título: mortadela
data de publicação: 10/10/2021
quadro: amor nas redes
hashtag: #mortadela
personagens: murilo e carol
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Amor nas Redes, sua história contada aqui. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje eu cheguei para um Amor nas Redes, e eu vou contar para vocês a história do Murilo. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]O Murilo ele namorava ali há uns três anos quando ele insistiu bastante para a namorada fazer aulas de canto, porque eles iam muito em karaokê e eles cantavam tipo num grupo de jovens e ela cantava bem, só que ela precisava ali dar uma turbinada na voz e tal. E ele insistiu bastante, arrumou um professor… — De canto pra namorada. — E tudo deu certo. Ela começou a fazer as aulas, amou, melhorou bastante mesmo a técnica vocal dela e o tempo foi passando, ela foi fazendo mais aulas… Até que um dia essa moça chegou no Murilo e mandou a real, disse que estava apaixonada pelo professor de canto e que queria terminar e nã nã nã.
O Murilo ficou em choque, porque ele nunca desconfiou de absolutamente nada e ela já estava se relacionando com o professor há mais de um mês e meio. — E ele não desconfiava de nada. — E aí eles terminaram, o Murilo ficou muito, muito, muito mal e pensou: “Bom, eu não vou me relacionar nunca mais com ninguém”. — Ê, Murilo. [risos] E como eu falo aqui todas as vezes, dor de amor passa. Pode demorar um pouco, pode demorar um pouco mais, mas passa, gente, e passa real. E foi o que aconteceu com o Murilo. —
Ele ficou mal alguns anos — Não foi pouco tempo. — e sem sair com absolutamente ninguém. Nessa fase do Murilo, ele acabou saindo das redes sociais, porque era muito difícil ali frequentar o grupo de jovens — Que ele saiu também. — e ver a ex com o professor de canto, que ele que tinha arrumado o cara e tal, né? Então ele saiu de todas as redes sociais e ficou ali só com os amigos mais chegados no WhatsApp, e depois de alguns anos, quando ele se sentiu um pouco melhor, ele reativou ali as redes e foi bem na época, um pouco antes, da pandemia. E aí chegou a pandemia, ele já estava de novo nas redes e ele entrou naquela vibe de todo mundo de fazer pão, de fazer pizzas em casa, comida… — Ele Morando sozinho. —
E ele passou meses ali no Instagram, em sites de receita e testando receitas, fazendo coisas… Aí mandava pros amigos ou às vezes deixava na porta de um vizinho… E foi fazendo coisinhas assim de comer. Até que ele chegou numa página ali do Instagram que tinha umas receitas que se usava aspargos e nos comentários estava todo mundo ali comentando — De coisinhas de aspargos, né? — de receitas e trocando receitas… — Um da dica, outro dá dica. — E tudo ali nos comentários, né? No aberto. Um dos comentários era assim, era de uma moça e a moça falava assim: “pena que aqui em casa eu só tenho mortadela” e colocou uns risos assim, né?
E aí ele leu aquilo e, não se sabe porque, — Coisas do destino. — Murilo ficou intrigado com aquele comentário. Porque ele não conseguia entender se ela estava falando que ela só tinha mortadela em casa porque ela estava numa situação financeira ruim, ou se ela só tinha mortadela em casa porque ela gostava muito de mortadela ou se era porque ela não sabia cozinhar. Ele viu aquele comentário — E ela estava rindo do comentário, então, né? — e ele ficou pensando e deixou pra lá. No dia seguinte ele voltou na página pra ver se tinha mais comentários e tinha mais comentários, e tinha esse comentário da moça, ainda estava lá.
E aí ele resolveu mandar uma mensagem pra moça, — A moça da mortadela. [risos] — falando, né? Tipo, “oi, eu vi seu comentário”, ele printou o comentário e mandou para ela e falou: “Olha, eu sei que nós estamos numa pandemia e, se você estiver precisando de alguma coisa, pode me falar, eu posso te ajudar”. Muito fofo, né? Passou ali mais um dia e a moça respondeu. E aí ela respondeu dando risada e dizendo que não, imagina, que ela tinha escrito aquilo porque ela de fato não sabia cozinhar e ela estava vivendo de delivery e que, naquele dia, tinha mortadela e tal, mas porque ela gostava.
