título: professor – parte 3
data de publicação: 09/02/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #professor
personagens: karina e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e esta é a parte 3 da história da Karina. — Então, se você não ouviu as outras duas partes, pare aqui e volte duas histórias. O começo é um Amor nas Redes, se desdobrou pra um Picolé de Limão no meio e vai terminar, infelizmente, em Picolé de Limão. Então, volte, ouça e depois você volta aqui pra ouvir a parte 3, tá? — Então, vamos lá, vamos de história.
[trilha]
Karina, inconformada com o tratamento que agora o ex… — Porque de um dia para o outro, quando ele soube que Karina estava grávida, ele rompeu com ela, pegou as coisas dele e foi embora e Karina ficou ali em choque, sem saber o que fazer. — Na faculdade, ele tratou a Karina mal. Ele sendo professor… — Eu já ia lá fazer uma reclamação, já contava tudo na diretoria, enfim… Mas Karina resolveu ficar na dela. — E Karina resolveu investigar por que esse cara mudou da água pro vinho. E aí ali caiu a ficha dela que, de repente, ele estava fingindo ser um cara bacana e a real dele era essa, que ele estava apresentando agora. Então, ela resolveu vasculhar a vida dele. — Talvez é uma coisa que ela tivesse que ter feito antes de começar a namorar com ele, né? Mas quando a gente se apaixona, a gente fica assim igual a Karina… Não tem nem como a gente julgar aqui, porque a gente acredita… Todo mundo… Acho que é do ser humano acreditar no amor, acreditar nas coisas boas e eu acho que tem que ser assim mesmo, né? A gente, óbvio, ao longo da vida a gente vai se calejado de algumas coisas e vai ficando mais ressabiado de uma coisinha aqui, outra ali, mas ninguém está imune aí ao amor, né? E a Karina se apaixonou mesmo por esse professor. Ainda estava apaixonada, mas agora muito ferida e querendo saber por que ele estava tratando ela assim. Ele não queria nem diálogo, gente, ele não queria falar. A partir do momento que a Karina falou que ela estava grávida, ele mudou completamente. Só que quando ela já estava doente… Doente, ela teve um acidente, estava se recuperando do acidente, ele já estava diferente. Ele já dava a entender que não aceitava uma mulher que precisava de cuidados, né? —
E aí qual seria o primeiro passo da Karina? Se juntar com as amigas… — Porque todo mundo achava esse cara maravilhoso e ninguém entendeu o jeito que ele tratou a Karina ali na frente de todo mundo. — Então ela se juntou com algumas amigas ali da classe, que foram acolher ela naquele momento, e até uma delas lá bateu boca com ele e tal, e aí morreu assunto e tal. E ela contou toda a história, todo mundo tinha sabido do acidente dela e muita gente tinha levado matérias… Outras matérias pra ela estudar em casa, enfim, né? O pessoal deu aquela força. E agora ela se juntou ali com as amigas pra ver o que ela descobria desse professor. Aí uma das meninas falou pra ela assim: “Olha, a primeira coisa que você tem que fazer é fazer um fake e entrar nos grupos da faculdade”, porque tinha grupo no Facebook, tinha grupo de WhatsApp… “Entrar nos grupos com seu fakezinho e soltar ali que esse professor isso e aquilo, pra ver se alguém te fala alguma coisa”.
