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título: minhas coisinhas de aniversário
data de publicação: 07/02/2023
quadro: minhas coisinhas
hashtag: #minhascoisinhas
personagens: déia freitas

TRANSCRIÇÃO

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra um Minhas Coisinhas de aniversário. Esse quadro Minhas Coisinhas é um quadro exclusivo pra assinantes, mas como eu tinha prometido para algumas pessoas que no dia do aniversário do podcast eu responderia algumas perguntas, a maioria perguntas pessoais que fazem pra mim, eu achei mais justo colocar esse minhas coisinhas aí nas plataformas gratuitas. Então, este é um episódio onde eu vou responder aqui as perguntas das pessoas que chegam no meu e-mail, nas redes sociais… [risos] Então, se você não tem interesse aí na minha vida, o que é totalmente justo, porque esse aqui é um podcast de histórias, pode pular esse episódio [risos] que não tem nada interessante… Sério, gente, é só mesmo eu respondendo a perguntas. Então, bom, vamos lá, vamos de primeira pergunta. 

“Você mora com a sua prima Janaina?” Sim, nós moramos num mesmo quintal, a Janaína na casa dela e eu na minha casa. Ela mora na frente e eu moro nos fundos. Gente… Essa pergunta: “Quantos quartos têm na sua casa?”. Só tem um quarto… [risos] Quarto, sala, sala com cozinha integrada porque, né? O outro cômodo e banheiro… É isso. São espaçosos, são espaçosos, mas é isso. “Como é a sua rotina diária?”, gente… [risos] Eu me sinto, assim, uma blogueira que tem coisas interessantes para contar do dia… Bom, meu dia é muito básico… Eu acordei 05 horas da manhã todo dia. Agora acordo 05 porque eu vou pra ginástica às 06. Então, antes eu acordava 05 horas pra gravar, então agora eu saio de casa… Acordo 05 horas, tomo café porque não consigo fazer exercício de barriga cheia, tomo um copo d’água e vou para a ginástica. 

Faço ginástica até 7:15… 7:10, 7:15, volto para casa, aí eu tomo café e aí eu vou cuidar das coisas dos meus bichos, principalmente dos gatos. Então vou lá repor ração, limpar areia, trocar águas, cuidar das coisas dos bichos. E aí depois começa o meu dia… Vou ver os e-mails, geralmente as histórias que chegaram… Não faço isso todos os dias, né? Eu tenho dias pra ver as histórias, vou separar os roteiros que eu já fiz, os roteiros que eu vou passar pra Karina, que é redatora aqui comigo e também faz os roteiros das histórias. De manhã é isso, assim, resolvendo pendências, e aí almoço, resolvo mais pendências na parte da tarde… E, ah, de manhã, quando eu volto, eu ainda gravo, mas agora eu estou tentando gravar a noite também. A noite eu fico com a voz mais mole, então eu não gosto de gravar a noite, mas estou tendo que gravar porque estou saindo muito cedo pra ir pra academia, que seria o horário que eu gosto de gravar, que é de madrugada ali, mas assim, eu tenho que dormir, acordar e gravar. 

Então, acho que minha rotina é isso, assim, não tem nenhum glamour, nem nada, assim, diferente, não, [risos] não sou bem básica. “Quantos bichos eu tenho?”, eu tenho seis gatos e três cachorros. A minha prima tem três gatos e três cachorros. Então, aqui no nosso quintal, a gente tem 15 animais e a gente se reveza, né? Principalmente no cuidado dos cachorros, que eles são em seis, três meus e três da Janaína e eles comem juntos… Então a Janaina da refeição da manhã, eu dou a refeição do final da tarde ali, comecinho de noite… A gente tem a Miôja, que é a minha cachorra, que tem diabete e tem lúpus, então ela precisa de certos cuidados, toma insulina e tal, então eu também, eu e a Janaína, a gente reveza os cuidados também, divide tudo essa questão dos bichos. E é isso, assim, são 15 bichos aqui, sendo nove meus e seis da Janaína. 

Outra pergunta: “Você ainda resgata animais?”, sim, ainda resgato, principalmente para castrar. E também agora eu sou apoiadora financeira do Projeto CAPA, da Mariana Aidar, que é minha amiga pessoal, uma das minhas melhores amigas e a gente resgata animais há, sei lá, 15 anos juntas. Então, agora que ela tem um projeto, cuida de capivaras e não só de capivaras, cães, gatos e qualquer animal silvestre que entrar ali, acho que no Rio Tietê, Rio Pinheiros, enfim, X, ela cuida… Então eu estou apoiando financeiramente. Inclusive, esse ano eu estou apoiando vários projetos financeiramente e, para o Projeto CAPA eu fiz um apoio de 60.000R$, é um apoio anual, então dividido aí por meses dá aí 5.000R$ por mês. Acho que vou aproveitar e falar dos outros projetos, porque tem uma pergunta aqui mais pro final, que eu vou trazer aqui pra cima. 

