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título: moto
data de publicação: 02/08/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #moto
personagens: helen e diogo

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão em assim… — História de hoje revoltante. — História de Helen e Diogo, quem me escreve é a Helen. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Helen e o Diogo, eles namoravam já há um ano, quando a Helen resolveu dar entrada numa moto. — Por quê? — Porque Helen estava desempregada, a mãe dela fazia bolo pra fora e ela resolveu fatiar esses bolos, embalar e vender, adaptar um cesto na moto e sair vendendo bolo, porque ela já estava um tempo desempregada e não estava rolando nenhuma vaga em nenhum lugar. E aí, ótimo, Helen foi lá, pegou um dinheiro e deu entrada na moto pra começar a pagar as parcelas e ela tirou essa moto no nome dela, então tá tudo certo, né? Ela ia pagar as parcelas ali e tudo perfeito. Só que a Helen, o que acontecia? A Helen ela recebia das pessoas ali a fatia de bolo 3 reais em dinheiro, tudo em dinheiro, e aí ela chegava com esse dinheiro em casa e deixava em casa e já tinha coisa pra pagar. — Porque assim, ela vendia bolo todo dia e não é um dinheirão, entendeu? Então assim, pra Helen ir até o banco, depositar o dinheiro do bolo, não rolava. — Usa num mercado, usa numa farmácia, né? O dinheiro ficava ali pra ela e a mãe dela ir usando. 

E aí como que ela fazia pra pagar a prestação da moto? Que era o boleto, né? O namorado da Helen, o Diogo, ele trabalhava do lado de uma lotérica. — Nossa, fiquei até rouca de falar dessa criatura. — E aí a Helen dava religiosamente o dinheiro na mão do Diogo, o boleto e ele ia na lotérica e pagava. E aí ela fez isso, gente, todos os meses. — Todos os meses… — E o Diogo pagava o boleto, e aí depois de dois anos… — Então vê, esse namoro ali três anos já, né? — Helen terminou de pagar a moto, com muito sacrifício, gente, muito sacrifício. E ali vendendo bolo, vendendo bolo… Paralelo a isso, Helen começou a desconfiar do Diogo, de que ele tinha uma amante. — Que ele namorava com ela e estava saindo aí com uma outra moça. — Helen ficou cabreira, Helen foi atrás e, quando a gente vai atrás, a gente descobre. — Helen descobriu. — Diogo estava saindo com uma moça do trabalho dele. Aí brigaram, Helen terminou, falou: “Não quero saber” e xingou e tal, e o Diogo quis dizer que era passageiro, que foi um erro e queria voltar, isso e aquilo, e ficou nisso, e a Helen falou: “Não, não quero mais”, e acabou bloqueando ele em tudo. 

Eis que um belo dia, uns 6, 7 meses depois que a Helen terminou com o Diogo, a Helen recebe um papel de um advogado. [efeito sonoro de suspense] — Vocês não vão acreditar, gente, vocês não vão acreditar no que aconteceu. — Helen estava sendo intimada, — Convocada, sei lá a palavra — pra dar explicações sobre a moto, porque Diogo estava alegando que tirou a moto no nome da Helen porque o nome dele estava sujo e que ele tinha todos os comprovantes pra pagar e, que se quisessem, podia puxar a filmagem da lotérica, que ele que pagava e que a moto era dele. — Vocês acreditam nisso? Eu custei a ficar bem depois que eu li esse e-mail, porque esse cara ele teve coragem de fazer isso. E a Helen, a hora que ela leu, ela não entendeu. — Ela não entendeu. — E aí assim, como a moto já estava quitada, já estava tudo certo, ela já tinha quitação, já tinha tudo. Assim, ela não entendeu, aí ela foi procurar os comprovantes, porque ele pagava, ele dava pra ela, colocava numa pastinha e ele tinha levado a pastinha. — Quer dizer ele fez de caso pensado, né? Ele fez de caso pensado. — Quando ele levou essa pastinha? Não se sabe, mas provavelmente foi antes. — Provavelmente não… — Com certeza foi antes dela terminar, antes até dela desconfiar que ele estava traindo, porque depois disso ele não entrou mais na casa, então por que ele levou a pasta antes? — Não é? Ele já não estava com intenção de alguma coisa? Já estava, não estava? —

A Helen sem entender o que era aquele papel, teve que arrumar um advogado pra entrar nesse processo aí, porque o processo era do Diogo, né? E isso ainda tá correndo. — Eu nem posso falar muito disso. — Mas ele tá alegando que ele tem os comprovantes, que ele pagou as parcelas e, como foi tudo em dinheiro, e ela dava o dinheiro na mão dele, pode ser que ela perca uma moto que é dela e uma moto que ela pagou com o dinheiro suado dela vendendo bolo. — Fala sério? — Agora tá tendo que juntar gente — Até gente que é cliente dela de bolo — pra ela provar que ela pagava com o dinheiro de bolo. — É muito pra cabeça, né? — E aí é uma coisa que eu fiquei muito chocada, porque você vê, ela tirou no nome dela e mesmo assim tá dando rolo, porque ela deu o dinheiro na mão de uma outra pessoa pra pagar, e assim, não tem nem o comprovante de que ela depositou o dinheiro na conta do Diogo, porque ela dava em dinheiro, porque ela recebia dos bolinho ali e dava em dinheiro, eu fiquei bem chocada, gente, bem chocada com esse cara, nem sei o que eu desejo pra ele, além de ser um traidor, ainda é um desonesto, pra mim isso é bandido. Então, o que vocês acham da história da Helen? Eu tô chocada. 

[trilha]

Assinante 1: Olá, Helen, tudo bom? Me chamo William e sou advogado aqui em Brasília. Pelas informações da Déia, você já está com advogado, já está se defendendo, perfeito, só seguir as orientações dele. Se você tiver mais algum tipo de prova, mensagem do WhatsApp, as testemunhas você já disse que já tá ajeitando, entendeu? Qualquer outro tipo de conversa, e-mail, tudo, tudo é importante, por quê? Ele tá alegando que pagou, mas a moto está com você, então o objetivo dele seria ficar com a moto, se não conseguisse a moto seria que você entre aspas devolvesse o dinheiro que ele teria pago, que ele supostamente falando, né? Então assim, tudo que você tiver de prova, que você conseguir juntar, melhor ainda, se você ainda conseguir que ele confessasse que tá fazendo isso por vingança também perfeito. Desejo sorte e vai dar tudo certo, tá bom? 

Assinante 2: Oi, meu nome é Joana, eu sou de São Paulo, eu sou advogada. Eu queria te dizer pra você ficar tranquila porque é muito improvável de que ele tenha êxito nesse processo de retirada da sua moto, tá? Porque o simples pagamento das parcelas não configura propriedade, então isso você pode ficar tranquila, mas fica uma dica pra todo mundo: Sempre muito importante quando alguém fizer coisas por você ter registrado, conversas de WhatsApp, e-mail, áudio… Seja o que for, tá? Por mais que a gente ache absurdo não poder confiar nos nossos parceiros, realmente, né? Por ser seguidora da Déia a gente acaba sabendo que não, não podemos mesmo, então pra se prevenir deste tipo de coisa sempre ter registrado em conversa de WhatsApp, em e-mail, áudio e se possível evitar, né? Sempre fazer sozinha suas próprias coisas. 

Déia Freitas: E é isso, gente, um beijo e até amanhã. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.