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título: pirâmide
data de publicação: 25/11/2020
quadro: picolé de limão
hashtag: #piramide
personagens: clara e estela

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Olha eu aqui de volta. A história de hoje é a história da Clara e da Estela.

[trilha]

A Clara trabalhava numa empresa grande, quase quatro anos, e estava tudo bem até a gente entrar nessa coisa da pandemia. A empresa resolveu que já tinha que fazer um corte, a empresa ia fazer um corte no no final do ano, não fez… E aí a hora que deu a pandemia resolveu fazer o corte. – Aquele tipo de empresa que não tá nem aí pro ser humano, só pensa em números. – Então a Clara recebeu a indenização, recebeu tudo direitinho, e aí ela ia ter que viver com esse dinheiro, provavelmente não ia conseguir um emprego durante a pandemia. – Como não conseguiu, ainda está desempregada. – E ela foi levando a vidinha dela…

A Clara tem uma grande amiga chamada Estela, a Estela é uma professora universitária e estava afastada por causa da pandemia, mas continuava recebendo e tal. E a Estela convidou a Clara pra participar de um grupo. O que seria esse grupo? A Estela é toda good vibes, [risos] é toda de bater palma pro pôr do sol, toda riponga… E a Clara sempre confiou na Estela e nessa vibe dela de pessoa do bem, pessoa boa e entrou nesse grupo. Era um grupo todo good vibes e, nesse grupo, elas tinham uma ideia de empreendimento. Então, o que era um empreendimento? Elas focavam cada vez em uma do grupo e as outras financiavam o empreendimento dela, dessa que foi escolhida e assim elas iam indo.

Só que, gente, pode parecer tudo muito bonito, tudo muito otimista… Só que isso é um esquema de pirâmide, então, a Clara ela teria que investir numa das meninas do grupo e depois trazer mais duas ou três meninas para o grupo para que as meninas investissem nela. – Isso é um esquema de pirâmide, isso é fraude, isso é criminoso e isso é péssimo. – E na hora a Clara não se ligou nisso, achou que tava entrando num grupo onde as mulheres iriam se apoiar, que isso, que aquilo e resolveu participar. Então, o que ela tinha que fazer? Ela tinha que entrar no grupo com 5 mil reais. E, assim, ela recebeu uma indenização mais ou menos, que dava pra ela ir vivendo, mas 5 mil reais ia dar um desafalque legal ali no que ela recebeu para ir passando o tempo.

Mas ela achou que era um investimento… Com a Estela ali toda hora falando pra ela de como seria bom, porque isso, que aquilo, porque o universo conspirou e deu certo e nã nã nã… Ela foi lá e investiu. Só que a partir do momento que ela deu o dinheiro, ela sacou. – Sabe quando você sabe que o negócio tem alguma coisa errada, mas depois que você entra que você fala “puts, me ferrei?”. E aí ela se ligou que, talvez o negócio não fosse uma coisa das mais honestas. E ela começou a cobrar a Estela por um resultado, tipo: “e aí, agora eu eu investi 5 mil na fulana lá e o que vai acontecer?” E a Estela tinha todo um discurso de que agora é com você, agora o Universo tem que trazer para você as pessoas que vão financiar você.

E aí aquela coisa, como a Clara percebeu que isso era um esquema fraudulento, é lógico que ela não ia trazer ninguém, cooptar alguém pra lesar, para enganar como ela foi enganada. Ela falou: “olha, Estela, isso não vai acontecer e eu quero meu dinheiro de volta”. – Eu quero meu dinheiro de volta, eu quero meu dinheiro de volta e ela lá no grupo… – Tiraram ela do grupo, mas ela tinha contato com a Estela, a Estela era amiga dela mesmo, tipo de uma ir na casa da outra. Ela falou: “eu vou furar essa pandemia, vou aí na sua casa e eu vou fazer um escândalo, eu quero meu dinheiro”. – Eu quero meu dinheiro de volta. -.

E aí ficou nisso, ficou nisso… A Estela tentando contornar a situação, não contornou e a Estela ficou de devolver esse dinheiro pra ela. Isso já tem um mês e meio, que a Estela só enrola e não devolve. E aí o que a Clara gostaria de saber agora? Porque, assim, o dinheiro dela tá praticamente acabando, ela não conseguiu nenhum emprego e esses cinco mil ia dar mais uma segurada… Ela não paga aluguel e nada, mas, né? Ela tem as contas dela. Ela ficou sabendo que isso era um esquema de pirâmide, que isso é fraude e que ela poderia fazer um B.O., que ela poderia ir atrás dessa amiga dela… Só que ela são amigas de muitos anos, tipo quinze, vinte anos…

Então, ela está na dúvida se ela faz isso com a amiga, se ela vai atrás disso até, sei lá, juridicamente ou se ela lá dá mais um tempo pra essa Estela pagar, porque ela fica falando que vai pagar parcelado, 500 por mês… 500 por mês já dão uns 10 meses, mas a Clara falou: “se ela me pagar 500 por mês, tudo bem, eu aceito”, mas nem isso, ela não tá pagando por enquanto… Então o que vocês acham? Eu acho que primeiro ela tem que parcelar em menos vezes, sei lá, em cinco vezes? Porque dez meses pode acontecer muita coisa em 10 meses, e essa Estela, que tem um emprego, que é professora universitária, pode perder o emprego e de repente parar de pagar. Eu acho que em cinco é menos arriscado, até o final do ano ela está com esse dinheiro de volta, né?

Mas eu não sei também, se a Estela tá enrolando até agora, será que ela vai pagar? Será que ela vai honrar o compromisso se ela realmente tiver disposta? E aí é aquela coisa, né, gente? Elas eram amigas de verdade, como que a Estela coloca a Clara numa cumbuca dessa? Como você faz isso com um amigo? Complicado, né? Que aí ela recuperou o dinheiro dela de volta essa Estela e tirou o dinheiro da Clara. Então, eu acho que nem amizade, não dá nem pra manter uma amiazade mais com uma pessoa dessa. Você tem que ir levando em banho maria até receber o dinheiro de volta e não sei… Acho que se ela fizer B.O. é capaz dela perder o dinheiro, aí a outra não paga mesmo, né? Ai, não sei, gente, o que vocês acham? Então deixem aí seus recados pra Clara, ela tá muita aflita e ela quer saber como ela pode resolver isso. Mas enfim, um beijo e até daqui a pouco.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.