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título: padre
data de publicação: 27/07/2023
quadro: luz acesa
hashtag: #padre
personagens: seu alfredo e padre maneco

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. cheguei para um Luz Acesa. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de risada maléfica de criança] Quem tá aqui comigo hoje é a Imagem Filmes e o filme O Convento. — Sério, gente… — O filme é baseado numa história real… E qual é a história? Um padre chamado Miguel foi encontrado morto com sinais de tortura em um convento lá da Escócia. Se isso já não fosse estranho o suficiente e tal, a irmã do padre, — a Grace — sem confiar na versão oficial da igreja, ela decide investigar. Então, a Grace pega um avião, viaja até o convento, onde o irmão ali vivia na Escócia e acaba descobrindo uma trama que envolve assassinatos, sacrilégios e descobre também a verdade sobre o seu próprio passado. E o que era só ali — só entre aspas, né? — o caso do suicídio do irmão, porque essa é a versão oficial da igreja, começa a parecer algo bem mais chocante e sobrenatural.

Quer saber como termina essa história? Você pode saber hoje… O filme O Convento estreia hoje, somente nos cinemas… É assustador e é baseado numa história real. Para você saber mais, você pode acessar o perfil da Imagem Filmes no Tik Tok, que é: @ImagemFilmes e o perfil do filme no Instagram, que é: @oconventofilme. Eu vou deixar os links certinhos aqui na descrição do episódio, os arrobas, tudo. — Gente, sério, vamos comentar O Convento? — E, olha, uma coisa que eu fico muito feliz é que as pessoas com mais idade, assim, na casa dos 70 anos e tal, elas me escrevem muitas histórias de Luz Acesa e eu adoro. Então, continuem aí me escrevendo, acho que que são as histórias mais legais. E essa é uma história de um senhorzinho aí de 72 anos, o seu Alfredo e que aconteceu quando ele morava na cidade dele do interior e ele tinha ali mais ou menos 17 pra 18 anos. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

O Alfredo era um jovem rapaz ali numa cidade do interior muito pequena e a diversão dos jovens, gente, era praça… E cidade do interior a praça fica onde? A melhor praça? Na frente da igreja. Só que nessa igreja, tinha um padre chamado Maneco, Padre Maneco… E o Padre Maneco ele era um pouco ranzinza. Então, assim, ele não queria que os jovens ficassem na praça, qualquer coisa ele já falava que a pessoa a arder no fogo do inferno… Então ele era, assim, um padre difícil assim na cidade. Ele já tinha tido até, assim, até atrito com o prefeito, porque o prefeito arrumou uma amante, [risos] e aí ele falou lá numa missa que o prefeito ia arder no fogo do inferno e nã nã nã, enfim… Além de ser ranzinza, ele era um padre considerado uma pessoa ruim, não era uma pessoa bacana esse padre. E a igreja não transferia ele, porque, né? Vai por onde, né? Eu acho que a igreja também deve ter essas questões… — Tipo, deve ter um monte de padre ai que é insuportável também, né? 

Padre Maneco era um padre insuportável que ninguém gostava, mas o católico vai na missa, tem que ir… Então eles iam. E o Alfredo ali jovem, nos seus 17 pra 18 anos, tinha pavor do Padre Maneco. Pavor… Não chegava nem perto, não ia nem na missa mais, só foi até fazer a primeira comunhão e depois falou pra mãe dele: “Nunca mais eu piso na igreja”. Até que um dia, a beata que ajudava lá o padre na igreja saiu gritando de dentro da igreja… [efeito sonoro de gritos] Padre Maneco tinha sido encontrado morto na sacristia. — A casa dele era atrás da igreja. — E era estranho porque ele estava de pijama na sacristia e depois que ele terminava a missa, ele ia pra casa dele e não voltava mais pra igreja, ali para sacristia, nada, ele ficava lá na casa dele, era as beatas que arrumavam lá e iam embora e estava tudo arrumado…Só que ele tava morto no chão com uma expressão, assim, de pânico e, enfim, tava lá morto. Aí foi levado, veio o pessoal da igreja e tal, levou o padre e prepararam o padre e o enterro aconteceu ali na própria cidade. 

O delegado da cidade também foi envolvido e tal, mas viu—se ali que não foi um crime, não houve violência, nada. Ele tinha infartado, algo assim… Tinha sido uma morte natural. E aí Padre Maneco se foi e outro padre veio para a cidade. Agora um padre mais de boa e tal, mas que Alfredo também não teve nem contato. A igreja da cidade do Alfredo tocava os sinos [efeito sonoro de sinos tocando] da igreja às 06 da manhã, ao meio—dia, às 18h00, que era o horário da Ave Maria e à meia noite. — Eu já ia ter ódio. [risos] Meia noite tocando sino? — Esse eram os horários que a igreja tocava o sino. Então a cada seis horas o sino tocava. Passada a missa de sétimo dia de Padre Maneco, quando bateu os sinos ali meia noite, pouca gente da cidade ficava na rua, mas tinha, por exemplo, gente que trabalhava em outra cidade como garçom e vinha, chegava meia noite na cidade… — E muita gente vinha andando, não tinha carro… Então você vinha andando ali… Sei lá, tipo, daqui em São Caetano, dá o que? Dependendo do lugar que eu vou ali em São Caetano, se eu for a pé, em uma hora eu chego a pé daqui de Santo André em São Caetano, que é uma cidade do lado. —

