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título: mochilão
data de publicação: 08/11/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #mochilao
personagens: heloísa e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. E hoje eu não tô sozinha, meu publi… [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Hidrabene e o seu Esquenta da Black da Bene. A Hidrabene já está com seu esquenta para a Black Friday e, ó, anota aí: 20% de desconto nos produtos individuais no site da Hidrabene. — Exceto lançamentos e kits. — E aí, gente, com o meu cupom PICOLE10, — “picolé” sem acento — você tem mais 10% de desconto. E esses 10% é acumulativo com os 20%. [risos] Então vai lá, olha os produtos… O frete acima de 150 reais é grátis e eu vou deixar uma dica de produto aqui pra vocês: Espuma de limpeza facial. — Sério… — Ela é formulada ali com ph fisiológico da pele e limpa, assim, bem de boa mesmo, bem de maneira suave e é muito, muito, muito gostosa. — Sério, quero deixar aí essa dica da espuma de limpeza facial. —  

Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio, o cupom também. Corre lá no site da Hidrabene. — Lembrando que: Hidrabene aí é uma empresa amiga dos animais, então não testa em animais… É uma empresa maravilhosa. — E hoje eu vou contar pra vocês a história da Heloísa. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Heloísa conheceu um cara aí no carnaval de um ano X, bem antes da pandemia, e ali eles começaram a ficar. A coisinha foi evoluindo, gostosinho e nã nã nã e engataram um namoro mais sério ali a partir de abril. O namorinho estava muito bom ali, eles já fazendo planos de shows e viagens e nã nã nã, quando este cara convidou Heloísa pra um mochilão no começo de julho. Rérias… Onde seria esse mochilão? “Pra onde vamos nas férias de julho e nã nã nã”. Na época, os dois faziam faculdade, né? Então, julho… Tinha que ser julho. Eles resolveram fazer um mochilão pela Europa, tipo, alta temporada, né? E aí a Heloisa ficou muito, muito, muito empolgada de fazer mochilão aí com esse cara pela Europa.

Eles iam passar, assim, uns 20 dias viajando. Então compraram uma passagem de ida, fizeram lá um cronograma com a passagem de volta, sei lá… Tipo, iam chegar na França e iam embora, sei lá, na Espanha. — Sabe assim? Enfim… X aí. Passando por Itália, Suíça e nã nã nã, passeando. — E aí fizeram os planos, a Heloísa precisou fazer um empréstimo — pra poder viajar — porque ela não tinha grana. Cada um pagou o seu… — Muito importante, né? — E cada um pagou o seu, cada um viu ali o que precisava pra poder viajar, nã nã nã, tudo certo. Quando deu ali uma semaninha antes da viagem, tudo certo, tudo comprado… Esse cara começou a inventar moda. — O que era inventar moda? — Ele fez um cronograma, porque ele já tinha viajado pra fora do Brasil, Heloísa ainda não.

Ele fez um cronograma onde tinha horário pra tudo, até tipo, “ah, tomar café dez horas da manhã… A gente vai andar de tanto a tanto, e aí você pode ir no banheiro”. — Tipo, horário de banheiro no crono? [risos] — Cronograma dele tinha uns horários, assim, estranhos e tal… E como eles iam pegar muitos trens também… — É meu sonho ficar andando de trem pela Europa. Que chique. — E como eles iam pegar muitos trens, eu amo trem… Ele tinha os horários muito cronometrados assim, né? — Eu não tenho como dizer se isso era necessário ou não, provavelmente era, porque, né? Os trens têm horário e tal. — Mas a Heloísa já notou uma vibe ali que parecia, sei lá, que ela estava viajando com um general, né? — Ele mudou muito, assim, uma semana antes da viagem. — Mas tudo bem, né? Era uma viagem longa, uma viagem romântica, mochilão e nã nã nã.

