título: pelota
data de publicação: 07/10/2024
quadro: luz acesa
hashtag: #pelota
personagens: jandira, claudio e pelota
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]
Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um Luz Acesa. E hoje eu vou contar para vocês a história da Jandira e do gatinho Pelota. Então vamos lá, vamos de história.
Jandira, com seus 25 anos, ela conheceu o Claudio e eles se apaixonaram e se casaram. [efeito sonoro de sino soando] Era um casamento perfeito, muito tranquilo, um casal muito parceiro… Tudo eles faziam juntos. Eles gostavam de receber os amigos em casa e um dia Jandira estava voltando do trabalho a pé e ela escutou um miadinho [efeito sonoro de gato miando] perto de uma caixa de papelão. – E se você, como eu, é uma protetora de animais, você sabe que a gente olha em todas as caixas de papelão. Não importa se miou ou se não miou, tem uma caixa na rua a gente dá uma olhadinha para ver se não é algum filhote abandonado. – Como ela ouviu um miado, ela foi olhar na caixa [efeito sonoro de gato miando] e lá estava um gatinho bem magrinho, cinzinha, muito pequeno. Jandira na hora pegou aquele gato e levou pra casa.
Claudio viu, Claudio sempre teve gato na casa dele e nunca tinha nem comentado nada porque não sabia se Jandira queria um gato, se não queria, mas ele também ficou animado, tipo “ah, um gatinho”, ele meio que falou: “Ah, eu vou comprar as coisas então pra ele”, já saiu pra comprar coisa, enfim… A Jandira já foi ali, pegou um paninho, assim, úmido e foi tirando as pulguinhas dele, enfim. E aí eles deram um nome – mesmo com o gatinho muito magrinho – de “Pelota”. E o Pelota era um gatinho ótimo, ele era amistoso com todo mundo, ele ronronava com todo mundo, ele ia no colo de todo mundo, menos de uma amiga da Jandira. Dessa amiga ele fazia [efeito sonoro de rosnado], sabe assim? Quando ela chegava perto, não deixava ela pôr a mão… Se ela insistia, ele unhava… E ela fazia graça: “Ai, Jandira, esse seu gato me odeia”, “porque esse seu gato me odeia”.
O tempo passou, Jandira engravidou e o Pelota ficou muito animado… Parecia que ele sabia que ia chegar um bebezinho naquela casa e Pelota estava preparado. – Se você engravidar, você não precisa dar o seu gato embora, procure informações aí certinhas, porque tem muita gente que erroneamente acaba fazendo essa crueldade quando engravida, dando o gato embora. – E agora o Pelota já estava bem gordinho… O tempo passou, aconteceu o parto… [efeito sonoro de bebê chorando] Eles chegaram com o neném em casa e parecia que aquele neném era filho do Pelota. Se o neném tava lá no berço – sabe aquele barulhinho que o neném faz um pouco antes de chorar? – e fazia esse barulhinho, ele corria para a cozinha, para a sala, onde tivesse Jandira ou Cláudio e miava, tipo: “Ô, vocês têm filho… Tá fazendo o quê aí que não está olhando a criança?”, até alguém ir lá. E às vezes era só manha de neném, ele não ia nem chorar… Mas o Pelota era assim…
Bom, deu o tempo das vacinas, Jandira resolveu chamar os amigos para conhecer o bebezinho. Entre os amigos, aquela amiga… Assim que todo mundo entrou – porque ela fez tipo um mini chazinho da tarde assim para apresentar o bebê, disse que seria uma coisa rápida, que o pessoal não ia poder ficar muito – o Pelota já ficou desesperado… – Desesperado…- Porque aquela moça estava junto e ele ficou tão agressivo, que o Cláudio pegou o Pelota, a caixinha de areia do pelota, a água e a reação do pelota e trancou o Pelota no quarto do casal e dava para ouvir o Pelota batendo na porta, desesperado Uma hora e meia depois ali o pessoal foi embora, era só uma visita rápida mesmo pra conhecer o bebezinho, e aí soltaram o Pelota. O Pelota na hora correu já para ver como que estava o bebê, e aí ficou tranquilo, né? “Ai, o bebê tá bem”. Só que dali ele saiu e, em cima do sofá, tinham vários pacotes, assim, de presente para o bebê e ele rasgou algumas embalagens ali – parecia que ele estava procurando alguma coisa – e ele achou um conjuntinho que era tipo um shortinho, camiseta e meinha e Pelota mijou em cima. – Vocês advinham quem tinha daquela roupa? A moça. –
