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título: príncipe do egito
data de publicação: 09/05/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #egito
personagens: yara e dona clotilde

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop. A Nuvemshop é a plataforma certa pra você criar aí sua loja online de forma simples e profissional. Você pode montar o seu negócio do seu jeito, pode escolher aí os meios de pagamento e os meios de envio… Muita gente ainda acha que é difícil montar uma loja online, que você precisa contratar especialista, que é complicado e nã nã nã. Se você pensa assim, é porque você ainda não conhece a Nuvemshop. Criar uma loja virtual na Nuvemshop é muito simples, a plataforma conta com todas as ferramentas dentro do próprio site, você vai clicando, seguindo aí o passo a passo e ativa sua loja super fácil, e você deixa ainda o visual da sua loja do jeito que você quer, assim, com a sua carinha, tem vários layouts aí pra você escolher.

E melhor ainda, você consegue integrar a sua loja online com o Instagram, o Facebook e o Whatsapp. Clica aqui no link na descrição do episódio pra você saber tudo.  Hoje eu vou contar para vocês a história da Yara e da Dona Clotilde. Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Yara é filha da Dona Clotilde, elas moram juntas, — só as duas — e elas sempre se deram muito, muito, muito bem. Dona Clotilde perdeu o marido pra Covid… Eles já tavam separados de quartos, mas morando na mesma casa, mas foi um baque para todo mundo. E aí a Yara, que já morava com os pais, ficou só ela e a mãe. E aí o tempo foi passando, o pai — o seu João, pai da Yara — morreu logo no começo da pandemia. Dona Clotilde ficou mal e tal, mas ficava ali pelo Facebook, conversando com as amigas e tal, né? E o tempo foi passando, ela foi melhorando um pouco, mas assim, bem devagar e tal. E aí entrou esse ano, 2021, ela já melhorzinha e nã nã nã…

Chegou lá pra abril, — final de abril, começo de maio — a Yara percebeu que Dona Clotilde tava bem mais animada e ela ficou feliz com isso. — Porque assim, a vida continua, né, gente? — E aí ela falou “Nossa, mãe, você tá feliz, né? Ajeitou o cabelinho, passou batonzinho… Que bom, né?”. E ela foi vendo a mãe dela ali feliz, desabrochando e tal e falou: “Gente, tudo isso não pode ser só as amigas, né?” e ela falou: “Mãe, o que tá acontecendo?”. Aí dona Clotilde disse pra Yara que ela tinha conhecido um senhor pelo Facebook [efeito sonoro de notificação do Messenger] e que ela conversava com esse senhor ali pelas mensagens e que esse senhor elogiava muito ela, que eles já tinham trocado fotos [efeito sonoro de câmera disparando fotos] e que esse senhor conversava bastante com ela todo dia e nã nã nã. E aí ela falou: “Nossa, né? Minha mãe, assim? Meio que namorando, namorandinho online, né? Interessante”, enfim… E ficou de olho, mas daquele jeito, né? “Poxa, minha mãe é adulta, né? Uma senhora já de 65 anos, sabe o que faz e nã nã nã”. E vida que seguiu…

Chegamos a outubro… Dona Clotilde, um pouco apreensiva, preocupada pelos cantos, assim, meio nervosa… Yara foi conversar com a mãe pra ver aí o que tava acontecendo, né? E aí a mãe explicou… O namorado dela não era um cara assim, comum. O namorado dela era um príncipe no Egito. [música de tensão] — E eu nem mudei o local, porque eu acho importante divulgar o que pode ser um golpe. — Assim que a Yara escutou “príncipe do Egito” ela falou: [risos] “Mãe do céu, pelo amor de Deus, mãe… Isso é um golpe. Como assim que a senhora tá namorando um príncipe?”. E aí a Dona Clotilde ficou super ofendida, falou que ela tava menosprezando o romance dela e nã nã nã, que o rapaz era um príncipe e tinha dado um ultimato pra Dona Clotilde. Queria que Dona Clotilde fosse morar com ele no Egito e, pra isso, ela precisava tirar uma documentação específica lá, tirar o passaporte aqui no Brasil e que, pra isso, pra tirar a documentação específica lá, ela precisava enviar pra esse príncipe — seu namorado — 2 mil dólares. — Faz as contas aí… Quanto tá o dólar? Cinco e pouco? Sei lá… — Dava 11 pau, 11 mil reais. — É isso, né? Tô fazendo a conta certa? — 