Bom, além desse projeto, eu vou patrocinar uma escola de ancestralidade indígena no Ceará. Ainda não vou dar nomes aqui, depois a gente fala… Eu estou também rascunhando um projeto com a… Será que eu já falo? Acho que já posso, né? Com a Maristela Rosa, que eu amo, do Papo de Preta. Então a gente vai ter aí um conteúdo bem legal, voltado pra ONGs. O que a gente quer fazer, assim? Ah, você tem uma ONG e você não sabe como estar na internet, como divulgar sua página, como divulgar melhor seu conteúdo… E a gente vai fazer isso, voltado para o público preto e pardo e eu ainda estou rascunhando isso com a Maristela. Ela me mandou um projeto muito legal e a gente fez uns ajustes e vamos seguir juntas. E é um patrocínio também de 60.000R$, no mesmo esquema de 5.000R$ por mês. E trazendo a pergunta, a escola de ancestralidade indígena é o meu maior orçamento desse ano. 

Eu acho que dá 16.000R$ por mês, é também anual e é um projeto bem maior, com mais pessoas envolvidas e um projeto que vai rodar ali o Ceará, então é uma coisa maior, é a minha maior fatia do orçamento para projetos sociais desse ano. E tem ainda um projeto de visibilidade trans que eu já escolhi o que eu que eu quero, mas ainda estou vendo alguns, mais dois ou três e também é um projeto de 60.000R$ que eu vou disponibilizar, também nesse mesmo esquema de 5.000 R$ por mês. E aí a pergunta que me veio bastante: “Por que eu escolhi essa pauta da visibilidade trans, sendo que tem projeto de violência contra mulheres e tem um monte de outros projetos?”, enfim… 

Esse ano eu escolhi esses projetos que eu falei aqui e acho sim importante injetar dinheiro na causa de visibilidade trans. Certos questionamentos que eu tive que ouvir, assim, eu não vou nem responder, mas o fato é que as pessoas se incomodam realmente quando você diz que vai apoiar certas causas e foi chato, sim… Eu perdi seguidores, eu perdi assinantes, mas eu acho que essa galera tem que ir embora mesmo, né? Porque a pessoa que questiona uma pauta tão séria quanto essa, no Brasil, a violência contra as pessoas trans no Brasil é uma coisa horrorosa, imensa… Então que “ah, porque eu não gosto,” “não acho justo”, problema seu. Assim, eu não tenho que ficar respondendo carinhosamente as pessoas que são preconceituosas desse jeito. Então, pra essas pessoas é problema seu que você não gosta e que bom que você foi embora, eu não tenho muito o que dizer sobre isso. 

Mas eu acho importante divulgar para as pessoas que me apoiam e que patrocinam o meu trabalho para onde está indo o dinheiro também, né? Então, além de investir muito nos meus funcionários, que eu invisto bastante neles, eu acho que a gente tem que investir em gente, né? Tem esses projetos que eu acho que eu tenho que abraçar todo ano… Eu já fazia isso quando eu tinha menos grana, por que agora que eu estou com grana eu não vou fazer? Não faz sentido. Se bem mais pobre eu fazia, por que agora não vou fazer? Óbvio que eu vou fazer. Então é isso, acho que respondi. [risos] Juntei um monte de pergunta aí que veio sobre esse tema, sabe? Porque eu fiz um post dizendo que 300 e tantos mil reais que eu vou… Quase quatrocentos mil que eu vou investir em projetos sociais e tal, e não sei porque as pessoas ficaram revoltados assim, né? Sei lá, se eu tivesse comprado um carro de 400 mil será que geraria isso, né? 

Talvez sim, porque tudo que eu também falo, sei lá, vira polêmica, mas será que geraria esse tipo de questionamento do que eu estou fazendo com meu dinheiro, né? Não sei… Porque também não vou ter um carro, [risos] nem dirigir eu dirijo, então eu invisto realmente em coisas que eu acho importantes, para mim, para você, para o coletivo, e que eu acho que vão dar retorno pra sociedade. Então, não é uma coisa palpável que a gente possa ver agora, mas muita coisa ao longo dos anos a gente vai vendo… E se não investir, não tem melhora. Então eu quero ser essa pessoa do lado, que investe em seres humanos, em projetos que tem aí o ser humano o seu principal objetivo de melhora e tal… Então acho que é isso. 