E aí eles começaram a conversar, gente, isso lá para setembro. — Do ano passado. — Eles começaram a conversar e ele começou a ensinar umas coisinhas para ela, tipo, como fazer um espaguete. [risos] — Essa moça, o nome dessa moça é Carol. E aí eu acho que a Carol também deu um pouquinho de sonsa ali, pra tipo, “humm, bonitinho, vou fingir que não sei”. [risos. Ê, Carol. — E aí eles começaram a conversar e ele a ensinar — Tudo online, né? — pra ela algumas receitas. Até que um dia ela estava lá fazendo alguma coisa na panela que ele estava ensinando e ela não estava conseguindo entender pelas mensagens, e aí ela falou para ele: “bora fazer um Face Time?” e aí ele ficou todo nervoso, mas ele topou. E aí foi a primeira vez que ele viu o rosto da Carol assim num vídeo, e aí eles conversaram, e aí ela filmou lá o que ela estava fazendo na panela.
Ele acabou ensinando, terminando de ensinar e, quando o prato ficou pronto, ela perguntou se ele tinha alguma comida pronta em casa, e ele tinha… E aí eles meio que jantaram numa live. — Ai, que fofinho. Achei muito fofinho jantar na live. — E aí desde então eles não se desgrudaram mais online assim, eles conversavam o dia inteiro, pensando, tipo “poxa, quando que a gente vai poder se encontrar?”. Até que no começo do ano eles resolveram aí, naquela flexibilizada enorme que deu, eles resolveram se encontrar. E aí se encontraram e foi química pura e se apaixonaram… E estão juntos. — Não moram juntos ainda, [risos] mas estão namorando, tão felizes. —
E o Murilo me escreveu mais por isso assim, porque ele ficou realmente num período assim de trevas, né? E se sentindo culpado de ter apresentado o cara para a ex dele, né? — E, Murilo, você tem zero culpa nisso, né? — O que os dois fizeram é coisa dos dois, você não tem nada a ver com isso. — E que como ele me ouvia falar no podcast aqui que dor de amor passa e tal, e que ele concordava comigo, porque realmente a dele passou e agora ele está bem com a Carol. Carol já sabe cozinhar umas coisinhas, né, Carol? Mas deixa que ele cozinha, Carol, faz a sonsa. Acho que está ótimo, deixa que o Murilo cozinha, que ele faça as comidinhas, tá bom demais, né?
[trilha]Assinante 1: Oie, aqui é Fabiana Murray, sou de Praia Grande, São Paulo. E adorei, achei muito fofa a história do Murilo. E, sim, dor de amor passa. Passa, a gente se reestrutura e segue a vida. E você seguiu, Murilo, e muito bem. Você saiu de 8 a 80, de um Picolé de Limão para um Amor nas Redes. Pensa assim, né? E desejo sorte ao novo casal e muita mortadela para vocês. Faz uma receita de mortadela para ela, por favor, hein?
Oi, gente, aqui é Jaqueline de Belo Horizonte. Murilo, que história fofa… Depois de tanto Picolé de Limão com história de ciladas e mais ciladas, ver uma historinha de um flerte que começou ali pela internet e evoluiu para alguma coisa melhor e maior, dá um conforto no coração, sabe? Mas acho que é porque pessoas que cozinham são as melhores pessoas, né? E um homem hétero contando uma história positiva também dá um tipo de fé na humanidade, sabe? Porque um homem hétero, eu vou te falar, viu… Muito difícil. Mas você, com essa fofura, sendo ouvinte da Déia, deu um tipo de esperança na humanidade, viu? Adorei sua história, adoro mortadela também e que vocês façam muitas comidinhas gostosas, você e sua namorada. Beijo.
Déia Freitas: Então eu queria aí começar nossa semana com uma história de amor que eu espero que dure muito tempo ainda e que daqui a pouco eles me escrevam aí para novidades boas. Então é isso, gente, um beijo e até breve.
[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]