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título: prima
data de publicação: 03/12/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #prima
personagens: marisa, zé roberto e prima

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Marisa. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Marisa é casada com o Zé Roberto há 22 anos. — Bastante. — E eles têm dois filhos, uma vida ótima e tudo muito bem. Um dia, uma prima do Zé Roberto pediu para vir passar um tempo na casa deles pra poder fazer um tratamento de saúde. Ela estava com uns problemas aí de saúde, e essa prima tem mais ou menos ali a idade, regulando com a idade da Marisa e do Zé Roberto. Essa prima veio e fez o tratamento de saúde que ela tinha que fazer, mas era assim ela tinha que ficar 15 dias aqui e voltar, depois dali cinco dias tinha que voltar de novo. Então ela resolveu, por conta própria, ficar… — Na casa do casal ali, né? A prima do Zé Roberto achou que é ok expandir a sua visita. —

O tempo foi passando, ela foi ficando… A Marisa foi ficando incomodada. — Porque, né? Visita… Visita, sei lá, três dias já fico cabreiro. [risos] — E ela já estava passando de um mês ali, e aí tinham umas coisas que a Marisa relevava e outros, poxa, “prima folgada”, ela falava com o Zé Roberto e Zé Roberto falava: “não, vou falar nada, daqui a pouco ela vai e embora resolve”. De repente, essa prima começou a ficar muito avoada assim, sabe? — Sabe aquele ar de apaixonada? — Assim, esquisito… Marisa achou esquisito. — Meio esquisito. — E ela ali próxima dos 50 anos, né? Casada… — Também com filhos adultos. — E o marido ficou lá, ela veio para fazer tratamento de saúde e Marisa falou: “ué, mas está apaixonada por quê?”. — Por que não, né? Por quem? — Se o marido está longe, ela mal conversa com marido ali pelo WhatsApp, o que está acontecendo? 

Marisa ficou mais esperta, vendo ali ela mais arrumada, mas ali naquela pegada sensual e nã nã nã… E ela falou: “Ué, estranho… Porque eu levo a prima no tratamento”. — Quem levava era a Marisa. — “Eu busco… Às vezes eu chego antes de ela acabar, onde ela arranjou alguém? Aqui no prédio? Será que está em enrabichada com alguém aqui no prédio? Porque aí ela trocava mensagenzinha, risinho e a Marisa, bom… — Não era muito da conta dela, né? Porque, enfim, mas estava dentro da casa dela, queria saber pela fofoca também, né? [risos] Ê, Marisa. — A prima do Zé Roberto dormindo ali no quarto de hóspedes, mal ajudava na limpeza também… 

Um dia a Marisa entrou no quarto da prima e achou uma camisinha usada. — Sim, uma camisinha usada ali do lado da cama, assim, no chão. — E ela ficou horrorizada. Porque ela falou: “Gente, o que está acontecendo? Que horas que entrou aqui, né?” — Na cabeça de Marisa era alguém que a prima tinha levado lá para dentro, né? — Ela cismou que era alguém do prédio, só podia ser alguém do prédio… E ela começou a ficar mais atenta, né? Em relação a isso. E tentava dar umas espiadas ali nas conversas pelo WhatsApp da prima, mas não conseguia ver nada. E foi ficando cabreira, cabreira… Até que ela resolveu perguntar. Falou: “Então, Fulana, você está toda saidinha aí, toda arrumadinha… Eu achei uma camisinha usada no seu quarto, o que está acontecendo?”.

E aí a prima deu uma risadinha, disfarçou, disfarçou… Falou: [efeito sonoro de voz grossa] “Ai, nada… Não… Camisinha no meu quarto? Impossível. Meu marido está lá no interior, magina…” E Marisa continuou cismada… Marisa sono leve, sempre atenta. [risos] Falou: “Se essa prima do Zé Roberto sair por essa porta ou abrir a porta para entrar alguém aqui, eu vou pegar”. — E ela queria pegar, gente, pela fofoca. Até então ela não estava pensando muito… O que talvez vocês já estejam pensando, não sei… — E aí nada. Ela não pegava nada, mas a prima estava muito diferente. Aí ela começou a perceber que a dinâmica da casa dela também estava diferente. O que estava diferente na casa dela? — Quem vocês acham que estava diferente na casa dela? —

