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título: ribanceira
data de publicação: 09/02/2023
quadro: mico meu
hashtag: #ribanceira
personagens: heitor e stefany

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma história do quadro Mico Meu. E hoje eu vou contar pra vocês a história do Heitor. — Ê, Heitor… [risos] — Então vamos lá, vamos de história.


[trilha]


O Heitor e a Stefany eles namoraram por quatro anos e resolveram se casar. Então, assim, começou um ano ali de preparativos. A ideia era realmente casar na igreja e ter uma festa depois, [efeito sonoro de caixa registradora] então tinha que ter todo um planejamento, uma grana… E o Heitor queria um terno bacana, [efeito sonoro de caixa registradora] então também custava dinheiro, a Stefany com o vestido de noiva bacana… [efeito sonoro de caixa registradora] Então eles foram aí se planejando ao longo de um ano de noivado até marcarem a data do casamento. Estava tudo certo, — tudo certo pra esse casamento ser, assim, maravilhoso — todos os preparativos feitos, tudo pago já, tudo comprado. Heitor radiante, Stefany radiante, tudo organizado…


Depois ali do casamento eles iam voltar pra casa… — Pra arrumar as coisas e fazer uma viagem. — Então, o que o Heitor pensou? “Bom, no dia do casamento eu vou com meu carro, porque aí eu volto eu e Stefany”. — Porque às vezes ficar dependendo de carona… Às vezes, a pessoa que te levou, um padrinho quer ficar até mais na festa… E a ideia do Heitor e da Stefany era: ficar até determinado horário na festa e ir embora e as pessoas podiam ficar, né? Porque no dia seguinte, enfim… E aí essa foi a ideia do Heitor. Mas eu nunca vi assim um noivo que vai dirigindo pro próprio casamento, né? Mas tudo bem. — O Heitor se aprontou na casa dele, pai e mãe se aprontaram também, e o pai com o carro, a mãe e ele. [efeito sonoro de carro dando partida] E aí o pai e a mãe saíram primeiro. — Porque a mãe que estava cuidando da coisa das flores e tal. — E o Heitor quando deu a hora ali, uns 45 minutos antes do horário do casamento… — Achei muito em cima, hein, Heitor? Tinha que ter ido antes. — Ele saiu de casa…


Lindo, arrumadão, bonitão… Ele escolheu um terno cinza claro. Olha, perfeito… O trajeto da casa do Heitor até a igreja era de mais ou menos 15 minutos, mas ele tinha que pegar um trecho de estrada pra ir mais rápido até, né? Saía de uma rotatória ali do bairro dele, pegava a estrada e entrava numa outra rotatória e chegava na igreja. — Ele podia ir por dentro da cidade, pelo bairro? Podia, mas pela estrada era mais rápido. — Então lá foi Heitor com seu carro, saiu da rotatória, pegou estrada e, quando Heitor estava mais ou menos no meio do trecho da estrada que ele tinha que percorrer, ele não sabe o que aconteceu, o carro derrapou na pista [efeito sonoro de carro freando bruscamente] e Heitor foi sair pelo acostamento e caiu numa ribanceira. O carro do Heitor girou três vezes e caiu de lado, do lado da porta dele. — A porta dele caiu virada no chão de terra ali e ele ficou preso no cinto. Então olha que coisa assim… Que perigo… Podia, sei lá, como disse o Heitor, o carro explodir e ele morrer ali. Só que o carro não explodiu… —

E ele conseguiu tirar o celular do bolso e ligar pra família pra avisar que ele tinha rolado a  ribanceira… Que ele estava bem, mas que ele estava com medo que isso acontecesse, que o carro explodisse, né? E aí um primo dele, muito esperto, perguntou o que tinha ali em volta, se lembrava que trecho que ele estava, o Heitor lembrou e ele ligou naquele tipo… — É Dersa que chama? Negócio da estrada… — Pra chegar o socorro, porque até eles irem encontrar… Porque eles iam ter que dar a volta pela estrada, eles estavam do outro lado, pra achar o Heitor. Então, um primo já foi ligando naquele telefone da estrada da Dersa que ele tinha. — Por um acaso ele tinha… — E aí encontraram o Heitor antes da família. Só que nisso a família já estava toda indo lá para a ribanceira e ninguém contou nada pra Stefany, só que a Stefany achou estranho, porque ela chegou na igreja e não tinha ninguém da família do Heitor. — Tinha todo mundo ido para a ribanceira. —


E aí ela falou: “Pode me contar, o Heitor fugiu?”, porque é a primeira coisa que você pensa, né? “O Heitor fugiu, o Heitor fugiu”. Aí falaram: “Não, o Heitor tá preso num carro numa ribanceira”. [risos] — Eu estou rindo porque ele estava bem. [risos] — E aí aí Stefany tomou a atitude que talvez eu tomaria também, ela também resolveu ir para a ribanceira vestida de noiva. E lá a Dersa estava tentando tirar o Heitor… — porque tem um protocolo pra você tirar uma pessoa de um carro capotado, né? — Então, assim, eles viram ali que não tinha risco de incêndio ok… Você não pode desvirar o carro com a pessoa dentro daquele jeito. Então eles tinham que cortar ali a outra porta… — Quando o carro capotou, a outra porta também amassou e travou. Então, não dava para abrir a porta do passageiro pra entrar e tirar ali o Heitor do motorista, tinha que serrar o carro, então ia demorar. 


