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título: enteada
data de publicação: 18/07/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #pastadedente
personagens: rubens e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeitos sonoros de crianças contentes] Quem está comigo hoje é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa pra você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Na Nuvemshop você pode montar o seu negócio do seu jeito, escolhendo os meios de pagamento e os meios de envio. Ter uma loja virtual vai deixar aí o seu negócio mais organizado e ainda vai aumentar suas vendas. Na Nuvemshop você pode ter uma loja virtual bonita, confiável, organizada e ainda continuar vendendo pelas redes sociais.

E hoje eu vou contar para vocês a história do Rubens. — Ê, Rubens… — Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

O Rubens conheceu um cara aí na faculdade, isso tem uns seis anos… E eles se apaixonaram. Namoraram ali por um ano e nã nã nã e resolveram que eles iam casar. E aí fizeram uma cerimônia bacana, as famílias muito animadas, todo mundo em harmonia. — Foi um casamento muito bonito, eu vi as fotos, os dois se casaram de terno branco, bem legal mesmo… — E, assim, romancinho total, né? — Muito amorzinho. — Os dois felizes, viajando… Então, assim, o primeiro ano de casamento foi maravilhoso e o Rubens disse que o cara, no primeiro ano ali, era muito, muito, muito bacana. Esse cara tinha um porénzinho… Ele era muito metódico. Então, com algumas coisas ele era chato… — Chato demais. — Entre estas coisas, com a pasta de dente… — Sim, a pasta de dente.

Então, assim, era inaceitável para ele que alguém apertasse a pasta de dente no meio. Então você tinha… [risos] Quando você ia colocar a pasta na escova, você tinha que apertar ali a bundinha da pasta e ir espremendo pra ficar ali a bundinha sem pasta e o tubo continuar cheio. — Tipo, vai diminuindo o tamanho do tubo, mas ele está sempre cheio, saca? — Então era assim… E, no começo, o Rubens nunca tinha… [risos] — Ele não tinha um método para apertar a pasta de dente, né? — E aí ele penou um pouco até acostumar, mas acostumou, porque é uma coisa também que é bobagem… Pra ele não ia fazer muita diferença apertar no meio ou apertar na bundinha. E como era uma coisa que o outro cara sofria, [risos] ele ficava puto, ele começou a apertar a bundinha da pasta. E anos apertando a bundinha da pasta… E tudo certo.

Até que um dia, num carnaval… — E, assim, o casamento deles é um casamento monogâmico, então não rola ter uma terceira pessoa ali com eles. — E aí num carnaval, simplesmente esse cara saiu numa sexta de carnaval e voltou na quarta—feira de Cinzas. — Assim, gente, tipo, os dois estavam lá no meio do bloco e o cara sumiu. O Rubens ficou mega aflito, quase fez um B.O., só não fez porque, assim, eles tinham muitos amigos em comum e aí um amigo falava que tinha visto o cara em tal lugar e, assim, naquele contexto de carnaval. Então o Rubens falou: “Ah, então ele está por aí, né? Ele só não teve a consideração de me avisar, né?”. — E, assim, quando o cara voltou o Rubens meio que falou que queria a separação, mas o cara conseguiu convencer ele ali que não… Que não rolou nada, que não aconteceu nada… Mesmo algumas coisas chegando ali no ouvido do Rubens. O Rubens relevou e vida que seguiu.

Depois do primeiro ano ali de casamento, que foi tudo Lua de Mel, esse cara começou a pisar na bola, sabe? Então ele dava uns sumiços, às vezes voltava cheirando um perfume que não era o perfume que ele usava sempre… E o Rubens foi ficando magoado, mas ao mesmo tempo ele amava muito esse cara, né? E ele falou: “poxa, vamos ajustando aí esse relacionamento e tal pra dar certo”. Até que um dia, — antes da pandemia, 2019, ali pra maio — a mãe do Rubens ficou doente. Ela morando em outro Estado, o Rubens falou: “Olha, eu vou pegar 15 dias pra ficar com a minha mãe”. E aí assim ele fez, ele foi, ficou, cuidou da mãe dele, foi ótimo… E ficou com a família e nã nã nã. Voltou… Quando ele voltou, que ele botou as coisinhas… — E a casa sempre muito bem arrumada, porque esse cara era, assim, o neurótico da limpeza e tal. —

