título: polvo
data de publicação: 21/09/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #polvo
personagens: ivonete e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é o meuDNA. — Sim, meuDNA, sempre comigo. [risos] [efeito sonoro de “ba dum tss”] — O meuDNA agora é assinatura… O meuDNA antes oferecia resultados genéticos de ancestralidade e saúde e agora oferece mais: Tem ancestralidade, saúde e perfil… Que é uma análise de DNA nova, que revela influência da genética em muitas aí das nossas características. Entre os resultados do perfil, o meuDNA tem: predisposição a calvície, envelhecimento facial, predisposição a assumir riscos, ao consumo de álcool, ao consumo de café, à insônia, relógio biológico e mais detalhes aí que estão no meu, no seu, no nosso DNA.
E como meuDNA é assinatura, os resultados do perfil são entregues toda semana. Para assinar, basta entrar no site meudna.com, selecionar a taxa de adesão e mais o plano aí que você escolher, que pode ser mensal, trimestral ou anual. Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio… — E fica com a gente até o final que tem cupom de desconto. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Ivonete. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Ivonete ela trabalha numa grande empresa e tem um salário ok, que dá para ela viver bem sozinha. — Ela, inclusive, mora sozinha. — E ali nos arredores da empresa, enquanto ela saía para almoçar, ela sempre encontrava um cara, eles olhavam, rolava uma paquera, mas ficava só nisso, assim. E era um cara muito bem arrumado e tal, cara bacana… E, nessa troca de olhares, um dia Ivonete sorriu, ele sorriu de volta e aí ele foi até Ivonete e pediu o telefone da Ivonete. Ivonete passou o telefone, viu que o cara não tinha aliança, falou: “Bom, tomara que seja solteiro e tal, né?” e começou a conversar com esse cara. E a conversa rendeu, parecia que eles tinham muitas coisas em comum, ele trabalhava também numa empresa ali perto e Ivonete ficou empolgada. Eles saíram uma vez, jantaram, depois saíram de novo e aí a coisa esquentou e rolou ali uma coisa…
A Ivonete falou: “Poxa, será que eu vou conseguir um namorado?”, porque Ivonete queria um namorado, sério assim, não queria só um ficante, um transante… Queria um namorado. E aí, esse cara ele era assim bem romântico, sabe? E Ivonete falou: “Eu acho que tá aí, esse cara vai ser meu namorado”. E esse cara tinha uma particularidade… Quando eles transaram pela primeira vez, a Ivonete reparou que ele tinha um enorme polvo nas costas… — Um polvo. — E, nesse polvo, em cada perninha… — É perna? Tentáculo, né? Tentáculo, enfim… Na perninha do polvo. — Em cada perninha do polvo, tinha uma letra, e aí a Ivonete perguntou: “Que letra são essas que tem nas oito perninhas?”, porque são oito perninhas do polvo e tinham oito letras ali, né? Aí ele falou: “São letras dos nomes das mulheres da minha família, minha mãe, minha tia e tal”. A Ivonete achou muito legal que ele fez essa homenagem aí às mulheres da família e tal, que ele disse que foi criado por mulheres e nã nã nã… Passou… — Então, sempre que eles transavam ali, ela via aquele polvo nas costas dele e tal. —
Só que namoro, namoro sério, esse cara não assumia, não falava: “Ah, vamos namorar”, tinha uma constância aquele relacionamento a ponto de você falar: “Mesmo sem a gente conversar sobre se estamos namorando, estamos namorando”, sabe aquela coisa? E aí o tempo foi passando e, num descuido dos dois, Ivonete engravidou. [música agitada] Bom, do ponto de vista da Ivonete, isso não era uma questão assim tão grande… Ela queria ser mãe — não naquele momento, mas já que veio naquele momento —, ela não se importava de ser uma mãe solo, né? Contanto que tivesse um pai presente, porque ela viu que dali daquele relacionamento não ia, sei lá, pra frente, assim, né? Não ia evoluir pra um casamento, por exemplo. Só que ela entendia que ele ganhava relativamente bem, né? Então, ele poderia dar esse suporte também, porque uma criança custa bastante e tal, então ela ficou meio que tranquila nisso. Tinha que contar pra ele… Ivonete resolveu que essa conversa teria que ser pessoalmente, então eles marcaram, como sempre, o encontro deles aí e que às vezes era na casa da Ivonete. Então, ela falou: “Vem aqui e tal”, né? E aí ela fez um jantar.