Aí a Stefany resolveu ir lá na ribanceira ver o que o Heitor estava aprontando. [risos] Aí ela chegou lá vestida de noiva, desceu… — A parte que o Heitor caiu tinha lama. — Ela falou: “Bom, na lama lama eu não vou, já estou na terra, né?”, e aí ela começou a gritar: “Heitor, você tá bem?”, ele: “Tô bem, amor, já vou, a gente vai casar hoje, fica tranquila”. [risos] Quando ela viu que ele estava bem porque ela já tinha chorado, já estava com a maquiagem toda borrada, enfim, [risos] ela começou a xingar ele. Aí deu uma crise de riso no Heitor, porque ele estava ali com aqueles bombeiros serrando o carro e ele falando: “Pelo amor de Deus, não deixa cair esses pinguinha de foguinho que faz ali, da serra, cortando o metal que vai queimar meu terno”, mas ele já estava com a parte do lado direito que encostou no chão, já estava todo sujo… Enfim, né? 


E aí tiraram o Heitor. Ele não estava machucado, zero machucado e ele dispensou ali o socorro. — Porque o certo seria levar ele para o PS. — Aí fizeram um exame ali na hora pra ver se tinha alguma fratura, alguma coisa, não tinha… Ele subiu a ribanceira ali naquele barro, andando, a Stefany estava lá em cima gritando [risos] e eles entraram no carro e chegaram juntos na igreja. Limparam mais ou menos a parte debaixo do vestido da Stefany, alguém tinha uma make ali, maquiagezinha na bolsa e deu uma ajeitada na Stefany. [risos] O Heitor todo sujo, [risos] terno puído… Arrumaram um outro paletó pra ele botar, mas a calça dependendo do lado em que ele ficava, estava bem suja. [risos] E foi assim que eles casaram…  [risos] — Mas casaram, estava tudo pago, tudo comprado… —


Depois que vai para festa, você esquece e tal e se diverte… Só depois que o Heitor foi pensar no carro dele, essas coisas de seguro e tal. — Porque eu não sabia também, a Dersa se o carro tá tá lá embaixo na ribanceira eles não tiram, não… Você tem que chamar o seu seguro pra tirar, pra ver se vai ter utilidade o carro ainda ou se deu perda total, enfim… — No dia seguinte ainda eles viajaram e ele deixou as coisas para o pai resolver, as coisas do carro, mas precisava que ele tivesse ali. Então, só depois que eles voltaram, uma semana depois, que ele foi resolver as questões do carro. Mas enfim, como o Heitor disse, já estava casado, [risos] o pior já tinha passado. — Que podia ser muito pior… Podia ser muito pior… Podia ser uma história agora triste aqui de uma noiva que estava lá no altar enquanto o noivo sofreu um acidente fatal e morreu no dia do casamento. Mas não, o Heitor derrapou na pista… E, assim, todo mundo que foi falou: “Gente, mas não tinha nada para derrapar na pista ali. Como que ele fez isso?” —


Então, Heitor acha também que estava distraído, enfim, e aí acabou caindo nessa ribanceira. E toda a família foi pra lá, todo mundo arrumado e Stefany resolveu ir até a ribanceira pra xingar o Heitor depois que ela viu que ele estava bem. [risos] — Ai, eu também xingaria. [risos] — Porque isso que ela falou, ela falou: “Que ideia… Você vir sozinho de carro, por que isso?”, enfim, começou a xingar ele de tudo quanto é nome. [risos] E enquanto a Stefany xingava, a mãe do Heitor que viu também que ele estava bem, falava pra ela, falava: “Olha, Stefany eu falei… Eu avisei. Eu falei pra ele não vir sozinho, por que quem escuta a mãe? Ninguém escuta a mãe… Se escutasse mãe não tava aqui agora de perna pro alto numa ribanceira no dia do casamento. [risos] Um termo que eu comecei a passar, Stefany, uma hora da tarde… Eu que passei esse terno, olha aí como tá esse terno”… [risos]


Então, enquanto a Stefany xingava: “Seu irresponsável, você é um maluco. Por que eu vou me casar com você?” [risos] a mãe dele também estava ali falando na cabeça dele. [risos] Ele fala que os bombeiros estavam rindo, enfim, né? [risos] Ele falou que até o bombeiro brincou, né? Falou: “Você tá vendo? Você vai escapar desse acidente, mas você vai cair ali, ó, com aquelas duas”, [risos] que era mãe dele e a Stefany de noiva, puta, a mãe toda arrumada, também, né? [risos] Ai, ai… Ainda bem que deu tudo certo, né? Casaram, estão aí muitos, e muitos anos casados e felizes.


[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, meu nome é Raquel, sou aqui no Espírito Santo. Que história é essa? Eu juro que no começo eu fiquei com muito medo, eu falei: “Gente, isso não era pra ser uma Luz Acesa e tal? Com essa questão de ribanceira, carro… Mas, cara, que pataquada… Eu imaginei a noiva entrando na lama p da vida com ele e a mãe: “Eu falei, falei pra ele não ir sozinho… Eu tava até sentindo… Tá vendo? É coisa de mãe”. Gente, sério que caos… Ao mesmo tempo que eu fiquei muito apreensiva, eu comecei a rir dentro de casa, porque imaginei, numa situação dessa eu seria um misto da mãe com a noiva, eu ficaria doida. Amei essa história. 

Assinante 2: Oi, gente… Aqui é a Juliana de Fortaleza. Que bom que no final deu tudo certo. Eu lembro do meu casamento que no fim da festa todo mundo foi embora e não tinha carona pro noivo e nem pra noiva, né? No caso. E a gente foi embora de carro de aplicativo levando o bolo da festa, que começou a derreter porque estava muito tempo fora da geladeira… O bolo começou a cair e a gente foi segurando esse bolo no carro de aplicativo pra casa. [risos] Marcou, assim, de uma maneira que não tem como a gente esquecer. Felicidades, casal. Um beijo a todos. 

[trilha]

Déia Freitas:  Então é isso, gente… Um beijo, Heitor, um beijo, Stefany e eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmai.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize.

[vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.