No que ele pôs as coisinhas ali no quarto, e o cara já falou pra ele desfazer a mala, colocar a roupa na lavanderia e nã nã nã, que ele entrou no banheiro… [efeito sonoro de tensão] Ele viu que a pasta estava apertada no meio. E esse cara tava muito afobado… — Tava muito afobado, assim… — E o Rubens notou que tinha algo estranho, assim, mas ele falou: “Bom, eu não sei o que é, mas essa pasta apertada no meio…” e ficou meio ali cismado. Aí foi, desfez a mala, botou ali umas coisas que ele trouxe de comer que a mãe dele deu na cozinha… Quando ele voltou pro quarto, ele olhou bem pra a cara do cara e falou: “Agora pode me falar… Que cara você trouxe aqui na nossa casa?”. E o cara ficou pálido… Parecia que ia desmaiar. E aí ele começou a falar pro Rubens: “É, mas que cara? Que mané cara…”. E aí o Rubens falou pra ele: “Olha, eu sei que você trouxe um cara aqui e eu quero ouvir da sua boca… Vai ser melhor pra você se você mesmo falar”. [efeito sonoro de tensão]

E aí o cara não sabia como o Rubens tinha sacado alguma coisa, assim, mas era tudo por causa da pasta. O Rubens não sabia de nada. E aí o cara começou a chorar [efeito sonoro de pessoa chorando] e falou que, realmente, naquele dia, tipo, o Rubens chegou às sete da noite, quando era três da tarde tinha um cara lá na casa. E aí ele confessou que tinha saído com esse cara, mas era um cara que ele tinha conhecido no aplicativo e foi só realmente pra transar, que ele nem lembra o nome do cara, enfim… Aí tiveram lá uma briga feia. E mais uma vez o Rubens falou que queria a separação, mas depois voltou atrás e perdoou. — E aí perdoou, esquece e segue a vida. — E aí chegamos a pandemia… 

Rubens enfermeiro, então pensa uma vida corrida… E aí fora aquele medo todo, né? De pegar Covid, ele vendo vários colegas ali morrendo de Covid, adoecendo… Então, assim, a cabeça do Rubens na pandemia, naquele início, ficou muito, muito, muito ruim. E aí ele ia pouco em casa, porque ele tinha medo de contaminar essa criatura que ele namorava. E, assim, sempre preocupado, sempre conversando e tal… Até que um dia o Rubens resolveu fazer uma surpresa. Ele já sabia que tinha rolado traição no carnaval, naquele carnaval ele perdoou, depois pela pasta de dente ali apertada no meio ele perdoou… — E ele nunca contou que foi sobre a pasta, né? Por causa da pasta que ele descobriu. Então o cara até hoje pensa que alguém contou pra ele, né? — E ele chegou em casa de surpresa — pra fazer uma surpresa para o marido dele — em pleno Dia dos Namorados… 

E aí, assim, quando ele entrou no apartamento tinha uma movimentação estranha, [efeito sonoro de tensão] uma correria… Mas ele tava tão feliz de ver o cara que ele nem se ligou em nada, assim. E ele viu que tinha um jantar pronto… E que tinha dois pratos… [risos] Mas, assim, alguma coisa na cabeça do Rubens deu uma desligada e ele falou: “Poxa, acho que ele teve uma intuição [risos] que eu estava vindo, né?”. — Ê, Rubens… — E aí eles jantaram. O jantarzinho romântico que, supostamente, o cara tinha feito só pra ele e eles comeram e tal e o cara estava muito, muito, muito agitado, muito nervoso… E perguntando pro Rubens… — Porque, assim, o Rubens, o plantão do Rubens era noturno. — Então ele tinha ido ali pra jantar e voltar pro trabalho… — E era toda aquela função, tipo, ele tirava a roupa lá no corredor do apartamento… Toda aquela parafernália que foi pra você entrar e sair de casa, a época que a gente lavava as compras ainda. —

Ele pensando em todo esse trampo que ele tinha que fazer pra voltar pro trabalho… — E ele ia ficar uns quatro dias longe do marido e tal, né? — Então ele queria aproveitar ali um pouquinho aquele Dia dos Namorados e voltar umas dez horas da noite ali para o hospital. E o cara olhando no relógio, olhando no relógio… [efeito sonoro de tic-tac de relógio] E o Rubens resolveu chamar o cara ali pro quarto… — Pô, você tá ali, jantarzinho, Dia dos Namorados e nã nã nã, vamo nessa… [risos] — Quando o Rubens senta na cama e o cara todo agitado, conversando na frente… — Parecia até um outro cara o Rubens falou, assim… — Sentado na frente dele, assim, conversando, gesticulando… — Sabe quando você senta na cama, assim, e você põe o pé no chão? — Ele bateu em alguma coisa com o pé… 