A Jandira pegou todas aquelas roupas, aquelas coisas que tinha ganhado, ganhou toalhinha, um monte de coisa e colocou pra lavar – que você não vai colocar direto no neném, né? -, tem que lavar antes. Então ela lavou tudo, ainda mais deixou de molho aquela que o Pelota fez xixi e falou: “Ê, Pelota…” e o tempo passou… Dali mais ou menos umas três semanas daquela visita, o neném começou a ficar doente… E ninguém sabia se era dor de ouvido, o neném chorava, chorava, chorava, uma febre e ia e voltava para o hospital e não conseguia mais mamar… Colocaram uma sondinha nele… – Olha, gente, uma coisa terrível… – E o Pelota começou a ficar doente junto, a emagrecer, um gato gordo… E a Jandira: “Meu Deus, o Pelota, Cláudio… Pega, leva no veterinário”, o Pelota não tem nada, o veterinário falou: “Não sei, parece que está com depressão, alguma coisa, que ele não tem nada. Vou fazer aqui um estimulante para ver se ele come e tal, mas ele não tem nada… Clinicamente o Pelota está bem” e como o bebê estava chorando muito, uma vizinha foi lá. – E essa vizinha nós vamos chamar aqui de “Dona Vanda”. Quem não ouviu ainda a nossa história que tem a Dona Vanda síndica, ouça. –
E aí Dona Vanda falou: “Oi, Jandira, tudo bem? Eu vi que seu bebezinho está chorando bastante… Vocês têm uma religião?”, Jandira já assustou, falou: “Meu Deus, agora a Dona Vanda vai querer pregar para mim… Essa hora? Eu com o bebê doente”, e aí ela falou: “Não, né? A gente não tem religião, a gente não vai nada, assim, firme e fixo”. E aí Dona Vanda falou: “Olha, esse choro dele aí pode ser algum mau olhado, alguma coisa… Pode não ser doença, porque é um choro diferente”. – Dona Vanda, que escutava lá do apartamento dela. – “Ah, Dona Vanda, desculpe, mas a gente não acredita nessas coisas”. Dona Vanda falou assim, falou: “Olha, a minha tia…” – sempre tem uma tia, né? – “Conhece uma mulher que benze. Por que a gente não leva o bebezinho lá? Não custa nada”. E aí botou na Jandira ali uma culpa, porque Jandira não queria ir, mas Dona Vanda falou alguma coisa do tipo assim: “Meus filhos já são moços, mas se fosse meu filho, eu faria? Que mãe que não faz tudo pelo filho mesmo sem acreditar? Acho que toda boa mãe faz”. Então aí Jandira: [risos] “Se eu não levar essa criança na benzedeira, eu vou ser uma péssima mãe, Dona Vanda já está me julgando”.
E aí ela falou: “Tá bom, Dona Vanda” e aí Dona Vanda falou: “Vou ligar para minha tia, para ela esquematizar… Amanhã cedo a gente vai, te pego aqui e a gente vai”. – O Pelota não saía do quarto do neném. O neném chorava, Pelota miava, Jandira ali no puerpério… Ela falou: “Andréia, meu Deus… Era, assim, um pesadelo para mim. Claudio pegou férias, enfim, todo mundo em casa, todo mundo doido e ia e voltava de hospital, porque ninguém sabia que o bebê tinha. Pelota também estava medicado, mas também não melhorava”. – E aí cedo foram na benzedeira… Benzedeira pegou o bebê… – E aí, gente, não sei… Ela pegou o bebê pelas perninhas e levantou o bebê no alto alguns segundos de cabeça pra baixo, assim… E aí fez um “rap”, sabe assim? E devolveu para a mãe. Aí botou a mão na testa do bebê, fazendo bastante vezes o sinal da cruz, assim, bem pequenininho, rezando assim, muito, muito, muito. [sussuros] E ela abria a boca e ela foi ficando ruim… Essa mulher ela estatelou o olho assim e ela falou: “Eu estou vendo uma roupa roxinha com amarelo, ele tem essa roupa?”.