Marisa continuou ali na sua busca por informações, porque ela queria muito saber com quem a prima de Zé Roberto estava traindo o marido. O que ela pensou? “A única hora que ela pode trair, é a hora…” — Porque, assim, a Marisa ela não trabalha fora, mas ela faz umas coisas fora… Como é que eu vou falar sem identificar… Vamos, sei lá, falar qualquer coisa… Curso de jardinagem. Ela faz aí um curso em dia X, horário Y. — É só podia ser nesse dia, nesse horário. — Que ela traía. — Porque nos outros horários todos a prima estava ali perto da Marisa e a Marisa falou: “Pois hoje eu vou pegar. Hoje eu vou pegar… Eu vou voltar e vou pegar ela.” E ela fez isso. Ela fingiu que ela saiu para o curso e voltou. A prima estava em casa… — Supostamente sozinha. — E quando ela voltou, gente, ela pegou… — E aí vocês vão me dizer: “Ai, Déia, a prima estava com o Zé Roberto, ela pegou a prima com o marido dela. Pois é… Segundo o que a Marisa me disse, antes fosse… —

Sabe com quem a prima de 50 anos estava transando na casa? Com o filho da Marisa. — O menino, um carinha de 20 anos. — Ela pegou a Marisa cavalgando no próprio filho. — E ela falou: “Andréia, foi um choque para mim… Foi um choque. Porque eu jamais imaginei que a prima do Zé Roberto, casada, com filhos mais velhos que meu filho, estava catando meu próprio filho em casa”. — E aí ela ficou chocada, começou a gritar, fez um escândalo, ligou pro Zé Roberto, Zé Roberto veio… Só que o Zé Roberto, assim, ele não achou tão… Tão horrível. — Tipo, ficou naquelas de “ê, filhão, catando até as primas véia e tal”. Palavras do José Roberto. —

Só que aquilo foi um escândalo… E a Marisa tinha dois caminhos: ou ela abria para o marido da prima ou ela ficava quieta, ou ela contava pra família toda, né? E o Zé Roberto fez ela ficar quieta, falou: “Você não vai se meter nisso, nosso filho está metido nisso. Deixa como está, ela vai pegar as coisas dela e vai embora”. Tá… Foi o que foi resolvido, que prima pegaria as coisinhas dela e vazaria de volta lá para o interior e vai fazer tratamento sei lá como, né? Não na casa da Marisa mais. — Hospedada. — Só que quando a prima começou a fazer as malas ali, — Chorando, porque foi uma briga, né? — quem é que começou a fazer a malinha para falar que queria ir junto? — O cara de 20 anos, filho de Marisa. 

Queria ir junto, falou que era o amor da vida dele, que ele ia junto… E o detalhe, — Que Marisa falou. — o filho dela, eles têm ou tinham uma boa relação… E o filho dela era virgem. Então ele perdeu a virgindade com a tia… E aí esse moleque… — Porque é um moleque. — Fez a malinha dele e ele e a tia-prima foram para um hotel. Foram para um hotel… Isso foi em fevereiro, final de fevereiro. Em março eles arrumaram aí um lugar para ficar. — Tipo, essas casas que você aluga… Eu não quero falar o nome aqui de lugares, porque é um lugar que não me patrocina, mas você sabem, que não é um hotel, mas que você aluga casa e tal, rapidinho. — E eles estão juntos. 

O marido da prima está até doente, falou que aceita a prima de volta se ela largar o filho da Marisa. O filho da Marisa não quer saber mais de nada, nem de continuar a faculdade, nada… E agora o pai viu que o buraco é mais embaixo. E como ela é uma aposentada por invalidez, ela falou que ela sustenta ele, que ela tem dinheiro… Ela pediu o divórcio, só que o marido não quer dar, e esse filho da Marisa de 20 anos tá com essa prima. — E ele rompeu com os amigos, porque ficava todo mundo assim meio chocada… Porque falou que ele está passado assim, de amor. — E aí a Marisa está escrevendo para a gente porque ela não sabe o que fazer. Não sei se tem muito que fazer, porque ele já tem 20 anos, né? Ele é maior de idade. Ela tem 50 anos, mais e daí, né? O que vai fazer? 

