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título: passarinhos
data de publicação: 04/07/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #passarinhos
personagens: ludmila, dona carmosina, robson, cunhada e paulinho

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa pra você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Na Nuvemshop você pode montar o seu negócio do seu jeito, escolhendo os meios de pagamento e os meios de envio. Ter uma loja virtual vai deixar aí o seu negócio mais organizado e ainda vai aumentar suas vendas. Na Nuvemshop você pode ter uma loja virtual bonita, confiável, organizada e ainda continuar vendendo pelas redes sociais.

E hoje: história de pote. [risos] — Pediram sempre pra eu avisar no começo quando for história de pote. [risos] Aviso de gatilho: história de pote. [risos] — Eu vou contar pra vocês a história da Ludmilla e da sua sogra, Dona Carmosina. — As duas me escreveram juntas. — Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Ludmilla é casada com o Robson, filho da Dona Carmosina, e ela e a sogra se dão muito, muito, muito bem. — A ponto de Ludmila me falar que, se um dia ela se separar do Robson, ela jamais se separará de Dona Carmosina. [risos] Será assim eternamente ela e dona Carmosina e ela e o Robson até quando aí o relacionamento aguentar. [risos] Então esse é o contexto, elas são muito unidas. — A Dona Carmosina tem outro filho, — que nós vamos chamar aqui de Paulinho. — Paulinho, há uns três anos e meio, — antes da pandemia um pouco — casou com uma moça que é um pouco, assim… — Diferenciada na classe social. — Ela é um pouco mais rica… — Quer dizer, Dona Carmosina, Ludmilla, Robson, Paulinho, todo mundo classe C e essa moça tem um pouco mais de grana. —

Então já teve várias tretas ali, desde a festa de casamento, porque ela não queria que fosse uma coisa [efeito de voz grossa] “pra pobre”, palavras dela… Só que a família do lado da Dona Carmosina você já viu, né? O pessoal, como diz aí dona Carmosina gosta de um vestido solto de viscose, [risos] gosta de levar de presente a panela de pressão ali durante a cerimônia de casamento. [risos] Dona Carmosina diz que depois me escreve aí altas confusões desde que Paulinho casou com essa moça. E que essa moça é esnobe, é o jeito dela, enfim, ela não aceita várias coisas aí. [risos] Enfim, mas ela gosta do Paulinho, o Paulinho gosta dela e eles estão bem enquanto casal. E logo que eles casaram, Dona Carmosina fazia os almoços ali de domingo pra todo mundo, então ela ia e ficava com a cara meio torta, assim, tipo: “Ai, não queria comer isso, não queria aquilo”, aí Dona Carmosina foi perguntando o que ela gostava de comer e nã nã nã.

E aí ela falou lá que ela gostava, tipo, vai, de macarrão com brócolis. E aí Dona Carmosina fazia outras coisas e no domingo fazia o macarrão com brócolis pra ela. — Mas todo mundo comia. — Aí um dia fez lá um macarrão com brócolis, sobrou, Dona Carmosina pegou e colocou num pirex. — Desses com tampa de plástico, né? Só que de vidro. Pirex muito bom, excelente, dona Carmosina falou que era um pirex excelente. — E deu pra ela levar e falou pra ela: “Olha, na semana você me traz o meu pirex”, e aí ela falou: “Ah, tá bom”, mas assim, não deu muita importância e não trouxe. Dona Carmosina foi lá no zap, cobrou [efeito sonoro de mensagem no Whatsapp] o pirex e aí ela não trouxe. Aí numa outra oportunidade, isso passou uns dois meses… Teve um almoço na casa dessa moça, tinha mais gente da família dela, então um pessoal mais fino, dona Carmosina falou que almoçou em casa antes de ir. [risos] Né? Pra chegar lá e não fazer feio e tal.

E chegou lá e ela deu de cara com o pirex dela com comida, servido na mesa. — Já subiu um ódio. — Dona Carmosina chegou perto do Paulinho e falou: “Você tá vendo aquela travessinha ali? É da sua mãe, a sua mãe quer a travessinha dela”. [risos] Aí o Paulinho falou: “Mãe, pelo amor de Deus, não faz uma cena, te compro cinco pirex”. Ela falou: “Não, eu tenho esse pirex há mais de 20 anos, eu quero o meu pirex”. Mas a festa foi passando e Dona Carmosina resolveu ir embora, porque ninguém ia embora… Falou que esse pessoal da nora dela, dessa nora rica é um pessoal que bebe bastante, então eles iam varar ali, tava final da tarde já, ia varar a noite bebendo e ela foi embora e o pirex ficou lá.  — Ela não quis fazer uma cena. — Deu mais uns dias, ela cobrou [efeito sonoro de mensagem no Whatsapp] e a moça não entregou o pirex. Aí Dona Carmosina falou: “Bom, eu tô indo aí buscar”. [música de tensão]