O que nos leva à próxima pergunta que é: [risos] “Assinei e todas as histórias ficam de graça depois. Qual a vantagem?”, bom, como a gente sempre fala, se não existisse o apoio dos assinantes, não teria podcast, porque eu não teria como fazer tanta coisa que eu faço, assim. Eu acho, modéstia a parte, que eu devolvo bastante coisa pra quem assina e pra quem não assina também, que também o nosso objetivo é democratizar o podcast e deixar sempre mais acessível. Então a gente tem quadros exclusivos, por exemplo, tudo o que tem novidade os assinantes ficam sabendo primeiro, tem a opção de algumas coisas de comprar primeiro e não sei…. Eu acho que é isso, tá bom assim… O meu produto são as histórias, né? Então, o foco é esse. Então, se você assina, recebe histórias, eu acho que eu já estou fazendo a minha parte também, te entregando histórias. Aí o que eu vou disponibilizar de graça ou não, o que eu vou fazer com dinheiro ou não, acho que cabe meio que a mim, né? Contanto que vocês recebam as histórias e que fiquem felizes e tal, né? Então, acho que é isso. [risos] 

Ai meu Deus, pergunta assim, bem daquelas de caderno que a gente responde no passado, assim… “Qual o meu maior defeito e a minha maior qualidade?”, ai, puts… Qualidade… Eu gosto muito de uma coisa em mim que as pessoas não gostam tanto… Eu sou uma pessoa muito direta. Então, se você me pergunta alguma coisa, eu vou te responder diretamente e eu não sou uma pessoa de rodeio, firulas e também não sou uma pessoa falsa, isso você pode ter certeza, se eu falo com você é porque eu gosto de você, porque das pessoas que eu não gosto, eu simplesmente não me obrigo a falar assim. Já basta no trabalho, no passado que eu era obrigada a falar e interagir com pessoas que eu não gosto, que eu não gostava, mas agora eu não faço mais isso, então… E só fazia isso também em ambientes de trabalho. 

Eu sempre fui assim, muito honesta… Não sou aquela pessoa que vai te dar uma opinião sem você perguntar nada, eu jamais dou sobre a vida pessoal da pessoa, sobre aparência dela, sobre nada, sobre como ela gasta o dinheiro dela, sobre nada… Mas se você me perguntar, eu vou ser sincera com você. Então eu sou uma pessoa que os amigos, quando eles fazem alguma merda, eles vem me contar e perguntar a minha opinião porque eles sabem que eu não vou mentir, eu vou ser sincera… Então, eu acho que isso é uma qualidade, mas muita gente não gosta, né? Eu me vejo muito na Dilma Rousseff, sabe? Aquele jeito dela direto e objetivo… Eu sou o espelho, assim… Se você olhar pra Dilma reagindo as coisas e eu reagindo as coisas, eu sou Dilma. E muita gente não gosta disso em mulher, né? Em homem tudo bem, mas em mulher não. Então, é uma coisa que eu gosto em mim, porque eu não sou uma pessoa que vou fingir e eu acho isso importante… Não fingir, não ser falsa. 

Mas as pessoas preferem as pessoas que são mais políticas, acho, né? E aí eu acho que esse é meu maior defeito… Um dos, né? Porque eu tenho um monte de defeito, mas um dos é não ser política, não conseguir fazer um elogio se eu não achar que aquilo deve ser elogiado, sabe? Assim tipo “ah, aquela roupa tá feia”, eu vou ser falsa e vou falar que está bonita? Não, não vou falar nem que está feia e nem que tá bonita… Se a pessoa me perguntar mesmo assim eu não vou falar que tá feio, vou falar: “olha, não é do meu gosto, mas tá tudo bem”. [risos] Então eu acho que ser político em algumas situações, assim, ser mais… Não sei, acho que mais… Falar algumas coisas para agradar as pessoas às vezes é bom, te tira de enrascadas, mas eu não consigo ser essa pessoa. Então, eu acho que esse também é um defeito meu, assim… Eu queria ser mais flexível nessa questão de falar as coisas, assim. 