Tinha até algumas trilhas aí [risos] no meio da viagem e tal… E aí chegou o dia, deu tudo certo, eles embarcaram. [efeito sonoro de avião decolando] Quando chegaram lá tinha esse cronograma do cara pra seguir. E ele já ficou bravo porque, assim, atrasou umas coisas e eles perderam o horário que eles iam entrar no hostel lá, então era um hostel meio lotado e tal, eles tiveram que procurar outro lugar e o cara já ficou meio bravo e tal, emburrado. Mas a Heloísa falou: “Bom, sei lá, coitadinho, né? Tá estragando aí o crono dele”. [risos] O cronograma do cara. A Heloisa disse que estava tudo muito cheio, assim, porque deve ser férias lá também, né? Eu não manjo de viagens internacionais, mas a Heloísa falou que estava tudo lotado. Então, por exemplo, ele tinha colocado ali na rota deles alguns lugares pra comer, alguns lugares teriam comida boa e mais barata e nã nã nã. Só que, dependendo do tanto que eles passeavam, andavam e tal, a Heloísa queria comer em outro lugar ou queria tomar um sorvete, alguma amiga tinha dado uma indicação para ela, e aí ele surtava. — Esse cara surtava… — “Não, porque eu já combinei e nã nã nã, que a gente ia fazer isso e aquilo e você está mudando as coisas”. 

Enfim, não podia sair uma virgula do que ele tinha planejado. Isso foi cansando a Heloísa… Só que ela foi, assim, ela não ficou emburrada nada, mas ela ignorava ele. Então, se, ah, ela queria parar pra tomar um sorvete e ele reclamava, ela fingia que não ouvia, ia lá e pegava o sorvete. Então, ela começou a meio que ignorar todas as reclamações aí desse cara. — Uma informação importante é que, assim, a Heloísa não falava nenhum outro idioma a não ser o português, né? Nossa língua. — E aí ela tinha, óbvio, dificuldade e tal até de… Dependendo de onde eles estavam de ler uma placa, enfim… E ele fazia toda essa parte. E aí os dias foram passando, esse cara cada vez mais estressado e ela desencanado, falando: “Eu tô na Europa, né?”, como diz aquele meme: “Ninguém dorme na Europa”. [risos] Então ela estava aproveitando, estava fazendo as coisinhas dela com ele, seguindo o crono dele. Mas, tipo, se eles passavam num lugar que ela via uma loja que ela queria comprar uma lembrancinha, ela nunca mais ia passar ali e ele não queria parar, ela parava… E aí ele ficava reclamando meia hora, enfim… Foi criando aí essa dinâmica. 

Até que eles estavam no hostel e, assim, eles tinham que sair no dia seguinte pra pegar um trem, só que esse cara tinha um amigo lá nessa cidade que eles estavam e ele falou pra Heloísa, falou: [efeito de voz grossa] “Olha, quando der o horário aqui eu já vou sair antes, que eu vou passar no meu amigo”, ele não convidou a Heloísa pra ir… “E você já me espera lá no trem, lá na plataforma de embarque, plataforma tal, não tem como errar”.

E aí a Heloisa já ficou desesperada, porque ela, né? Essa barreira do idioma, falou: “Bom, vou me lascar”, mas ali no rosto hostel tinha uma moça portuguesa e a moça portuguesa deu ali umas explicações pra ela, falou: “Ó, vou fazer um mapinha aqui e meio que você não vai errar”. E aí deu certo, Heloísa chegou na plataforma do trem e esperou… Esperou, esperou e este cara, gente, faltando ainda… Sei lá, eles estavam… Eles iam ficar 20 dias e era, sei lá, o décimo primeiro dia isso, faltando ainda uns nove dias de viagem, esse cara largou a Heloísa na plataforma de trem, sumiu. — Sumiu… — Bloqueou ela em tudo. 

A sorte dela é que eles fizeram tudo separado, então, cada um comprou sua passagem, cada um estava com seu dinheiro, enfim… Ela não dependia nem financeiramente, nem nada dele, mas ela dependia dele e porque ela estava sozinha, primeira vez fora do país, enfim, né? — Como ela descobriu que ele sumiu, além dele não responder nada, né? Quando ela entrou em contato com alguém no Brasil pra falar: “Tô aqui numa plataforma, eu não sei o que eu faço, nã nã nã, socorro”, as amigas dela começaram a entrar no Instagram dele e ele já estava postando fotos nos lugares que ele tava. Tipo, a hora que ele saiu de manhã do hostel e ela ficou lá até tipo meio dia e tal, ele já tinha ido embora, meteu o pé… Foi embora e largou ela lá na plataforma de trem. E aí ela só chorava, Heloísa só chorava. Algumas pessoas chegaram perto ali, ofereceram ajuda e tal… E com a ajuda de desconhecidos e com a rede de apoio aqui do Brasil, ela conseguiu uma casa lá, tipo, alguém aqui do Brasil que tem um amigo na cidade e tal pra ficar uns dias pra depois ter que ir pra última cidade e vir embora.

