Skip to main content

título: massas
data de publicação: 08/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #massas
personagens: elisângela e moça

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] A Netflix está aqui comigo… — Mais uma vez. — [som de abertura da Netflix] E, gente, a Netflix está comigo o mês todo de fevereiro. — Olha que chique. — A Netflix me convidou para contar aqui histórias de golpe — Escolhidas por mim. — pra gente comemorar a estreia da minissérie Inventando Anna da Shonda Rhimes, que estreia dia 11 de fevereiro. A série é baseada na história real da golpista Anna Delvey. E, além de contar aqui oito histórias de golpe, eu vou contar dia 14 às 20 horas — Anotem aí. — no Spaces lá da Netflix, lá no Twitter, a história da vida e a prisão da Anna Delvey. 

E aí a série já vai ter estreado e a gente vai abrir, né? Os microfones, pra conversar com vocês sobre a série. — Ai, gente, tô tão nervosa… — Espero que todo mundo lá, hein? Vamos lotar ali o Spaces da Netflix. E hoje eu vou contar para vocês a história de Elisângela, é uma história que se passa na pandemia. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

No final ali de 2020, uma amiga da Elisângela comentou com ela que tinha encontrado uma loja de massas artesanais. — Ai que delícia. — E que, assim, tinham pratos maravilhosos, né? Tinham massas maravilhosas, pré cozidas e tal, para você fazer em casa ou comprar algum prato pronto e tal… E a Elisângela ficou super animada, pegou o contato e entrou em contato ali por WhatsApp, né? — Pra pegar um cardápio, ver o que tinha e nã nã nã. — Ver se tinha ali no cardápio um ronde especial, hein? — Quem lembra? [risos] Saudades. — E aí a Elisângela entrou em contato com a loja, foi atendida extremamente bem por uma moça muito educada, e aí essa moça explicou tudo sobre as massas, os recheios… Meu, a moça sabia de tudo… Lá também vendia uns vinhos para acompanhar, enfim. 

Elisângela ficou louca. [risos] — Taurina como eu. — Comprou praticamente a loja toda de massa, de vinho, enfim… Fez aquela compra… Ela pagou via transferência no nome ali da empresa e deu tudo certo. Quando ela recebeu a compra, veio junto — Não sabia se era um brinde ou não. — um vinho que ela tinha visto ali pelos preços, que era um vinho caro. E aí ela avisou a moça, [efeito sonoro de digitação no celular] falou: “Olha, veio por engano aqui um vinho mais caro, mas eu gostei e eu quero ficar com ele. [risos] Vou fazer a transferência”. A moça falou para ela: “Olha, não, não, não… Esse vinho é para você”… “Esse vinho é para você, é uma cortesia da casa. Nós estamos muito felizes aí com o seu pedido e nã nã nã”. — Enfim… — 

Pelo o que a Elisângela entendeu, a moça era dona do lugar, né? — Enfim… — As coisas dela, que ela comprou as coisinhas de comer, vieram todas certinhas e, além dos vinhos que ela tinha pedido, veio esse vinho aí especial, né? — Esse Chateau do Pônei. [risos] — [efeito sonoro de garrafa abrindo e sendo despejada] e ela tomou ali o Chateau do Pônei e resolveu renovar o pedido… — Porque a comida era muito boa, enfim… Coisa artesanal de primeira, coisa linda, coisa fina. — Só que aí no segundo pedido, essa moça falou para ela assim: “Olha, a conta que você fez a transferência lá, a conta aqui da empresa, está com problema, você pode depositar nessa conta aqui” que era a conta pessoal da moça… — Até aí, né? A moça tá ali na loja, enfim… — E estabeleceu-se essa relação financeira. 

A Elisângela recebia todas as coisas certinhas, sempre vinha um mimozinho ou um docinho, ou um vinho, ou uma massa, um prato separado — Que ela não tinha comprado. — Como brinde. E ela sempre fazendo esses pedidos assim mais vultosos e sempre pagando ali na conta da moça, né? Às vezes era a própria moça que ia levar as coisas para a Elisângela, então era uma moça, assim… — Esse estilo aqui em São Paulo que a gente chama de Santa Cecilher, sabe? [risos] — Uma moça, assim, muito moderna, muito, assim, meio zenzona e tal… — Assim, que com certeza tem uma samambaia ali na casa dela, plantinhas e nã nã nã. — Quando a moça não podia, a moça mandava um entregador levar ali para a Elisângela. 

