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título: pipi
data de publicação: 28/11/2020
quadro: amor nas redes
hashtag: #pipi
personagens: dona nilcéia, fernanda e fernando

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei para um Amor nas Redes e, assim, super diferente. [risos] Antes de começar a contar a história para vocês, eu quero dar alguns recados. Primeira coisa, o nosso grupo do Telegram, onde nós só discutimos as histórias é todo bem organizado, bem monitorado pelo Dourado e pela Beth, chegou a 5 mil membros. [efeito sonoro de felicidade] Gente, cinco mil membros no grupo… E ele funciona muito bem, então, se você ainda não está no nosso grupo, entra lá, tem o link aqui. E vamos de história. Ah, mentira, não vamos de história ainda… Essa história, eu já vou avisar antes, é uma história sobre pipi sujo [risos] Então, se você tem alguma questão com pipi sujo, não ouça. E aí eu vou deixar nos comentários, o link do programa da Pri Armani que tem um episódio muito legal e muito importante com um urologista que fala sobre isso, entre outras questões e até ensina como devem lavar o pipi. Isso vale para todo mundo… E se você começa a namorar um pipi sujo? Então, [risos] a história é por esse caminho, então se você, sei lá, lá almoçando, ouve mais tarde. Tá bom? Estou avisando. Um beijo.

[trilha]

A dona Nilcéia ela tem setenta e dois anos e ela trabalhou como enfermeira até os 62, e ela estava quase para se aposentar já e trabalhando como enfermeira. E a Dona Nilcéia é muito conhecida no bairro dela por ser enfermeira, então às vezes ela socorre um, socorre outro e foi assim a vida toda… Na rua da dona Nilcéia tem uma moça muito boazinha e que a dona Nilcéia viu nascer, chamada Fernanda. A Fernanda com vinte e quatros anos, uma mocinha muito religiosa, conheceu um rapaz. — Que eu vou chamar de Fernando para facilitar minha vida. Então é Fernando e Fernanda.— Conheceu o Fernando, começou a namorar o Fernando, um namoro de igreja.

O que seria um namoro de igreja na visão de Dona Nilcéia? Você namora na presença de seus pais e de alguém, e depois de um ano você casa. Dona Nilcéia, aos seus setenta e dois anos me falou que é totalmente contra isso, que como enfermeira ela já viu muita coisa na vida, inclusive mulheres que casaram virgem e depois se arrependeram, porque não sabiam absolutamente nada do seu parceiro, do corpo do parceiro, enfim… Então dona Nilcéia, cabeça supera aberta, mas vizinha ali de Fernanda e super colaborativa com todo mundo do bairro. Fernanda foi lá, passou um ano com Fernando nesse namoro de igreja e casou. [efeito sono de sinos] Casou com Fernando…

E aí vem a bucha: na lua de mel, eles não foram para um motel, eles tinham alugado uma casinha então eles iam passar a noite na casinha que eles alugaram, a casa do casal ali, dos noivos e, no dia seguinte de manhã, eles iam pra um sítio passar ali só três dias de lua de mel e voltar porque os dois trabalhavam. Depois do casamento, quando eles foram pra casinha, provavelmente eles foram ter ali sua primeira noite de núpcias e Fernanda, num ato de desespero, chamou um táxi e foi embora. Voltou chorando para casa dos pais. [som de carro partindo]. A mãe de Fernanda tentou conversar com ela, mas ela não falava, não falava, não falava e chorou a noite, o final da noite toda, porque isso foi de madrugada, e de manhã a menina não queria sair do quarto de jeito nenhum.

Como Fernanda era virgem, a mãe de Fernanda pensou: “Assustou ali com a primeira vez, na noite de núpcias e veio embora”. Ai chama o pastor para conversar com o cara, chama alguém lá da igreja, uma anciã para conversar com a Fernanda, e Fernanda não queria falar com ninguém. Fernanda não almoçou, quando foi assim, no meio da tarde, Fernanda falou que queria falar com a dona Nilcéia… E a dona Nilcéia era praticamente assim, a médica do bairro, sabe? “Está com alguma dor? Fala com a Dona Nilcéia que ela já te encaminha para o médico certo”. Não que ela medicasse as pessoas, não, mas ela era ali daquele bairro humilde a pessoa da saúde, o profissional da saúde que ajudava a encaminhar as pessoas para o lugar certo.