A próxima pergunta é: “Como você fecha os publis?”. Não sou eu que fecho os publis, eu sou agenciada pela BP Ideias do Bruno Porto e é ele que fecha os publis pra mim, assim, então o máximo de reunião que ele consegue fazer sozinho ele faz, mas às vezes, quando precisa, eu também estou presente e tal… Mas aí ele traz os briefings… Agora eu tenho a Karina Vieira, que é lá do Afetos, que também faço uma participação no Afetos… Também tem pergunta do Afetos aqui também… Ela trabalha comigo desde o ano passado, e aí ela me ajuda também nisso, dos briefings e tal, que é uma parte mais chata, assim, né? Que tem umas coisas que você tem que falar, tem uns textos que eu não posso mexer como roteirista, que são ali os de publicidade mesmo, do publi, então a Karina faz essa parte pra mim, o que me ajuda muito, facilita muito a minha vida. 

Então é o Bruno Porto que faz todo esse trabalho pra mim, assim, e eu estou muito feliz de ter o Bruno… Porque ele também sabe tudo o que eu não faço e quando ele sabe que é uma coisa que eu não vou fazer, ele nem me manda, mas às vezes tem uma coisa ou outra que ele fala: “Isso aqui, vamos fazer ou não vamos fazer?”, se eu falo “não”, ele não insiste e isso é muito importante pra mim… Assim, o Bruno me respeita demais, assim, muito mesmo. E facilitou… E eu acho que aqui vale um recorte racial sim… Quando eu não tinha agente nenhum, eu não tinha publicidade nenhuma e facilita muito o Bruno ser um homem hétero branco, assim, acho que as pessoas acabam, sei lá, confiando mais? É a palavra? Não sei, eu sei que facilita a minha vida. Então, por que não utilizar [risos] a figura do homem branco hétero a meu favor em algum momento? [risos] E o Bruno é maravilhoso, então estou feliz. 

Outra pergunta aqui: “Como você faz o roteiro das histórias?” Bom, o e-mail chega, a gente tem um banco de muito e-mail, assim, 9 mil e tantos e-mails… Os títulos mais chamativos é o que eu vou primeiro, né? E aí eu separo e entro em contato com a pessoa pra entrevistar e, depois da entrevista feita, eu vou fazer ali uma guia das coisas que eu tenho que falar. Um jeito que eu tenho facilidade para memorizar as histórias, é rascunhar no caderno. Então, o meu roteiro ele é feito à mão. Então eu faço no caderno e depois eu faço no computador apenas uma guia com os tópicos principais, porque eu já tenho memorizado o que eu vou falar. Então, o meu processo é esse, assim, e escrever num caderno me ajuda a memorizar a história. Então, é uma técnica que eu uso. 

Também os e-mails eles vêm, assim, a história com a ordem bagunçada… Então eu pego o fator mais importante ali daquela história e vejo onde que eu vou botar, se vou botar no meio pro fim, se eu vou deixar para o fim, se eu quero… Que tipo de impacto eu vou querer causar. Então, uma história pode ter várias coisas importantes, mas eu posso destacar apenas uma ou duas, né? Então vai muito mesmo do que eu quero ali dentro daquela história real, daquela narrativa, o que eu quero destacar. Ó, pergunta sobre o Afetos, se a minha participação no Afeto Te Ajuda acabou… Não, não acabou. As meninas estão de férias, a gente volta, eu acho que esse mês, se não for esse mês é no outro, mas não, não acabou, estou dentro. [risos] 

“O Indiscutível vai voltar?”, que é o meu podcast com a Camila Fremder, vai… “Quando?”, só Deus sabe… Porque a gente reformulou algumas coisas, a gente queria fazer de uma outra forma e a Camila está com muito trabalho, eu estou com muito trabalho e a gente está meio que podre de saúde, porque a gente não está tendo descanso. Camila ainda consegue ir pra um resort, alguma coisa, mas também chega lá e está trabalhando, está no computador, trabalhando, então a gente está muito cansada e aí a gente vai ver a hora que der, né? Eu falo com a Camila quase todo dia, a gente faz um indiscutível toda vez que a gente conversa, porque a gente está sempre falando das coisas, né? Mas pra gravar mesmo, ainda não deu certo e a gente está deixando essa vida levar, entendeu? Para ver quando que a gente vai conseguir reunir e fazer. Mas vai voltar… Um dia voltará. 

A pergunta: “Por que eu vou fazer uma trilha se eu odeio trilha?”, porque lá no começo de 2022 eu fiz uma promessa, que se o Lula fosse eleito, eu faria uma trilha. E aí, graças a Deus [risos] e a votação popular, o Lula foi eleito. Então, aí agora eu tenho que pagar a minha promessa, que eu já estou com angústia, que eu tenho que pagar logo. Mas agora é uma época de chuvas e eu não vou fazer trilha com chuva de jeito nenhum… Então, assim que passar essa época de chuvas, eu vou fazer uma trilha e vou fazer uma trilha de verdade. Todo mundo falou: “Ah, faz uma trilha, sei lá, de dez metros, de um quilômetro, sei lá”, [risos] mas assim, eu acho que a promessa não vai estar cumprida. Então eu vou fazer uma trilha daquela que eu odeio… Lógico que sem perigo, sem nada, nenhuma loucura, nem escalar nada, mas algo que eu não faria, porque acho que a promessa é essa, fazer uma trilha que eu não faria. Então, eu vou fazer essa trilha. 