E aí Karina fez isso e descobriu que ele, em outras faculdades, ele saía com outras alunas. Mesmo nesse período de dez meses, quase um ano que eles estavam juntos, ele saía com outras alunas… — Mas não tinha apresentado ninguém como namorada, mas saía com outras alunas. — Ficava um tempo e depois fingia que nem conhecia essas moças. E algumas falaram ali com o fake da Karina em offzinho assim, né? — Chamaram no privado e contaram… — Mas isso era uma coisa que Karina meio que já esperava. — Ela meio que já esperava isso. — Só que Karina achava que não podia ser só aquilo, que “ah, ele era mulherengo”, tá bom, mas como ele mudou da água para o vinho? Como ele ficou esse cara até agressivo? — E aí uma das meninas lá da turma dela falou: “O jeito é você contratar um detetive, botar alguém atrás dele pra te levantar essa ficha”. E aí a Karina sondou quanto era e tal, achou uma detetive mulher ali. — Que ela confiou, que já fazia esse tipo de serviço e falou que ela queria descobrir tudo. —
E aí a detetive perguntou: “Tudo o quê? O que você está imaginando? Até onde eu posso ir?”. Ela falou: “Bom, vai até onde você achar”. Aí a Karina contou, falou: “Ó, eu comecei a namorar com ele, ele falou que ele era viúvo e eu estou grávida. A partir do momento que ele soube que eu estava grávida, ele me tratou muito mal, foi agressivo e nã nã nã”… Já com essas informações, a detetive começou o trabalho dela. E em 20 dias a mulher apresentou pra Karina um dossiê da vida desse cara. — Então vocês estão preparados? — Este professor universitário ele dava aula duas vezes na semana na cidade que a Karina morava e dava aula em outras duas universidades, em uma, uma vez na semana e na outra duas vezes na semana. — Isso Karina já sabia, né? Só que eram em outras cidades. — O que Karina não sabia? Este homem não é viúvo, ele é casado no papel… Até a certidão de casamento essa detetive conseguiu e ela não está averbada, porque quando você se divorcia e tal, tem a averbação da certidão de casamento.
Então ele é casado… Ele é casado com uma professora — universitária — de uma outra cidade que ele dava aula, não dá aula mais nessa cidade… E esta professora, casada com ele há vários anos, pegou Covid logo no começo da Covid que muita gente não sabia, né? — Os médicos não sabiam direito como tratar, o que fazer e ela ficou com sequelas gravíssimas da Covid… — Ainda durante a pandemia, no auge da pandemia, ela com sequelas saiu do hospital e ele não a recebeu em casa… Mandou a esposa para a família dela e nunca mais apareceu na casa da família da esposa pra ver a esposa. — Agora me diz, como que uma detetive descobre tudo isso? — E a detetive ainda deu pra Karina a ficha de onde está a esposa, onde mora a esposa e tal, que é cuidada ali pela família. E esse cara mora numa outra cidade, que seria a cidade que ele morava com a esposa, mas ele levou a esposa pra ser tratada em outra cidade. Não se divorciou, mas fala pra todo mundo que ela morreu… — Gente? Que homem é esse? — E quando dá algum problema em alguma universidade, que ele sai realmente com muitas mulheres, aí ele muda… Ele deixa de dar aula em uma e vai pra outra.
A detetive também deu pra Karina o endereço dele, onde ele tem residência fixa, pra caso precise entregar uma notificação, alguma coisa em relação ao bebê, a pensão… Porque quando nascer esse cara tem que comparecer, né? Porque é filho dele, né? A detetive disse não conseguiu localizar filhos… — A não ser que sejam filhos que não sejam registrados e tal, né? — Mas que nessa pesquisa que ela fez e tal, essas coisinhas de detetive que ela fez, não encontrou filhos, mas encontrou essa esposa com sequelas graves da Covid, que ele não cuidou e devolveu para a família. Detetive falou que o apartamento que ele tem está no nome dos dois… — Olha, até isso ela descobriu. Então será que é por isso que ele não divorcia? — Porque ele teria que dar a parte dela… — E está esperando, sei lá, o pior pra ela? — Porque ela tem, realmente, sequelas graves da Covid. Eu tô, assim, passada… —