E, assim, a Elisângela nunca teve problema em pedido nenhum dela. — Nunca. — Aí chegou um determinado tempo ali que a Elisângela resolveu ir passar uns dois meses na casa da mãe, né? — Em outro estado. — E deixou ali de comprar as massinhas um tempo. Quando ela voltou, a primeira coisa que ela fez foi mandar mensagem para a moça falando: “Olha, voltei, quero mais massinha”. [risos] — O meu vinhozinho delícia. — Só que aí a mensagem só ficou com um pauzinho assim… — Como se aquele número lá estivesse desligado, enfim… — E aí a Elisângela entrou no Instagram da loja e viu que estava outro número, pegou aquele número, mandou mensagem e falou: “Oi, fulana, aqui é a Elisângela e tal, queria renovar meu pedido e nã nã nã”. 

Só que do outro lado respondeu um cara e o cara foi meio, assim, seco com ela, sabe? Meio ríspido… E respondeu de maneira ríspida como se a Elisângela nunca tivesse comprado lá, não fosse uma cliente, assim, assídua, de muitos meses. A Elisângela perguntou pela moça… — Falou: “Ah, então… Eu sempre fiz os pedidos com ela e nã nã nã”, e aí esse cara disse que ela tinha sido demitida, né? — A moça. — Porque ela passava a conta dela, pessoal, para os clientes e ela ficava com o dinheiro. E aí a Elisângela ficou em choque, porque, indiretamente, ela ajudou a golpista, — A funcionária golpista. — a enganar o patrão aí, [risos] a enganar o chefe, o dono. 

E aí a Elisângela lembrou que, na época, ela era super bem atendida, né? — Tipo, coisa, assim… Muito mimada… — E ela acabou indicando a loja para outras pessoas e algumas dessas pessoas falavam: “Nossa, mas o atendimento é péssimo, né?” e a Elisângela não entendia como que com ela o atendimento era maravilhoso e, com algumas pessoas, o atendimento era péssimo. E agora depois de saber desse golpe, ela deduziu que ela era bem tratada porque ela fazia transferência para a conta da moça. Então a moça tratava ela muito bem, tipo, ela era VIP. [risos]. 

A Elisângela continuou pedindo na loja, só que aí o atendimento agora quem fazia era esse cara. — Que era o proprietário. — E ele não tinha o menor traquejo com os clientes, e ele atrasava as entregas, às vezes não entregava… E ele era meio, assim, seco, meio grosseiro… — E aí… [risos] — A Elisângela resolveu procurar uma outra loja, porque ela estava sentindo realmente ali falta do atendimento VIP da golpista. [risos] A real é que depois que a golpista saiu, o atendimento da loja lá ficou muito ruim. [risos] O cara assumiu ali, né? — Com toda razão. — As contas da loja… Só que em atendimento ainda precisa, né? — [risos] Dar uma acertada nas coisas. — E essa é a história da Elisângela, que sem querer, sem imaginar, estava ajudando aí a golpista no golpe dela na firma. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, sou a Fernanda de Belém e esse caso está aí para mostrar para a gente que o brasileiro não tem paz nem quando quer comprar uma comidinha, uma bebidinha, né? Também é mais um caso pra gente ver como o golpista tem lábia, porque ele precisa saber enrolar o outro. E eu estou muito ansiosa para assistir Inventando Anna na Netflix e conhecer sobre essa outra golpista. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é Adriana de Campo Largo, Paraná. E, menina, mas que história essa… Coitada, fiquei até com um pouco de pena, né? Mas quando o cara é mau atendente, abre um negócio pra trabalhar com o público e não sabe trabalhar com público… Bom, não pode dizer que mereceu ser vítima, né? Ninguém merece ser vítima de um golpista. Ela deve ter dado uma mordida na carteira dele, mas que bafo, gente… Eu estou amando essa série dos golpes, porque nunca é demais a gente aprender quantos golpes que a natureza humana tá inventando por aí. Sensacional. Então que bom que no final deu tudo, praticamente, certo, menos para o dono da [rotisseria]. É isso aí, um beijão. 

Déia Freitas: E, gente, anota aí: dia 14, segunda-feira às 20 horas lá no Spaces do Twitter da Netflix, eu estarei felizinha contando uma história e eu quero todo mundo lá para a gente interagir e conversar sobre a Anna Delvey, um beijo. [barulho de beijo] Valeu, Netflix. E eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.