E a próxima pergunta que era “quem me deu a botinha de trilha?”, foi a Pri Armani, minha amiga e a pessoa que fundou esse podcast… É a Priscila Armani. É ela que me deu uma botinha caríssima, gente, maravilhosa… E eu fico andando de botinha em casa porque ela tem que lacear, então vira e mexe eu estou de camisola e botinha de trilha. [risos] É isso… “Quantos anos tem com o Coentro-Nenê?”, o Coentro-Nenê tem seis anos, ele está comigo, ele foi um resgate da Mariana, essa minha amiga que eu ajudo agora lá na ONG, quando ele era bebezinho de um mês, assim… Aí ele ficou lá na casa dela até castrar e depois ele veio para mim em definitivo. Tomatinho também é um gatinho que veio da Mari. Eu não lembro se Tomatinho nasceu lá ou se ela pegou na rua, mas acho que o Tomatinho veio de uma gata prenha que ela resgatou, alguma coisa assim… 

Outra pergunta: “O Dourado e a Beth voltaram a trabalhar com você?”, não, o Dourado ele não trabalha mais comigo… Ele fundou junto com o Roni, o Roni foi o cara que fez o meu aplicativo, ele fundou junto com o Roni o PodBásico”, o que é o PodBásico? Vocês estão vendo lá o meu aplicativo, né? É disponibilizar esse aplicativo a um preço totalmente acessível para outros podcast. Porque a minha ideia com o Roni sempre foi essa, tipo, “vamo fazer pra depois você poder disponibilizar de maneira acessível pra outros podcasts”, então eu espero que daqui até, sei lá, abril no máximo, o PodBásico já esteja com tudo e que outros podcast tenham o mesmo aplicativo que eu tenho… E eu pago pros meninos 10%, eu pago 13% no Apoia.se, pago 9,9% na Orelo e pago 10% PodBásico pra ter o meu aplicativo lá prontão. Então isso vai estar disponibilizado pra todo mundo que tiver um podcast. 

Você pode ter um podcast de, sei lá, quatro assinantes, cinco assinantes, sei lá, o que você quiser, que você vai poder ter o mesmo aplicativo que eu tenho. E eu acho isso muito importante, porque eu sou a pessoa… Tem muita gente que gosta do exclusivo, né? Então “ah, só ela tem aquela bolsa”, “só ela tem aquele tênis”, porque se sente mais importante ou, assim, mais exclusivo mesmo, né? Eu não… Eu acho, assim, se eu tenho um tênis bacana, esse tênis tem que ser fabricado bastante pra cair o preço e todo mundo tem um tênis bacana. E eu penso isso do aplicativo também… Se eu posso agora ter um aplicativo onde eu posso gerar minha própria renda e todo mundo que tem podcast ganha nada quase, por que as outras pessoas também não podem? Então eu quero muito que todos os podcast tenham o mesmo aplicativo que eu, sem ter que gastar a grana que eu gastei, entendeu? Tipo, só pagando 10% do que você arrecadar lá pro PodBásico. 

Então, eu acho isso muito legal e eu espero que o Roni e o Dourado façam isso logo. Já tá fazendo, né? Mas acho que só vai lançar acho que começo do mês que vem… E a Beth…. A Beth é nossa enciclopédia de episódios… Tudo o que você perguntar do podcast a Betinha sabe, ela não voltou a trabalhar com a gente, mas ela está sempre muito presente e é muito importante pra gente isso. Então, Betinha está sempre por perto. Agora, vem um monte de perguntas aqui sobre as pessoas que trabalham comigo. Então: “Atualmente, quantos funcionários você tem?”. Eu tenho quatro funcionários, a Cami Rocha, que todo mundo conhece, que cuida das mídias, o Bruno Bezerra que cuida do Telegram, do YouTube e do meu atendimento, a Karina, minha redatora, que tá comigo nas histórias, que entrevista as pessoas e me ajuda nos briefings e tem a Mayara, que é minha colega de profissão, psicóloga também, que cuida da plataforma de vagas e dos nossos projetos outros, né? Inclusive esses projetos que estão chegando agora e também faz, na parte da manhã, as transcrições aí das histórias. 

