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título: prestativa
data de publicação: 16/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #prestativa
personagens: elaine e gerente

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão e hoje história de firma. — Eu amo história de firma. — Eu vou contar para vocês a história da Elaine, então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]. 

A Elaine trabalha numa grande loja de departamento. — Que a gente vai chamar aqui de Pôner. — Então, na Pôner por turnos tem sempre dois gerentes e a Elaine era gerente de uma loja Pôner num turno e tinha uma colega que fazia dupla com ela, de gerente, neste turno. E essa colega — Gerente. — da Elaine sempre muito prestativa, bacana mesmo… Sabe aquelas pessoas que te ajudam, te dão uma força mesmo, te colocam para cima? — Era esse tipo aí a gerente. — A Elaine ela estava com um bebezinho de 1 ano e, por conta do bebê e das coisinhas de bebê, o marido dela — Que era uma pessoa péssima. — foi embora… Sim, por conta do bebezinho. O cara disse que era muita pressão, muita coisa e nã nã nã… — E que ele precisava de um tempo, olha que gostoso. —

Então aí a Elaine tinha que tratar ainda dessa questão. — Agora tudo era ela, né? Ela buscar, ela levar na creche… — Horário de shopping é complicado, né? Porque abre 10 da manhã, fecha às 10 da noite, então ela tinha um turno ali que era o segundo turno, então ela tinha que buscar o bebezinho na creche antes para deixar na casa da mãe dela pra ir poder trabalhar. — Era complicado. — Então a Elaine estava passando uma fase, assim, péssima e essa gerente, que fazia dupla com ela sempre que podia falava: “Elaine, tira cinco minutinhos, respira… Relaxa. Vai dar tudo certo. Vai lá…” — Tipo, no estoque, vai… — “Respira cinco minutinhos, eu dou conta aqui”. — “Eu te cubro, fica bem… —

Então era uma gerente que dava muita força. — Pra ela, né? — Ao longo desse comecinho aí, quando o cara foi embora até ela ajeitar tudo, ela ficava com a cabeça muito ruim assim, né?Muito cheia… E essa outra gerente sempre ali dando um apoio. Até que um dia essa outra gerente mandou uma vendedora embora, — Demitiu uma moça. — e essa moça começou a trabalhar numa outra loja do mesmo shopping e um dia ela parou a Elaine e falou assim pra Elaine, falou: “Olha, você confia demais na Fulana, não confia nela”. E, assim, gente, a Fulana que ela estava dizendo era a outra gerente e que era super prestativa. — Com a Elaine, né? — E o que a Elaine ficou desconfiada? Falou: “Pô, se a menina foi mandada embora ela tá no veneno aí, tá puta da vida e está querendo se vingar da minha colega de trabalho, que é tão bacana comigo”. E a Elaine respondeu pra moça algo do tipo: “Ah, pode deixar, vou tomar cuidado sim”, mas já pensando, né? “Poxa, essa menina foi mandada embora e agora tá jogando sujo e tal”. 

E passou… Não pensou mais nisso. Até que um outro dia, a Elaine chegou para trabalhar e, assim, na Pôner tem os gerentes, aí tem uma supervisora e tem uma supervisora e segunda supervisora. Essa supervisora acima da supervisora estava na loja… A Elaine, como de costume, tinha chegado meia hora antes do horário dela ali de começar, a outra gerente também já estava lá quando ela chegou e ela teve a impressão de que quando ela chegou essa outra gerente ter parado de conversar com o supervisor, ou tipo, elas pararam de falar. E aí essa supervisora ficou por ali, esperou meio que dar o horário para elas começarem a trabalhar e chamou a Elaine para conversar. 

Daí essa supervisora falou assim pra Elaine: “Olha, Elaine, eu vim aqui fazer uma visita de rotina e tal, mas eu ando sabendo por aí que você está pensando em sair das lojas Pôner e eu queria saber se isso procede”… — Pra gente se preparar e nã nã nã… — E a Elaine, assim, em choque, porque ela não estava querendo sair da loja, ainda mais agora, né? Que estava só ela e o bebezinho, ela não podia começar a procurar emprego tudo de novo, né? Ela já tinha uns anos de Lojas Pôner, né? E aí ela falou: “Não, imagina… De onde saiu isso? Não, eu não quero sair, não e nã nã nã” e foi ali conversando com a supervisora e meio que acalmando… — Assim, os ânimos da supervisora. — e falando que ela não ia sair em hipótese alguma. 