Então, essas pessoas que trabalhavam em outra cidade, que eram pobres, não tinha carro e a gente está falando aqui de uma pessoa, do seu Alfredo que agora tem 72 e tinha 17 na época… Então, assim, era precário… Então, as pessoas vinham juntas pela estrada, estradinha mesmo, assim, a pé… Quando o sino da igreja da cidade bateu meia noite, um senhor que a gente vai chamar aqui de Seu Durval, que tinha ali seus 50 e poucos anos já, estava vindo… Ele trabalhava numa outra cidade, era garçom numa lanchonete e tal, e ele estava chegando na cidade… Ele chegava tipo meia noite e pouco, morando ali na cidade e, no outro dia à tarde, ele já voltava lá pra lanchonete que ele trabalhava tarde e noite. Quando ele cruza a rua lateral da igreja, ele vê Padre Maneco. [efeito sonoro de tensão] Padre Maneco sempre foi muito branco, então imagina um padre muito branco, de cabelo preto, muito liso, cabelinho de lado, assim… O Padre Maneco estava lá do lado da igreja, de batina preta, comprida e o seu Durval olhou e falou: “Meu Deus do céu, né? Não estou acreditando”. Seu Durval que tinha ido no enterro e na missa de sétimo dia de Padre Maneco, falou: “Será que é o padre novo que tá muito parecido com o Padre Maneco?”. 

Em vez dele sair correndo, ele foi na direção do padre o Seu Durval… Porque ele falou: “Eu quero saber o que um padre está fazendo meia noite aqui do lado da igreja, né?”. Ele ficou curioso… Quando ele chegou mais perto, ele viu que realmente era o Padre Maneco e o Padre Maneco estava acompanhado de algumas coisas estranhas… Na cabeça de Seu Durval, o que ele viu? De longe só o padre Maneco — que ele julgou que poderia ser outro padre — e, quando ele chegou mais perto, ele viu que realmente era o Padre Maneco e o Padre Maneco estava muito mais branco do que ele era e estava com os olhos sem a parte da bolinha… — Que eu não vou saber o nome aqui, vou falar errado, então não vou falar nada. — Estava só a parte branca do olho do Padre Maneco e, em volta do Seu Maneco, beirando a batina e se agarrando na batina, várias formas que Durval falou que parecia, assim, pneu queimado. 

Era uma coisa que você via braço, você via perna, mas você não via mais nada, assim, segurando Padre Maneco… E só aí Durval falou: “Valei—me Nossa Senhora” e saiu correndo… Só que Durval chegou em casa pálido, mal… Acordou a mulher, acordou os filhos e aí contou tudo… A vizinha acordou também, enfim… “Vi o Padre Maneco, vi o Padre Maneco”. [efeito sonoro de galo cantando] No outro dia, a cidade toda já estava sabendo. O que ninguém sabia é que a beata que a gente pode chamar aqui de Dona Terezinha e que Dona Terezinha estava escondendo junto com o padre novo, é que Padre Maneco quando dava meia noite, ele entrava na igreja e ele mexia nas coisas do altar e ele gritava na igreja… E tudo isso com esses seres segurando a batina dele, rastejando junto com ele… — Ele em pé e esses seres rastejando… —

Então aí foi que dona Terezinha — agora que seu Durval tinha visto e tinha espalhado — acabou contando para algumas pessoas. E, a partir daí, sempre que tocava o sino meia noite, o Padre Maneco aparecia. Ele rondava a cidade e aparecia agora cada vez mais… E ele assustava as pessoas da cidade. Muita gente já não saía mais, assim, nem à noite, nem sete da noite de casa, com medo de encontrar o Padre Maneco. Seu Pedroca, que tinha um caminhãozinho de entregar leite, então ele saía da casa 02:45 da manhã, porque ele tinha que passar no lugar para pegar o leite e depois distribuindo ali na cidade e em duas cidades vizinhas… Um dia ele tava com o seu caminhãozinho [efeito sonoro de partida no automóvel]  saindo da cidade, na estrada, quando o caminhãozinho dele falhou… Era uma coisa comum falhar? Era, porque era um caminhãozinho velho. E ele desceu e foi fazer o que ele sempre fazia lá, soprar velas, sei lá… Quando ele virou pra voltar para o caminhão, ele deu de cara com o Padre Maneco. 