Então, são esses os meus funcionários CLT. Tem umas perguntas aqui sobre a rotina dos funcionários… Eles trabalham em home office, trabalham em casa. A gente optou… Eu optei, né? Por dar a sexta-feira livre pra ter um dia de semana pra fazer suas coisinhas, né? Então eles trabalham das 09h às 19h de segunda a quinta-feira e fazem o horário de almoço ali todo mundo junto dá 13h às 14h. E que mais? Ah, por que eu optei por essa jornada reduzida? Se eu montei escritório? Não, todo mundo trabalha em home office. E eu já falei, optei por isso pra eles terem três dias de descanso. E não é todo mundo que se dá bem na rotina de home office e eles quatro se dão super bem, assim, eles conseguem manter foco e produtividade trabalhando de home office, então isso também é importante, né? Então casou aí o perfil deles com o meu perfil, eles são maravilhosos [risos] e tem nem o que falar, assim, e tá tudo certo, tá tudo bem. 

Outra coisa que perguntaram é sobre salários… Eu não vou abrir salário de ninguém aqui, né? Que trabalha comigo. Mas ninguém ganha menos que 5.000R$, a gente está falando de registro em carteira real, né? Ninguém ganha menos de 5.000R$. Tem o vale refeição de 35R$, tem uma ajuda de custo pra pagar a luz e internet de 200R$ e tem os bônus que eu dou, enfim… Tá todo mundo também conseguindo ter uma autonomia financeira trabalhando comigo e eu acho isso muito importante. O Léo também trabalha comigo, mas o Léo tem outros trabalhos, então ele não é CLT comigo. E é isso, né? Aí tem os prestadores que fazem uma coisa aqui, outra coisa ali, mas prestador de serviço que está comigo todo mês, assim, é o Léo, que faz toda a edição do podcast. 

Outra pergunta aqui: “Ano passado você ia apresentar um quadro do BBB e acabou não apresentando no último minuto”. Realmente, é verdade, isso aconteceu… A gente tinha um patrocinador em vista e aí, na hora H, o patrocinador não queria patrocinar do jeito que a gente achava que era ok, porque ia dar muito trabalho, e aí a gente desistiu. E esse ano eu nem peguei para fazer, porque eu tenho muita coisa na frente para resolver, então não ia dar mesmo. Outra pergunta: “Por que eu não fui na posse do Lula?”, eu comprei passagem, eu reservei hotel, eu fui convidada pra posse do Lula, só que eu estava, gente, exausta… Estava morta de cansada e a gente tinha umas pendências que a gente não estava conseguindo resolver ainda no podcast, que eu fiquei com o trabalho acumulado… As férias… Todo mundo tava de férias e eu tava gravando ainda, então foi impossível, assim, conseguir sair. Então eu vi só pela televisão mesmo e fiquei muito feliz. 

Outra pergunta, se eu sou hétero, sim, sou hétero. [risos] Muita gente achava que a Janaína, que é minha prima-irmã, a gente foi criada junta desde, sei lá, desde que a Janaína nasceu, eu tinha dois anos, a gente já foi criada junta, então a gente é irmã, né? Então a Janaína não é minha esposa ou minha namorada, é minha prima-irmã, gente, parente de sangue. E não, não estou namorando… Também me perguntaram isso. Não tô namorando ninguém, nem nada. E sou hétero, né? Fazer o que… A vida é assim mesmo. “Quais os projetos para o podcast desse ano?”, tem bastante coisas que eu não posso falar ainda, que não está contrato assinado, então não sei se vai rolar, de fato, mas eu tenho aí um projeto de estar numa rádio e, como eu falei pra vocês, eu gosto da popularização das coisas real assim, né? Então acho que no rádio eu vou conseguir atingir um público que nem sabe o que é um podcast, né? 

Optei também pelo dos convites que eu tive por uma rádio mais popular, assim, e se der certo, vai ser ótimo. Eu quero muito… Já pensou ter um programa de madrugada contando histórias? E aí o ouvinte que está ali de madrugada liga para comentar a história? [risos] Vamos ver se vai rolar. Quero muito… Essa é uma das coisas que eu posso falar, assim, sem falar o nome da rádio, né? Vamos ver se vai dar certo. Outra pergunta é: “Déia, por que você não gosta que chame seu conteúdo de fofoca?”, porque o meu conteúdo não é fofoca, é contação de história, gente, história da vida das pessoas… De pessoas comuns, histórias do cotidiano, mas é um podcast de histórias. É um tipo de entretenimento a contação de histórias… Você não chama um Programa do Porchat de histórias… Fofocas de famosos… Porque não são fofocas ali, são histórias, né? 

