois anos trabalhando de ônibus. Até que um dia, ela correndo pra chegar no ponto de ônibus, perdeu o ônibus e ficou mal, porque ela tinha uma reunião… E ela parou e pensou, ela falou: “Gente, eu não preciso disso, eu tenho um carro na garagem… Meu carro”. E como ela saía muito mais cedo que ele porque ela ia de ônibus, ela voltou, pegou a chave do carro e foi trabalhar. [efeito sonoro do carro dando partida] — O carro era dela, 100% dela. — E aí, quando o cara acordou, que ele acordava bem depois… Ia de carro, né? Estava tranquilão.

E viu que ela tinha saído de carro, ele ficou doido… “Como é que eu vou trabalhar agora?”. — E aí eu acho muito interessante, porque assim, quando a gente acorda, a gente acorda, né? — E aí a Juliana acordou, né? E ela falou: [efeito de voz fina] “Ué, você vai trabalhar de ônibus, como eu sempre fui. E, a partir de agora, você vai trabalhar de ônibus todo dia, porque eu voltei, peguei meu carro e o carro é meu, eu que paguei e eu vou trabalhar todo dia de carro”. — E, nisso ela já estava lá, né? Na empresa e tal, chegando antes da reunião. — E as amigas lá do trabalho bateram palma, ele escutou as amigas batendo palma e aí ele botou na cabeça dele que isso era coisa das mulheres lá da empresa, né? Mas não teve acordo. Juliana pegou o carro dela de volta. A partir daí, o relacionamento deles ficou bem ruim… — Porque ele queria o carro, gente. Ele queria o carro. — Ele tinha argumentos, ela falou: [efeito de voz fina] “Você pode ter o argumento que for, o carro é meu, eu que comprei. Você não trabalha? Compra o seu”.

[efeito de voz grossa] “Ah, mas você sabe que o meu nome tem restrição”,  [efeito de voz fina] “trabalha, limpa seu nome e compra o seu carro, não quero saber… Não vai pegar mais meu carro nem pra passear, pra nada”. Aí ela cortou de vez… E aí o relacionamento deles, que era ótimo, porque ela trabalhava de ônibus… E ela não pegava o carro nem pra ir no mercado. Ele ficava com o carro 100% do tempo. — Então, às vezes ela chegava em casa cheia de sacolinha que ela vinha carregando, tipo, andando a pé, sendo que ela tem um carro, o carro é dela. — Então ela falou:  [efeito de voz fina] “Chega… Chega… Dois anos assim, agora chega”. E aí o cara de birra falou:  [efeito de voz grossa] “Ah, então tá bom, então agora a gente vai colocar tudo no papel, pagar tudo meio a meio”. Só que já era meio a meio e algumas coisas ela pagava sozinha… — Tipo, televisão e internet, que é caro. —

Aí a hora que colocou tudo no papel, ele viu que ele pagava menos… [risos] E aí foi melhor pra ela também. Então aí o cara ficou mais no veneno e eles ficaram assim por um ano e pouquinho. — Ela não cedeu e eu acho que ela está certa. Pô, ela passou dois anos cedendo, né? — E o cara querendo fazer, assim, o tempo todo, como se fosse ela que tivesse destruindo o casamento, que ela que estava intolerante… Ele falava:  [efeito de voz grossa] “Nossa, você é muito intolerante”. E o resumo é que ele queria o carro. A partir dos seis meses ali do evento do carro, ele vinha tentando convencer de novo Juliana a deixar o carro com ele. A partir do momento em que ele viu que não ia ter jeito nenhum, ele parou de transar com ela também. Então, além de todas as coisinhas que ele vinha fazendo, ele deixou de tocar na Juliana de qualquer forma. E aí eles ficaram mais um ano assim e depois de um ano e meio todo nesse clima, né? Aí o casamento acabou.

E até hoje ele fala pra todo mundo que o casamento acabou porque a Juliana é muito egoísta e só pensa nela. [risos] — Só pensa nela, gente… A menina passou dois anos andando num ônibus cheio… — Uma hora e meia, quase duas horas de ônibus pra chegar no trampo, pra ir e pra voltar no horário de pico, porque o bonito queria trabalhar de carro pertinho. E ele já fez até post nas redes sociais, no Instagram, tipo… Com uma foto assim de mar, sabe? “Quando o amor acaba pelo egoísmo da pessoa que você ama”. [risos] — É muita cara de pau, né? Mas olha, não fico surpresa… Real mesmo. Porque recebo muitas histórias assim, quando as mulheres acordam aí os caras pulam fora porque acabou a mamata, essa é a verdade. — É demais… O cara tinha tudo, ela fazia tudo por ele, dava tudo, pagava mais conta que ele em casa e, a hora que equilibrou [risos] e que ficou justo, porque o carro era dela, né? Ué… Ele trabalhando pertinho, gente, tipo, não precisava nem pegar ônibus… Se fosse de carro de aplicativo a Juliana falou que dava dez reais… Ia ficar mais barato. Mas enfim, né? Ele queria ir de carro.

[trilha]

Assinante 1: Oi, meu nome é Carol, sou aqui de São Paulo e queria mandar um recado pra Juliana. Primeiro: parabéns por ter tomado uma atitude. Muitas vezes a gente acorda e não tem coragem de tomar uma atitude ou seguir para o próximo passo. Então, às vezes acordar não é o suficiente. [risos] E outra coisa é pra você ficar atenta e tentar perceber se nas suas próximas relações você não começa novamente a colocar as vontades da outra pessoa e os desejos e o bem-estar da outra pessoa antes do seu. Pensar sobre você primeiro, antes de agradar outra pessoa, tá bom? Se a situação está confortável pra você, se não está… Pra que você não entre de novo nessa situação. Um abraço. 

Assinante 2: Oi, pessoal, aqui quem fala é a Carolina de Santa Fé do Sul, São Paulo. Essa história da Juliana é muito importante pra que a gente não ignora os sinais aí antes da relação, pra até casar, enfim, pra gente decidir aí construir uma vida com essa pessoa. A gente acha que a pessoa vai mudar, que aquilo vai ser diferente, que na hora que casar a pessoa vai fazer de uma outra forma e não vai… Ele já começou a demonstrar o quanto ele era egoísta, que, na verdade, quem é egoísta nessa história é ele desde o começo… E acredito que ele possa ter mostrado aí pra você, Juliana, muitos outros sinais. Então, fica a dica aí nos seus próximos relacionamentos, se atente justamente a esses sinais a como você se sente e não tenha medo de se posicionar e se priorizar. A relação ela precisa ter equilíbrio, o que, no caso, não aconteceu. aí, né? Enquanto você estava fazendo as coisas por ele, ele estava confortável ali, depois que você exigiu que ele faça o mesmo, ele não deu conta. Então, é muito importante. 

[trilha] 

Déia Freitas: O Canal Dá um Reload descomplica a notícia. É um canal de jovens feito por jovens para jovens. É informação de qualidade na sua timeline, sem enrolação. Acesse gratuitamente o podcast Dá um Reload na Amazon Music. Toda quarta-feira tem episódio novo. Eu vou deixar os links aqui na descrição. Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.