Jandira falou: “Tem, ele tem um conjuntinho muito bonito de shortinho, blusinha e meinha, roxinho com amarelo”. E aí a benzedeira – que a gente pode chamar aqui de “Dona Palmira” -, Dona Palmira falou: “Você tem que trazer essa roupa pra mim… Essa roupa… Foi feito um trabalho nessa roupa para o seu filho adoecer e morrer”. – Quem que tinha dado essa roupa, gente? Aquela amiga da Jandira. E qual roupa que o Pelota fez xixi em cima? Nessa roupa… – Jandira ficou tão impressionada… Por que como que ela ia acertar a cor da roupa? E tinha a coincidência do Pelota nunca ter gostado daquela moça e do Pelota ter rasgado os pacotes até achar aquela roupa e fazer xixi em cima. E aí Dona Vanda começou: “Tá vendo… Vamos agora, vamos lá, vamos pegar essa roupa e vamos trazer agora já”. E essa benzedeira falou assim: “Você vai me trazer essa roupa toda que ela deu e, na sua casa, tem um prato e duas xícaras que ela também te deu, não tem?”, “tem”, ela tinha dado um prato desses maiores, assim, tipo quase uma travessa e um par de xícaras desse tipo que junta uma na outra e forma, sei lá, um coração, pro casal, “você vai me trazer tudo o que ela te deu, que eu estou vendo aqui que é isso”.
E o Cláudio estava em casa e ela tinha perguntado pra Dona Palmira: “Eu trago o bebê de volta ou eu posso deixar o bebê com meu marido?”, aí ela falou: “Então espera aí”, aí foi e pegou um monte de macerado de ervas e deu um banho no bebê, jogou a roupa que o bebê tava – que era outra roupa fora – e falou: “Você vai embrulhar agora ele nesse pano, hoje ele vai ficar embrulhadinho nesse pano, você bota a sua fraldinha, depois você vai lavar todas as roupas dele com esse preparado de ervas que eu vou te dar… Roupa de cama, vai lavar tudo dele”. E a Jandira falou: “Bom, já que eu não vou voltar aqui com o bebê, também vou perguntar do meu gato”. [risos] “Eu tenho um gato que estava bem, agora ele tá mal… Será que ela fez alguma coisa para o gato?”, aí a Dona Palmira falou: “Não, não, ela não fez nada, é que o animal pega e ele está tentando pegar pra ele pra tirar do bebê”. – Ai, gente, o Pelota… – E aí ela falou: “Não, o seu gato vai ficar bem também… Se ele tiver algum paninho, alguma coisa, você também pode lavar as coisas do gato com essa erva”. E aí elas voltaram, deixaram o bebê com Claudio e levaram o conjuntinho, tinha uma toalhinha que ela não tinha certeza se tinha sido a moça que tinha dado ou não, ela levou também e levou as duas xícaras e o prato.