Então, eu não tenho um podcast de fofoca, não faço fofoca das pessoas… Eu conto as histórias que as pessoas me enviam, histórias das vidas delas… Como tem um monte de programa de rádio que faz isso, que ninguém chama de programa de fofoca, porque a gente sabe que programa de fofoca é outra coisa. Então eu realmente não gosto [risos] que chamem o meu conteúdo de fofoca. Não que eu não goste de fofoca, eu gosto, mas o meu conteúdo não é fofoca. Então, eu quero o reconhecimento do meu conteúdo pelo que ele é, que é contação de história, né? Então é isso… Tem roteiro, tem entrevista, é a pessoa que manda, a gente preserva os nomes, a gente faz todo um trabalho pra gerar aí um entretenimento pra vocês. Então, realmente eu fico um pouco irritada quando chamam de fofoca, porque fofoca é outra coisa. 

Outra pergunta: “Por que eu bloqueio as pessoas no Twitter?”. Bom, não é que eu bloqueio as pessoas no Twitter, eu tenho mais de 200 mil seguidores, acho que 240 mil seguidores no Twitter, eu bloqueio as pessoas que me ofendem. Então “Ah, mas o que é te ofender?”, pô, você me marca num tweet dizendo assim: “Nossa, o conteúdo dela é uma merda e ela é mentirosa”. Eu sou obrigada? Vocês acham realmente que eu sou obrigada a ser marcada numa coisa dessa e ouvir uma coisa desse tudo bem? O mínimo que eu faço é bloquear, gente… Eu não estou no Twitter pra ser ofendida. Agora a pessoa pode me marcar de uma maneira diferente, falar: “Nossa, eu não acredito nas histórias que ela conta e não gosto do podcast”, essa pessoa não vai ser bloqueada, é a opinião dela, ela não é obrigada a gostar do meu conteúdo e muito menos acreditar, né? Então não é essa pessoa que vai ser bloqueada, mas a pessoa que me ofende… 

Eu não estou no Twitter, que é a rede social que eu mais gosto, pra ser ofendida, gente… Então, assim, me ofendeu é block, acabou… Me tratou mal é block, sabe? E não é que eu fui lá conversar com a pessoa e ela me tratou mal, tipo, ela vem me dar pedrada de graça… Então não estou no Twitter para isso. E muita gente abandona o Twitter, tem surto, sai porque fica recebendo esse negócio e não bloqueia as pessoas com medo de falarem: “Ah, mas ela bloqueia todo mundo”, eu não tô nem aí… Eu não estou no Twitter para ser ofendida. Isso é um fato. Então, se você me ofender no Twitter, se você for uma pessoa desrespeitosa comigo no Twitter, eu vou te bloquear e seguir minha vida. É isso. Então, basicamente funciona assim, eu não alimento hate, então se eu já vejo a coisa começando, eu já bloqueio porque nunca mais eu vou ter notícia daquela pessoa. 

Às vezes um ou outro printa alguma coisa e me manda, assim, coisas ofensivas, né? Que estão falando de mim e aí eu vou ver e a pessoa já está bloqueada. Então, a pessoa que perde o tempo… Ela não gosta de mim, mas ela perde tempo falando de mim, o que será isso? O que a pessoas vê em mim que gera isso e que ela não pode seguir a vida falando de outras coisas? Então, eu acho que aí a pessoa tem que levar isso para a terapia dela, não é um problema meu, então eu bloqueio sim. Estou no Twitter para acompanhar as coisinhas da atualidade, que é o melhor lugar para você se informar sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo, é o Twitter… Mas também não estou lá para ser ofendida e nem para surtar e sumir e suspender a conta, apagar a conta, como as pessoas fazem quando recebem muito hate, assim… Então eu já vou bloqueando. Me encheu o saco? Block. Me ofendeu? Block. Eu não tô lá pra isso, sabe? 