E aí a questão era: eles tinha a passagem pro mesmo dia, ali mesmo horário e ela não conseguiu mudar. — Ela nem sabia como mudar para falar a real, assim, ia perder dinheiro, enfim. — Quando ela chegou pra vir embora, o cara não tava lá. Então, assim, de repente ele mudou a passagem porque ela já estava pronta pra fazer um barraco, né? E a irmã dela até falou: “Olha, se você for fazer barraco, faz quando você descer aqui no Brasil, porque barraco interacional você vai presa, a gente não tem dinheiro pra te tirar”. [risos] Certa a irmã de Heloísa. Mas o cara realmente sumiu, largou a Heloísa na Europa, no meio do mochilão e desapareceu… — Porque ela fazia tudo que tava no cronograma, só que ela queria fazer também um pouco das coisinhas dela, né? Queria comprar um presente, queria tomar um sorvete, coisa pouca, assim, coisa boba… E ele não aceitou, e aí fez o que fez. Já odeio. —

E no final deu tudo certo, mas ela acabou não curtindo o final da viagem, porque enfim, né? Sozinha ali na casa de estranhos… Foi tudo meio tenso, assim, meio baixo astral. E aí eu fico pensando também, né? Ela conheceu ele no carnaval, não é muito cedo, gente, pra fazer uma viagem dessa? Tipo, março, abril, maio, junho, sei lá… Você conhece o cara há três, quatro meses… Não é muito cedo pra você encarar um mochilão na Europa? Ah, tudo bem aventura e tal, mas não é é muito cedo? Não sei, eu achei cedo, assim… Apesar de que, né? Quando você viaja é que você também conhece a pessoa melhor, que convive o tempo todo… Às vezes é insuportável, né? Mas eu achei cedo. — Ê, Heloísa… — No final deu tudo certo, voltou pra casa sã e salva, nunca mais falou com o cara e vida que segue, né? Mas fica aí o aviso, né? A reflexão. Foi muito cedo? — Eu tô achando. —

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, eu sou a Mariana Cordeiro de Sete Lagoas, Minas Gerais. Heloísa, que perrengue… Eu sinto muito que você tenha passado por isso, ter conhecido uma pessoa que teve coragem de não dialogar com você pra chegar num ponto comum, que era simplesmente você querendo conhecer suas próprias coisas, né? Um roteiro de viagem em grupo é sempre importante que as duas partes estejam felizes, né? Que estejam acordados. E é muito importante ter flexibilidade também, eu acho que nem tudo é o que tá posto, a gente tem que conseguir se adaptar e, enfim, eu espero que você esteja bem, que isso não seja mais uma questão pra você. E faça a viagem sozinha, experimente, se você quiser, obviamente, e eu espero que você tenha experiências muito boas, viagens em grupo, viagem sozinha… E é isso, um beijo.

Assinante 2: Oi, pessoal, meu nome é Bia, sou de Salvador. E, Heloísa, que absurdo… Eu fiquei indignada com o fato dele ter te deixado sozinha. Acho que principalmente porque você não fala inglês, então podia ter acontecido alguma coisa mais séria, ainda bem que não aconteceu. Uma coisa que eu acho que é muito importante antes de viajar é conversar muito sobre o estilo de viagem, assim, de cada pessoa, sabe? Eu, por exemplo, não gosto de planejar nada, nem hotel… E tem gente que prefere fazer isso. Então, eu gosto sempre de conversar, deixar tudo claro pra que ninguém tenha experiência ruim, né? Então, acho que fica pelo menos essa reflexão aí pras próximas vezes em que você for viajar. Espero que você esteja bem, um beijo.

[trilha]

Déia Freitas: O Esquenta da Black Friday da Hidrabene já começou. 20% de desconto nos produtos individuais lá no site. — Exceto lançamentos e kits. — Mais 10% de desconto acumulativo com o meu cupom: PICOLE10, — sempre nos produtos individuais — e frete grátis acima de 150 reais. Valeu, Hidrabene. Um beijo, gente, e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.