título: poneisaki ninja
data de publicação: 29/11/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #poneisaki
personagens: vitória e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de limão, e hoje eu vou contar pra vocês a história da Vitória. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]
A vitória tem uns anos aí, uns seis anos, conheceu um cara… Ah, conheceu um cara e nã nã nã, começou a namorar esse cara. Esse namoro durou dois anos… Só que depois de dois anos, quando a Vitória engravidou, esse cara resolveu que não queria ser pai. — [risos] Porque é fácil assim, né? Você faz, depois você fala: “Bom, não quero mais”. — E aí, quando a Vitória contou que estava grávida, esse cara terminou o relacionamento no dia que ela contou. Na hora que ela contou que estava grávida, ele falou: [efeito de voz grossa] “Bom, eu não quero mais”. Então foi muito difícil pra ela, foi um baque, porque, assim, estava tudo bem entre eles e aconteceu… Eles transaram aí algumas vezes, sem camisinha e, enfim…
E o cara falou: “Olha, eu não quero saber, não quero e nã nã nã”. E a Vitória ficou mal, muito mal, mas levou essa gravidez adiante, ela queria ter uma criança. — Mas ela não planejou nada, não foi nada, entendeu? Aconteceu. Já que tinha acontecido, ela falou: “Bom, vou ter”. — Aqui eu preciso falar da condição financeira dos dois. — A Vitória, morando com os pais, uma vida confortável e o cara já com seu apartamento próprio, seu carro, um cara dez anos mais velho que a Vitória e com uma vida bem estabilizada, empresa própria, enfim… O cara meio rico. — A real é essa, o cara é meio rico. — A partir do momento em que a vitória contou que estava grávida, dali para frente, por exemplo, o apartamento que estava no nome dele, ele passou para o nome da mãe. O cara foi tirando os bens, as coisas, do próprio nome. — Gente, como que pode? —
Bebezinho nasceu, [efeito sonoro de bebê chorando] uma menininha. O cara mal via… Quando foi fazer as coisas da pensão, magicamente ele recebia pouco mais de um salário mínimo. — Não chegava a dois salários. — E foi estipulado ali que o valor de pensão que ele ia pagar pelo salário que ele tinha, sendo que antes ele era o dono da empresa, enfim, ele foi tirando as coisas do nome, era de 530 reais… — De pensão para o bebezinho. — E aí, assim, a Vitória não passa necessidade nenhuma, porque ela tem os pais que complementam as coisas, mas o bebezinho foi crescendo e foi precisando de mais coisas. E esse pai, além de não visitar a criança, de não querer contato, porque essa é real, ele não quer contato com a própria filha, ele também foi deixando de ajudar em outras coisas.
Tipo, quando a Vitória foi trabalhar e, pra não deixar a criança com a mãe, sobrecarregar a mãe, botou numa escolinha, ela teve que pagar sozinha… Porque o cara diz que não vai pagar nada além do valor da pensão. Só que esse cara viaja para a Europa, ele come todo o final de semana em restaurantes caros. — E posta isso, ele comendo… — Mas até aí não tem como provar que ele que paga a conta. — Ela não tem como provar isso, mas ela sabe que é ele que paga a conta do restaurante. — E, recentemente, a filhinha da Vitória e desse traste precisou de um pequeno procedimento cirúrgico, uma intervenção, não era nada grave, mas era uma coisa que ela tinha que fazer ainda enquanto criança. E o convênio que a Vitória tinha acabado de fazer, — porque no começo ela não tinha convênio — não cobria…E foi o pai da Vitória que precisou pagar, porque esse cara disse que não ia pagar.