Aí a moça falou que não estava em casa e nã nã nã e moça ligou pro Paulinho e falou: [efeito de voz grossa] “Ó, a sua mãe tá me enchendo o saco por causa do pirex, eu tô ficando chateada e nã nã nã”, e aí o Paulinho foi e falou pra mãe dele que a esposa estava falando que estava entrando em depressão por causa da dona Carmosina. [risos] E aí dona Carmosina falou: “Depressão por minha causa por quê? Eu mal vejo ela, nem converso com ela no WhatsApp, nada”, “Ah, por causa do pirex”. Dona Carmosina ficou sem acreditar e falou: “Bom, deixa ela lá com o pirex”. Até que um dia ela foi lá tomar um café e tal, ver o Paulinho, — porque agora raramente ela ia na casa da dona Carmosina, porque achava, sei lá, a casa muito simples e nã nã nã… Ela é esnobe. — E aí dona Carmosina foi lá, abriu o armário, pegou o pirex e botou dentro de uma sacola e falou: “Meu pirex, vou levar”.

E aí a moça ficou meio em choque, o Paulinho falou pra ela: “Mas mãe, ela tá com depressão e tal”, — e aqui a gente não está aqui para dizer se ela tem depressão, se ela não tem, entendeu? A gente não está aqui para falar disso, é a vida dela, as coisinhas dela… A gente não conhece a nora esnobe, pode ser que ela realmente esteja em depressão, enfim, né? — Mas a fala de Dona Carmosina para o filho foi: “Depressão ela tem que ir no médico, no psicólogo, tomar remédio, o meu pirex não cura depressão, não é remédio de depressão. Vou levar o meu pirex”. E levou… Aí ficaram estremecidos um mês e pouco sem ela falar com dona Carmosina e o Paulinho também entrou na onda e não falou com a mãe. Passaram—se aí os anos, agora todo o mundo com a terceira dose, Ludmila resolveu fazer um almoço na casa dela e, pra agradar essa nora que eles estavam há um tempo sem se ver, tudo, ela resolveu fazer o macarrão com brócolis, né?

Dona Carmosina estava lá, tava todo mundo, enfim, foi um almoço muito agradável e sobrou macarrão com brócolis. Ludmilla muito querida, muito fofa, falou: “Não, imagina… Você vai levar esse macarrão, você gosta, né? Eu fiz para você, você vai levar”. Tinha sobrado uma boa quantidade de macarrão — que precisaria de um pote grande pra colocar ou vários potes pequenos — e Ludmilla é uma potenática. — Ela é potenática. — E ela tem potes já descartáveis pra pessoa levar e não precisar devolver, só que ia dar, tipo, uns quatro potinhos descartáveis. A nora foi lá na cozinha e falou: [efeito de voz grossa] “Não, me coloca nesse grande aqui que a gente veio de Uber”, porque eles queriam beber, enfim, né? “E, pra eu carregar no Uber esses quatro vai ser horrível e tal, esse grande aqui eu levo e trago para você na semana, tranquilo”.

Na hora, o coração de Ludmilla disse “não”, porque era um pote dela grande… — de uma coleção que a gente vai chamar aqui de “Passarinhos”. — Então era da coleção Passarinhos, — quer dizer, uma peça importante pra Ludmilla para não desfalcar a coleção — mas na hora ali a nora fez de um jeito e encheu o pote o Passarinhos de macarrão. De longe dona Carmosina olhou e balançou a cabeça negativamente, [risos] tipo: “Isso não vai dar certo”. [música de tensão] Nora esnobe foi embora. Isso foi ali por janeiro, né? E, na semana, no meio da semana… — Ludmila me disse que nem dormir bem ela dormiu, porque é a coleção de potes, cada um tem o seu tamanho, um vai dentro do outro, tem toda um histórico, né, gente? Tem todo um background aí [risos] do pote Passarinhos. —

A dona Carmosina tinha falado pra ela que tinha feito errado… — Encheu a cabeça da Ludmila também… Pra falar que: “Olha, nunca mais você vai ver seu pote e nã nã nã”. — E aí no meio da semana, — lá em janeiro — a Ludmilla mandou mensagem [efeito sonoro de mensagem no Whatsapp] no zap para a cunhada e falou: “Então e tal, o meu pote Passarinho, estou morrendo” e fez uma brincadeira “hahaha”, a cunhada riu e falou: “Ah, eu levo sim”, só que esse “levo sim” nunca acontecia e a dona Carmosina dando aquele toque, falou: “Ó, se você não for lá buscar, ela não vai trazer”. E aí não se sabe como, dona Carmosina descobriu que essa nora tinha coleção de potes Passarinhos, igual à da Ludmilla, só que ela não tinha o pote grande, que era o maior. E como a Ludmilla comprou num consórcio, demorou quase um ano pra pagar esse pote… — A estampa Passarinhos não tem mais… —