Ah, manteve uma conversa animada, pode falar à vontade que não gosta de mim, que não gosta do meu conteúdo agora me marcar para falar umas coisas ofensivas, vai tomar block, né? Acho que já sabe. Então, às vezes faz por que quem toma block, será? Acho que é isso. Pra além do Twitter, tem a questão também dos homens brancos que me escrevem querendo dizer como eu devo fazer o meu trabalho, né? E aí, pra esses eu respondo realmente que quem faz o meu trabalho sou eu, do jeito que eu quiser. Então aí, né? Pode parecer grosseiro, mas eu acho mais grosseiro o homem que acha que pode escrever, parar a vida dele, escrever um e-mail dizendo como uma mulher deve trabalhar num podcast dela, que ele não faz parte. Porque uma coisa sou eu recebendo ou críticas ou toques de um homem branco que, sei lá, trabalha comigo, que você está num relacionamento de trabalho saudável ali, que você tem trocas, um fala uma coisa, outro fala outro, enfim, é uma coisa… Agora, você ouvinte, homem branco, que que acha que pode falar pra uma mulher como ela deve fazer o trabalho dela, isso é grosseiro, entendeu? 

Então, as pessoas têm uma noção de grosseria muito diferente da minha, né? Então é isso também… Para além do Twitter, tem as pessoas que eu respondo realmente o e-mail, principalmente quando são homens, gente, sabe? Porque não dá, não dá… E também por causa da questão do projeto de visibilidade trans, que eu vou apoiar financeiramente, também tive que responder aí a muitas feministas radicais brancas. Então é isso, assim, eu sou meio que bateu, levou, entendeu? Dependendo do jeito que você fala… E muita gente… É engraçado isso… Muita gente fala com fofura coisas horríveis e aí as pessoas acham que tudo bem, né? Aí eu vou lá e não respondo com fofura, porque aquilo que ela falou, mesmo que esteja escrito com fofura, é coisa de gente sonsa, né? E eu respondo como tem que ser respondido, né? Se foi ofensivo, bateu, levou. Então não adianta falar comigo de maneira fofa, isso na vida toda, se você está me falando uma coisa extremamente ofensiva. 

Do tipo coisas que eu recebi do tipo: “ah, mas eu acho que uma mulher trans não é mulher, eu estou falando numa boa”, você está falando numa boa uma atrocidade… Eu não vou te responder numa boa. Você vai ter muita sorte se eu não te xingar, então não é o jeito que fala, é o que fala também. Então é isso… Tem esse lado também, né? É o combo… E por isso que eu fico muito encanada com essa coisa quando as pessoas falam: “Ah, fãs”, eu não quero ter fãs, eu quero ter ouvintes, porque o fã você me decepciona, né? Se você não age do jeito que a pessoa gostaria, ela vai se decepcionar. Agora, o ouvinte não, o ouvinte ele ouve a história e “puts, essa história foi boa”, “essa história foi ruim”, “essa história eu gostei”, “essa história odiei”, o foco é na história e não na minha pessoa, né? Então eu sempre falo isso. 

Eu não considero as pessoas minhas fãs e sim meus ouvintes, uma relação onde eu conto histórias e a pessoa gosta de histórias, ouve histórias, comenta histórias… E esse é o lado mais gostoso, a gente tem um feedback muito bom, assim, nas redes sociais, as pessoas fazem aniversário com o tema do podcast, as pessoas fazem desenhos meus e do podcast, as pessoas mandam relatos assim de que “ah, eu estava triste e eu vi seu podcast”, então a gente tem um retorno muito positivo, né? Muito maior do que um retorno negativo. [miado de gatos ao fundo] Meu gato está sonhando, vocês ouviram ele miando? Bom, então acho que é isso… Eu respondi tudo. Quero aqui agradecer a Priscila, Armani, Leal Mogli, Camila, Mayara, Karina, Bruno Bezerra, Bruno Porto, todo mundo que trabalha comigo, que passou pelo podcast me apoiando… Sem vocês nada disso teria acontecido. Eu sou muito grata, estou muito feliz e espero realmente fazer isso por muitos anos, né? 

E estou numa fase muito boa, com uma equipe ótima, com as coisas fluindo. E é isso… [risos] Então acho que eu respondi todas as perguntas, ficou mega longo… Saco isso, né? Então, pra você que ouviu até aqui, eu nem nem sei o que dizer, [risos] só muito obrigada. Mas não precisava também ouvir, porque não tem nada… Acho que não tem nada que agregue, né? Falar de falar da minha vida pessoal assim não agrega no podcast, pelo menos eu acho. É lógico que as minhas vivências atravessam algumas histórias, umas mais e outras menos, né? Mas ficar respondendo coisa assim… Eu fiz mais porque eu tinha prometido e as pessoas perguntam bastante, mas é esquisito, não é? [risos] Foi aí um episódio estranho. Eu peço desculpas por isso. Então é isso, gente, amanhã a gente se vê com mais histórias, que esse é o foco, isso que é importante. Histórias da vida real, do cotidiano, de pessoas reais, do cotidiano. Então, um beijo, gente e eu volto em breve.