Daí a supervisora falou: “Bom, então tudo bem, mas caso você pretenda sair, por favor, converse com a gente primeiro, né? E nã nã nã, não vai fazer nada e nã nã nã” e a Elaine ficou com aquela pulga atrás da orelha, né? Tipo: “Ué, de onde veio isso?”. Ela viu que a outra gerente estava ali olhando de longe, né? Tipo pra tentar ver o que estava rolando, e aí a supervisora foi embora e a outra gerente já veio querer saber o que tinha acontecido. E aí deu um estalo na cabeça da Elaine e ela falou: “Não, não aconteceu nada, não… Tá tudo bem, tá tudo certo” e não falou nada… E a outra gerente ficou com uma cara, assim, meio… E foi trabalhar. 

Só que a Elaine ficou com isso na cabeça e resolveu procurar aquela vendedora. — Que falou que era para tomar cuidado lá com a outra gerente. — Ela foi querer saber porquê. E aí a ex vendedora das Lojas Pôner falou que pegou essa outra gerente, várias vezes, ligando para a supervisora para falar que a Elaine fazia muita pausa, que a Elaine ficava falando que ia sair, que a Elaine ficava choramingando pelos cantos e nada disso era verdade, porque até as pausas uma cobria a outra… Porque a outra gerente fuma. — Então a Elaine cobria ela, tipo, pra ela sair lá cinco minutinhos e fumar. — Não tinha nada disso. Nada disse que ela estava contando pra supervisora… — E, tipo assim, ela fazia aquele… Aquele jeito sonso… Eu odeio gente sonsa, odeio. Tipo: “Ai, nossa, a Elaine tá fazendo tanta pausa, ela está com tanto problema. Ai, coitada, está pensando em sair, eu fico tão preocupada… Porque ela fica choramingando aqui pelos cantos, pensando em sair… Ai, nossa, o que será que a gente pode fazer por ela, né? Ai que dó que dá, né? Ela agora com o bebezinho pequeno pensando em ser dona de casa só”… Sendo que nem o marido mais em casa estava, né? —

Pensa, a outra gerente fazendo a caveira dela no estilo bonzinho e se mandam ela embora? Daí a Elaine sacou qual era a dessa outra gerente… — Aquela que faz a sua caveira como se estivesse falando bem de você, sabe? — E aí ela chegou meio que quem não quer nada nessa gerente e falou: “Olha, eu fiquei sabendo que você fica falando de mim aí pra supervisora, eu espero que isso não aconteça mais, beleza?” e falou, assim, bem de perto. — Tipo, ameaçador a mesmo. — E aí a outra gerente falou: “Ai, nossa, imagina… Eu falo tão bem de você. [riso nervoso]”. Aí a Elaine falou pra ela: “Então não é pra falar mais nada, valeu?”. E aí a outra ficou assustada, ficou pálida, né? E não se sabe se ela continuou falando com o supervisor ou não, mas a supervisora nunca mais chamou a Elaine pra conversar e a Elaine continua trabalhando nas Lojas Pôner até hoje. 

E ela escreveu pra gente pra alertar sobre esse tipo de pessoa sonsa, que fala de você como se estivesse preocupada, como se estivesse, ah, dando uma força, mas na verdade está querendo te ver pelas costas, tá querendo te ver na rua. Então todo cuidado é pouco. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, tudo bom? Aqui é Lívia e eu falo de Recife. E eu acho que essa história É super interessante para mostrar pra a gente não só no ambiente de trabalho, mas na vida, como a gente tem que ter cuidado com as pessoas que se mostram às vezes até legais demais, né? Claro que a gente não pode generalizar, mas na vida, infelizmente, a gente tem que confiar desconfiando. Desejo pra Elaine que ela esteja bem, que o bebezinho dela esteja bem e que essa chefe nunca mais faça isso com ninguém e que, sei lá, ela seja demitida. [risos] Valeu. 

Assinante 2: Oi, gente, aqui é Carolina de São João Del Rey, Minas Gerais. Elaine, foi um anjo a vendedora que apareceu e conseguiu abrir seus olhos. Que bom que ela apareceu e te alertou, porque imagino que você estava bem fragilizada e você conseguiu ficar atenta a tempo. É muito complicado, né? Você estar num ambiente de trabalho e ter de ficar alerta o tempo todo e saber que não pode confiar nas pessoas, mas que bom que nada aconteceu. Te desejo muita força aí para conseguir superar os desafios desse novo momento aí da sua vida. Um beijo. 

Déia Freitas: Deixem suas mensagens para nossa amiga Elaine lá no nosso grupo de Telegram. Se você não tá ainda no nosso grupo, e só jogar lá na busca do Telegram “Não Inviabilize” que o grupo aparece. Tá bom? Eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.