Eu não sei, gente, o que dá para fazer. Assim, ela queria que eles terminassem, mas não sei… Eu, sinceramente, não sei o que dá para fazer assim. Ele não pede dinheiro nem para o pai e nem para Marisa, porque quem está bancando ele é a tia prima. E, gente, não sei… Acho que esperar passar, porque acho que vai dar, daqui a pouco passa também essa paixão louca assim, e aí começam os problemas da rotina, né? Os filhos da tia prima também estão putos. — Porque eles são mais velhos até, né? Que agora o filho da Marisa, namoradinho da prima. — Então tá todo mundo puto. Tá todo mundo puto, todo mundo arrasado e todo mundo esperando que a tia prima caia na real e volte para o marido. — Porque ele aceita de volta, numa boa… Falou que ele nem toca mais no assunto. —

E a Marisa queria que o filho, sei lá, tivesse relacionamentos da idade dele, não parasse a faculdade, enfim… Mas não sei, Marisa… Não sei até que ponto dá pra você interferir aí na vida do seu filho. Tem que deixar também, se ele for quebrar a cara, ele vai quebrar a cara. Não sei, gente, que conselho dar, assim, tem que deixar rolar também, né? E aí ela continuou… Porque ela continuou aqui em São Paulo, então ela continuou fazendo tratamento de saúde. E quem vai com ela agora é o filho da Marisa, de 20 anos… Eu acho complicado sim relacionamento assim com muitas diferenças de idade, quando a pessoa é muito nova… Porque um o rapaz de 20 anos que era virgem não viveu nada ainda, sabe? Comparado como uma mulher de 50 anos. 

E, se fosse ao contrário, se fosse uma moça de 20 anos e um cara de 50 eu falaria a mesma coisa. Eu acho que é muita diferença de experiência, sabe? — Para quem é mais jovem, gera uma certa desvantagem, não sei. — Não gosto, não vejo com bons olhos assim. Se, por exemplo, ele tivesse já uns 35 e ela uns 65 aí já acho mais ok, porque 35 ele já viveu também um tanto, né? Mas com 20 anos ainda é muito imaturo, né? Tanto homem quanto a mulher… Para pegar uma pessoa assim tão mais velha, né? Corre o perigo, realmente, de ser manipulado. Então eu não vejo com bons olhos, mas enfim, tem relacionamentos aí que tem diferenças de idade grande, mesmo começando assim novinho e que pode dar certo. 

Então não sei o que dizer, a Marisa está desgostosa da vida. — Ainda mais que ela pegou, né? No ato… A prima cavalgando no filho. É complicado. [risos] — Então o que vocês acham, gente? 

[trilha]

Assinante 1: Olá, aqui é Ricardo de São Paulo. Então, eu acho assim, a princípio eu fiquei aliviado ao saber que era o filho, porque pelo menos, o relacionamento da Marisa e do Zé Roberto não foi prejudicado… O casamento deles, né? Eu já imaginei que isso fosse causar um transtorno para a relação dos dois. Na verdade, eles estão lidando com um problema relativo ao filho, né? Como tantos pais lidam com problemas relacionados ao filho… Mas já que o casamento está intacto, eles podem lidar juntos com essa situação. Fora todas essas consequências negativas, o filho parar a faculdade, romper com os amigos… Eu não vejo problema em ele viver esse amor. Aconteceu na vida dele como acontece com tantos… Poderia ser uma outra pessoa, coincidiu de ser a prima do pai. Abraço a todos. 

Assinante 2: Oi, gente, eu sou Isabella aqui do Espírito Santo. Marisa, que situação horrível… E difícil, né? Eu, normalmente, não sou contra relacionamento de pessoas com idades diferentes, desde que elas estejam pelo menos no mesmo lugar na vida. Eu acho muito complexo alguém que está ainda na faculdade, começando experiências novas se relacionar com alguém que já está, inclusive, aposentado… Acho que isso tem uma perspectiva e visão de mundo completamente diferente. Isso pode gerar, inclusive, algum relacionamento um pouco abusivo, mas enfim… Também acho muito complicado de você interferir, porque é uma questão que tem que vir a partir do seu filho. Eu não sei, eu tentaria negociar, ele fazer faculdade e fazer uma terapia, pelo menos, só para se situar. Essa situação meio complicada, né? O menino virgem, perdeu a virgindade com 20 e poucos anos e dessa forma. Mas eu acho que esse é o caminho. Desejo muita luz para vocês. 

Déia Freitas: Eu não vejo muito que fazer não, Marisa, deixar rolar um pouco e vê o que seu filho quer. Porque ele também, bem ou mal, já é um adulto e está fazendo as escolhas dele, as coisinhas del. Enfim, é isso. Um beijo, gente. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.