Aí foram lá e chamaram a Dona Nilcéia… Fernanda, assim que olhou pra Dona Nilcéia começou a chorar, [efeito sonoro de choro] chorar e pediu para falar sozinha com Dona Nilcéia, inclusive mãe de Fernanda queria ficar junto e Fernanda não deixou. — Aí, gente, olha a história. — Quando a Fernanda chegou no quarto com o Fernando, o noivo, que ele só tirou a calça, ele não tinha nem tirado a cueca ainda… Palavras de Fernanda: “veio ali do corpo dele um cheiro de podre”, duas ruas acima tinha uma fossa aberta ali no bairro, que ela comparou com o cheiro da fossa e Dona Nilcéia escutando… E Fernanda pensou: “gente, eu nunca vi meu pai de cueca, será que todos os homens cheiram assim?” — E se a gente parar para pensar que Fernanda tem vinte e quatro anos, gente, e que ela não teve nenhuma orientação, nem na escola, nem em nada… Nenhuma orientação. A gente vê a importância da orientação, que ela nem sabia… “Será que todos os homens cheiram podre assim?” —

E aí a Fernanda falou: “bom, eu vou tentar”, já com o estômago embrulhado, né? Que ele tirou a cueca… [som de suspense] e que ela foi mais perto, que ele vai chegando… Ela falou para Dona Nilcéia que ela viu uma gosma em volta do pênis dele, que parecia, palavras de Fernanda: “doce de nata” [risos] — Eu não nem sei nem como é um doce de nata, mas jamais provarei. Mesmo porque eu não como nada de origem animal, mas jamais doce de nata. — E aí o que Fernanda pensou? “Deve ser isso que é o esperma”… — Gente, uma moça de vinte e quatro anos. — Só que conforme ela foi chegando mais perto, o estômago dela embrulhou de uma maneira, que ela vomitou em cima do cara. Ela falou: “não tinha condição”. — Eu estou contando para vocês, mas eu já estou com ânsia, mas eu vou contar porque é uma prestação de serviço, eu vou contar. —

E aí ela vomitou em cima do cara e ela se vestiu, ela estava de camisola, mas ela trocou de roupa e foi pra casa. E a dona Nilcéia, — pra gente ver, uma profissional de saúde, uma enfermeira formada. — Ela já tinha visto isso, gente, não foi uma, duas, três vezes… Ela viu muito isso em anos de hospital. Ela viu homens que perderam o pênis, tiveram que amputar o pênis por falta de higiene. — Não é uma coisa louca isso? Eu não consigo nem imaginar. — E aí a dona Nilcéia, sem falar para Fernanda coisas médicas, nada, já sabia que aquilo que ele tinha pela pele do pênis ali, é um negócio chamado esmegma, — que é tipo uma gosma que fica quando você não higieniza bem o seu pênis. — E aí ela ficou pensando: “como eu vou resolver isso? Porque pra resolver isso eu tenho que falar com o rapaz”. Só que o rapaz também é da igreja, muito tímido, o que Dona Nilcéia fez?

Dona Nilcéia pediu para falar com o pastor da Igreja, porque ela já tinha feito isso antes, ela já tinha encarado casos assim que ela teve que chamar algum homem para poder falar com um homem, porque eles ou não queriam ouvir uma mulher falando disso ou realmente pro cara é mais constrangedor, né? Então ela pediu para falar com o pastor e aí o pastor veio, — aí o pastor despachado assim, porque já está acostumado a falar em público, quer dizer, não é um homem tímido, né? — daí foi lá Dona Nilcéia falar com esse pastor, o cara veio, um cara super comunicativo e Dona Nilcéia mandou a real pra ele, falou: “Olha, Fernanda saiu correndo porque o rapaz lá, membro sua igreja — [risos] o membro do membro da sua igreja. — o rapaz lá da sua igreja ele precisa higienizar o pênis”. Aí o pastor ficou assim, meio em choque, “mas como assim, Dona Nilcéia?”, aí Dona Nilcéia falou pra ele: “Olha, você vai ter que chamar o rapaz e você vai ter que olhar esse pênis do rapaz. Ou você pega esse rapaz e leva ele no médico. Se ele não quiser ir no médico, você vai ter que falar aí essas coisas aí de igreja e falar pra ele que você tem que olhar esse pênis… E se esse pênis tiver uma crosta branca, meio amarelado em volta ou tiver machucado, alguma coisa, ele precisa ir ao médico. Porque a menina falou que ele tá cheirando podre e isso é muito sério. Isso é uma doença”.