E a Yara tava chocada, — porque, gente… — é claramente um golpe. Só que Dona Clotilde não aceitava que a Yara falasse isso de golpe. Só que por que Dona Clotilde estava preocupada, chateada? Porque ela não sabia fazer isso de transferência… Porque tem que ser remessa de dinheiro, né? E aí ela teria que fazer essa remessa de dinheiro em dólar, até dava pra fazer pelo cartão, mas ela não tinha limite. Mas a Dona Clotilde tinha esse dinheiro em conta, ela já tinha ela mesma feito o cálculo. E por que ela tinha esse dinheiro em conta? Porque o marido morreu e deixou uma graninha… E aí ela ia pegar parte dessa graninha e mandar para o príncipe dela do Egito [risos] Ô, meu Deus do céu… E aí a Yara falou: “Mãe, não, você tá louca. Isso é um golpe”. E aí elas brigaram, Dona Clotilde bateu o pé e falou: “O dinheiro é meu, eu mando para quem eu quiser e, se você não me ajudar a fazer essa remessa, eu vou achar outra pessoa que faça”. E aí a Yara, muito preocupada, falou: “Bom, o que eu vou fazer? Eu vou… Já que esse cara tá querendo dar o golpe na minha mãe, eu vou dar o golpe dele”.

E aí ela foi e fez tudo como se fosse uma transação mesmo de remessas de dinheiro, mas tudo falso, assim. — Tudo fakezinho. — E falou pra mãe, falou: “Olha, mãe…”, — ela tinha um determinado horário que ela falava aí com o príncipe dela, o namorado virtual dela de meses… — “Olha, mãe, você vai mandar isso aqui pra ele e falar que já foi feita a remessa”. E aí Dona Clotilde ficou toda feliz, toda feliz… “Agora eu vou poder… Filha, agora você vai poder me visitar no Egito, eu vou primeiro caso com ele, depois você vai”, — Enfim… Ela tava realmente muito iludida, né? — E aí, assim que ela mandou o papel lá, tipo, o print da remessa enviada e tal pra conta que ele tinha passado, tudo que era do perfil dele sumiu. [efeito sonoro de tensão] Tipo, o cara nem checou se a remessa tinha entrado ou não, que provavelmente essa pessoa que tava do outro lado, — a gente não sabe onde nesse mundo — ela deve fazer isso com várias pessoas, então, tipo, alguma remessa entrou e se ela está mandando o comprovante, então entrou.

E aí tudo do perfil sumiu… — Tudo, tudo, tudo. — Provavelmente Dona Clotilde foi bloqueada e ela se desesperou… Porque só aí caiu a ficha. Aí ela começou a gritar… [efeito sonoro de pessoa gritando] Primeiro que perdeu o príncipe e, quando ela caiu na real, que o príncipe não existia só queria o dinheiro dela, começou a gritar porque tinha perdido o dinheiro e começou a chorar, [efeito sonoro de pessoa chorando] falar que era uma burra, que caiu num golpe e nã nã nã. — E a Yara tava na cozinha fazendo café e permaneceu fazendo café… [efeito sonoro de líquido sendo despejado] — E aí Dona Clotilde entrou na cozinha chorando e falou: “Você tinha razão, eu perdi o dinheiro e nã nã nã”, e aí a Yara virou para ela lindamente e falou: “Mãe, o comprovante era falso. Eu não tirei um centavo da sua conta”. [risos] — O alívio… [risos] Ê, Dona Clotilde… — E aí, Dona Clotilde ficou ainda meio ressabiada, né? Tipo, “será mesmo?”. E aí a Yara mostrou o saldo pra mãe, falou: “Ó, tá aqui o dinheiro que você tinha antes… É o dinheiro que você tem agora. Eu falei para você que isso era um golpe, você não me ouviu. E aí? Podia ter sido realmente seu dinheiro indo embora”.