E, quando ela contou pra essa criatura, para esse homem que ela estava grávida, ele ficou pálido… E aí ele falou: “Não, não, eu não posso ser pai agora. Não, não, não, não…” e reagiu super mal. E aí a Ivonete falou pra ele: “Bom, você podendo ou não podendo, você será pai, né? Eu estou te comunicando e tal”. E aí o cara nem jantou, levantou e foi embora. E, assim que ele foi embora, ele bloqueou a Ivonete em tudo. Só que a Ivonete sabia quem ele era, sabia onde ele morava, já tinha ido na casa dele… Enfim, né? Ela já botou um advogado para pedir alimentos gravídicos. — Que é quando você está grávida e você precisa de uma ajuda e tal, né? — E aí, gente, a Ivonete descobriu uma coisa que ela não imaginava e que eu acho que vocês também não imaginavam… Sabe aquele polvo das costas do cara? Cada letra daquele polvo era a primeira letra de um dos filhos dele. Um cara de 35 anos que já tinha oito filhos. — Oito filhos… — Cada um com uma mulher diferente e onde de um salário dele de 4.300 reais, metade, 50%, era dividido entre oito crianças. Então faz as contas aí, 2.150 reais dividido por oito… E ele tinha ficado revoltado porque, pasmem, agora com um nono filho, onde que ele ia botar a letra no polvo? [risos] Ai meu Deus do céu… [risos] Ai meu Deus… [risos] Eu ri tanto com a Ivonete, porque agora com a desgraça feita, né? Você tem que rir. [riso]
Agora, essa metade do salário dele, porque não dava pra comprometer mais da metade do salário dele, ia ser dividido por nove, pra tirar aí esses alimentos gravídicos da Ivonete e que depois isso viraria pensão. E aí assim foi feito, a Ivonete passou a gravidez longe desse cara… Ficou sabendo que ele não tinha contato com nenhum dos oito filhos… — Eu considero esse modus operandi desse cara bem predatório, assim, ele gosta de fazer filhos e abandonar as crianças e as mães, enfim, porque é meio que um padrão. Ele não usa preservativo, são as mulheres que tem que se prevenir e quando elas não se previnem, do jeito que ele acha que tem que ser, ele coloca a culpa nelas. Então, olha o tipo de pessoa… Pra mim é um predador, com toda a certeza. — E aí o tempo passou, o bebezinho nasceu, [efeito sonoro de bebê chorando] Ivonete teve ajuda ali da mãe, das irmãs e tal e passou aí a dividir esses 200 e pouquinhos reais que dá para cada filho, né? Todos com o teste de DNA, porque ele pede o DNA. E aí depois que sai o exame de DNA, ele tatua a primeira letra do nome e a primeira letra do nome do bebezinho da Ivonete foi tatuada na cabeça do polvo. [risos] Agora também tem que fazer um outro polvo do lado, né? Se ele for fazer mais filho… — Desculpa aqui, gente, mas não é um cretino? Não é um mau caráter? Porque pra ele tanto faz, ele não deixa de pagar pensão, os 50% do salário dele. Parece que ele não se importa, porque ele sabe que vai uma miséria para cada filho e ele não ajuda em mais nada fora da pensão, ele não visita as crianças. —
O filho dele mais velho tem dez anos, então ele teve o primeiro filho ali por volta dos 25, né? E aí depois foi tendo um filho por ano? Sempre com mulheres diferentes… Ele nunca se fixa com ninguém. Não tinha como a Ivonete saber que aquelas letras eram, de fato, os filhos, mas será que a gente não tem que ficar atenta a outros sinais, assim? Como a Ivonete, a Ivonete sempre quis um namorado, namorado sério… Se você está com o cara que ele já te deixa ali ciente de que ele não vai te namorar, por que você vai ficar com esse cara? Não era melhor ter terminado lá atrás? Porque agora o vínculo do bebezinho é para sempre com o cara polvo. Quantos filhos mais ele vai fazer? E por que a gente — “A gente” que eu digo é todas as mulheres — quando o relacionamento passa de um certo tempo acha ok “ah, vamos deixar de usar a camisinha e tal”, e aí a responsabilidade de não engravidar passa a ser só sua, porque o cara já está ali falando “ó, você que tem que se prevenir”, e aí se der errado, ele vai te culpar, né?
Ela descobriu que ele tem um Facebook, só com a família dele, onde ele posta ali a atualização das crianças dele — Como ele paga pensão direitinho e tal, ele vive pedindo foto dos filhos — para os familiares. Tanto que a Ivonete pediu para ser aceita ali no Facebook dele e ele não aceitou. — E no Instagram dele não tem nenhuma criança, não tem nada assim… Nada, nada, nada, nada, nada. — Como que a pessoa fica com a consciência tranquila? Um mau caráter… — Um mau caráter. Sei nem o que dizer. Queria dizer um monte de desaforo aqui, mas não posso. —
Assinante 1: Oi, gente… Meu nome é Ana, sou de João Pessoa. Essa história me deixou muito assombrada, porque o que esse cara fez e a quantidade de vezes que ele fez, me faz pensar que não é acidente, sabe? É um padrão de comportamento e parece um padrão do qual ele até se orgulha, porque ele ter tatuado a letra dessas crianças não me faz pensar que ele, sei lá, tem algum apreço por elas porque ele não demonstra nenhum amor pelas crianças… Isso me parece ser caso pensado… Um mau caratismo que não é só irresponsabilidade, é maldade mesmo, sabe? Então, assim, é muito triste que isso tenha acontecido com você, Ivonete. Olhe pelo lado bom, pelo menos esse bicho nunca mais vai te atazanar… É bom se manter longe desse cara, porque esse cara não parece ser uma pessoa boa. Usem camisinha, galera e cuidado com DSTs.
Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, meu nome é Mônica, sou de Mogi das Cruzes, São Paulo. E essa história, Polvo, podia ter o nome também de “boi reprodutor”, o que é isso, gente? Não tem uma lei, não existe uma lei aí que faça uma vasectomia compulsória? Porque isso é uma doença… Chego a pensar que esse cara faz isso assim realmente de propósito, que ele deve sentir algum prazer de saber que ele está engravidando mulheres por ai, porque não é normal uma coisa dessa. Ivonete aí, nossa amiga, foi mais uma… Pelo que eu entendi da história, está tudo bem com você, com seu baby, você tem condições de cuidar, maravilha… Bola para frente e esquece esse traste mesmo. Fez certinho, não fala mais que esse homem, porque meu Deus do céu, não está certo o negócio desse, não.
[trilha]Déia Freitas: Com a assinatura do meuDNA é possível descobrir origem, predisposições, condições hereditárias, características, comportamentos e mais detalhes aí que estão no seu DNA. E com o nosso cupom NAOINVIABILIZE — tudo junto, em letras maiúsculas e sem acento, tá? — você ganha 20% de desconto em qualquer plano de assinatura. Valeu, meuDNA, pela parceria. Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]