Quando elas chegaram lá pra entregar as coisas pra Dona Palmira, o prato rachou na mão da Jandira. E aí a dona Palmira falou: “Agora você deixa comigo aqui essas coisas e você vai pegar um papel, você vai escrever o nome dela inteiro, três vezes, a lápis e você vai botar esse papel dentro do seu sapato, do seu pé esquerdo, vai encontrar com ela… Você encontra com ela no trabalho? Você vai encontrar com ela e você vai bater o pé três vezes no chão e vai falar: “Saia da minha vida, saia da minha vida, saia da minha vida” e, quando você voltar para casa, você vai pegar o fósforo, não pode ser isqueiro, tem que ser fósforo e você vai queimar esse papel. Essa mulher nunca mais vai cruzar o seu caminho”. E a Jandira, agora que já estava acreditando em tudo, fez exatamente o que Dona Palmira pediu e essa moça, depois de um tempo, pediu as contas e nunca mais, mesmo morando na mesma cidade, ela cruzou de novo com essa moça. Jandira nunca mais cruzou com ela… – Essa moça nunca mais apareceu e eles eram um grupo de amigos e ela sumiu, gente… De tudo… Ela sumiu. –
O bebezinho ficou bem, Pelota ficou bem… – Gente, o Pelota tinha um ponto… Olha, o Pelota tinha razão, ele não gostou. A Jandira falou: “Desde o primeiro dia, Andréia, que o Pelota viu essa minha amiga, ele não gostou dela. Todo mundo podia fazer carinho, podia pegar o Pelota, menos ela”. Então, você vê, ela já tinha dado o presente de casamento deles já com alguma coisa. E por que não deve ter surtido efeito? Como era uma travessa e duas xícaras, assim, mais bonitas, eles não usavam. Eles não usavam, não usavam… Nem as xícaras para tomar nada e nem a travessa, mas a roupinha a Jandira botou no bebê, né? – Eu não sei… Eu ainda assim reluto muito para conseguir entender como alguém pode fazer uma magia num pedaço de pano e isso te matar ou te adoecer. Mas a Jandira falou: “Andréia, eu também não acreditava e o meu bebê, depois que eu fiz tudinho que Dona Palmira pediu, ficou ótimo. Nunca mais teve nada. Pelota pleno… Então realmente tinha alguma coisa, né?”. O que vocês acham?
[trilha]
Assinante 1: Olá, nãoinviabilizers, eu me chamo Letícia, falo do Rio de Janeiro. Jandira e Cláudio, pelo amor de Deus, claramente deu pra perceber que vocês são gateiros de primeira viagem mesmo, porque assim, pra quem é gateiro mais antigo [risos] sabe o quanto esses serezinhos pititicos são cheios de luz, extremamente espiritualizados e sensitivos. Caraca, eu estou muito arrepiada, muito chocada com a quantidade de sinais que o Pelota deu e esses sinais foram ignorados… Fica aí a lição, não só pra vocês, mas pra gente aqui do outro lado também. E eu fico extremamente feliz e reconfortada em saber que tudo no final deu certo, que essa pessoa hoje em dia já não está mais no meio de vocês e muito menos trazendo algum tipo de ameaça para sua família e principalmente para o seu bebê. Um beijo grande em todos vocês, muito sucesso, muita saúde, muita vitória e muita luz no caminho de vocês.
Assinante 2: Olá, nãoinviabilizers, meu nome é Mariana, eu sou de São Paulo. Pelota, reizinho da mediunidade, né? Não tem nem o que falar… Eu sou umbandista, para mim aquela frase: “Há muito mais entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”, é a coisa mais verdadeira que existe. E os gatos, sendo obviamente seres superiores a nós que estão aqui na Terra só para nos ajudar, é óbvio que eles reconhecem esses sinais, essas energias, essas coisas muito mais que a gente, né? Eles sentem e são muito mais sensíveis a essas coisas que a gente não enxerga, mas os gatinhos com certeza sentem. Espero que vocês estejam bem, a família toda, que vocês continuem bem e prestem muita atenção no que o Pelota fizer da próxima vez para não chegar nesse ponto. É isso, um beijo…
[trilha]
Déia Freitas: Essa é a história da Jandira, comentem lá no nosso grupo do Telegram. – Deus me livre alguém me dar uma peça com magia… E como que tira? Como que você vai saber, gente? Como que tira? E esse negócio de botar o nome da pessoa no pé esquerdo e bater o pé, mas você tem que olhar para a pessoa e fazer isso? Como é que você faz isso? Você tem que fingir que você está dançando ou a pessoa não pode estar olhando para você, né? Será que funciona para todo mundo? Ou teve uma magia a mais ali que Dona Palmira fez e o que a Jandira fez foi só um complemento para a moça sumir? Vai saber, né? – Bom, é isso, gente… Deus me livre, um beijo e eu volto em breve.
[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]