E aí Dona Clotilde ficou mal um tempo, porque, assim, ela tava acostumada com aquela rotina de falar com o cara, né? Eles falavam pelo tradutor e só mensagem, né? — E era claramente um golpe, gente… Príncipe do Egito? — E ele falava que era um príncipe que tinha sido afastado pelo governo egípcio e que tava sendo injustiçado e nã nã nã, mas ainda assim era melhor que ela morasse com ele no Egito e tal. — Enfim, né? O golpe. — Então a Yara me escreveu mais pra dizer, pra alertar as pessoas aí que tem um perfil… — Deve ter vários, né, gente? — Que enganam aí senhoras e que a mãe dela caiu, caiu bonito nesse golpe. Só que ela foi mais esperta e não mandou dinheiro, só mandou um comprovante falso. E aí, então dessa vez ela enganou o [risos] estelionatário. — Amo. [risos] — 

E dona Clotilde ficou aí um tempo com uma dorzinha de amor, mas como eu digo aqui: dor de amor passa, né? E é melhor você sofrer de amor com o seu dinheiro lá na conta do que, além de tudo, ainda sofrer um golpe. Então, essa é a história da Yara e da Dona Clotilde, ainda bem que deu tudo certo no final, mas fica aí o alerta para as senhoras aí. Não existe isso de príncipe, gente, não existe, sei lá, uma pessoa presa em algum lugar e que te ama e que te pede dinheiro, sabe? Não dá… Não caiam nessa. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, meu nome é Carol, sou de São Paulo. Tudo bem? Yara, acho que você foi muito esperta de ter feito esse comprovante falso e ficado quietinha só esperando a reação. Eu, particularmente, acho também que vocês tiveram sorte dele ter bloqueado sua mãe logo em seguida, porque eu conheço uma pessoa que a mãe dela também foi vítima de um golpe desse e o cara falava que morava na Europa, tinha uma foto, depois descobriu que ele não era parecido nenhum pouco com a foto, ele morava em um outro continente, não era no nosso e nem na Europa, era um outro… E, ainda por cima, o cara tinha passagem por estelionato por outras mulheres que também foram enganadas ao redor do mundo, não foi só no Brasil. E a mulher, nesse caso, a mãe dessa pessoa que eu conheço, ela gastou acho que mais de 100 mil reais só com esse cara. E a carência afetiva dela era tão grande que mesmo depois dela ter descoberto o crime, ela continuou mandando dinheiro pra ele, porque realmente acreditava nas juras de amor. Então, fica aí a dica pra mulheres, especialmente as mais velhas que são as maiores vítimas desse golpe… Gente, pediu dinheiro? Cai fora que é cilada. Um beijo.

Assinante 2: Oi, Déia, aqui é a Francis de São José, em Santa Catarina. E sobre a história “Príncipe do Egito”, o que a dona Clotilde quase sofreu foi o chamado “golpe do amor”, me lembrou muito os relatos que a Danny Boggione conta no canal dela no Youtube, “Sobrevivendo na Turquia”. E o que eu gostaria de fazer é deixar aqui a sugestão pro pessoal conhecer o canal Sobrevivendo na Turquia, porque ela faz muitos alertas de golpes semelhantes a esse, em que os golpistas se aproveitam de um momento de fragilidade na vida das vítimas e acabam extorquindo dinheiro ou, em casos mais graves, até acabam convencendo as pessoas a viajarem mesmo e acabam virando casos de tráfico humano, enfim… Casos mais graves. Mas o relato, a aproximação é basicamente a mesma, então fica a minha sugestão de: Sobrevivendo na Turquia. 

[trilha] 

Déia Freitas: Bom, o Dia dos Namorados tá chegando, você pode ter a sua loja virtual e faturar uma graninha boa. Na Nuvemshop você conta com planos e preços do tamanho do seu bolso, a partir de 49,90 você já consegue criar sua loja e vender aí pro Brasil todo. Siga @nuvemshop no Instagram, acessa o link na descrição do episódio pra criar a sua loja online na Nuvemshop com 30 dias grátis e mostre ao mundo do que você é capaz. Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.