E depois a Vitória descobriu… — Porque, assim, o que acontece? Como a Vitória descobre as coisas? A diarista da casa do cara, — que também é da casa dos pais do cara — fez amizade com a Vitória quando a Vitória frequentava a casa do cara. Então, a diarista comenta as coisas, só que é tudo muito em off, assim, ninguém pode saber que ela comentou. E ele tinha postado uma foto em cima de uma moto. — Ele nunca escreve assim: “Ah, comprei”, nada… — Mas ele postou uma foto em cima de uma moto, — que a gente vai chamar aqui de Pôneisaki Ninja. — e aí essa moça que trabalha na casa desse cara, falou pra Vitória que ele tinha acabado de comprar, — que ele falou isso na mesa do café da manhã — “acabei de comprar uma moto de 140 mil reais”. [efeito sonoro de caixa registradora] — Gente, uma moto custa tudo isso? 140 mil reais numa moto? —
E foi isso que a diarista falou pra ela, que ele tinha falado isso no café da manhã, que tinha comprado uma moto de 140 mil reais, na mesma semana que a menininha precisou do procedimento, que eles tiveram que pagar quase 5 mil reais e que ele não quis ajudar em nada. — Não ajudou em nada… — Então, a Vitória se ressente muito, porque ela não está pedindo que ele, sei lá, dê coisas pra menina, mas pelo menos que as despesas da criança fossem divididas de uma maneira igual, né? Porque que nem os 500 pau que ele paga não dá pra para suprir tudo o que a criança precisa. Ainda mais agora depois desse procedimento que ela fez… — Enfim, eu não vou tocar aqui nas questões da menininha e tal, mas ela precisa de um pouco mais de suporte, e que isso envolve um dinheiro até pra levar pro tratamento e tal e ele não faz nada, gente… —
Nem um carro de aplicativo pra levar a criança ele paga e está aí andando pra baixo e pra cima de Pôneisaki Ninja que, segundo a diarista ali, foi ele mesmo que comprou, e falou na mesa do café da manhã que ele pagou 140 mil reais. Agora, ele deve ter colocado ou no nome do irmão ou no nome do pai… — Como a família aceita isso? Eu não aceitaria. Falava: “Meu, você tá querendo botar os seus bens no meu nome pra você não pagar pensão direito?”. Eu não aceitaria de parente nenhum. — A Vitória não consegue provar na Justiça que ele ganha mais, porque ele fez tudo muito bem amarrado, assim, né? Ela já pediu uma revisão de pensão e não conseguiu alterar. Falou que até no dia da audiência, tipo, o cara vai mal arrumado, sabe? — Gente, como pode? — Acho que essa é uma das histórias que mais me deixou revoltada, assim…
O cara ele se esforça pra não arcar com metade das despesas da própria filha. Ele se esforça… Tipo, ele faz coisas, ele tira coisas do nome, ele se veste mal em dia de audiência… Tipo, o cara ele trabalha em cima disso, sabe? Como pode? Ai se você fala mal desse traste pra criança, vão falar “ah, alienação parental”. Como você vai falar bem dessa criatura? Que não quer… Detalhe, não quer contato com a própria filha. Não tá nem aí pra criança. — Olha, gente, eu não posso dizer aqui as coisas que eu gostaria de dizer. Vou deixar somente aqui um emoji da cadeira. Porque é isso, entendeu? Não tem como, não tem como… Não posso realmente dizer o que eu quero. Então eu vou deixar pra vocês debaterem essa história lá no nosso grupo do Telegram. —
Assim, ela tem um bom advogado, o advogado tenta, sabe? Mas o cara é muito esperto. Na mesma semana que a menininha precisou do procedimento cirúrgico, que era simples, não era nada grave, mas que custou uma grana, ele comprou uma Pôneisaki Ninja, sabe? Não tem como, não tem como, não aceito…
[trilha]
Assinante 1: Oi, Déia, oi, não Inviabilizers, aqui quem tá falando é a Ludmilla, eu falo do Rio de Janeiro. Então, Vitória, eu acho que vale a pena você pedir nesse processo a quebra do sigilo bancário do pai da sua filha e a quebra do sigilo fiscal também… Porque existe casos do cara não declarar absolutamente nada, mas na declaração do Imposto de Renda dá pra encontrar alguma coisa e, no sigilo bancário, é muito importante… Principalmente em relação a cartões de crédito, porque é muito dificil a pessoa não usar cartão de crédito no dia de hoje, então você consegue pelo cartão de crédito que ele tem uma vida muito mais abastada do que ele está dizendo ali pra juíza ou pro juíz que ele tem. E tenta também juntar fotos, vídeos de redes sociais que comprovem o estilo de vida dele… Tudo isso pra mostrar que ele tem mais capacidade do que ele tá alegando. Espero ter ajudado, boa sorte pra você e pra sua filhota… Um beijo.
Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers… Já tô aqui revoltadíssima com essa história Pôneisaki Ninja, porque eu me identifico muito, né? Em relação a minha história com meu pai biológico, por mais que eu tenha o nome dele na minha certidão, ele sempre fez muito esforço pra não pagar pensão, pra não estar presente, pra que minha mãe não fosse atrás dele nem na Justiça. Ele sempre aprontou bastante, né? Judicialmente… E ele tinha condições, é vereador da cidade, sempre trabalhou na mídia… Então, realmente é uma história muito revoltante e tenho certeza que não sou a única assim como nessa história… Milhares de brasileiros não tem o pai e que um dia esse karma volte pra ele, né? Pra eles… [risos] Não que a gente deseje o ruim, mas quem sabe a vida ensine, né? De alguma forma.
[trilha]
Déia Freitas: Então é isso gente, um beijo e até breve.