Padre Maneco com aquele olho totalmente branco, com uma cara de muito ódio e ele abriu a boca… — Segundo o seu Pedroca contou — Parecia que a boca dele era muito maior assim do que uma boca normal e fez um barulho [efeito sonoro de grunhido muito alto] e ali o seu Pedroca falou, falou: “O padre Maneco eu não sei o que aconteceu com ele, mas ele não é mais de Deus, aquilo ali é um demônio, sei lá o que”. E aquelas criaturas que ficavam ali em volta dele pelo chão, também começaram a gemer e fazer barulho… Seu Pedroca, que nunca teve medo de nada, ficou apavorado, entrou no caminhãozinho e voltou pra casa… Não foi buscar o leite, não foi entregar o leite e foi falar com o padre da cidade, que alguma coisa tinha que ser feita. O que a igreja resolveu fazer? Resolveu parar de tocar o sino meia noite. E isso tudo, Alfredo, jovenzinho, sabendo na cidade… Que todo mundo sabia, né? Então foi avisado que agora o sino só bateria às seis, meio dia e o horário da Ave Maria, que era ali dezoito horas. — Às seis da tarde, né? — E aí Padre Maneco realmente sumiu, só que sumiu da cidade, mas continuou perambulando por dentro da igreja… [efeito sonoro de sino tocando]

Quem contava era Dona Terezinha, a beata que cuidava da igreja. O padre que pra lá foi designado, pediu transferência. E a cada dois, três meses mudava-se de padre ali… O Alfredo depois saiu da cidade, mudou pra capital, então ele não ficou mais sabendo notícias frescas de Padre Maneco, mas pessoas da geração dele, que são da cidade, ainda falam que Padre Maneco de vez em quando aparece. — Agora só dentro da igreja… — E às vezes até em horário de missa cedo… — Muita gente já viu, ou se não também, pode ser, sei lá, uma histeria coletiva do tipo achou que viu, né? Não sei… — Mas que depois que parou de tocar o sino meia noite, ele parou de conseguir rodar pela cidade, ele ficava só preso dentro da igreja. Então será que era isso o sino? Que fazia com que ele pudesse sair da igreja? Que sentido faz isso? Qual a lógica? E aí, o seu Alfredo agora, [risos] desde aquela época já não gostava da igreja por causa do Padre Maneco agora muito menos. Não gosta de de jeito nenhum. 

Mas ele nunca esqueceu a descrição que as pessoas davam do Padre Maneco… Ele nunca chegou a ver, mas foi algo que abalou a cidade, assim, né? Muitas pessoas viram e ficaram realmente mexidas e mal, e mudou a dinâmica da cidade toda… A cidade parou de sair à noite porque o Padre Maneco ficava andando com essas criaturas em volta dele. E o que seriam essas criaturas? De onde saiu isso? Elas ficavam agarradas… E quando o seu Pedroca encontrou o Padre Maneco, que ele fez esse barulho aí as criaturas também começaram a fazer barulho. — Que que é isso, gente?

[trilha]

Assinante 1: Olá, Deia, Olá, Não Inviabilizers, meu nome é Houston, eu moro hoje em São Paulo, mas eu sou de Natal, Rio Grande do Norte. O primeiro ponto que me parece, já que foi revelado pela beata que o padre já tinha esses espíritos e já tinha essas figuras acompanhando ele, o que me parece é que o padre poderia viver já uma situação de obsessão, que ganhava uma certa materialidade para que as pessoas conseguissem ver. Isso leva também a outro ponto é que a Igreja Católica tem regras muito específicas para exorcismos… Só determinados padres, só algumas pessoas podem fazer um exorcismo, de fato, porque eles tendem a levar isso com mais rigidez. Eu falo isso porque eu já fui muito católico e eu já fui catequista. E é estranho que a igreja soubesse que esse padre provavelmente vivia uma situação de sofrimento ou de algo do tipo e não tenha feito nada, né? É isso, brigadão, Déia. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, tudo bem? Meu nome é Márcia, eu falo do interior paulista e eu estou chokita… Chokita, Chokita… Arrepiei em lugares que eu nem sabia que podiam ser arrepiados. [risos] Cara, que loucura… Eu acho que esse padre ele já era meio possuídinho, assim, sei lá como é que se fala, por essas criaturas. E quando ele desencarnou, a galera tomou conta do corpo astral. Com todo respeito aos padres e quem protesta da fé católica, eu acho que foi feito algum ritual para que ele ficasse preso na igreja, algo do tipo, por isso que os sinos não tocam mais e ele tá preso na igreja. Eu acho que essa é a explicação assim que eu tive, mas chocada, chocada, chocada… Eu, hein? 

[trilha] 

Déia Freitas: Gente, então não esquece: Estreia hoje o filme O Convento. O filme O Convento é baseado em uma história real e a história aterrorizante sobre um padre que aparentemente cometeu suicídio em um convento na Escócia. — Aquela coisa, né? O básico combo, tudo o que a Igreja Católica não quer aí que você saiba sobre esse convento na Escócia. — O Convento é uma produção da Imagem Filmes, estreia hoje no cinema, então corre para assistir. Os links estão todos aqui na descrição do episódio. Valeu, Imagem Filmes, pela parceria… Um beijo, gente… — Deus me livre… Eu já não gosto de padre, assim então… Com o olho todo branco… Pensa, aquele cara branco, cabelo preto, assim, já de meia idade, olho totalmente branco, aquela batina preta até o pé e, em volta dele, várias criaturas rastejando pelo chão. Deus me livre… — Eu volto em breve. 

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.