Aí o pastor ficou ali cabreiro assim, nunca tinha ouvido isso e falou: “não, não, eu vou sair daqui e vou lá na casa dele, porque, inclusive, a gente tinha marcado já com os pais dele para conversar porque a menina saiu fugida… Porque conforme for, a gente vai anular esse casamento”. E aí o pastor foi na casa desse menino Fernando, esse rapaz. Fernando, um rapaz de vinte e sete anos, o rapaz não queria ir no médico de jeito nenhum. O pai do rapaz mais o pastor foram no banheiro com esse Fernando, e aí, gente… O pipi dele estava praticamente quase condenado. Além de ter toda essa crosta, quando ele foi lavando, lavando e lavando, foi aparecendo umas feridas de tanto… De falta de higiene mesmo. Aí ele teve que ir ao médico, teve que tomar antibiótico, teve que tomar remédio para curar esse pipi. E demorou dois meses para curar esse pipi e, durante esses dois meses, a menina ficou na casa dela e ele ficou na casa dele cuidando do pipi.

E aí o pastor veio falar com ela, veio agradecer e veio pedir pra Dona Nilcéia como ele poderia conversar isso, sobre higiene e tal. O pastor ficou interessado em explicar isso, ele viu que era um negócio sério, ele viu ali o pipi interditado, o pipi todo do craquelado, né? E ficou impressionadíssimo. E aí eu perguntei pra Dona Nilcéia: “isso é mais comum em religiosos? Que não cuidam da higiene e que não gostam de manipular muito o próprio pênis?” Ela falou que não, que ela já viu de tudo, tipo, gente esclarecida e que vão parar no hospital por conta de falta de higiene do pênis, por conta de não lavar direito o pênis. E ela falou que isso acontece também que eles não lavam direito a bunda, então, olha que coisa séria. Você perder o seu pênis se você não lavar…

E aí tem esse programa da Pri, que eu vou deixar o link aqui e que eu acho que todo mundo tem que ouvir, porque tem muito pênis fedido por aí, muito pipi fedido, podem perder o pau ou podem morrer, porque dependendo, se for uma infecção morre, o pipi tá podre. E depois do pipi limpo e pipi curado, Fernanda foi lá pra casinha que eles tinham alugado, e aí eles ficaram casados, né? Tiveram um filho e tudo… Isso significa que ele usou o pipi, [risos], que deu tudo certo e eles estão juntos até hoje e estão ótimos juntos. Teve toda essa questão do pipi e foi resolvida. Deu certo, mas ela falou que ela já viu casos de mulheres que realmente largam os caras porque ninguém merece, né? Eu já vi também lá no Twitter alguns depoimentos de mulheres comentando sobre isso, que “ai, nossa, cara fedidíssimo… O pau fedidíssimo, eu fui embora”. Então, é uma questão séria, a gente tá aqui contando uma história de pipi contada por uma senhora de setenta e dois anos, enfermeira… Olha a prestação de serviço aí.

Então, por favor, levem seus pipis minhas ouvintes, meus ouvintes, quem tiver pipi. Por favor, lave o pipi. É importante levar o pipi. E aí eu vou deixar alguns links aqui, é importante ouvir também o urologista conversando com a Pri Armani porque ele fala de uma maneira muito clara, sabe? Muito fácil de entender, para gente saber realmente da importância disso, um ato tão simples que é água, sabão e mão… — No pipizão. [risos] Ai, desculpa. [risos] —Deu tudo certo, é uma história de pipi de final feliz, não é? Eu omiti muitos detalhes, porque acho que a gente não precisa, já está tudo… Na minha mente eu passei dois dias sem comer a minha manteiga vegana por causa dessa história, então, eu não vou dividir esses detalhes sórdidos que Dona Nilcéia dividiu comigo, mesmo eu falando pra ela que não, ela achou importante… Mas acho que o recado está dado. Então, história com final feliz, pipi limpo, casal feliz, com filhos e ninguém perdeu o pipi.

Então é isso, gente, um beijo e eu volto semana que vem.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.