E parecia uma coisa meio, assim, mole, sei lá… Meio estranha. O que ele fez? Do jeito que ele estava sentado, ele levantou a colcha, na lateral dele com a mão, com o braço… — Gente, vocês não vão acreditar… — Ele viu dois pés com meia branca, tipo, meia esportiva… O cara — o amante — tava embaixo da cama… — Provavelmente eles estavam ensaiando, iam começar a jantar, o Rubens chegou e o marido do Rubens enfiou o amante embaixo da cama. — Só que o cara era mais alto, assim, ficou o pé dele… [risos] Ai, Rubens… [risos] — O pé dele ficou meio pra fora, assim… E o Rubens mesmo vendo aquele pé, os dois pés assim com a meia, ele ainda ficou em dúvida… [risos] — Duvida do que, Rubens? [risos] — Ele deitou no chão ali pra ver quem estava embaixo da cama e aí foi um barraco… 

E aí foi uma briga… E ele botou o cara e o amante pra fora. O apartamento do Rubens, ele proibiu a entrada do cara no prédio. — Então o cara não conseguia mais entrar nem pra pegar as coisas dele. — E o Rubens passou os quatro dias seguintes que ele tinha plantão e era uma época que tava todo mundo precisando dobrar, fazer mais horas e tal… Caos. — Auge da pandemia. — E ele passou os quatro dias lá — que ele ia passar, pra folgar dois — e não deixou o cara entrar no prédio. Então, o cara ficou sem roupa, sem celular… Só com a roupa do corpo, ele estava vestido, né? Mas, assim, sem as coisas dele, sem celular, sem computador, sem nada… E o Rubens não sabe se ele ficou na casa do amante ou se ficou na casa de algum amigo… 

E aí, quando o Rubens voltou desses quatro dias, ele dormiu, descansou e, quando ele acordou, ele arrumou as coisas desse cara e mandou uma mensagem lá pra um amigo que eles tinham em comum, para o amigo vir buscar, né? Que ele não queria ver o cara nem pintado de ouro. E, gente, nunca mais ele viu o cara, assim… Eles se separaram, fizeram tudo o que tinha que fazer, com advogado e tal e nunca mais ele viu o cara… Assinou o que tinha que assinar e acabou. — Deu chance, depois deu chance de novo… E aí também o cara embaixo da cama, de meia… [risos] — E ele falou: “Andréia, se eu tivesse me ligado, quando eu entrei no quarto, o sapato do cara estava meio do lado, assim… Era um tipo de sapato que nem eu tinha e nem ele tinha, nem o marido usava. Eu já ia sacar pelo sapato, mas eu nem vi o sapato. Eu sentei na cama e bati o meu pé no pé do cara… E aí… [risos] — 

Será que foi esse mesmo cara que apertava a pasta no meio? [risos] Vai saber, né? Mas o Rubens aí escreveu pra gente pra dizer que ele foi ninja, de realmente descobrir a traição, mas que ele não agiu como ele deveria agir lá desde o carnaval, que ele quase enfartou achando que o cara estava desaparecido, estava morto, sei lá… Porque passou o carnaval todo sem aparecer. E ele acha que lá ele devia ter terminado já, né? Que ele aguentou muita coisa e, enfim… E essa é a história do nosso amigo Rubens. Um beijo, Rubens… E o Rubens disse que agora ele aperta a pasta, assim, no meio, caótico na pasta. [risos] — Agora o Rubens é o caótico da pasta de dente. — Que ele não aceita que aperte da bundinha, que ele lembra do ex, daquele traste. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, Oi, Déia, Rubens… Ê, Rubens… Aqui quem fala é Jonathan de Fortaleza. E, cara, eu ri tanto no começo dessa história… porque eu fiquei com uma pessoa também e esse cara tinha esse toc da pasta de dente. Quando a Déia falou, [risos] eu ri que me engasguei… E, assim, cara, brincadeiras à parte, não te julgo, porque fiz a mesma coisa também em relações que eu passei… Perdoei, perdoei, perdoei… E, assim, a gente dá a chance, né? Por mais que quem erre uma vez, a culpa é da pessoa, a partir do segundo erro a culpa já é nossa, o terceiro… A gente perdoa porque a gente espera que a pessoa mude, porque nós vamos querer uma segunda ou terceira chance, mas nem tudo é como a gente quer, né? Então, você fez certo e siga sua vida e é isso… Daqui a pouco aparece alguém muito bom pra ti, muito melhor. Um beijo.

Assinante 2: Oie, bom dia, eu sou o Gabriel de Senador Canedo, Goiás. Gente, acabei de ouvir essa história do Rubens, pelo amor de Deus… Tá igual São Tomé? Tem que ver pra crer? Mas cada um cada um, né? Perdoando… Se perdoou, segue o baile. Mas vou te falar: os sinais tavam lá há muito tempo, Rubens que não quis ver, né? Ai, a tal da paixão que a gente fica besta e burro… Mas eu amei essa história, viu? Ai, Rubens, todo sucesso do mundo, seja feliz e que apareçam boas pessoas na sua vida. Um embuste desse daí? Você não precisa de mais nada. Beijão.

[trilha]

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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.