E a Karina, agora grávida desse homem, daqui a pouco vai ter a criança dessa criatura que é uma coisa que te liga a vida toda, né? Com esse homem. — E aí? — Ela está com vontade de falar com a família da esposa dele. — Eu não sei se é uma boa, essa esposa já está doente, ele não vai mais visitar, não vai mais lá… E, assim, a minha maior curiosidade é como que a detetive ficou sabendo de tudo isso, assim, entregou tipo um documento mesmo, folhas assim com tudo que ela tinha de informação e fotos… Fotos da fachada da casa, fotos da fachada da casa da família da esposa dele. Gente… A gente vê assim, porque pelo menos pra mim, eu vejo assim essas coisas no filme de detetive e a gente nunca pensa assim que é tão real, né? Não é a primeira história de detetive que a gente conta aqui, mas essa trouxe detalhes e detalhes assim, né? Então ela é boa, né? Ela é muito boa essa detetive. [risos] Podia fazer um publi aqui já, né? [risos] —
Karina se diz aliviada de ter descoberto tudo e de saber com quem ela está lidando. — Que agora ela sabe com quem ela está lidando. Ela está bem com essa questão da gravidez e vai esperar nascer. — Vai sim atrás dos direitos da criança e tem que ir mesmo, né? — Mas já sabe que, sei lá, de repente ele não vai querer participar de nada. E ele sendo essa pessoa… Pra mim é um monstro… Esse monstro é melhor também nem deixar perto mesmo da criança. Eu preferiria… Deixar longe. Mas aí já vão dizer aí que eu estou promovendo alienação parental e não é disso que eu estou falando. Estou só dizendo que ele é uma péssima pessoa, vai ser uma péssima influência para o próprio filho, mas é o filho do cara, né? — Então, a história da Karina que começou como um Amor nas Redes, que ela estava muito feliz, se desdobrou onde ela descobriu tudo, né? Que esse cara nunca foi quem ela achou que ele fosse e ele vai continuar por aí enganando as pessoas, porque não tem o que fazer, gente… — Não tem que fazer. —
O que a gente tem que fazer é prestar atenção mais assim nos finais, né? — E eu acho bem problemático já quando professor dá em cima de aluna ou dá abertura pra aluna, pra mim já não presta… Desculpa. [latidos de cachorro ao fundo] Ó, cachorro do vizinho aqui até latiu. Professor não tem que paquerar aluna, não tem que dar em cima de aluna, não tem que dar abertura para a aluna. É assim que eu penso… E pra professoras também, enfim, geral. — Então é isso, gente, essa é a história da Karina que foi desdobrada aí em três partes, que era uma história longa… E agora é esperar o bebezinho nascer e tocar a vida, né? Eu só acho, Karina, que agora que você já sabe de tudo, não foca mais nessa criatura. Foca na sua vida, nos seus estudos, na sua criança que vai nascer, o bebezinho, bebezinha e, enfim, deixa esse cara meio que de lado… Corre atrás dos direitos, mas não fica obcecada nele, porque acabou. Não dá pra ter contato com uma criatura dessa, né?
Assinante 1: Oi, gente, meu nome é Carla, eu falo de Vitória no Espírito Santo, eu sou advogada, especialista em perícia e investigação E vocês ficariam chocados com o tanto de mulheres que procuram detetives particulares. Eu já trabalhei com isso e eu posso dizer com propriedade que muitos casos são levados a juízo depois que as mulheres descobrem as traições e tudo mais… E isso também é um embasamento para elas poderem pedir uma indenização, porque não sei se vocês sabem, mas o adultério hoje não é crime, mas a mulher ou homem que foi traído dentro do matrimônio, eles podem pedir uma compensação material por conta desse adultério. Eu espero que ela esteja bem, que ela esteja segura e que isso sirva de conhecimento para as pessoas.
Assinante 2: Olá, Não Inviabilizers, aqui é a Raquel que fala de Portugal e, meu Deus, que história é essa Professor, hein? Quando a Déia falou que ele era viúvo e eu vi que era um Amor nas Redes que virou Picolé de Limão, eu já sabia que ele não seria viúvo de jeito nenhum… [risos] que ele seria casado sim, e eu acho muito errado essa relação professor—aluno e acho que as universidades deveriam punir os professores por isso, mas a maioria não liga… A maioria acha que todos já são adultos lá e já sabem o que fazem por serem adultos e maiores de idade. Mas eu não acho isso certo, mesmo que tenha, sei lá, dez anos de diferença. Eu acho errado, acho que é uma relação de poder muito forte e não tem o que fazer, né? Não tem como avisar as universidades porque elas não vão punir ele… O jeito é seguir sua vida, terminar seus estudos e que essa criança venha com muita saúde. É isso, um beijo.
[trilha]Déia Freitas: Então é isso, gente, um beijo e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]