Aí a Ludmilla foi ficando mal, conversou com o marido dela, Robson, falou: “Robson, então, conversa com seu irmão, eu preciso do meu pote”. E aí o Robson já falou: “Meu Deus, você também não… Minha mãe me infernizou um tempo, infernizou o Paulinho por causa de um pote dela, sei lá o que que a fulana pegou. E agora você com isso? Que inferno. Por que é vocês fazem isso de pote e nã nã nã?”. O Robson ficou muito bravo, porque ele falou: “Poxa, vocês tão arrumando encrenca por causa de um pote de plástico, sabe?”. Então ele falou: “Eu não vou me meter, não vou me meter. Não metam meu irmão nisso também”. E aí ficou agora dona Carmosina e Ludmilla de um lado e a moça esnobe — que é cunhada de Ludmilla, nora de dona Carmosina — do outro. A Ludmilla resolveu sim mandar uma mensagem para o Paulinho [efeito sonoro de mensagem no Whatsapp] e o Paulinho falou a mesma coisa: “Olha, a minha esposa tem depressão, eu não vou brigar com ela por causa de um pote”. — E aí de novo a questão da depressão, né? Que a gente não vai entrar nesse mérito aqui, nessa questão, pode ser sim que ela esteja em depressão… —

Só que dona Carmosina falou: “Depressão… O pote não”. [risos] E ela quer que a Ludmilla vá lá, que marque uma bebida, qualquer coisa… Não é que vá lá, invada e pegue o pote, mas que marque assim um socialzinho na casa do cunhado lá e vá lá e pegue o pote. Só que a Ludmilla falou que não tem coragem de entrar lá e pegar o pote. E dona Carmosina quer ir junto, falou: “Então vamo marcar um almocinho lá, porque aí eu pego o pote pra você”. Gente, vai dar discussão isso aí, não vai? E aí a nora provavelmente já incorporou na coleção dela o pote grande Passarinhos, que era o único que ela não tinha. Por que ela escolheu lá na casa da Ludmilla? Tinha vários grandes, ela escolheu o Passarinhos. Provavelmente foi porque faltava na coleção dela. — Isso é o que a Ludmilla e dona Carmosina acham, né? — O que Ludmilla faz? Marca realmente um almocinho lá no cunhado e pega o pote com a ajuda de dona Carmosina ou, sei lá, espera? Mas ela tá angustiada, tá chateada… É um pote que ela gosta. Um dos primeiros que ela comprou, que ela fez em consórcio pra conseguir pagar, né? Então… [risos] 

O que vocês acham, gente? O Robson tá puto, não quer saber dessa história de pote, de jeito nenhum. E o Paulinho falou aquilo, falou: “Eu não vou contra a minha mulher, ela tá aí com depressão e é isso”. Então, o cenário é: Ludmilla e Carmosina contra todos. [risos]

Dona Carmosina falou que a hora que entrar lá de novo vai pegar o pote Passarinhos. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Ludmilla, tudo bem? Aqui é Ana Vitória de Curitiba. E o meu conselho é pra você pegar o caminho do meio: Não é nem ir lá na casa dela e pegar o pote, invadir a cozinha e nem esquecer que o pote existe e se conformar… É simplesmente conseguir fazer com que esse almoço, esse encontro lá na casa da nora esnobe aconteça e, na hora que ela entrar na cozinha e tiver sozinha, você vai lá, sozinha também, sem plateia, ninguém e diz assim: “Ai, fulana, puts, que bom que você tá aqui, devolve meu pote, por favor? Pega ele aí pra mim?”, pronto… Acho difícil ela querer desviar e conseguir fazer a louca e não devolver o seu pote. Boa sorte.

Assinante 2: Oi, gente, aqui é Mayara de Salvador. E, assim, Lud, pelo amor de Deus, amiga, vai pegar seu pote. Eu não tô aqui pra questionar a depressão da moça, mas independente dela ter depressão, ela é uma folgada… Ela é muito folgada, muito abusada. Vai pegar seu pote, leva um macarrão com brócolis pra ela, inclusive, amo brócolis. [risos] Leva um macarrão com brócolis pra ela, pergunta a dona Carmosina onde geralmente ela deixa os potes, você chega lá na cozinha: “Vou pegar um copinho”, abre e “Ô, menina, que coincidência… Meu pote aqui”, e leva seu pote pra casa. Não deixa ela roubar seu pote, não, ela é muito folgada. E o marido dela também, hein? Poderia muito bem pegar o pote e devolver, evitar briga. Quando ela perguntasse, o pote sumiu, ele: “não sei”. Então é isso… Pega seu pote, seja feliz com seus passarinhos, tá? Beijo.

[trilha]

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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.